A partir de abril, haverá mudanças na Globo News. André Trigueiro, que há 15 anos comanda o Jornal das Dez, passará a se dedicar exclusivamente à reportagem na Rede Globo, preferencialmente no ‘Jornal Nacional’, e a uma coluna sobre sustentabilidade, sua especialidade, no ‘Jornal da Globo’.
O jornalista também continuará a apresentar o programa ‘Cidades e Soluções’, da Globo News. “Há 15 anos Trigueiro brilha no Jornal das Dez, período em que foi peça fundamental para consolidar o telejornal como o de maior prestígio em toda a TV por assinatura, diz Carlos Henrique Schroder, diretor-geral de Jornalismo e Esporte. ”
Em suas novas funções, Trigueiro terá também um papel de destaque na cobertura da Rio+20, graças à sua grande experiência em sustentabilidade. “Há alguns meses, estimulado pelas muitas alterações na DGJE, com mudanças de âncoras no SP TV, no Bom Dia Brasil e no Jornal Nacional, além de modificações nas equipes de edição do JG e Bom Dia Brasil, nas chefias de redação de Rio e São Paulo, na direção de jornalismo de Brasília e na estrutura das diretorias-executivas da CGJ, André Trigueiro me procurou e ao Ali inquieto também para mudar”, contou Schroder num e-mail que enviou a toda a redação. “Nossas conversas foram freqüentes, porque não é fácil aceitar mudar o que está dando certo. No fim, porém, percebi que essa vontade dele, com a garra que ele tem, só poderia render bons frutos”, concluiu Schroder no email.Para o lugar de Trigueiro, Mariana Godoy, que já ancorava as notícias de São Paulo no próprio ‘Jornal das Dez’, assume a apresentação. “Mariana dispensa apresentações: por onde passou – jornalismo local e de rede em São Paulo – sempre superou todas as expectativas. À frente do Jornal das Dez, não será diferente, mostrando a jornalista preparada, bem informada e carismática que é”, afirma Schroder Renata Lo Prete, comentarista de política também do 'Jornal das Dez', passa a integrar exclusivamente os quadros da Globo News, em São Paulo, dedicando-se ao jornal e outros projetos do canal. “Quando veio se juntar ao time de comentaristas da Globo News, impressionou pela adaptação rápida ao novo veículo. Em pouco tempo, demonstrou que estava tão preparada para o vídeo como, antes, para o jornal impresso. Nas novas funções, com certeza vai brilhar também”, avalia Schroder.O atual editor-chefe do ‘Jornal das Dez’, Marcelo Lins, passa a integrar a área de programas da Globo News. “Lins é um profissional que prima pelo acabamento e pelo faro para a notícia. Tenho certeza de que será um reforço enorme à equipe de programas”, afirmou Schroder. Em seu lugar, assume David Butter. Butter já foi editor do próprio ‘Jornal das Dez’, editor de internacional do ‘Jornal da Globo’ e implantou com grande sucesso o G1 São Paulo. Sua carreira o habilita a assumir o desafio de unir duas mídias irmãs: a televisão “all news” e um portal de notícias de internet. “Nessa nova missão, tenho certeza de que fará com que o Jornal das Dez continue inovando em formatos e conteúdos, como fez desde que entrou no ar pela primeira vez, concluiu Schroder.
Fonte: Central Globo de Comunicação - Rio de Janeiro
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
O lado bem humorado do carnaval que passou
por Eli Halfoun
Está começando tudo outra vez: o carnaval de 2012 sai de cena e o de 2013 pede passagem. A festa que acabou deixa entre muitas outras coisas,o bom humor.
1 - O silicone foi sem dúvida a presença mais abundante e marcante do carnaval, especialmente no desfile das escolas de samba. Se todo o gel ali reunido derramasse era bem capaz de alguém morrer afogado. É claro que diante de tantos redondos holofotes femininos, o Sambódromo passou a ser chamado pelos foliões de ”Vale do Silicone”, uma referência ao "Vale do Silício". É muito mais do que um vale: é um mar de silicone, que se retirado durante o desfile deixaria muitos peitos e bundas órfãos e espalhados no meio da pista.
