sexta-feira, 28 de abril de 2017

Manifestações: Brasil fala nas ruas a linguagem que o poder entende...

São Paulo

Rio
Curitiba. Foto Gibran Mendes/Twitter
Santarém-PA- Foto Jeso Carneiro/Twitter
São Paulo. Foto Ricardo Stuckert

Rio

Salvador. Foto Twitter

Brasil. Reprodução Viomundo 

Florianópolis. Foto Sintrasem

Paraíba. Foto Emmanuela Leite/Cut-PB
Caxias do Sul-RS-Foto Whatsapp

Paraná. Foto Gabriel Mendes - Cut-PR
Reprodução Viomundo

Reprodução Viomundo
Belo Horizonte. Foto Twitter

Juazeiro, Bahia. Foto Twitter

Caruaru, Pernambuco. Foto Phylippe Mykel/Twitter
Fortaleza. Foto Twitter

São Paulo

São Paulo
Uma Greve Geral histórica é a resposta que o Brasil dá hoje a um governo que atropela o povo nas madrugadas do Congresso e cancela direitos trabalhistas e previdenciários em nome de interesses financeiros e dos grupos que patrocinaram o golpe. 

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Futebol e porrada: duas fotos, duas histórias


por Niko Bolontrin

Para as gerações que já estão contornando a última curva, a foto acima remete à "Batalha de Nuñez". E, para quem está chegando agora, foi com esse nome que entrou para a história o jogo Brasil 3 X 1 Uruguai, em 1959, pelo Campeonato Sul-Americano.

Se a Libertadores é ainda hoje considerada carne de pescoço, imagine a guerrilha nos gramados da América do Sul no tempo em que as chuteiras tinham travas de aço.

Ontem, o Palmeiras venceu de virada o Peñarol, por 3 a 2, no estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu. Quando a partida terminou, o jogo de bola virou jogo de braço e uma briga generalizada espalhou-se pelo campo e até nas arquibancadas.

A foto-símbolo da encrenca mostra Felipe Melo, do Palmeiras, mandando um soco no uruguaio Myer.

Tenho um amigo que admira o futebol do Barcelona e do Real Madri mas costuma dizer que gostaria de ver os dois times espanhóis disputando uma Libertadores em estádios onde, às vezes, o bafo da torcida esquenta a nuca dos goleiros.


Em 1959, na "Batalha de Nuñez (aquela partida Brasil e Uruguai foi disputada no Monumental de Nuñez, o lendário estádio do River Plate, em Buenos Aires), a foto que entrou para a galeria dos tempos mostra Didi dando uma voadora em um uruguaio.

Naquela época, a rivalidade entre as duas seleções era aguda, ainda como consequência do Maracanazo, de 1950. Só que o Brasil, então já campeão do mundo, estava cheio de moral e encarou a Celeste com um time enjoado, as feras do Feola, onde havia uns caras complicados para encarar: Coronel, Almir, Orlando Peçanha, Pelé, Didi, Paulo Valentim, Belini, entre outros.

O Uruguai, por sua vez, tinha uma defesa de deixar corpo no chão, um tropa de elite onde pontificavam Néstor Gonçalves, Walter Davoine e William Martínez.

O jogo foi tenso desde o começo e bastou um dividida entre Almir e o goleiro Leiva para detonar  o conflito, que durou 20 minutos e deixou vários feridos em ambos os times. Orlando perdeu dois dentes, o uruguaio William Martinez foi chutado na cabeça violentamente por Pelé e Coronel, Belini deslocou um ombro, Castilho saiu com um corte no supercílio, Paulinho Valentim apagou com um soco o jogador Gonçalves... O detalhe é que o jogo continuou, com nove de cada lado e alguns enfaixados em campo.

Naqueles dias, gentileza não calçava chuteira, atleta de Cristo não sobreviveria em campo, cachorro latia na linha de fundo, criança chorava na geral e o pau comia nas quatro linhas..



Fenaj: sindicatos de jornalistas mobilizam categoria para Greve Geral nesta sexta-feira

(do site da Fenaj - Federação Nacional dos Jornalistas) 

A Greve Geral nesta sexta-feira, 28, vai paralisar trabalhadores de diversas categorias, em todo o País. Organizada pelas centrais sindicais brasileiras, a Greve deve demonstrar a força da classe trabalhadora, que está cada vez mais unida contra as reformas trabalhista e da previdência e as novas regras da lei da terceirização.

A Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ tem orientado seus sindicatos a mobilizarem suas bases para a greve.  E grande parte das entidades, nos Estados, está com alguma atividade planejada. Passeatas, roupas pretas, planfletagens, atos em frente às empresas de comunicação e a própria paralisação do trabalhador são algumas das formas de protesto contra o retrocesso de direitos.

Na região Norte, por exemplo, o Sindicato dos Jornalistas de Roraima está integrando a Frente Sindical, Popular e de Lutas, que congrega mais de 40 sindicatos, associações e movimentos populares e está realizando ações desde fevereiro. E nesta sexta-feira, a entidade participa da greve nacional e convidou a categoria para paralisar e participar das manifestações populares, na capital Boa Vista. No Estado do Amazonas, o Sindicato dos Jornalistas, além da divulgação convocando a categoria para participar da manifestação do dia 28, vai integrar as atividades organizadas em conjunto com outros sindicatos e centrais sindicais. No Tocantins, o Sindjor/TO está mobilizando os jornalistas para participarem da manifestação contra as Reformas. A concentração da passeata será na Avenida JK, em frente ao colégio São Francisco, a partir das 8h, na capital Palmas.

No Sudeste, o Sindicato de Jornalistas do Espírito Santo deliberou em Assembleia Geral Extraordinária, ocorrida no dia 19, por orientar os jornalistas a se manifestarem vestindo de preto e participando das ações que serão realizadas pelas centrais sindicais. Já em São Paulo, a orientação do Sindicato de Jornalistas é pela paralisação do trabalho em todos os lugares nos quais for possível. A entidade também promoveu assembleias e reuniões nas empresas, sob esta orientação. Ainda, os trabalhadores da Carta Capital, através de reunião, também decidiram aderir à Greve Geral, paralisando o trabalho das 0h às 14h de 28 de abril. Além disso, o Sindicato está participando das atividades preparatórias, como reuniões da CUT e de outras entidades.

Em Minas Gerais , o Sindicato dos Jornalistas e o Sindicato dos Radialistas conclamam os as duas categorias a participarem ativamente da Greve Geral. E os jornalistas e radialistas mineiros estão decidindo participar do protesto e demonstrar de várias formas sua insatisfação com as reformas. Em Belo Horizonte, os trabalhadores da Rede Minas decidiram parar, mantendo 30% de funcionamento, por se tratar de serviço público. Os trabalhadores da Rádio Inconfidência farão assembleia para decidir como será a paralisação. Em outras redações os jornalistas também vão aderir. Já o Sindicato de Jornalistas do Rio de Janeiro informou que haverá mobilizações programadas na EBC do Rio e a participação da diretoria e da categoria no ato na Cinelândia no dia 28, às 17h. Mais cedo, ao meio-dia, a entidade estará nas ruas do Centro panfletando sobre a importância da Greve Geral para barrar as reformas de Temer.

No Nordeste, o Sindicato de Jornalistas do Ceará está convocando os associados a participarem do ato público da Greve Geral em Fortaleza, marcado para 9h, na Praça da Bandeira. A diretoria do Sindjorce faz a cobertura colaborativa das manifestações para a Frente Brasil Popular Ceará, por meio do coletivo Comunicadores pela Democracia. Já os jornalistas de Pernambuco, farão um ato de protesto de uma hora, em frente ao Diário de Pernambuco contra as reformas, e em seguida participarão da passeata que percorrerá as ruas do centro de Recife.

No Distrito Federal, a categoria aprovou em assembleia, no dia 17, pela adesão à Greve Geral, em 28 de abril. Além disso, o Sindicato dos Jornalistas realizou panfletagem na EBC, bem como fizeram atividade de debate sobre as reformas com o representante do Dieese na EBC. A entidade também está realizando panfletagem, esta semana e, no dia da Greve, fará concentração com ato em frente à EBC. Posteriormente, os jornalistas irão se juntar às demais categorias em ato unificado na Esplanada dos Ministérios a partir das 11h, organizado pelo comitê local da Greve Geral, que reúne diversas entidades, entre elas o SJPDF.

Com informações dos Sindicatos de Jornalistas dos Estados do Espírito Santo, Roraima, Amazonas, Tocantins, Ceará, São Paulo, Distrito Federal e Pernambuco.

Greve Geral


PARADO AÍ, BRASIL!


