domingo, 25 de abril de 2010
Haja photoshop...
Tudo bem, dizem que beleza não põe mesa. Mas esse trio de candidatos é de assustar criancinhas. Caramba! As fotos estão na seção "terrir" da ÉPOCA dessa semana.
Maracanã ou Casa da Banha?
Flamengo X Corinthians? Adriano com seus mais de 100 quilos de um lado, Ronaldo com quase isso do outro? Imperdível.
Polícia!
O "Legionários" de Marcos Mion, da Record, virou caso de polícia. A pretexto de uma "campanha" para a convocação de Neymar, do Santos, um repórter do programa postou-se até 23h diante da casa de Dunga, em Porto Alegre, com câmeras, holofotes e microfones focados na residência. Segundo a polícia, Dunga não conseguia entrar em casa já que quatro caminhões da emissora do bispo estavam bloqueando a garagem. Foi registrada um queixa por constrangimento ilegal. O "Legionários", que está capegando na audiência, é mais um programa do gênero que exagera no assédio a entrevistados. Dunga se irritou porque seu filho, de três, anos começou a chorar.
Olha só o barraco que Gisele Bundchen está construindo...
Deu no jornal "New York Daily News", ontem: a modelo brasileira realiza, à sua maneira, o sonho de mais uma casa própria. Taí o imóvel. Fica na Califórnia e é vizinho ao cafofo do governador do Estado, Arnold Schwarzenegger. Segundo o jornal, o "barraco" quando pronto, computando-se o valor do terreno, terá custado cerca de 20 milhões de dólares.Ronaldo quer descobrir (e vender) novos Fenômenos em campo
por Eli Halfoun
Quando deixar os campos, o que deverá acontecer dentro de, no máximo, dois anos, Ronaldo Fenômeno não se afastará do futebol: decidiu ser empresário e em sociedade com Marcos Buaiz,o marido da cantora Wanessa Camargo, tratará de vender jovens revelações brasileiras para clubes do exterior.
Quando deixar os campos, o que deverá acontecer dentro de, no máximo, dois anos, Ronaldo Fenômeno não se afastará do futebol: decidiu ser empresário e em sociedade com Marcos Buaiz,o marido da cantora Wanessa Camargo, tratará de vender jovens revelações brasileiras para clubes do exterior.
Embolsando o dinheiro do consumidor
Primeiro foram as distribuidoras de energia elétrica - que segundo o TCU têm mais de 7 bilhões de reais a devolver aos consumidores por "erro" nas tarifas. Curiosamente, o "erro" é sempre em prejuízo do público. Agora, veja essa notícia da Folha de São Paulo: "As operadoras de telefonia fixa poderão ser obrigadas a devolver dinheiro a clientes que entraram na Justiça contra a cobrança de PIS e Cofins. Segundo advogados, a prática é irregular e ocorre há mais de uma década. A informação é de Julio Wiziack, em reportagem publicada na Folha (disponível para assinantes do jornal e do UOL). Cálculos iniciais indicam que as teles podem ter de devolver cerca de R$ 1 bilhão por ano se os 41,2 milhões de assinantes brasileiros decidirem acioná-las."
Nilton Ricardo é entrevistado no "Estrelas", de Angélica, ao lado de Luiza Brunet
por Gonça
O nosso amigo José Carlos Jesus enviou e o blog põe no ar a participação do fotógrafo Nilton Ricardo no programa Estrelas, da Globo. A apresentadora Angélica recebeu Luiza Brunet, que falou sobre sua carreira. Nilton (um recordista de capas, são centenas no seu portfolio, para revistas da extinta Bloch como Manchete, Fatos & Fotos, Desfile, Carinho, Mulher de Hoje, Pais & Filhos, EleEla, Amiga e outras) foi o autor das primeiras fotos de Luíza e assinou o primeiro editorial de moda da modelo para a revista Desfile, dirigida por Roberto Barreira. Depois, fez dezenas de capas com a sua musa. A propósito, Nilton relata parte da sua história e brilhante carreira no livro "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou" (Desiderata), lançado por jornalistas que trabalharam na Bloch. No seu depoimento, no livro, ele compara épocas, fala de um tempo sem máquinas digitais e photoshop e de como os bons fotógrafos da Manchete tinham que ser versáteis: fotografavam em estúdio, nas ruas, na selva amazônica, registravam conflitos, crises e guerras e até produziam para fotonovelas.
