domingo, 4 de fevereiro de 2024

Bilionário do Vale do Silício quer realizar "olimpíadas" neoliberais com doping autorizado


por José Esmeraldo Gonçalves

Segundo The New York Post, o bilionário Peter Thiel, que fez fortuna no Vale do Silício, pretende mobilizar outros empresários para organzar em 2025 os primeiros jogos neoliberais, uma espécie de olimpíada com doping liberado. Os atletas terão liberdade para se entupirem de esteroides até a medula. E não só esteroides conhecidos. Thiel quer mobilizar a farmacêutica a desenvolver novos produtos para doping em todas as modalidades "aberta e honestamente", diz ele. 

Não importa se os competidores dos jogos das drogas cruzarem a linha de chegada doidões ou subirem ao pódio trincados, o importante é que sejam testados os limites químicos dos atletas. Thiel imagina que isso estimulará os cientistas a criarem drogas e suplementos alimentares que melhorem a performance das pessoas com impacto na longevidade. Os jogos dos anabolizantes serão realizados em cidades com infraestrutura pronta e apenas com investimentos privados. Já existe uma candidata favorita a sede, mas a equipe do bilionário não revela qual.

Mais detalhes serão anunciados em 17 de abril, antes da Olimpíada de Paris que será aberta em julho. Os jogos neoliberais são chamados provisoriamente de Enhanced Games (algo como Jogos Aprimorados). Claro que não poderão usar os termos "olímpico" e "olimpíada", que são registrados pelo Comitê Olímpico Internacional. A escolha da data e do locala para o anúncio do torneio das drogas é uma clara provocação enquanto Paris se prepara para receber os Jogos de Verão. O Barão Pierre de Coubertin, idealizador das Olimpíadas da era moderna e que está enterrado ali perto, na Suiça, vai se revirar no túmulo com direito a twist carpado e outras piruetas de indignação.

Na capa da Carta Capital: O "SNI" privê dos Bolsonaros

 


Devolve a grana

 


O boicote a Israel, a fala de Genoino, a carta de Roger Waters a Caetano Veloso

por Leneide Duarte-Plon, de Paris, para o Red.Org

A polêmica em torno da declaração de José Genoino nos traz de volta à realidade do movimento BDS (Boycott, désinvestissement et sanctions). Para lutar contra a ocupação da Cisjordânia e o apartheid que Israel impõe aos palestinos que têm cidadania israelense (20% da população do país) – que os supremacistas judeus chamam de “árabes israelenses” para negar a identidade palestina do povo autóctone – foi criada, há alguns anos, a campanha BDS, um movimento internacional que tem como objetivo boicotar Israel, sua política colonial e de apartheid. O BDS promove boicote não somente econômico mas também universitário, cultural e político contra Israel, seus cidadãos e empresas.

Desde o início, o boicote cultural teve o apoio do músico Roger Waters, do escritor John Berger, da ativista Arundhati Roy, do cineasta Ken Loach, do cineasta franco-israelense Eyal Sivan, bem como de duas outras personalidades já desaparecidas: o uruguaio Eduardo Galeano e o cineasta Jean-Luc Godard. Para boicotar Israel, os cineastas citados decidiram não participar dos festivais de cinema israelenses.

Em setembro de 2009, o Conselho Ecumênico das Igrejas declarou estar convencido da necessidade de “um boicote internacional dos bens produzidos nas implantações israelenses ilegais (colônias) nos territórios ocupados”. O Conselho Ecumênico publica no seu site o apelo lançado em 11 de dezembro de 2009 pelo coletivo Kairos Palestina: “A moment of Truth; A Word of Faith, Hope and Love from the Heart of Palestinian Suffering” (este título faz referência explícita a um document datado de 1985 e publicado na África do Sul para lutar contra o apartheid). Entre os signatários do documento, está o centro teológico palestino Sabeel.

O regime racista da África do Sul 

O movimento de boicote contra o regime racista da África do Sul levou ao fim do apartheid, como todos sabemos. O antigo líder anti-apartheid, Nelson Mandela – considerado um terrorista pelos supremacistas brancos que o condenaram a mais de 20 anos de prisão – mostrou como a história dos oprimidos obedece a um tempo lento no qual a Justiça acaba por se impor. O “terrorista” Mandela foi eleito presidente de seu país depois de ganhar o Prêmio Nobel da Paz no ano anterior.

Leia a matéria completa AQUI

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Tá explicado

 

Título de matéria do Globo, hoje


O comentário a seguir é do blog.

por Ed Sá
Essa deve ser a constatação mais conclusiva da história do IBGE. O país com um dos piores índices de distribuição de renda do mundo, terra de violências inomináveis, de injustiças, de golpes de Estado comentidos pelas elites, de injustiças, de assassinatos de lideranças políticas comunitárias, agrícolas, ambientais e indígenas é vítima, como se não bastasse, de um complexo religioso fundamentalista com pilares comerciais e políticos. Ter mais igrejas do que escolas é coisa simbólica: o fundamentalismo surfa na carência de educação. Quanto mais ignorante mais o povo é presa fácil dos picaretas travestidos de " homens de deus". O Brasil assiste esse triste espetáculo hoje onde a fé é moeda de poder, opressão, ganância e abusos recorrentes. O chamado voto religioso é a mais recente desgraça do Brasil. No Rio, elegeu o desastrado Crivella. No Brasil, escolheu o elemento da ultra direita e incompetente, golpista e afanador de jóias Jair Bolsonaro. Nas diversas instâncias elegeu, deputados, senadores, governadores, prefeitos,  governadores e vereadores que trabalham o tempo todo para usufruir recursos do Estado laico e paradoxalmente montar uma teocracia: o futuro Estado Evangelâmico.
 

