Não se sabe ainda a motivação, se provocativa ou marqueteira, nem quem são os autores da edição falsa. Especulava-se desde que era obra de manifestantes contrários ao governo, de coxinhas que querem "criminalizar" métodos de movimentos sociais e até que o "jornal" faria parte de uma campanha contra fake news.
O fato é que o Globo se queixou à polícia pelo uso da sua marca e pediu abertura de inquérito para identificar os responsáveis.
Reproduções/Web |
A edição falsa do Globo também publica "anúncios" da Odebrechet garantindo que vai entregar todo mundo e comunica aos leitores o "fim" da revista Veja.
Sem comparar objetivos ou intenções, publicar notícias falsas em clima de 1° de Abril já foi uma tradição em jornais europeus e norte-americanos. Até hoje, um ou outro jornal ainda publica "notícias" falsas, geralmente bem-humoradas, no Dia da Mentira.
Ontem, jornais escandinavos, entre eles os suecos Smålandsposten, Dalarnas Tidningar e Västerbottens-Kuriren, anunciaram em sites que este ano quebrariam a tradição e não publicariam notícias-piadas em função do novo e condenável fenômeno de propagação de fake news. Um dos argumentos é que a internet acaba reproduzindo a brincadeira em compartilhamentos que acabam se transformando em "verdades". Alguns jornais regionais, contudo, mantêm a tradição, que, aliás, vem de longe.
Mesmo sendo outra história, vale citar um caso onde o espírito foi o mesmo. Em 1938, Orson Welles apavorou os Estados Unidos com um programa de rádio que simulava um ataque extraterrestre. "A invasão dos marcianos" era uma peça de radioteatro mas os ouvintes da CBS não foram avisados da ficção. No dia seguinte, o título do Daily News resumia o pânico: "Guerra falsa no rádio espalha terror pelos Estados Unidos". Mas aquela não foi uma brincadeira de primeiro de abril: a invasão fake de Welles foi ao ar em 30 de outubro de 1938.
Veja, abaixo, com informações e reproduções do hoaxes.org, algumas edições falsas e históricas de jornais que fizeram pegadinhas com seus leitores.
Thomas Edison inventava tanta coisa que o New York Graphic noticiou que ele criou uma máquina capaz de transformar terra em cereal. |
O jornal Madison Capital Times simulou, em 1933, a destruição do Capitólio de Wisconsin |
Em 1969, o Daily Journal, Illinois, publicou na primeira página a falsa aterrissagem de uma cápsula soviética na cidade de Kankakee. |
Em 1986, Le Parisien revelou que a Torre Eiffel seria levada para a Euro Disney. Pior: que lá seria desmontada e as ferragens utilizadas na construção de um estádio. |
5 comentários:
É cada vez mais difícil saber o que é fake e o que é real
E essa grande perca de tempo em gracinhas inúteis que acabam iludindo os ignorantes em política. Perca de tempo e de dinheiro. Não será desta maneira que se vencerá a posição ou a oposição. A mentira leva a caminhos tortos que se perdem no espaço.
Hoje com os computadores e os recursos gráficos existentes pode-se criar qualquer situação visual que consegue iludir e enganar – pelo menos aqui no Brasil – o leigo e aqueles que vivem fora da realidade.
Isso não foi brincadeira foi uso desonesto de uma marca que pertence a um jornal sério.
Tão bom que fosse verdade
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