No reencontro no programa de Angélica (outra que posou dezenas de vezes para a sua câmera) rolou emoção e troca de lembranças. Nas reproduções, Nilton e Luiza no estúdio da Bloch em foto publicada na revista Manchete no começo dos anos 80; e em cena no "Estrelas". São histórias e vidas profissionais entrelaçadas.
Em uma das sequências do programa, os dois recriam uma sessão de fotos, como se voltassem ao passado nos estúdios da Frei Caneca e do Russell. Uma bela matéria. Veja o vídeo. Clique AQUI
O nosso amigo José Carlos Jesus enviou e o blog põe no ar a participação do fotógrafo Nilton Ricardo no programa Estrelas, da Globo. A apresentadora Angélica recebeu Luiza Brunet, que falou sobre sua carreira. Nilton (um recordista de capas, são centenas no seu portfolio, para revistas da extinta Bloch como Manchete, Fatos & Fotos, Desfile, Carinho, Mulher de Hoje, Pais & Filhos, EleEla, Amiga e outras) foi o autor das primeiras fotos de Luíza e assinou o primeiro editorial de moda da modelo para a revista Desfile, dirigida por Roberto Barreira. Depois, fez dezenas de capas com a sua musa. A propósito, Nilton relata parte da sua história e brilhante carreira no livro "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou" (Desiderata), lançado por jornalistas que trabalharam na Bloch. No seu depoimento, no livro, ele compara épocas, fala de um tempo sem máquinas digitais e photoshop e de como os bons fotógrafos da Manchete tinham que ser versáteis: fotografavam em estúdio, nas ruas, na selva amazônica, registravam conflitos, crises e guerras e até produziam para fotonovelas.
No reencontro no programa de Angélica (outra que posou dezenas de vezes para a sua câmera) rolou emoção e troca de lembranças. Nas reproduções, Nilton e Luiza no estúdio da Bloch em foto publicada na revista Manchete no começo dos anos 80; e em cena no "Estrelas". São histórias e vidas profissionais entrelaçadas.
Em uma das sequências do programa, os dois recriam uma sessão de fotos, como se voltassem ao passado nos estúdios da Frei Caneca e do Russell. Uma bela matéria. Veja o vídeo. Clique AQUI
Ministério da Fazenda libera impostos para a Copa no Brasil
por Eli Halfoun
Se depender do incentivo do Ministério da Fazenda, o Brasil terá menos dificuldades financeiras para sediar a Copa do Mundo de 2014. O MF que está com o leão do imposto de renda cada vez mais feroz, resolveu ser bonzinho com a FIFA e promete dar aproximadamente meio bilhão de reais em isenções fiscais para ajudar a viabilizar a realização da Copa por aqui. Estudos otimistas mostram que a arrecadação entre este ano e 2014 com a Copa poderá chegar aos 16 bilhões, incluindo os 11billhões de impostos federais. O Ministério da Fazenda abriu caminho para que o Comitê Olímpico Internacional também pleiteie isenções fiscais para a realização dos Jogos Olímpicos de 2016. Agora vai todo mundo querer entrar nessa nova boa boca livre.
Se depender do incentivo do Ministério da Fazenda, o Brasil terá menos dificuldades financeiras para sediar a Copa do Mundo de 2014. O MF que está com o leão do imposto de renda cada vez mais feroz, resolveu ser bonzinho com a FIFA e promete dar aproximadamente meio bilhão de reais em isenções fiscais para ajudar a viabilizar a realização da Copa por aqui. Estudos otimistas mostram que a arrecadação entre este ano e 2014 com a Copa poderá chegar aos 16 bilhões, incluindo os 11billhões de impostos federais. O Ministério da Fazenda abriu caminho para que o Comitê Olímpico Internacional também pleiteie isenções fiscais para a realização dos Jogos Olímpicos de 2016. Agora vai todo mundo querer entrar nessa nova boa boca livre.