2 - A disputa, às vezes até financeira, para ocupar o hoje importante e cobiçado posto de madrinha de bateria de uma escola de samba já é um dos quesitos (vai acabar valendo pontuação) mais comentados do carnaval, mas pouca gente sabe ou lembra que essa história de madrinha de bateria tem uma pioneira: é Monique Evans que inaugurou o posto em 1985 na Mangueira. Outra pioneira do carnaval é Enoli Lara, primeira modelo-passista a fazer nu frontal durante o desfile. Foi em 1989 na União da Ilha. Hoje, embora todas e todos estejam quase nus o nu frontal em escola de samba é proibido. Pelo menos durante o desfile.
3 - O bom humor é importante tempero para fazer mais alegre o carnaval. É claro que o bem-humorado folião foi, como sempre, uma presença constante em muitos blocos. No bloco pernambucano Quanta Ladeira, o bom humor se fez presente com paródias musicais, que são uma das características do bloco. Esse ano a brincadeira mais cantada foi a paródia de “Aquele Abraço”, de Gilberto Gil. A música ganhou letra brincalhona (mas nem tanto) com destaque para esse verso: “Alô Vítor Fasano/Aquele é macho/ Alô Maria Gadú/ Aquela é macho/ Alô Fafá de Belém/ Essa quer macho”. Ao que se saiba até agora nenhum dos digamos homenageados se sentiu ofendido com a versão musical. Afinal, era carnaval e tudo pode e deve ser levado na brincadeira. (Eli Halfoun)
Está começando tudo outra vez: o carnaval de 2012 sai de cena e o de 2013 pede passagem. A festa que acabou deixa entre muitas outras coisas,o bom humor.
1 - O silicone foi sem dúvida a presença mais abundante e marcante do carnaval, especialmente no desfile das escolas de samba. Se todo o gel ali reunido derramasse era bem capaz de alguém morrer afogado. É claro que diante de tantos redondos holofotes femininos, o Sambódromo passou a ser chamado pelos foliões de ”Vale do Silicone”, uma referência ao "Vale do Silício". É muito mais do que um vale: é um mar de silicone, que se retirado durante o desfile deixaria muitos peitos e bundas órfãos e espalhados no meio da pista.
2 - A disputa, às vezes até financeira, para ocupar o hoje importante e cobiçado posto de madrinha de bateria de uma escola de samba já é um dos quesitos (vai acabar valendo pontuação) mais comentados do carnaval, mas pouca gente sabe ou lembra que essa história de madrinha de bateria tem uma pioneira: é Monique Evans que inaugurou o posto em 1985 na Mangueira. Outra pioneira do carnaval é Enoli Lara, primeira modelo-passista a fazer nu frontal durante o desfile. Foi em 1989 na União da Ilha. Hoje, embora todas e todos estejam quase nus o nu frontal em escola de samba é proibido. Pelo menos durante o desfile.
3 - O bom humor é importante tempero para fazer mais alegre o carnaval. É claro que o bem-humorado folião foi, como sempre, uma presença constante em muitos blocos. No bloco pernambucano Quanta Ladeira, o bom humor se fez presente com paródias musicais, que são uma das características do bloco. Esse ano a brincadeira mais cantada foi a paródia de “Aquele Abraço”, de Gilberto Gil. A música ganhou letra brincalhona (mas nem tanto) com destaque para esse verso: “Alô Vítor Fasano/Aquele é macho/ Alô Maria Gadú/ Aquela é macho/ Alô Fafá de Belém/ Essa quer macho”. Ao que se saiba até agora nenhum dos digamos homenageados se sentiu ofendido com a versão musical. Afinal, era carnaval e tudo pode e deve ser levado na brincadeira. (Eli Halfoun)
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Campeã Unidos da Tijuca mostra a força de um bairro que soube aprender as boas lições do subúrbio
por Eli Halfoun
Inevitável: muita gente irá contestar ao campeonato da Unidos da Tijuca, mas será o tal de “reclamar só por reclamar”: a vitória da Unidos da Tijuca é merecida, resultado de um desfile incontestável em beleza e criatividade que, aliás, tem sido a marca registrada do carnavalesco Paulo Barros que se impõe em renovação como o novo Joãosinho Trinta da nova e ótima geração de carnavalescos. Outro ponto positivo para a Unidos da Tijuca é que a escola consegue a simpatia de torcedores de todas as outras escolas. Se fosse no futebol poderíamos dizer tranquilamente que a Unidos da Tijuca é o segundo time de todo mundo, como o América tem sido no futebol. Detalhe importante que chama atenção no resultado desse ano é que três escolas praticamente vizinhas (Unidos da Tijuca, Salgueiro e Vila Isabel) brilharam de ponta a ponta. Parece que ficou para trás a velha lenda de que escola boa é a que nasce e vive no subúrbio. É verdade que foram elas, as escolas do subúrbio, que nos ensinaram muito (quase tudo) e o bairro Tijuca (incluindo o vizinho de porta Vila Isabel) aprendeu as lições com louvor. Agora a Tijuca é que está ensinando. (Eli Halfoun
