quinta-feira, 10 de março de 2011

Contigo! no Carnaval

A equipe da Contigo! que cobriu o Carnaval do Rio de Janeiro. Foto:Tabach/Contigo/Divulgação.


Fotos: Reproduções/Contigo!
por José Esmeraldo Gonçalves
Pela primeira vez, a Contigo! chega às bancas com uma edição inteiramente de Carnaval. É a única revista com carnaval da capa à contracapa. São 266 páginas e 361 fotos dedicadas à maior festa popular do mundo. Das escolas, camarotes, blocos e bailes do Rio ao espetáculo dos trios de Salvador e à impressionante concentração de foliões atraidos pelo Galo da Madrugada.
A edição especial revive as melhores tradições das grandes coberturas da folia.
Vale lembrar o novo comercial da Pepsi, o do "pode ser".
"Tem Manchete?". "Não. Pode ser Contigo?"

Ainda Manchete de carnaval...

por José Esmeraldo Gonçalves
Ontem escrevi aqui sobre a tradição da Manchete de carnaval. Hoje, Cony, companheiro dos fechamentos das edições especiais nas redações do Russell, fala sobre o mesmo assunto na sua coluna da Folha de São Paulo.Ambos fomos pautados por uma citação da revista na coluna do Xexéo, no Globo. Cony relembra uma frase do editor Alfredo Machado, da Record: "O melhor carnaval do mundo não é o do Rio, é o da Manchete".

De Carnavais e Escolas de Samba

deBarros
Esmeraldo, cabra velho de guerra, o seu texto falando dos carnavais passados e da presença da revista Manchete divulgando para o Brasil e para o mundo o que é uma festa de Carnaval, principalmente no Rio de Janeiro, me deixou baleado. Como diagramador e chefe de arte das revistas O Cruzeiro e Manchete posso entender, nos 46 anos em que trabalhei nessas empresas, a sua volta ao passado dos Carnavais vividos na cobertura dos desfiles das Escolas de Samba na Presidente Vargas, na Antonio Carlos e hoje na Sapucaí. Você não chegou a pegar esses desfiles na Av. Rio Branco.
Essas coberturas exigiam muito sacrifício de toda a equipe que trabalhava nos Carnavais. Não tinha hora. Na cobertura dos bailes, nos desfiles, não só das Escolas de Samba, a equipe se revezava para atender aos rígidos horários da direção dessas empresas para atender aos esquemas das gráficas e botar as revistas nas bancas. Era uma correria de tal ordem que, no fim das festas, o profissional queria uma boa cama para descontar as horas sem dormir que passou trabalhando. Com o advento da informática e dos computadores, o processo de como se fazer uma revista em apenas três dias melhorou consideravelmente e mais ainda com as máquinas fotográficas computadorizadas que acabaram de uma vez com os filmes e com a sua revelação fotográfica.
As redações ganharam umas três horas de trabalho abreviando a distribuição das revistas em todo o país. Atravessava-se as madrugadas trabalhando nos Carnavais. As equipes nas redações começavam a trabalhar a partir das 21 horas e só iam embora após o desfile da última Escola. Atualmente, com maior organização, a última Escola termina o seu desfile por volta das 6 horas da manhã. Muito antes, a última Escola acabava de desfilar às 11 horas ou depois do meio dia. Nessas madrugadas, você lembrou bem, a direção da empresa nos enchia de pão com ovo para podermos agüentar as horas acordadas trabalhando. O tempo passou rápido e hoje nos resta a lembrança dos Carnavais passados e dos amigos e companheiros, que ganhamos, como você e outros mais e a saudade eterna dos companheiros que foram fazer a cobertura de outros Carnavais em outras Sapucais e que um dia a eles iremos engrossar essa equipe tão heróica e competente que sabia fazer a cobertura de Carnavais e desfiles de Escolas de Samba.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Passarela do tempo...

Reprodução da coluna do Xexéo no Globo de hoje, onde ele cita a Manchete. 1976: Beija Flor Campeã, primeiro título da escola, entrevistei Joazinho Trinta, o fenômeno que surgia.