sábado, 24 de abril de 2010
Max Ernst: arte no armário
por Gonça
Está em cartaz no Masp, em Sampa, até julho, uma exposição de obras do alemão Max Ernst. Trata-se da série "Uma Semana de Bondade", que representa a criação do mundo e estava trancada em um armário desde a década de 1930. Na época, um comprador adquiriu a coleção e simplesmente guardou tudo em casa até 2008. Dois comentários: um sujeito que priva o mundo de ver obras de arte, compra, esconde em casa, e não as cede regularmente para museus, é um manézão. E, já reparou como é movimentado o cenário cultural em SP? Carioca só fica sabendo sobre várias exposições que não dão as caras no Rio. Enquanto isso, o nosso MAM prefere construir mostrengos no Aterro. Eh, beleza!
Está em cartaz no Masp, em Sampa, até julho, uma exposição de obras do alemão Max Ernst. Trata-se da série "Uma Semana de Bondade", que representa a criação do mundo e estava trancada em um armário desde a década de 1930. Na época, um comprador adquiriu a coleção e simplesmente guardou tudo em casa até 2008. Dois comentários: um sujeito que priva o mundo de ver obras de arte, compra, esconde em casa, e não as cede regularmente para museus, é um manézão. E, já reparou como é movimentado o cenário cultural em SP? Carioca só fica sabendo sobre várias exposições que não dão as caras no Rio. Enquanto isso, o nosso MAM prefere construir mostrengos no Aterro. Eh, beleza!
Preconceito? Veja o filminho
por JJcomunic
O canal Fox americano, que pertence ao milionário Rupert Murdoch, é de direita, hiperconservador, foi sempre fechado com o Bush e aposta na Sarah Palin. Isso, todo mundo sabe. A novidade é que eles não são chegados a uma modelo mais cheinha. Pelo menos, é o que a grife de lingerie Lane Bryant está reclamando. Um dos seus filmetes teria sido recusado pela Fox. A grife acha que foi por puro preconceito contra as modelos mais bem nutridas. Veja o comercial. Clique AQUI
O canal Fox americano, que pertence ao milionário Rupert Murdoch, é de direita, hiperconservador, foi sempre fechado com o Bush e aposta na Sarah Palin. Isso, todo mundo sabe. A novidade é que eles não são chegados a uma modelo mais cheinha. Pelo menos, é o que a grife de lingerie Lane Bryant está reclamando. Um dos seus filmetes teria sido recusado pela Fox. A grife acha que foi por puro preconceito contra as modelos mais bem nutridas. Veja o comercial. Clique AQUI
Memórias da redação: aconteceu na...
por Alberto Carvalho
(do livro Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou (Desiderata)
"As terças-feiras sempre foram dias tranqüilos na redação da revista Manchete. Bem ao contrário das segundas-feiras, dia do fechamento da edição da semana, quando Adolpho Bloch estava invariavelmente presente na redação e dava palpite em tudo, principalmente na foto da capa da revista e em vários outros assuntos, como a principal matéria da semana. Sem contar que o velho até mordia slides quando alguém sugeria uma foto e ele não gostasse. - "É um nojo, não é verdade isso?” - dizia Adolpho, já esperando que todos concordassem.
Mas vamos recordar aqui uma certa terça-feira que inicialmente seria como as demais: tranqüilas. Um dia depois do fechamento, quase sempre tenso, fazia-se a reunião de pauta e depois, com a equipe mais descontraída, jogava-se muita conversa fora. Falava-se do futebol de domingo ou cada um se gabava de quem teria comido quem no fim-de-semana. Em uma dessas ocasiões, estavam presentes eu (secretário de redação), os redatores Nilson Lage, Narceu de Almeida, Wilson Cunha, Mauricio Gomes Leite, José Rodolpho Câmara (colunista social) e alguns repórteres especiais. (...)