Inevitável: muita gente irá contestar ao campeonato da Unidos da Tijuca, mas será o tal de “reclamar só por reclamar”: a vitória da Unidos da Tijuca é merecida, resultado de um desfile incontestável em beleza e criatividade que, aliás, tem sido a marca registrada do carnavalesco Paulo Barros que se impõe em renovação como o novo Joãosinho Trinta da nova e ótima geração de carnavalescos. Outro ponto positivo para a Unidos da Tijuca é que a escola consegue a simpatia de torcedores de todas as outras escolas. Se fosse no futebol poderíamos dizer tranquilamente que a Unidos da Tijuca é o segundo time de todo mundo, como o América tem sido no futebol. Detalhe importante que chama atenção no resultado desse ano é que três escolas praticamente vizinhas (Unidos da Tijuca, Salgueiro e Vila Isabel) brilharam de ponta a ponta. Parece que ficou para trás a velha lenda de que escola boa é a que nasce e vive no subúrbio. É verdade que foram elas, as escolas do subúrbio, que nos ensinaram muito (quase tudo) e o bairro Tijuca (incluindo o vizinho de porta Vila Isabel) aprendeu as lições com louvor. Agora a Tijuca é que está ensinando. (Eli Halfoun
São Paulo: o triste fim de uma festa alegre e bonita
por Eli Halfoun
Eu poderia dizer, como disseram todos, que foi lamentável o tumulto que fez um carnaval de violência e vandalismo a apuração do desfile das escolas de samba de São Paulo. Prefiro dizer que foi uma pena um único torcedor (não se pode chamar aquilo de sambista e nem de torcedor) ter jogado praticamente no lixo todo o esforço de milhares de pessoas que deram aos paulistas um desfile luxuoso e que pretendia acabar com a lenda de que “São Paulo é o túmulo do samba”. Parece que voltará ser e não só do samba, mas de um vandalismo, como se viu nas imagens ao vivo da TV Globo, inconsequente, absurdo e até assassino. O mais triste é que uma única pessoa tenha conseguido incitar centenas de pessoas a praticarem atos que nada tem a ver com a alegria do carnaval. A polícia paulista identificou o torcedor exaltado que deve ser repudiado por todos os paulistas que há anos tentam fazer grandes desfiles para também colocar São Paulo no mapa turístico do carnaval brasileiro. (Eli Halfoun)
Eu poderia dizer, como disseram todos, que foi lamentável o tumulto que fez um carnaval de violência e vandalismo a apuração do desfile das escolas de samba de São Paulo. Prefiro dizer que foi uma pena um único torcedor (não se pode chamar aquilo de sambista e nem de torcedor) ter jogado praticamente no lixo todo o esforço de milhares de pessoas que deram aos paulistas um desfile luxuoso e que pretendia acabar com a lenda de que “São Paulo é o túmulo do samba”. Parece que voltará ser e não só do samba, mas de um vandalismo, como se viu nas imagens ao vivo da TV Globo, inconsequente, absurdo e até assassino. O mais triste é que uma única pessoa tenha conseguido incitar centenas de pessoas a praticarem atos que nada tem a ver com a alegria do carnaval. A polícia paulista identificou o torcedor exaltado que deve ser repudiado por todos os paulistas que há anos tentam fazer grandes desfiles para também colocar São Paulo no mapa turístico do carnaval brasileiro. (Eli Halfoun)
Jennifer Lopez azedou a cerveja do camarote da Brahma
por Eli Halfoun
É possível acreditar em um produto quando quem o anuncia diz clara e repetidamente que não curte o que está anunciando, ou seja, a qualidade que não conhece? A presença de Jennifer Lopez que recebeu cachê de 2 milhões de dólares para dar pinta no camarote da Brahma e ensinar rebolando o verbo “sapucar” pode ter rendido boas fotos com o nome do produto atrás de seu sorriso, mas seu testemunho foi dinheiro jogado fora. Sincera (e certamente já com o dinheiro na conta, a atriz e cantora repetiu em todas as entrevistas que “não é de beber cerveja”. Além de um desrespeito com o anunciante que bancou seu milionário cachê foi um desrespeito com sua própria imagem e com o público: se não é “de beber cerveja” porque aceitou fazer justamente anúncio de uma cerveja? Dinheiro é importante, mas trabalhar com pelo menos um mínimo de verdade é muito mais. Resumindo: ela nos faz de trouxas. Se quiser a Brahma pode mostrar que de trouxas não temos nada: basta fazê-la gravar um comercial dizendo: “não sou de beber cerveja, mas quando bebo escolho a melhor”. Cabe também anúncio impresso com o recorte das declarações e a frase Jennifer Lopez não é de beber cerveja, mas quando bebe escolhe a melhor. (Eli Halfoun)
