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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Incompetência e relaxamento

deBarros
Em Niterói, uma juíza foi assassinada na porta de sua casa, em Piratininga, bairro oceânico, onde morava. Ha poucos dias, uma jovem morreu sob o impacto de uma gôndola voadora que se soltou do seu eixo em um parque de diversões, no Rio de Janeiro. Um bonde, em Santa Tereza, bairro tradicional do Rio de Janeiro, perdeu os freios, se espatifando contra um muro, matando 5 pessoas e ferindo mais 57 passageiros, alguns em estado grave. Por trás dessas tragédias, o inimigo presente e nunca identificado: O Estado. A juíza, por falta de escolta protetora que o Estado não lhe deu, foi assassinada por mais de 21 tiros dentro do seu carro. A gôndola do parque de diversões, por falta de fiscalização honesta e competente, estava podre e enferrujada, causando a morte da pobre jovem.
O bonde que matou matou cinco pessoas e feriu outras 57 estava sem freios por única e exclusiva culpa da incompetência e relaxamento da oficina de reparos e manutenção do Estado, o grande responsável pela direção da Companhia que mantém os bondes em funcionamento.
De vez em quando, uma plataforma de petróleo, na Bacia de Campos, afunda sem nenhuma explicação ou uma outra plataforma explode matando operários, também sem nenhuma explicação lógica.
Nesses casos não se chega a nenhum culpado, porque o Estado não investiga e a mídia, por falta de informações maiores e melhores, para de noticiar o assunto e no fim fica tudo por isso mesmo, ou se atribuem à fatalidade as tragédias anunciadas. Toda a sociedade de São Gonçalo e Niterói sabia que o assassinato da juíza seria uma questão de tempo. O parque de diversões não era fiscalizado honestamente e seu brinquedos enferrujaram deixados ao tempo. A oficina de manutenção dos bondes de Santa Tereza não revisava os seus veículos como deveria ser feito. Bem, as plataformas de petróleo afundando ou explodindo vão continuar afundando e explodindo porque a empresa que as explora até hoje nunca deu uma explicação que satisfizesse.
Alguém, em um dia qualquer, disse que esse pais não era muito sério. Não vou relembrar o seu nome porque todo o brasileiro sabe quem foi o autor da frase. Mas, uma coisa eu sei. Muitas pessoas mais vão morrer devido a incompetência e o relaxamento com que o Estado gerência os órgãos públicos de proteção aos seus cidadãos.

quinta-feira, 10 de março de 2011

De Carnavais e Escolas de Samba

deBarros
Esmeraldo, cabra velho de guerra, o seu texto falando dos carnavais passados e da presença da revista Manchete divulgando para o Brasil e para o mundo o que é uma festa de Carnaval, principalmente no Rio de Janeiro, me deixou baleado. Como diagramador e chefe de arte das revistas O Cruzeiro e Manchete posso entender, nos 46 anos em que trabalhei nessas empresas, a sua volta ao passado dos Carnavais vividos na cobertura dos desfiles das Escolas de Samba na Presidente Vargas, na Antonio Carlos e hoje na Sapucaí. Você não chegou a pegar esses desfiles na Av. Rio Branco.
Essas coberturas exigiam muito sacrifício de toda a equipe que trabalhava nos Carnavais. Não tinha hora. Na cobertura dos bailes, nos desfiles, não só das Escolas de Samba, a equipe se revezava para atender aos rígidos horários da direção dessas empresas para atender aos esquemas das gráficas e botar as revistas nas bancas. Era uma correria de tal ordem que, no fim das festas, o profissional queria uma boa cama para descontar as horas sem dormir que passou trabalhando. Com o advento da informática e dos computadores, o processo de como se fazer uma revista em apenas três dias melhorou consideravelmente e mais ainda com as máquinas fotográficas computadorizadas que acabaram de uma vez com os filmes e com a sua revelação fotográfica.
As redações ganharam umas três horas de trabalho abreviando a distribuição das revistas em todo o país. Atravessava-se as madrugadas trabalhando nos Carnavais. As equipes nas redações começavam a trabalhar a partir das 21 horas e só iam embora após o desfile da última Escola. Atualmente, com maior organização, a última Escola termina o seu desfile por volta das 6 horas da manhã. Muito antes, a última Escola acabava de desfilar às 11 horas ou depois do meio dia. Nessas madrugadas, você lembrou bem, a direção da empresa nos enchia de pão com ovo para podermos agüentar as horas acordadas trabalhando. O tempo passou rápido e hoje nos resta a lembrança dos Carnavais passados e dos amigos e companheiros, que ganhamos, como você e outros mais e a saudade eterna dos companheiros que foram fazer a cobertura de outros Carnavais em outras Sapucais e que um dia a eles iremos engrossar essa equipe tão heróica e competente que sabia fazer a cobertura de Carnavais e desfiles de Escolas de Samba.