Mas quando a conversa pós-reunião de pauta estava super animada eis que o Adolpho Bloch entra redação e pergunta de cara: "Quem vai fotografar Brasília?” Silêncio geral! Ninguém sabia porque o Adolpho queria uma matéria sobre Brasília àquelas alturas dos acontecimentos. Não era aniversário da cidade, não havia uma data que merecesse um registro. (..)
- Vocês não sabiam que o Presidente JK chegará ao Rio na terça-feira e virá direto do exílio?!, esclarece Murilo Melo Filho.
Não. Ninguém sabia, pois os jornais, rádios e televisões não davam, então, destaques para notícias que envolvessem JK. Obviamente tinha dedo do governo militar. A idéia do Adolpho era mandar fotografar a capital de cabo a rabo e mostrar as fotos a JK. Um gesto de amigo, já que o Governo Federal teria proibido o ex-presidente de passar pela Capital que ele criou e sequer sobrevoar o Plano Piloto.
- Eu quero grandes fotos!!! - exclamava o Adolpho, acrescentando que JK não pudera acompanhar o crescimento da sua querida Brasília. (...) Quando o Adolpho se referia a grandes fotos ele queria dizer fotos em tamanho 6x6 da famosa RolleyFlex. Ele odiava as fotos em 35mm, achava que não havia riqueza numa foto tão pequena.
Esse papo de fotografar Brasília para o JK ver seria segredo. Adolpho não queria desagradar os homens do Governo caso eles soubessem. (...)
Chegou o dia D. O ex-Presidente ia desembarcar no Rio. E esse dia passou sem que se realizassem muitas manifestações no Rio de Janeiro. Apenas uns gatos pingados no aeroporto do Galeão. Tropas da polícia foram espalhadas pelos pontos estratégicos da cidade, onde pudesse haver algum movimento contrário à ditadura. Era uma sexta-feira sem grandes expectativas de programas com amiguinhos bebericando em algum bar.
O telefone da redação toca:
- "Alô”, eu atendo.
Alguém do outro lado com uma voz cavernosa dizia:
- Manda o Alberto vir aqui na sala do Adolpho, urgente! Era uma sala que ele ocupava todas as manhãs, no segundo andar do edifício, onde ele despachava assuntos financeiros com os diretores da área.
Aí eu pensei: O que será que eu fiz pro velho me chamar com urgência na sala dele, onde raramente chamava alguém? Aumento de salário não seria, então só podia ser espôrro!
Desci depressa e encarei o velho de frente:
- O que o sr. quer, seu Adolpho? - perguntei meio receoso.
- Prepara todo o material de Brasília que nós vamos projetá-lo para o Presidente e para a D. Sarah no apartamento deles, hoje à noite.
Dito pelo velho, feito por mim. Imediatamente chamei o Walter Firmo (autor das fotos)e começamos a selecionar o material, pondo em ordem, por temas e assuntos, como se fossemos projetar um filme, isto é: deixando as fotos de maior impacto para o fim.
Peguei o projetor Rolley, que já existia há mais de dez anos e que invariavelmente dava problemas no meio de cada projeção rotineira que eu fazia para a revista. Armamos tudo e aguardamos a ordem do "titio" para irmos juntos para o “cadafalso” caso o projetor resolvesse atrasar o nosso lado na hora h.
Já imaginou: eu e o Firmo no apartamento do Presidente, dando esse vexame? Seria o king kong do ano e as demissões do século.
Às seis horas da tarde o Adolpho partiu na frente, sozinho, para o apê do Nonô. Eu fiquei aguardando a ordem para ir no Rolls-Royce que ficou a nossa disposição, com motorista e tudo. Eu e o Firmo não sabíamos que aquela projeção seria uma surpresa para o casal. Apenas ao chegar lá, no apartamento da Av. Atlântida, é que ficamos sabendo que JK e Dona Sara nada sabiam da sessão idealizada por Adolpho. Daí tivemos que improvisar uma mesa para posicionar o projetor e descobrir uma parte vazia na parede para refletir as fotos, pois a sala de JK tinha quadros por todos os lados. Peguei uns três catálogos de telefone, botei em cima da mesa principal da sala, instalei o projetor, afastei um abajur grande, de pé, que se encontrava perto da parede e ali se improvisou uma tela genial!