É possível acreditar em um produto quando quem o anuncia diz clara e repetidamente que não curte o que está anunciando, ou seja, a qualidade que não conhece? A presença de Jennifer Lopez que recebeu cachê de 2 milhões de dólares para dar pinta no camarote da Brahma e ensinar rebolando o verbo “sapucar” pode ter rendido boas fotos com o nome do produto atrás de seu sorriso, mas seu testemunho foi dinheiro jogado fora. Sincera (e certamente já com o dinheiro na conta, a atriz e cantora repetiu em todas as entrevistas que “não é de beber cerveja”. Além de um desrespeito com o anunciante que bancou seu milionário cachê foi um desrespeito com sua própria imagem e com o público: se não é “de beber cerveja” porque aceitou fazer justamente anúncio de uma cerveja? Dinheiro é importante, mas trabalhar com pelo menos um mínimo de verdade é muito mais. Resumindo: ela nos faz de trouxas. Se quiser a Brahma pode mostrar que de trouxas não temos nada: basta fazê-la gravar um comercial dizendo: “não sou de beber cerveja, mas quando bebo escolho a melhor”. Cabe também anúncio impresso com o recorte das declarações e a frase Jennifer Lopez não é de beber cerveja, mas quando bebe escolhe a melhor. (Eli Halfoun)
Uma manhã sem fim na Rede TV que está no fim
por Eli Halfoun
É preciso reconhecer e fazer justiça com a Rede TV: não há (nunca houve) nenhum programa na televisão brasileira (e até mundial) que seja mais fiel ao seu título do que o “Manhã Maior” que Daniela Albuquerque e Regina Volpato apresentam na caloteira emissora de Amilcare Dallevo. Não é exatamente a maior, mas é sem dúvida a mais longa manhã do mundo: o programa começa a ser exibido pela manhã e é reprisado várias vezes ao dia, até porque ao que tudo indica não demora muito será o único programa da emissora já que uma de suas apresentadoras pode perfeitamente ficar com os salários atrasados e até abrir mão dele. Sem trabalhar e sem sair de casa ela receberá muito mais, mas certamente não dispensará a oportunidade de aparecer em quase todos os programas da emissora. (Eli Halfoun)
É preciso reconhecer e fazer justiça com a Rede TV: não há (nunca houve) nenhum programa na televisão brasileira (e até mundial) que seja mais fiel ao seu título do que o “Manhã Maior” que Daniela Albuquerque e Regina Volpato apresentam na caloteira emissora de Amilcare Dallevo. Não é exatamente a maior, mas é sem dúvida a mais longa manhã do mundo: o programa começa a ser exibido pela manhã e é reprisado várias vezes ao dia, até porque ao que tudo indica não demora muito será o único programa da emissora já que uma de suas apresentadoras pode perfeitamente ficar com os salários atrasados e até abrir mão dele. Sem trabalhar e sem sair de casa ela receberá muito mais, mas certamente não dispensará a oportunidade de aparecer em quase todos os programas da emissora. (Eli Halfoun)
Deu Unidos da Tijuca. Olha só o placar final
Aqui ninguém rasga notas de jurados: o jornal Globo fica com o estandarte da melhor cobertura do Carnaval carioca
Não é novidade. No ano passado, neste mesmo espaço, citei a edição de Carnaval do Globo como a melhor na passarela da mídia. Disparada. À impressionante agilidade dos cadernos que vão para as bancas na segunda e na terça, soma-se este, de quarta-feira de Cinzas, no qual, sem prejuízo da velocidade, o equlíbrio entre informação, análise e fotos é um ponto forte. Basta dar uma olhada no expediente e verificar a equipe que trabalhou no carnaval para entender que as páginas não são obra do acaso. A ala de fotógrafos, editores e repórteres é experiente, é do ramo. Cesar Tartaglia, Aydano André Motta, Antonio Werneck, Carter Anderson, Vera Araújo, Claudio Nogueira, Jorge Antonio Barros, Mauro Ventura, Cláudia