Liverpool comemora os 50 anos do disco "Sargent Pepper's lonely heart club band" e "arqueólogos" descobrem memorabilia dos Beatles


Foto BNPS/Reprodução Mirror (link abaixo)
por Jean-Paul Lagarride 

Liverpool se prepara para comemorar os 50 anos do lançamento de “Sargent Pepper's lonely heart club band”, um dos mais celebrados discos dos Beatles.

A data exata em que foi lançado o disco emblemático é 1° de junho de 1967.

O festival que vai abalar Liverpool, denominado “Sargent Pepper at 50: Heading for home”, terá música, balé, poesia e teatro com a participação de artistas de todo o mundo.

A data tem motivado descobertas da arqueologia pop. Um desenho à mão, de John Lennon, encontrado em sua antiga casa de Kenwood, em Surrey, onde escreveu grande parte do álbum, é uma dessas memorabilias garimpadas. O desenho, um estudo para a capa do LP, será leiloado nos próximos dias em Nova York. A matéria está no Mirror. LEIA AQUI 

Já The Guardian divulgou hoje uma gravação inédita do "Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band (Take 9)". A versão encontrada agora parece mais rústica, sem alguns vocais, e inclui uma conversa entre John Lennon e Paul McCartney sobre o que o baixista teria que fazer para não perder o fôlego.
LEIA NO GUARDIAN E VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI

STJ derruba mais uma ameaça de censura às redes sociais

por Niko Bolontrin 
Sabe aquela história de eterna vigilância? Pois é, a todo momento alguém tenta censurar a internet.
A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu que o Google não é obrigada a monitorar antecipadamente postagens em redes sociais. Simples: isso seria censura prévia, coisa que a Constituição impede. Ainda nos tempos do Orkut, um advogado se sentiu ofendido por um internauta e pediu remoção de conteúdo. Só que o Tribunal de Justiça de São Paulo foi além e determinou que o Google monitorasse mensagens do acusado durante seis meses e, caso fossem ofensivas, o buscador teria que retirar os citados posts. O Google demonstrou que a determinação era uma ordem de censura prévia e teve sua posição finalmente reconhecida pela Justiça.

Começam as inscrições para o Prêmio Petrobras de Jornalismo


Regulamento foi reformulado e traz novidades em 13 categorias 
com prêmios individuais mais altos

Começam nesta terça-feira (25) as inscrições para a quarta edição do Prêmio Petrobras de Jornalismo (PPJ), em novo formato. O número de categorias e o orçamento total foram reduzidos, mas os prêmios individuais aumentaram, para entre R$ 10 mil* e R$ 40 mil*, totalizando R$ 245 mil.

Uma das grandes novidades deste ano é o lançamento da categoria especial de Inovação para o trabalho que se destaque pelo ineditismo do formato, da abordagem, do meio ou da linguagem. Outra novidade é o prêmio de Telejornalismo, exclusivo para as emissoras de televisão. Como nas edições anteriores, o Grande Prêmio Petrobras de Jornalismo será concedido à melhor reportagem entre todas as inscritas. Podem concorrer os trabalhos veiculados entre 10 de julho de 2015 e 10 de janeiro de 2017 e as inscrições devem ser feitas pelo site www.premiopetrobras.com.br.

O principal objetivo do Prêmio Petrobras de Jornalismo é valorizar as grandes reportagens e estimular e reconhecer aquelas que contribuem para a sociedade. A proposta é fazer um prêmio mais enxuto e, diferentemente das edições anteriores, os vencedores só serão anunciados na cerimônia de entrega dos troféus.

Os trabalhos serão avaliados em duas etapas. Na primeira, uma Comissão de Pré-seleção, composta por oito jornalistas com experiência comprovada, selecionará 10 finalistas de cada categoria e tema. Na segunda etapa, os trabalhos finalistas serão avaliados pela Comissão Julgadora, composta por seis profissionais renomados da imprensa, com vasta experiência jornalística. Os finalistas de cada categoria e os vencedores serão conhecidos na cerimônia de entrega dos troféus no segundo semestre de 2017. No ano passado, o Prêmio Petrobras de Jornalismo recebeu 1.255 inscrições, recorde entre as três edições realizadas.

PRÊMIOS:

- GRANDE PRÊMIO PETROBRAS DE JORNALISMO: para a melhor reportagem, entre todas as inscritas – R$ 40 mil*.

- CATEGORIA ESPECIAL – INOVAÇÃO: para o trabalho que se destacar pelo ineditismo de formato, pela técnica empregada, pela abordagem, pelo meio ou pela linguagem. Todas as matérias inscritas concorrem nesta categoria – R$ 25 mil*.