Começamos a projeção. Pela ordem, na “platéia”: Juscelino, eu (operando o projetor), seu Adolpho, D. Sarah e o Firmo. Só tínhamos nós no apartamento. Parecia até uma conspiração
A cada foto, ouvia-se uma expressão de satisfação de d. Sarah. JK sempre calado. Mostramos o setor comercial da capital, ainda acanhado, o lago, as residências dos ministros, a granja do Torto, etc. A maioria das fotos em vista aérea. Quando surgiu a Catedral, D. Sarah exclamou.
- Nô, você sabia que a idéia do espelho d'água foi minha?
Nenhum comentário. Mas sei que fotos internas e externas da Catedral deslumbraram o ex-presidente. Olhei pra ele e vi uma expressão de felicidade em seu rosto. Quando surgiu a Esplanada dos Ministérios, JK fez seu primeiro comentário, em voz baixa e rouca:
- Tem muita gente ali que deveria estar na Ilha Grande. (onde havia um presídio de segurança máxima).
Adolpho concordou. As fotos foram passando: Itamaraty, Praça dos Três Poderes, o Alvorada. Olhei disfarçadamente para o lado, mais uma vez, e vi os olhos do Presidente lacrimejando. Nas fotos da rampa do Palácio e do Parlatório eu senti a mão do presidente timidamente sobre meu ombro. Ele chorava, chorava copiosamente. Como última foto da sessão, eu reservei para o Catetinho. Aí ele encostou a cabeça no meu ombro e chorou lágrimas de cachoeira sobre a minha camisa que ficou completamente ensopada. Com a foto do Catetinho ainda na tela, JK disse a segunda frase que me comoveu muito mais que as lágrimas:
- O que serei daqui por diante?
Saí do apartamento carregando o trambolho do projetor, as fotos, a camisa molhada de lágrimas, e a impressão de que havia testemunhado um simples mas comovente pedaço da história..."
(Leia este texto completo em "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou", livro lançado pela Desiderata e que é uma iniciativa do grupo de ação cultural Pão com Ovo, criado por ex-funcionários da Manchete. O Pão com Ovo, naturalmente, inspirou este blog paniscumovum)
(do livro Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou (Desiderata)
"As terças-feiras sempre foram dias tranqüilos na redação da revista Manchete. Bem ao contrário das segundas-feiras, dia do fechamento da edição da semana, quando Adolpho Bloch estava invariavelmente presente na redação e dava palpite em tudo, principalmente na foto da capa da revista e em vários outros assuntos, como a principal matéria da semana. Sem contar que o velho até mordia slides quando alguém sugeria uma foto e ele não gostasse. - "É um nojo, não é verdade isso?” - dizia Adolpho, já esperando que todos concordassem.
Mas vamos recordar aqui uma certa terça-feira que inicialmente seria como as demais: tranqüilas. Um dia depois do fechamento, quase sempre tenso, fazia-se a reunião de pauta e depois, com a equipe mais descontraída, jogava-se muita conversa fora. Falava-se do futebol de domingo ou cada um se gabava de quem teria comido quem no fim-de-semana. Em uma dessas ocasiões, estavam presentes eu (secretário de redação), os redatores Nilson Lage, Narceu de Almeida, Wilson Cunha, Mauricio Gomes Leite, José Rodolpho Câmara (colunista social) e alguns repórteres especiais. (...)
Mas quando a conversa pós-reunião de pauta estava super animada eis que o Adolpho Bloch entra redação e pergunta de cara: "Quem vai fotografar Brasília?” Silêncio geral! Ninguém sabia porque o Adolpho queria uma matéria sobre Brasília àquelas alturas dos acontecimentos. Não era aniversário da cidade, não havia uma data que merecesse um registro. (..)
- Vocês não sabiam que o Presidente JK chegará ao Rio na terça-feira e virá direto do exílio?!, esclarece Murilo Melo Filho.