Amorim, os fotógrafos Gabriel de Paiva, Ana Branco, Marcelo Theobald, Custódio Coimbra, Guilherme Pinto, Marcelo Carnaval, Simone Marinho, Ivo Gonzalez, entre outros, mandaram bem. Em um tempo em que o marketing parece pautar muitas coberturas (vi jornais que publicaram apenas ou preferencialmente os blocos cariocas patrocinados por uma cervejaria), o Globo não tirou o foco da atração principal, o fator que leva milhares de cariocas e turistas à Marquês de Sapucaí: as escolas de samba. Que, a propósito, chegaram antes dos marqueteiros e promoters. A Portela nasceu em 1923 e passou na avenida este ano comemorando seus 89 aninhos; a Mangueira é de 1928; a Unidos da Tijuca, com o retrofit da modernidade de Paulo Barros, é de 1931; mesmo a Beija-Flor, saudada como novidade nos anos 70, quando ganhou o título pela primeira vez, é de 1948. Respeito, portanto, elas têm estrada. O que não impede de incorporar à cobertura, sem que uma coisa exclua a outra, as celebridades e até as sub-celebridades sanzonais que transitam na Sapucaí. Já fazem parte do espetáculo. E estão lá devidamente registradas com ou sem camisetas promocionais, em um "cercadinho vip", à parte, na coluna Gente Boa, de Joaquim Ferreira dos Santos, que se transfere durante do Carnaval do Segundo Cadermo para o bloco das edições especiais. Por falar em bloco, o carnaval de rua mereceu três páginas na edição desta quarta e muitas outras mais nos cadernos anteriores do Globo. São o novo fenômeno do carnaval carioca. Blocos como 2,3 milhões de foliões, como o recordista mundial Cordão da Bola Preta, sem os tais abadás baianos de privatização das ruas, (e que assim permaneçam), ou ou mais de cem mil do Simpatia em cada um dos seus dois desfiles; irreverência e animação para todos os gostos no Carmelitas, Boitatá, Empolga às Nove, Banda de Ipanema, Imprensa Que Eu Gamo, Monobloco e centenas de outros. Quer mais? É incalculável a multidão levada às ruas atrás de marchinhas e sambas. Em uma semana e meia, por baixo, somando-se os números divulgados de cada bloco, o total ultrapassaria os dez milhões de foliões. Há alguns anos dizia-se que o Rio tinha um carnaval de platéia, para se assistir, restrito ao Sambódromo. Embora isso não fosse totalmente verdadeiro, a maioria do blocos que aí estão resistia e nunca deixou de sair, o fato é que não davam esse ibope todo (o que aliás, muita gente, especialmente os "locais", preferia). Dizem que as redes sociais e os aparelhos celulares são responsáveis pela bombada. Pode ser. Fica fácil marcar encontro, saber "qual é a boa", sair de um bairro e ir para outro encontrar amigos etc. Mas acho que um dos fatores principais é uma palavrinha antiga: a paquera. A praça General Osório, por exemplo, virou point da azaração com bateria ou sem bateria mas com duas alegorias que a garotada não dispensava: vodca e energético, os "musos" deste Carnaval. O outro fator, pode crer, é o metrô. Moro perto de uma estação e andei de metrô, sei do que estou falando. E você viu mais gente fantasiada nas ruas? Eu também. E arrisco um palpite. Quem conhece o subúrbio do Rio, sabe que brincar o carnaval fantasiado - e não falo apenas dos bate-bola - é tradição que se manteve em vários bairros enquanto praticamente desaparecia da Zona Sul, com exceção de blocos como o Boitatá. Pois este ano, os fantasiados - no embalo dos milhares de jovens dos bairros mais distantes que o metrô trazia para as praças e praias da ZS - voltaram com força plena e coloriram ainda mais as ruas da cidade. Melhor para o carnaval.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Um prêmio é pouco. Todas as escolas são campeãs
por Eli Halfoun
Depois de ter passado 20 anos cobrindo o desfile das escolas de samba como repórter ou editor confesso que hoje prefiro acompanhar o maravilhoso espetáculo pela televisão, ainda mais agora que a tecnologia os nos oferece imagens quase cinematográficas. É verdade que não me surpreendo tanto assim com o que a escolas apresentam porque sei que o luxo e a criatividade estarão presentes e em todas as escolas no imenso e popular palco do Sambódromo. O que ainda me surpreende é saber que “meia dúzia” de jurados, que evidentemente podem cometer injustiças, apontará uma campeã, ou seja, julgará um intenso trabalho realizado durante o ano inteiro.
