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Reprodução You Tube |
Quando sobe nos palanques das manifestações da direita, o ex-humorista Marcelo Madureira faz o tipo agressivo, costuma estimular o conflito, tenta despertar as massas com xingamentos e intimidar adversários com um grito de guerra próprio das encaradas dos octógonos: "Não tenho medo de você".
Ontem, Madureira resolveu fazer uma performance no meio dos protestos contra as reformas trabalhista e previdenciária. Levou câmera e microfone para produzir um vídeo para seu canal no You Tube.
O ex-humorista pretendia zoar com o protesto. Junto com o currículo da figura, a provocação funcionou e alguns manifestantes tentaram expulsá-lo da área. Ele insistiu, os ânimos se acirraram, os mais exaltados empurraram o sujeito - ele preferiu não encarar ninguém, ao contrário do que promete nos palanques -, que foi embora sob vaias e gritos de "golpista", "fascista", "canalha", além de "elogios" aos seus ancestrais.
A violência não se justifica, mas parece ter sido isso, com a devida repercussão, o que Madureira foi buscar no meio de uma multidão que está longe de pensar como o ex-global e claramente protestava contra tudo o que ele representa no Planeta Temer. Seu cinegrafista filma o 'case' o tempo todo e chega a orientar o seu posicionamento para uma tomada "de ação" com manifestantes enquadrados ao fundo, algo ao estilo dos filmes encomendados por Goebbels, o ministro da Propaganda de Hitler, que tinha como um dos seus princípios midiáticos transformar adversários em "símbolos de má índole" e retratá-los como "vulgares e ordinários". Um marketing político que deu no que deu.
O Centro do Rio, ontem, não era exatamente uma praça da alegria. Havia tensão, a polícia disparava balas de borracha, gás e bombas de efeito moral, havia indignação e revolta. Madureira não era um transeunte a caminho de um encontro com Bolsonaro ou outro dos seus líderes, como Aécio Neves, para quem fez campanha, Ele conscientemente foi à manifestação fazer um ato político. Sendo uma espécie de representação ambulante dos alvos do protesto, infiltrou-se e conseguiu o que queria: incorporar um novo personagem humorístico que atende pela alcunha de "mártir do neoliberalismo".
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