Não. Ninguém sabia, pois os jornais, rádios e televisões não davam, então, destaques para notícias que envolvessem JK. Obviamente tinha dedo do governo militar. A idéia do Adolpho era mandar fotografar a capital de cabo a rabo e mostrar as fotos a JK. Um gesto de amigo, já que o Governo Federal teria proibido o ex-presidente de passar pela Capital que ele criou e sequer sobrevoar o Plano Piloto.
- Eu quero grandes fotos!!! - exclamava o Adolpho, acrescentando que JK não pudera acompanhar o crescimento da sua querida Brasília. (...) Quando o Adolpho se referia a grandes fotos ele queria dizer fotos em tamanho 6x6 da famosa RolleyFlex. Ele odiava as fotos em 35mm, achava que não havia riqueza numa foto tão pequena.
Esse papo de fotografar Brasília para o JK ver seria segredo. Adolpho não queria desagradar os homens do Governo caso eles soubessem. (...)
Chegou o dia D. O ex-Presidente ia desembarcar no Rio. E esse dia passou sem que se realizassem muitas manifestações no Rio de Janeiro. Apenas uns gatos pingados no aeroporto do Galeão. Tropas da polícia foram espalhadas pelos pontos estratégicos da cidade, onde pudesse haver algum movimento contrário à ditadura. Era uma sexta-feira sem grandes expectativas de programas com amiguinhos bebericando em algum bar.
O telefone da redação toca:
- "Alô”, eu atendo.
Alguém do outro lado com uma voz cavernosa dizia:
- Manda o Alberto vir aqui na sala do Adolpho, urgente! Era uma sala que ele ocupava todas as manhãs, no segundo andar do edifício, onde ele despachava assuntos financeiros com os diretores da área.
Aí eu pensei: O que será que eu fiz pro velho me chamar com urgência na sala dele, onde raramente chamava alguém? Aumento de salário não seria, então só podia ser espôrro!
Desci depressa e encarei o velho de frente:
- O que o sr. quer, seu Adolpho? - perguntei meio receoso.
- Prepara todo o material de Brasília que nós vamos projetá-lo para o Presidente e para a D. Sarah no apartamento deles, hoje à noite.
Dito pelo velho, feito por mim. Imediatamente chamei o Walter Firmo (autor das fotos)e começamos a selecionar o material, pondo em ordem, por temas e assuntos, como se fossemos projetar um filme, isto é: deixando as fotos de maior impacto para o fim.
Peguei o projetor Rolley, que já existia há mais de dez anos e que invariavelmente dava problemas no meio de cada projeção rotineira que eu fazia para a revista. Armamos tudo e aguardamos a ordem do "titio" para irmos juntos para o “cadafalso” caso o projetor resolvesse atrasar o nosso lado na hora h.
Já imaginou: eu e o Firmo no apartamento do Presidente, dando esse vexame? Seria o king kong do ano e as demissões do século.
Às seis horas da tarde o Adolpho partiu na frente, sozinho, para o apê do Nonô. Eu fiquei aguardando a ordem para ir no Rolls-Royce que ficou a nossa disposição, com motorista e tudo. Eu e o Firmo não sabíamos que aquela projeção seria uma surpresa para o casal. Apenas ao chegar lá, no apartamento da Av. Atlântida, é que ficamos sabendo que JK e Dona Sara nada sabiam da sessão idealizada por Adolpho. Daí tivemos que improvisar uma mesa para posicionar o projetor e descobrir uma parte vazia na parede para refletir as fotos, pois a sala de JK tinha quadros por todos os lados. Peguei uns três catálogos de telefone, botei em cima da mesa principal da sala, instalei o projetor, afastei um abajur grande, de pé, que se encontrava perto da parede e ali se improvisou uma tela genial!
Na reprodução da revista Manchete, JK na Catedral de Brasília assiste à missa de inauguração de Brasília, há 50 anos.
Eu e o Firmo fomos recebidos pelo casal como se fôssemos amigos de longo tempo. Fomos abraçados com carinho pelo casal. Isto nos deixou à vontade.Começamos a projeção. Pela ordem, na “platéia”: Juscelino, eu (operando o projetor), seu Adolpho, D. Sarah e o Firmo. Só tínhamos nós no apartamento. Parecia até uma conspiração
A cada foto, ouvia-se uma expressão de satisfação de d. Sarah. JK sempre calado. Mostramos o setor comercial da capital, ainda acanhado, o lago, as residências dos ministros, a granja do Torto, etc. A maioria das fotos em vista aérea. Quando surgiu a Catedral, D. Sarah exclamou.
