por Niko Bolontrin
No Brasil, o melhor exemplo do sequestro do futebol pelo mercado é o Maracanã. Depois da reforma o estádio afastou o povão. E o Flamengo, por exemplo, mesmo antes da pandemia, mandou vários dos seus jogos em outras cidades, em Brasilia de preferência, longe da torcida carioca, cuja maioria não pode mesmo pagar os preços do Maracanã. O mesmo vale para as várias "arenas" espalhadas pelo país. E a TV? Em comparação com anos anteriores, cada vez menos jogos são transmitidos pelas emissoras abertas. Os clubes optam pelo pay-per-view ou pelos canais pagos que não estão ao alcance da maioria da população. Em breve ganharão mais vol ume as transmissões por sites pagos, You Tube e Facebook. Tanto que no novo mercado do futebol os estádios limitaram o público. De novo, o Maracanã é um exemplo, o outrora gigante pode receber apenas 60 a 70 mil pessoas. O jogo recorde do velho estádio foi um Brasil x Paraguai, em 1969, com uma plateia de mais de 200 mil torcedores. Os personagens populares folclóricos que animavam a geral também são elementos do passado. A plateia agora é gourmet, criada nos playgrounds da geração condomínio. E, como se vê na faixa acima, o fenômeno é mundial. Apesar de ser um mercado poderoso e ter uma população com melhor poder aquisitivo, também há desigualdade na Europa. Nem todos das periferias podem bancar o custo de ver os melhores e mais caros jogadores do mundo.
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