- ECONOMIA: reportagens de jornal/revista, emissoras de rádio e portais de notícias da internet que falem sobre a conjuntura econômica do Brasil – R$ 20 mil*.

- CIÊNCIA E TECNOLOGIA: reportagens de jornal/revista, emissoras de rádio e portais de notícias da internet que falem sobre ciência, tecnologia e inovação – R$ 20 mil*.

- SUSTENTABILIDADE: reportagens de jornal/revista, emissoras de rádio e portais de notícias da internet que falem sobre meio ambiente e temas sociais – R$ 20 mil*.

- CULTURA: reportagens de jornal/revista, emissoras de rádio e portais de notícias da internet que abordem manifestações culturais e artísticas do país – R$ 20 mil*.

- ESPORTE: reportagens de jornal/revista, emissoras de rádio e portais de notícias da internet que falem sobre atividades esportivas profissionais ou amadoras, individuais ou coletivas – R$ 20 mil*.

- TELEJORNALISMO: reportagens de emissoras de televisão sobre qualquer um dos temas acima relacionados – R$ 20 mil*.

- FOTOJORNALISMO: coberturas fotográficas sobre qualquer um dos temas acima relacionados que, sozinhas ou como parte integrante das reportagens, foram capazes de transmitir o impacto de cenas do dia a dia ou de acontecimentos marcantes, cumprindo o papel disseminador da informação – R$ 20 mil*.

- REGIONAL NORTE/ CENTRO-OESTE: matérias de veículos com sede em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Tocantins, e Distrito Federal – R$ 10 mil*.

- REGIONAL NORDESTE: matérias de veículos com sede na Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão – R$ 10 mil*.

- REGIONAL RJ-MG-ES: matérias de veículos com sede no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo – R$ 10 mil*.

- REGIONAL SP-SUL: matérias de veículos com sede em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – R$ 10 mil*.

*Valores brutos

Fonte: Gerência de Comunicação Interna e Imprensa / Comunicação e Marcas
imprensa@petrobras.com.br

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Brasileiro, profissão:delator


Há poucos dias, o empresário Emílio Odebrecht revelou que o esquema investigado pela Lava Jato existe há mais de 30 anos e criticou a falsa surpresa da mídia, o espanto e os olhos revirados, os uis e ais da rapaziada diante das delações premiadas.

Claro que a corrupção existir  - e na maioria das vezes permanecer impune - não é jurisprudência para o conluio entre empresários, políticos e funcionários públicos ou de estatais continuar existindo na maré mansa de sempre.

Nem deve servir de álibi para a hipocrisia.

A grande mídia, a torcida do Corinthians, a Av. Paulista, a cracolândia, a Esplanada dos Ministérios, os palácios, as mansões e as favelas já veem esse filme - e a mídia o viu bem de perto - há muitas temporadas. O que mudou foi o filtro político que desobstruiu visores, clareou interesses e deu a receita para a troca de poder.

Muitos exaltam, além do fator político, a instituição da delação premiada como a arma que alvejou os esquemas. Delatores, para uma parcela da opinião pública, se transformaram em uma espécie de heróis.
São os caras que fazem diferença, podem até ser lembrados para um desses prêmios corporativos de "Homem do Ano", ou de "Gente como a Gente".

Os citados nas delações vazadas costumam se defender alegando que aguardam as provas que, supõem-se, virão em seguida. Em todo caso, os caguetas são, no momento e, talvez, por anos, os protagonistas do Brasil. Mas não pense que todos os delatores são iguais. Nada disso. Mesmo entre eles há categorias e graduações: dependendo do alvo, são valorizados ou desqualificados. E alguns dos delatados nem são citados pela mídia ou conduzidos à presença das autoridades como se um algoritmo apagasse os fulanos dos textos, títulos e ordens de apreensão.

Como define a figura jurídica, delatores premiados recebem prêmios. Confessam crimes, mas ao darem ums de X-9s voltam em pouco tempo para suas mansões, casas de campo ou apartamentos de luxo, cumprem pena domiciliar e, em alguns casos, até recebem um percentual dos caraminguás localizados e recolhidos a partir das suas informações.

Compensa. Quem não quer? E, como celebridades, ainda podem faturar algum escrevendo livros, inspirando o novo cinema brasileiro, fazendo presença vip em eventos, dando palestras sobre compliance nas empresas.

Não é à toa que a fila de delatores pode, no final das contas, ficar maior do que a dos efetivamente presos.