- Nô, você sabia que a idéia do espelho d'água foi minha?
Nenhum comentário. Mas sei que fotos internas e externas da Catedral deslumbraram o ex-presidente. Olhei pra ele e vi uma expressão de felicidade em seu rosto. Quando surgiu a Esplanada dos Ministérios, JK fez seu primeiro comentário, em voz baixa e rouca:
- Tem muita gente ali que deveria estar na Ilha Grande. (onde havia um presídio de segurança máxima).
Adolpho concordou. As fotos foram passando: Itamaraty, Praça dos Três Poderes, o Alvorada. Olhei disfarçadamente para o lado, mais uma vez, e vi os olhos do Presidente lacrimejando. Nas fotos da rampa do Palácio e do Parlatório eu senti a mão do presidente timidamente sobre meu ombro. Ele chorava, chorava copiosamente. Como última foto da sessão, eu reservei para o Catetinho. Aí ele encostou a cabeça no meu ombro e chorou lágrimas de cachoeira sobre a minha camisa que ficou completamente ensopada. Com a foto do Catetinho ainda na tela, JK disse a segunda frase que me comoveu muito mais que as lágrimas:
- O que serei daqui por diante?
Saí do apartamento carregando o trambolho do projetor, as fotos, a camisa molhada de lágrimas, e a impressão de que havia testemunhado um simples mas comovente pedaço da história..."
(Leia este texto completo em "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou", livro lançado pela Desiderata e que é uma iniciativa do grupo de ação cultural Pão com Ovo, criado por ex-funcionários da Manchete. O Pão com Ovo, naturalmente, inspirou este blog paniscumovum)
O que vivemos? Uma demodura ou uma ditacracia?
por Gonça
Durante a ditadura, a polícia proibia greves. Na democracia pós-militares, a justiça, na prática, proibe as greves. Movido por bancadas de patrões, deputados e senadores costuraram leis que, associadas à "interpretação" de juízes, inviabilizam este instrumento legítimo dos trabalhadores. Funciona assim: as assembléias sindicais votam pela greve, ok. Quando o movimento começa a incomodar - sim, greves são feitas para incomodar ou não teriam sentido -, os patrões recorrem à justiça que, invariavelmente ou em 99,9%, decide pela ilegalidade. Há tantas condições impostas para que uma greve se torne legal que é praticamente impossível atendê-las. A partir da decisão da justiça, se mantiver a paralisação, o sindicato da categoria pode ser multado em milhões, ter seu funcionamento e sua sede ou centro recreativo, seus bens, sua sobrevivência financeira, enfim, comprometidos caso não pague as multas. Nesse mecanismo, o Estado optou claramente por uma lado da questão, de qualquer questão: o dos patrões. O trabalhador que se dane.
Por que abordo esse assunto? Por quase nada. Por, apenas, uma noticia curiosa que li há pouco: em 2006, a Vale comprou uma empresa de mineração no Canadá. Tentou, depois, mexer em direitos dos operários, como o fundo de pensão e a remuneração baseada na cotação do minério - níquel - no mercado. Resultado: 3 mil mineiros entraram em uma greve que já dura mais de 200 dias. A Vale descobriu que, sem a muleta da legislação patronal brasileira, o buraco, no Canadá, é mais em baixo. E mais gelado.
Durante a ditadura, a polícia proibia greves. Na democracia pós-militares, a justiça, na prática, proibe as greves. Movido por bancadas de patrões, deputados e senadores costuraram leis que, associadas à "interpretação" de juízes, inviabilizam este instrumento legítimo dos trabalhadores. Funciona assim: as assembléias sindicais votam pela greve, ok. Quando o movimento começa a incomodar - sim, greves são feitas para incomodar ou não teriam sentido -, os patrões recorrem à justiça que, invariavelmente ou em 99,9%, decide pela ilegalidade. Há tantas condições impostas para que uma greve se torne legal que é praticamente impossível atendê-las. A partir da decisão da justiça, se mantiver a paralisação, o sindicato da categoria pode ser multado em milhões, ter seu funcionamento e sua sede ou centro recreativo, seus bens, sua sobrevivência financeira, enfim, comprometidos caso não pague as multas. Nesse mecanismo, o Estado optou claramente por uma lado da questão, de qualquer questão: o dos patrões. O trabalhador que se dane.