A competição é importante e incentivadora também nesse tipo de campeonato do samba, mas será que é justa com as escolas? Para mim, depois de tantos anos de experiência, não importa muito que escola será declarada vencedora ou campeã: na minha visão todas são vencedoras e campeãs. Por isso mesmo acredito que o mais justo seria premiar todas, se bem que de certa forma isso já acontece no aplauso e entusiasmo do público. É injusto decretar que uma escola foi mais perfeita do que a outra nesse ou naquele quesito. No bolo final todas desfilam perfeitas e merecem ter seus trabalhos reconhecidos e premiados, até porque um acidente de percurso (são muitos os que acontecem na chamada hora H). Não se pode deixar jogado no asfalto, como se lixo fosse, um trabalho entusiasmado, às vezes heróico, perfeccionista, mas sempre perfeito realizado durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Sei que o julgamento de “meia dúzia” de jurados bem intencionados jamais deixará de ser parte integrante do espetáculo, mas sei também que qualquer que seja o resultado todas as escolas são e serão campeãs e exemplares. O título de campeã concedido para uma única escola é apenas uma maneira de premiar todas. De declarar que todas são e sempre serão vencedoras. (Eli Halfoun)
Depois de ter passado 20 anos cobrindo o desfile das escolas de samba como repórter ou editor confesso que hoje prefiro acompanhar o maravilhoso espetáculo pela televisão, ainda mais agora que a tecnologia os nos oferece imagens quase cinematográficas. É verdade que não me surpreendo tanto assim com o que a escolas apresentam porque sei que o luxo e a criatividade estarão presentes e em todas as escolas no imenso e popular palco do Sambódromo. O que ainda me surpreende é saber que “meia dúzia” de jurados, que evidentemente podem cometer injustiças, apontará uma campeã, ou seja, julgará um intenso trabalho realizado durante o ano inteiro.
A competição é importante e incentivadora também nesse tipo de campeonato do samba, mas será que é justa com as escolas? Para mim, depois de tantos anos de experiência, não importa muito que escola será declarada vencedora ou campeã: na minha visão todas são vencedoras e campeãs. Por isso mesmo acredito que o mais justo seria premiar todas, se bem que de certa forma isso já acontece no aplauso e entusiasmo do público. É injusto decretar que uma escola foi mais perfeita do que a outra nesse ou naquele quesito. No bolo final todas desfilam perfeitas e merecem ter seus trabalhos reconhecidos e premiados, até porque um acidente de percurso (são muitos os que acontecem na chamada hora H). Não se pode deixar jogado no asfalto, como se lixo fosse, um trabalho entusiasmado, às vezes heróico, perfeccionista, mas sempre perfeito realizado durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Sei que o julgamento de “meia dúzia” de jurados bem intencionados jamais deixará de ser parte integrante do espetáculo, mas sei também que qualquer que seja o resultado todas as escolas são e serão campeãs e exemplares. O título de campeã concedido para uma única escola é apenas uma maneira de premiar todas. De declarar que todas são e sempre serão vencedoras. (Eli Halfoun)
E as divas do Carnaval da Manchete? Quem não lembra...
O blog Trash 80's relembra as divas das capas das edições da Manchete de Carnaval. Clique AQUI
Deu no Globo. Pesquisa do Data Rio: cariocas têm saudade das edições de Carnaval da revista Manchete
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Capa da última Manchete Carnaval (2008) |
A ginga é clássica
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Os Carnavais de Tarlis Batista, segundo Carlos Heitor Cony
Cony, que editou cobertura de carnavais na Manchete e na Fatos & Fotos, escreve hoje na Folha de São Paulo sobre o repórter Tarlis Batista. Uma viagem nostálgica a tempos idos.