Guardadas as distâncias, o argumento do colunista aí no recorte é semelhante aos dos militares nos tempos da ditadura. Naquela época, os linha-dura também afirmavam que sem tortura não teriam desmantelado as organizações que lutavam contra o regime.

Queiram ou não, a delação premiada giratória é uma instituição que ganha solidez. Não demora muito eles terão uma representação nacional para defender seus direitos, reivindicar mais prêmios, pedir pensão vitalícia, regulamentação da profissão, algo assim como uma FIESD (Federação dos Informantes Eméritos e dos Sacro Delatores).

Se, no balanço final, a caguetagem elevada a uma espécie de Quinto Poder da sociedade vai ajudar a fazer mais justiça do que vítimas, só as provas e o futuro dirão.


Nas madrugadas de Brasília, Drácula enfia uma estaca no povo

por O.V. Pochet

Dizem que Temer tem cara de Drácula.

Deve ser questão de ângulo já que um considerado colunista se empolgou ao vê-lo de pertinho e assumiu que o sujeito é "um homem até bonito".

Mas o governo do Drácula do Tietê tem mesmo uma estranha preferência pelo lusco-fusco das madrugadas. O homem mordeu o pescoço do Congresso. A virada da meia-noite e as vésperas dos feriadões têm sido o momento escolhido pelos deputados e senadores que frequentam o castelo do Nosferatu para votar, nos últimos meses, projetos que cassam direitos dos brasileiros. A conta de luz e de ar condicionado dos prédios até aumentou, junto com o adicional noturno, as horas extras, a fatura do sex shop e o regabofe de suas excelências.

Dizem nos becos e porões que cineastas do movimento cultural conhecido como Neocoxismo Brasileiro, de autores de filmes-exaltação do golpe em frenética produção, já pensam em roteirizar os atuais momentos épicos da Era Temer. Procuram um ator à altura do papel. Os tais cineastas e seus mecenas até procuraram Bela Lugosi, na foto ao lado em uma cena de "Drácula", de 1931. Um bisneto do ator húngaro respondeu por zap que Lugosi está infelizmente impossibilitado: morreu em 1956 e, ao contrário do seu clássico personagem, não ressuscitou.  

GREVE GERAL - O BRASIL VAI PARAR CONTRA AS REFORMAS TRABALHISTA E DA PREVIDÊNCIA


segunda-feira, 24 de abril de 2017

Jerry Adriani, os dias eram assim...




por Ed Sá
Desde a década de 1970 e até o começo dos anos 1990, bem antes de virar moda na Caras, a revista Amiga mostrava as casas dos artistas. Ninguém ainda os chamava de "celebridades".

Uma dessas matérias (de repórter Maria Augusta Seixas, com fotos de Maurício Chicrala e assistência de Márcio de Souza) focalizou o apartamento de Jerry Adriani, no Flamengo.

O cantor - que morreu ontem, no Rio, aos 70 anos - foi capa em várias revistas da Bloch.

O que poucos lembram é que Jerry, um paulista do Brás que virou carioca, foi um dos mais assíduos galãs das fotonovelas da Sétimo Céu. As revistas do gênero editadas no Brasil publicavam então apenas fotonovelas importadas, geralmente, da Itália, quando a Bloch nacionalizou o segmento e começou a usar escritores e elencos brasileiros. Nos intervalos das apresentações em TV e das turnês nacionais de iê-iê-iê de Jerry protagonizou vários folhetins, quase sempre fotografados por Paulo Reis e Raimundo Costa, sob direção de Paulo Alípio e supervisão de Lélia Oliveira.

Os romances em quadrinhos eram assim...


Com Kátia d'Angelo

Contracenando com Walnerléa...

Lícia Magna e...

Monique Lafond.



Ciudad del Este ou del Dólar?


por Omelete 
Um quadrilha rouba 40 milhões de dólares e suspeita-se de que o bando seja formado por brasileiros. Em tempos de violência correndo solta, nada disso que a gente lê é tanta notícia.
O que espanta é saber que em algum lugar do Paraguai havia um cofre com 40 milhões de verdinhas.
Um extraterrestre que mora em Varginha comentou que é melhor verificar se a dinheirama não é de algum delator premiadão. Outro pergunta se é dólar mesmo ou se é material fabricado por  impressora paraguaia. Em todo caso, é muito mais dinheiro do que o que tem no atual caixa do Rio de Janeiro.