Recuerdos de coberturas para Manchete, Fatos & Fotos, Caras e Contigo e...
...as marcas do tempo no detalhe das duas credenciais acima.
por José Esmeraldo Gonçalves
A coluna de Arthur Xexéo, hoje, no Globo, comenta os desfiles das escolas de samba cariocas. Em um trecho, o cronista cita o carro King Kong, do Salgueiro, como uma alegoria que impressionou a avenida. “Se estivéssmos no tempo em que se conhecia o carnaval pela revista Manchete certamente o King Kong seria um dos maiores destaques da cobertura”. Xexéo tem razão. E a palavra Manchete, na crônica, acionou um link para a minha memória. Os cadernos especiais que o Globo lança na segunda e na terça de carnaval, muito bem feitos e chegando às bancas com impressionante agilidade, me lembram, de certa forma, a velha Manchete. Fotos abertas, sensualidade, panorâmicas, detalhes, estrelas nacionais e internacionais, está tudo ali. A extinta Bloch tinha um feeling excepcional para grandes eventos. Da morte de Getúlio aos enterros de Carmen Miranda e Chico Alves, das vitórias do Brasil nas Copas aos grandes crimes que eletrizavam o país e à visita do Papa João Paulo 2º, acontecimentos desse porte faziam girar ao limite as máquinas da gráfica de Parada de Lucas. Mas nenhum desses eventos alcançava a dimensão da cobertura do Carnaval. O livro Aconteceu na Manchete – as histórias que ninguém contou” (Desiderata), escrito por jornalistas que atuaram nas redações do Russell, conta como funcionava essa engrenagem editorial, que mobilizava centenas de profissionais. A propósito, o nome deste blog – Pão com Ovo – é inspirado nos sanduiches que eram servidos nos agitadíssimos fechamentos das edições de Carnaval. Carlos Heitor Cony, que dirigiu muitas dessas edições, traduziu a expressão para latim - Panis Cum Ovum - e deu-lhe o lema visto no logotipo na barra direita desta página: “Dementia Omnia Vincit” (“A Loucura Sempre Vence”, na verdade, uma brincadeira do Cony com um “lema” que criou para Adolpho Bloch. Segundo ele, Adolpho fazia as maiores “loucuras” – como pedir que a redação preparasse uma edição da Manchete em russo, feita do dia para a noite – e ganhava dinheiro com esses projetos geralmente desaconselhados pela racionalidade dos seus assessores). A Manchete foi lançada em abril de 1952 e já em 1953, o Carnaval ganhava cobertura especial e capa. A partir daí, não parou mais. Normalmente, a Bloch lançava três edições da Manchete: a pré, a do Carnaval propriamente dito e a pós-carnaval, com as campeãs do ano. Além disso, mandava para as bancas outras três edições da Fatos&Fotos e mais uma da Amiga. Bem planejadas, as publicações alcançavam públicos diferentes. Manchete trazia a grandiosidade e as cores do espetáculo; Fatos&Fotos a sensualidade da passarela e dos bailes; Amiga flagrava as celebridades no samba, blocos e bailes. Somadas, vendiam em torno de 1 milhão e meio de exemplares. Por formação, sou um jornalista-revisteiro, participei de muitas dessas coberturas. E lá vai tempo. Não vi D.João 6º sambar na Vizinha Faladeira mas vou à Avenida desde 1976, há exatos 35 anos. Uma passarela que já foi na Presidente Vargas, em dois pontos, próximo à Candelária e depois da Central; na Antonio Carlos; na Sapucaí sem Sambódromo; e, finalmente, no conjunto desenhado por Niemeyer. Estive lá, mais uma vez, este ano, trabalhando para a revista Contigo. Gosto de ver as escolas, torço pela Mangueira, é um trabalho que faço com prazer. Mas em meio à cadência das baterias, a saudade é uma alegoria que insiste em desfilar na minha memória por alguns instantes. Os bastidores dos desfiles se transformavam – ainda são assim – em um ponto de encontro de colegas jornalistas. É onde revemos amigos de outras redações. É aí que o samba atravessa. Vejo que sou um dos remanescentes. Cadê o fotógrafo Sérgio de Souza, o gordo mais ágil do passarela? E Gil Pinheiro, Tarlis Batista, Roberto Barreira, Ney Bianchi, Leo Borges, Luiz Carlos de Assis, Fábio Abrunhosa, Henrique Diniz e outros que se foram? E os companheiros de várias gerações que estão na ativa em outros setores mas fizeram parte das equipes que levavam para as revistas o agito do Sambódromo como Orlando Abrunhosa, Alberto Carvalho, Arnaldo Risemberg, Ateneia Feijó, José Carlos Jesus, Frederico Mendes, Pedro Porfírio, Marcelo Horn, Renato Sérgio, Janir de Hollanda, Deborah Berman, Maria Alice, Ruth de Aquino e Gervásio Batista? E os editores que ficavam na retaguarda mas davam um jeito de ir à avenida em algum momento como Zevi Ghivelder, Lincoln Martins, Eli Halfoun, Moises Fuks, Cony e Roberto Muggiati? Este ano, vi lá o fotógrafo Helio Motta, na pista, e soube que Nilton Ricardo estava na torre fazendo as panorâmicas das escolas para a revista Caras; das gerações mais novas, J.Egberto trabalhando para a Contigo, além da Wal Ribeiro no camarote da Brahma e Jussara Razzé que colaborava com a assessoria de imprensa da Liesa e fez a maioria das fotos dos desfiles que ilustram este blog. Os cinco participaram de incontáveis coberturas para a Manchete. Se havia alguma coisa que os fotógrafos não poupavam era filme. Assim milhares de cromos Kodak desaguavam nas mesas dos editores antes de chegar aos diagramadores Wilson Passos, Nelson Gonçalves, Ezio Speranza, Jarbas Costa, Luiz Carlos Pauluze e J.A. Barros, este na ativa e um dos autores do livro Aconteceu na Manchete.
A inesquecível ala do samba da Manchete daria uma lista imensa.
Por alguns momentos, andando no corredor à margem da passarela - a ‘grade” como a turma chama – senti a “alma deserta” para usar uma expressão do Cartola e do Elton Medeiros no samba “Peito Vazio”.
Vida que segue. Até a dispersão.

