sábado, 1 de abril de 2017

1° de abril - Edição falsa do Globo anuncia renúncia de Temer, eleições diretas e o fim da revista Veja






Bom demais para ser verdade? O ilegítimo faz as malas, volta pra casa e o Brasil ganha Diretas-Já para, mais uma vez, virar a página de um golpe. Deputados passam a receber salário mínimo. Foi o que anunciou, entre outras matérias, uma edição falsa do Globo em formato tabloide, com oito páginas, distribuída ontem, véspera de 1° de Abril, em algumas estações de metrô e esquinas de São Paulo.

Não se sabe ainda a motivação, se provocativa ou marqueteira, nem quem são os autores da edição falsa. Especulava-se desde que era obra de manifestantes contrários ao governo, de coxinhas que querem "criminalizar" métodos de movimentos sociais e até que o "jornal" faria parte de uma campanha contra fake news.

O fato é que o Globo se queixou à polícia pelo uso da sua marca e pediu abertura de inquérito para identificar os responsáveis.


Reproduções/Web

A edição falsa do Globo também publica "anúncios" da Odebrechet garantindo que vai entregar todo mundo e comunica aos leitores o "fim" da revista Veja.

Sem comparar objetivos ou intenções, publicar notícias falsas em clima de 1° de Abril já foi uma tradição em jornais europeus e norte-americanos. Até hoje, um ou outro jornal ainda publica "notícias" falsas, geralmente bem-humoradas, no Dia da Mentira.

Ontem, jornais escandinavos, entre eles os suecos Smålandsposten, Dalarnas Tidningar e Västerbottens-Kuriren, anunciaram em sites que este ano quebrariam a tradição e não publicariam notícias-piadas em função do novo e condenável fenômeno de propagação de fake news. Um dos argumentos é que a internet acaba reproduzindo a brincadeira em compartilhamentos que acabam se transformando em "verdades". Alguns jornais regionais, contudo, mantêm a tradição, que, aliás, vem de longe.

Mesmo sendo outra história, vale citar um caso onde o espírito foi o mesmo. Em 1938, Orson Welles apavorou os Estados Unidos com um programa de rádio que simulava um ataque extraterrestre. "A invasão dos marcianos" era uma peça de radioteatro mas os ouvintes da CBS não foram avisados da ficção.  No dia seguinte, o título do Daily News resumia o pânico: "Guerra falsa no rádio espalha terror pelos Estados Unidos". Mas aquela não foi uma brincadeira de primeiro de abril: a invasão fake de Welles foi ao ar em 30 de outubro de 1938.

Veja, abaixo, com informações e reproduções do hoaxes.org, algumas edições falsas e históricas de jornais que fizeram pegadinhas com seus leitores.

Thomas Edison inventava tanta coisa que o New York Graphic
noticiou que ele criou uma máquina capaz de transformar terra em cereal. 


Em 1923, o NYT revelou que os soviéticos haviam descoberto uma maneira
 de aproveitar a energia das tempestades e furacões e, com isso,
enviar objetos a longa distância, além de obter energia elétrica. 


O jornal Madison Capital Times simulou, em 1933, a destruição
do Capitólio de Wisconsin 

Em 1969, o Daily Journal, Illinois, publicou na primeira página a falsa aterrissagem
de uma cápsula soviética na cidade de Kankakee. 
Em 1986, Le  Parisien revelou que a Torre Eiffel seria levada para a Euro Disney.
Pior: que lá seria desmontada e as ferragens utilizadas na construção de um estádio. 


5 comentários:

Wilson disse...

É cada vez mais difícil saber o que é fake e o que é real

J.A.Barros disse...

E essa grande perca de tempo em gracinhas inúteis que acabam iludindo os ignorantes em política. Perca de tempo e de dinheiro. Não será desta maneira que se vencerá a posição ou a oposição. A mentira leva a caminhos tortos que se perdem no espaço.

J.A.Barros disse...

Hoje com os computadores e os recursos gráficos existentes pode-se criar qualquer situação visual que consegue iludir e enganar – pelo menos aqui no Brasil – o leigo e aqueles que vivem fora da realidade.

Rolim disse...

Isso não foi brincadeira foi uso desonesto de uma marca que pertence a um jornal sério.

Dora disse...

Tão bom que fosse verdade