sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Manchete acontece nas estantes... Leia no jornal Valor


A propósito do lançamento do livro "Memórias de um Sobrevivente: A Verdadeira História da Ascensão e Queda da Manchete", o jornal Valor publica uma matéria sobre o assunto e uma entrevista com o autor do livro, Arnaldo Niskier. O texto destaca uma particularidade: a trajetória e o fim da Manchete, da TV e das demais revistas da extinta Bloch tem inspirado vários livros com enfoques diferenciados. Do "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", passando pelo "Irmãos Karamabloch", "Rede Manchete, aconteceu virou história", "Seu Adolpho Bloch" e, agora, a obra assinada por Arnaldo Niskier. E vem mais por aí: universitárias de São Paulo preparam um livro sobre a escola de fotografia que a Manchete representou para gerações de profissionais. O sucesso, o fim surpreendente e dramático e os bastidores de um dos maiores impérios editoriais do Brasil exercem um forte fascínio sobre leitores, jornalistas, estudantes de comunicação e pesquisadores. Aconteceu, virou literatura.

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"Uma revista e seu dono"
Por Matías M. Molina | Para o Valor, de São Paulo
Adolpho Bloch e Juscelino Kubitschek na piscina do Copacabana Palace, em dezembro de 1970: sempre muito amigos, mesmo depois da cassação dos direitos políticos do ex-presidente
Para Samuel Wainer, Adolpho Bloch, o editor da revista "Manchete", era "apenas um gráfico", "um gráfico excepcional, que até contribuiu para o embelezamento das publicações brasileiras. Mas só. Na história da imprensa em nosso país, Bloch é um acidente, um erro de revisão."
Apesar da opinião pouco lisonjeira de Wainer, Bloch e suas empresas jornalísticas ainda são lembradas e foram objeto de vários livros nos últimos anos, num país em que são raras as obras sobre a imprensa - embora não tantos como os dedicados ao próprio Wainer e seu jornal "Última Hora".
Há quatro anos foram lançadas três obras. "Aconteceu na Manchete: As Histórias que Ninguém Contou", uma coletânea de reminiscências de jornalistas que lá trabalharam. Arnaldo Bloch publicou "Os Irmãos Karamabloch: Ascensão e Queda de um Império Familiar", em que expõe, com inesperada candura, as ambições, emoções e relações conflituosas de uma família disfuncional - "solidamente unida pela desunião", segundo Otto Lara Resende. Mostra também a figura carismática, voluntariosa, intempestiva, rigorosa, centralizadora, complexa e arbitrária de Adolpho Bloch. A expressão Karamabloch, numa referência aos "Irmãos Karamazov" de Dostoiévski, também do fazedor de frases Otto Lara Resende, resume bem o conteúdo do livro. Ainda em 2008 foi lançada "Rede Manchete: Aconteceu, Virou História", sobre o desastroso e curto período de vida da TV Manchete.
Em 2012 foram publicadas as "Memórias de Um Sobrevivente: A Verdadeira História da Ascensão e Queda da Manchete", de Arnaldo Niskier, jornalista que trabalhou nas Empresas Bloch, ex-secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Como livro de memórias, não faltam referências ao autor. Fica-se sabendo que ele foi "sempre o primeiro aluno da turma, jamais passando de ano com média inferior a nove", que do segundo para o terceiro ano ginasial sua "média global bateu o recorde de 9,6, e só não foi mais alta por causa de uma matéria". Que "eu era o mais jovem professor catedrático do Brasil". E que na revista "Manchete Esportiva" "havia dois repórteres em condições de fazer a cobertura daquela Copa (na Suécia em 1958), Nei Bianchi e eu". Ele também lembra o dia em que foi "homenageado por motivo de minha posse na presidência da Academia Brasileira de Letra" e como, nesse mesmo dia, um discurso mencionou "o meu passado de dificuldades extremas".
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3 comentários:

debarros disse...

QUEM FAZ A HISTÓRIA SÃO OS HISTORIADORES.

Boa Ideia disse...

A propósito das universitárias de São Paulo que preparam livro sobre a escola de fotografia que a Manchete representou, alguma notícia sobre o desaparecido acervo de fotos?

Gonça disse...

Infelizmente nada muito animador, Boa Ideia. Existe um processo em andamento (por parte de fotógrafos e do sindicato dos Jornalistas). Em função dessa ação, a Justiça embargou a comercialização do arquivo até o fim do processo. Os fotógrafos pedem acesso aos seus materiais também a anulação do leilão. Mas até agora, segundo informam os fotógrafos, o acervo não foi localizado nem vistoriado, não se sabe em que condições está. Enquanto isso, embora alertadas, instituições responsáveis pela memória cultural do país se omitem.