Leia o texto do Cony transcrito da Folha de São Paulo:
Os carnavais do Tarlis
Garantem que todos temos um Carnaval dentro de si. Por motivos que não vêm ao caso, sou uma exceção: não tenho nenhum Carnaval encravado na alma ou no corpo, sequer na caverna escabrosa da memória.
Mas todo santo Carnaval lembro -me do Tarlis, um colega de trabalho durante anos, do qual sinto falta sempre que há uma Copa do Mundo, um desastre coletivo, um crime sensacional, uma visita importante e, naturalmente, um Carnaval.
Repórter de texto regular, mas de fome exacerbada, era um faz-tudo em qualquer Redação ou tarefa investigativa. Conseguiu entrar no apartamento de Frank Sinatra, namorou Bo Derek, foi cicerone de Roman Polanski e até Rachel Welch quis levá-lo para si, tamanha foi a paixão que despertou na atriz.
Nos Carnavais, vivia a sua "finest hour". Arranjava centenas de crachás especiais, aliás, especialíssimos. Tinha direito a tudo, podia frequentar as entranhas das escolas de samba, os labirintos dos camarotes mais incrementados, andava pela pista com liberdade total, nada lhe era proibido. Impressionante o número e a qualidade das suas credenciais. Com elas, podia entrar no Salão Oval da Casa Branca, nos aposentos particulares do papa, nos porões do Pentágono.
Só não podia entrar na sala da edição que eu ocupava, nos muitos anos em que fiz o fechamento de uma das revistas do Grupo Bloch.
Sabia tudo sobre os desfiles, mas não era confiável. Tinha sempre alguém para promover e outro para pichar. Mantinha-o à distância, mas precisava dele.
Morreu ainda jovem, coisa de cinco ou seis anos atrás. Tenho absoluta certeza que um de seus crachás, pendurado sempre no pescoço, dava-lhe direito a entrar fulminantemente no reino dos céus. Deve estar se fartando com as 11 mil virgens.
Leia o texto do Cony transcrito da Folha de São Paulo:
Os carnavais do Tarlis
Garantem que todos temos um Carnaval dentro de si. Por motivos que não vêm ao caso, sou uma exceção: não tenho nenhum Carnaval encravado na alma ou no corpo, sequer na caverna escabrosa da memória.
Mas todo santo Carnaval lembro -me do Tarlis, um colega de trabalho durante anos, do qual sinto falta sempre que há uma Copa do Mundo, um desastre coletivo, um crime sensacional, uma visita importante e, naturalmente, um Carnaval.
Repórter de texto regular, mas de fome exacerbada, era um faz-tudo em qualquer Redação ou tarefa investigativa. Conseguiu entrar no apartamento de Frank Sinatra, namorou Bo Derek, foi cicerone de Roman Polanski e até Rachel Welch quis levá-lo para si, tamanha foi a paixão que despertou na atriz.
Nos Carnavais, vivia a sua "finest hour". Arranjava centenas de crachás especiais, aliás, especialíssimos. Tinha direito a tudo, podia frequentar as entranhas das escolas de samba, os labirintos dos camarotes mais incrementados, andava pela pista com liberdade total, nada lhe era proibido. Impressionante o número e a qualidade das suas credenciais. Com elas, podia entrar no Salão Oval da Casa Branca, nos aposentos particulares do papa, nos porões do Pentágono.
Só não podia entrar na sala da edição que eu ocupava, nos muitos anos em que fiz o fechamento de uma das revistas do Grupo Bloch.
Sabia tudo sobre os desfiles, mas não era confiável. Tinha sempre alguém para promover e outro para pichar. Mantinha-o à distância, mas precisava dele.
Morreu ainda jovem, coisa de cinco ou seis anos atrás. Tenho absoluta certeza que um de seus crachás, pendurado sempre no pescoço, dava-lhe direito a entrar fulminantemente no reino dos céus. Deve estar se fartando com as 11 mil virgens.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
João X Tom, o grande duelo. De Roberto Muggiati para o Estadão
por Roberto Muggiati
Naquela noite, olhando as montanhas de Montreux, era quase possível ver o Corcovado. O ano começou com uma nostalgia incontrolável de bossa nova. Isso praticamente me obriga a lembrar um episódio- chave do qual fui testemunha privilegiada: a Noite Brasileira do Festival de Jazz de Montreux de 1985, que entrou para a história como uma das mais brilhantes e conturbadas.O evento juntava –na verdade,opunha– João Gilberto e Tom Jobim, o yin e o yang da bossa nova. João, 54 anos, sozinho, com banquinho e violão. Tom, 58 anos, com a Banda Nova, incluindo quatro Jobins (Tom, Paulo, Elizabeth e Ana Lontra), dois Caymmis (Danilo e Simone), dois Morelenbaums (JacquesePaula), mais Maúcha Adnet(vocais), Tião Neto (baixo) e Paulo Braga (bateria). Eu cobria o festival para a revista Manchete e não resisti a chamar a banda de “nepotista”. O Maestro não achou nenhuma graça: caí em desgraça e levei algum tempo para reconquistar suas boas graças.