sábado, 22 de abril de 2017

Fotografia - Manchete 65 anos - A Exposição Impossível - 3

Em 1956, Dizzy Gillespie visitou a redação da Manchete, rua Frei Caneca, no Rio.
Depois do almoço, o trompetista "sambou" ao som do agudo da cuíca. Gervásio Baptista fotografou.  
Em 1978, foi a vez de Christian Barnard, o cirurgião que realizou os primeiros transplantes
de coração, mostrar seu talento musical na Manchete. O fotógrafo Lúcio Macedo registou a cena.
Jack Nicholson e Roman Polanski no Teatro Adolpho Bloch em 1974, foto de Frederico
Mendes.  Neste ano, Polanski dirigiria Nicholson em Chinatown; em 1977, foi na casa 
de Nicholson em  Los Angeles que Polanski se encrencou com uma ninfeta, 
episódio que botou a justiça americana na sua caça até hoje.

Em julho de 1953, o Aterro do Flamengo, ainda inconcluso, recebeu
o Congresso Eucarístico Internacional. A Manchete
produziu duas edições fotográficas especiais sobre o evento que mobilizou o Brasil. 


O paisagista José Pancetti, célebre por suas marinhas, foi fotografado por Salomão Scliar
para Manchete

Garrincha e Nilton Santos no voo de volta após o Brasil
ganhar sua primeira Copa do Mundo, na Suécia, em 1958.
O lateral botou a Jules Rimet pra dormir e Jáder Neves fotografou.

Também na Suécia, Jáder Neves registrou o passeio de Garrincha. 

Na Vila Belmiro, em Santos, Pelé e seus mil gols em forma de bolas.
Foto de Sérgio Jorge para Manchete

De braços dados contra a ditadura: em 1968, a equipe da Manchete fotografou Othon Bastos, Chico Buarque, Arduino Colassanti, Renato Borghi, Zé Celso, Dedé e Caetano, Nana Caymmi e Gil na passeata dos 100 mil,.


sexta-feira, 21 de abril de 2017

Nada de novo no front oriental. Só uma partida de vôlei flagrada por um satélite espião...

Reprodução

por Jean-Paul Lagarride

Duas notícias mais amenas em meio à tensão atômica. Fotos de satélite espião mostram militares e funcionários das instalações nucleares da Coréia do Norte disputando uma relaxante partida de vôlei na semana que Kim Jong-un e Donald Trump trocaram provocações. A matéria e as fotos foram publicadas pelo Mashable.

A outra é mais surpreendente: a poderosa frota naval que se encaminhava para o litoral da Coréia do Norte, na semana passada, e da qual se esperava uma ação contra o país, segundo Trump anunciou, estava, na verdade, navegando em sentido contrário. Ou o presidente norte-americano estava mal informado ou o GPS da frota deu ruim.

Melhor assim: enquanto tropas jogavam vôlei e esquadras perdiam o rumo foi adiado temporariamente o confronto nuclear.

Mas não fique tão tranquilo assim: a frota de Trump agora tomou rumo certo para a Coréia do Norte.

Vai levar alguns dias para chegar lá.

Aproveitem o feriado.

LEIA A MATÉRIA DO VÔLEI NO FRONT NO MASHABLE, CLIQUE AQUI

Fotógrafo consegue reaver na Justiça direito de acesso a 129 mil fotos de sua autoria


A coluna Gente Boa, do Globo, publicou na quarta-feira, 20/4/2017, a notícia acima. Muitos jornalistas cariocas, principalmente colunistas e a turma de entretenimento e celebridades, conhecem Xicão Jones. Nos anos 1990, a maioria das fotos de Xuxa levava sua assinatura. Segundo a nota, ele é o autor, mais precisamente, de 129 mil imagens da apresentadora.

A decisão da Justiça relatada acima atendeu à reivindicação do fotógrafo, mas deve interessar a muitos profissionais da área.

Xicão processou Xuxa porque "perdeu acesso ao material".

Fotógrafos detêm os direitos autorais dos seus trabalhos. Não se cassa esse direito, segundo a lei, embora na prática isso ocorra.

O caso mais conhecido é o do arquivo fotográfico que pertenceu à extinta Bloch. Desde que o acervo foi leiloado, as centenas de fotógrafos que passaram pela empresa jamais tiveram acesso aos seus negativos, cromos e ampliações. Não sabem, sequer, em que estado de conservação se encontram, se foram vendidos ou não.

O exemplo de Xicão Jones pode ser útil também nesse caso.