Por que abordo esse assunto? Por quase nada. Por, apenas, uma noticia curiosa que li há pouco: em 2006, a Vale comprou uma empresa de mineração no Canadá. Tentou, depois, mexer em direitos dos operários, como o fundo de pensão e a remuneração baseada na cotação do minério - níquel - no mercado. Resultado: 3 mil mineiros entraram em uma greve que já dura mais de 200 dias. A Vale descobriu que, sem a muleta da legislação patronal brasileira, o buraco, no Canadá, é mais em baixo. E mais gelado.
Martinho e Noel: a Vila em dobro com canções antológicas
por Eli Halfoun
Berço de sambistas, como se dizia “nas antigas”, só a Vila Isabel poderia permitir o encontro de dois de seus filhos mais famosos, bambas da nossa música. É o que acontece no novo CD de Martinho da Vila. No novo e antológico momento musical, o compositor que carrega a Vila em seu nome artístico interpreta algumas das mais populares canções do compositor que fez a Vila estar em todo o país e em todas as bocas: Noel Rosa. A idéia de reunir o Martinho e Noel é da produtora Biscoito Fino, que lançará o CD ainda nesse semestre. Não é só a honra de interpretar Noel Rosa que está fazendo a alegria de Martinho: ele vibra também com a gravação de “Último Desejo”, acompanhado pela primeira vez por Maíra Freitas, sua filha pianista.. Pode não ser o último desejo de Martinho, mas é sem dúvida um desejo que ele tinha faz tempo. Quem ouviu garante que a gravação é pura emoção: Martinho, Maíra e Noel em uma única e sonora sintonia.
Berço de sambistas, como se dizia “nas antigas”, só a Vila Isabel poderia permitir o encontro de dois de seus filhos mais famosos, bambas da nossa música. É o que acontece no novo CD de Martinho da Vila. No novo e antológico momento musical, o compositor que carrega a Vila em seu nome artístico interpreta algumas das mais populares canções do compositor que fez a Vila estar em todo o país e em todas as bocas: Noel Rosa. A idéia de reunir o Martinho e Noel é da produtora Biscoito Fino, que lançará o CD ainda nesse semestre. Não é só a honra de interpretar Noel Rosa que está fazendo a alegria de Martinho: ele vibra também com a gravação de “Último Desejo”, acompanhado pela primeira vez por Maíra Freitas, sua filha pianista.. Pode não ser o último desejo de Martinho, mas é sem dúvida um desejo que ele tinha faz tempo. Quem ouviu garante que a gravação é pura emoção: Martinho, Maíra e Noel em uma única e sonora sintonia.
A Copa do Mundo está na CNN Internacional
por Eli Halfoun
Até que se concretize a notícia final que todos esperamos, a de que o Brasil é campeão mundial de futebol mais uma vez (é hexa, é hexa, como certamente gritará o locutor Galvão Bueno), quanto mais informações sobre a Copa do Mundo melhor. É o que a CNN Internacional oferece no especial “South África 2010” sobre a Copa .O programa será exibido nessa sexta-feira, dia 30, e entre muitas outras informações tem entrevistas com o presidente da FIFA, Joseph Blatter, com o jogador espanhol Fernando Torres e com o também, jogador alemão Michael Ballack, além de uma conversa exclusiva com o nosso até agora vitorioso técnico Dunga (aquele mesmo em quem ninguém acreditava). O especial tem como apresentador o âncora português Pedro Pinto.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Vale a pena ver: José Simão no Monkey News...
É na TV Uol. Entre outras coisas, uma 'denúncia': "Buemba, padres fizeram inferninho em Arapiroca"
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