O encontro daquela quinta-feira, 18 de julho, logo se desenhou como um grande choque de egos. João tinha tudo a seu favor. Estava em Montreux desde o dia anterior e teve todo o tempo do fazer a passagem de som, segundo um jornal local,assessorado por dois “personals” – advogado e terapeuta,uma psiquiatra portuguesa que era também sua namorada. Embora o ritual do sound check fosse vedado à imprensa,fiquei sabendo de tudo através de Patrick Ciocca, um jovem suíço da produção que tinha morado em Niterói. Patrick ficou impressionado com o perfeccionismo do cantor. As exigências de João nada tinham de charme ou frescura, eram de uma precisão de relojoeiro suíço. Ele testou 12 microfones até escolher um modelo que cortava a interferência dos refletores no sistema de som. Foi o único artista a conseguir esse milagre em Montreux, que tinha o palco montado mais para shows de jazz e rock do que para uma apresentação intimista de bossa nova. Para dar uma ideia de quem estava no elenco de 1985, vão aí alguns nomes: Miles Davis, Modern Jazz Quartet, Astor Piazzola, Shorty Rogers & His Giants, o saxofonista Johnny Griffin, Paolo Conte, a Vienna Jazz Orchestra e Stevie Ray Vaughan.
Leia o texto comppleto no blog Conteúdo Livre. Clique AQUI
Naquela noite, olhando as montanhas de Montreux, era quase possível ver o Corcovado. O ano começou com uma nostalgia incontrolável de bossa nova. Isso praticamente me obriga a lembrar um episódio- chave do qual fui testemunha privilegiada: a Noite Brasileira do Festival de Jazz de Montreux de 1985, que entrou para a história como uma das mais brilhantes e conturbadas.O evento juntava –na verdade,opunha– João Gilberto e Tom Jobim, o yin e o yang da bossa nova. João, 54 anos, sozinho, com banquinho e violão. Tom, 58 anos, com a Banda Nova, incluindo quatro Jobins (Tom, Paulo, Elizabeth e Ana Lontra), dois Caymmis (Danilo e Simone), dois Morelenbaums (JacquesePaula), mais Maúcha Adnet(vocais), Tião Neto (baixo) e Paulo Braga (bateria). Eu cobria o festival para a revista Manchete e não resisti a chamar a banda de “nepotista”. O Maestro não achou nenhuma graça: caí em desgraça e levei algum tempo para reconquistar suas boas graças.
O encontro daquela quinta-feira, 18 de julho, logo se desenhou como um grande choque de egos. João tinha tudo a seu favor. Estava em Montreux desde o dia anterior e teve todo o tempo do fazer a passagem de som, segundo um jornal local,assessorado por dois “personals” – advogado e terapeuta,uma psiquiatra portuguesa que era também sua namorada. Embora o ritual do sound check fosse vedado à imprensa,fiquei sabendo de tudo através de Patrick Ciocca, um jovem suíço da produção que tinha morado em Niterói. Patrick ficou impressionado com o perfeccionismo do cantor. As exigências de João nada tinham de charme ou frescura, eram de uma precisão de relojoeiro suíço. Ele testou 12 microfones até escolher um modelo que cortava a interferência dos refletores no sistema de som. Foi o único artista a conseguir esse milagre em Montreux, que tinha o palco montado mais para shows de jazz e rock do que para uma apresentação intimista de bossa nova. Para dar uma ideia de quem estava no elenco de 1985, vão aí alguns nomes: Miles Davis, Modern Jazz Quartet, Astor Piazzola, Shorty Rogers & His Giants, o saxofonista Johnny Griffin, Paolo Conte, a Vienna Jazz Orchestra e Stevie Ray Vaughan.
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