Especial Beija Flor Campeã 2011. Fotos Jussara Razzé

No Sambódromo, a criatividade sempre renovada

por Eli Halfoun
“Todo ano é a mesma coisa” – essa afirmação é repetida entra ano, sai ano em relação ao desfile das escolas de samba. É uma afirmação exagerada e mentirosa: o espetáculo pode ter (e tem) sempre a mesma característica e regulamento, mas as escolas de samba não fazem sempre a mesma coisa. Pelo contrário: a cada ano nos surpreendem com criatividade, que não se limita às fantasias e aos carros alegóricos. O desenvolvimento de um enredo (aliás, a escolha dos temas também está cada vez mais renovadora) permite criação em todos os quesitos, a começar pelo samba que ao longo da história foi ganhando renovação em melodia e letra. O resultado é que as escolas (pelo menos as de samba) continuam proporcionando “o maior espetáculo da terra”. Quando se pensa que tudo foi mostrado os carnavalescos (verdadeiros mágicos) nos mostram que é sempre possível inovar. Como, por exemplo, tem feito Paulo Barros que já é reconhecido como inovador e sem dúvida o mais ousado no desenvolvimento de um enredo. Pode-se até dizer sem medo de errar que Paulo Barros vai além, muito além, da nossa imaginação. Assim a apresentação da Unidos da Tijuca passou a ser a mais esperada porque certamente será a mais surpreendente.
Durante anos acompanhei de perto (como repórter) o desfile das escolas e nunca deixei de me surpreender com o espetáculo. Cada vez mais grandioso, criativo e perfeito, o que sempre me fez acreditar que se deve premiar todas as escolas, mas como a competição e as regras exigem exige um vencedor, que se escolha um, mesmo que todas sejam vencedoras. Desfile de escola de samba é uma aula de criatividade, beleza e superação que o Brasil dá ao mundo.(Eli Halfoun)

Apoteose 2011. Foto: Jussara Razzé
Emoção na pista: Mangueira celebra Cartola. Foto Jussara Razzé

Um enredo para um Joãosinho que se fez grande no samba

Joãozinho Trinta na capa da Veja em fevereiro de 1980
por Eli Halfoun
Houve tempo em que os temas de enredo eram limitados e praticamente pré-determinados. Hoje qualquer tema é permitido e a escolha em homenagear personalidades tem sido uma das que mais emocionam o público. A homenagem que a Mangueira prestou a Nelson Cavaquinho foi emocionante. Embora a escolha pareça óbvia não entendo porque nenhuma escola homenageou Joãosinho Trinta, que daria um belíssimo enredo. Homenagear Joãosinho seria reconhecer que ele foi o responsável maior pelas mudanças que as escolas assimilaram através dos enredos que esse mago desenvolveu principalmente na Beija Flor. Joãzinho Trinta é mais do que um bom tema de enredo. É uma história (Eli Halfoun)

terça-feira, 8 de março de 2011

Beija Flor









Fotos: Jussara Razzé

Salgueiro, irreverência...

Foto: Jussara Razzé

Salgueiro, conspiração de malandros

Foto: Jussara Razzé

Salgueiro

Foto: Jussara Razzé

Salgueiro

Foto: Jussara Razzé

Salgueiro

Foto Jussara Razzé

Salgueiro

Foto Jussara Razzé

Salgueiro

Foto Jussara Razzé

Para os leitores do Panis, a Viviane Araújo indo...

Foto Jussara Razzé

E voltando...

Salgueiro

Foto Jussara Razzé

Salgueiro

Foto Jussara Razzé

Salgueiro

Salgueiro

Salgueiro

Salgueiro

Salgueiro

Salgueiro

Salgueiro

Salgueiro

Salgueiro

Mocidade

Fotos Jussara Razzé

Mocidade

Foto Jussara Razzé

Mocidade

Mocidade

Lá vem a bateria da Mocidade Independente

Foto Jussara Razzé

Mocidade

Mocidade