Fotomemória da Rua do Russell


Sobre o post acima (de Celso Arnaldo compartilhado por José Carlos Jesus), confira a escalação da foto em uma tarde qualquer perdida no tempo na sede da Revista Manchete. 
Da esq. para a dir: Hélio Carneiro, d.Bella, dr. Haroldo Jacques, Adolpho Bloch, Carlos Heitor Cony, Roberto Muggiati, Janir de Holanda, Pedro Jacques Kapeller, Claudia Richer, Roberto Barreira, Lena Muggiati e Tarlis Batista. Sentados: Vera Mendonça, Marilda Varejão, Celso Arnaldo Araújo, Ateneia Feijó, José Esmeraldo Gonçalves, Lincoln Martins, Silvia Leal e Silvia de Castro. 

A direita ganha mais espaço no You Tube e na mídia neoliberal

 


Além de veículos, sites e jornalistas de extrema direita, o You Tube registra nas últimas semanas um tsunami de novos canais bolsonaristas que divulgam fake news travestidas de "análise" e "comentários". Tal ofensiva simultânea só se explica por impulsionamento e patrocinio. Ao mesmo tempo, tal qual aconteceu no período entre o golpe contra Dilma Rousseff e a eleição de Bolsonaro, a mídia dos oligarcas também mostra suas garras. O chamado jornalismo de guerra voltou a calçar os coturnos. Jornais como Folha, Estadão e Globo radicalizam seus editoriais e o direcionamento do conteúdo alegadamente "jornalístico". Na semana passada, a CBN reforçou seu time de comentaristas selecionando jornalistas identificados com posições de neoliberalismo extremado ou de direita light ou até hard. No caso da CBN, entre as novidades anunciadas há apenas um exceção: o democrata Bernardo Mello Franco. 

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Puxar o freio de segurança: face à gravidade da crise atual

 

por Leonardo Boff

Encontramo-nos no coração de uma espantos e generalizada crise na

forma como habitamos e nos relacionamos para com o nosso planeta,

devastado e atravessado por guerras de grande destruição e movido

por ódios raciais e ideológicos. Acresce ainda que a idade da razão

científica, criou a irracionalidade do princípio de autodestruição:

podemos pôr fim, com as armas já construídas, a nossa vida e grande

parte senão toda a biosfera.

Não são poucos os analistas da situação mundial que nos alertam

sobre o eventual uso de tais armas de destruição em massa. A razão

de fundo seria a disputa sobre quem manda na humanidade e quem

tem a última palavra. Tem a ver com o enfrentamente entre a uni-

polaridade sustentada pelos Estados Unidos e a pluripolaridade

cobrada pela China, pela Rússia, eventualmente, pelo conjunto dos

países que formam os BRICS. Se houver uma guerra nuclear, nesse

caso, realizar-se-ia a fórmula: 1+1=0: uma potência nuclear destruiria

a outra e juntos levariam humanidade e parte substancial da vida.

Dadas estas circunstâncias, vemo-nos na necessidade de puxarmos o

freio de segurança do comboio da vida, pois, desenfreado, pode se

precipitar num abismo. Tememos que este freio já esteja oxidado e

feito inutilizável. Podemos sair desta ameaça? Temos que tentar,

segundo a dito de Dom Quixote:”antes de aceitar a derrota, temos que

dar todas as batalhas”. E vamos dar.

Sirvo-me de duas categorias para aclarar melhor nossa situação. Uma

do teólogo e filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard (1813-1885), a

angústia, e outra do também teólogo e filósofo alemão, discípulo

notável de Martin Heidegger, Hans Jonas (1903-1993), o medo.

A angústia (O conceito de angústia,Vozes 2013) para Kierkegaard

não é apenas um fenômeno psicológico, mas um dado objetivo da

existência humana. Para ele como pastor e teólogo,além de exímio

filósofo, seria a angústia face à perdição eterna ou à salvação. Mas é

aplicável à vida humana. Esta apresenta-se frágil e sujeita a morrer a

qualquer instante. A angústia não deixa a pessoa inerte, mas move-a

continuamente para criar condições de salvaguardar a vida.


Hoje temos que alimentar esse tipo de angústia existencial face às

ameaças objetivas que pesam sobre nosso destino que podem ser

fatais. Ela é algo saudável, pertencendo à vida e não algo doentio a ser

tratado psiquicamente.

Hans Jonas em seu livro O princípio responsabilidade

(Contraponto,Rio 2006) analisa o medo de sermos colocados à beira

do abismo e nele cair fatalmente.Estamos numa situação de não

retorno. Não se trata mais de uma ética do progresso ou do

aperfeiçoamento. Mas da prevenção da vida contra as ameaças que

nos podem trazer a morte. O medo aqui é saudável e salvador, pois,

nos obriga a uma ética da responsabilidade coletiva no sentido de

todos darem sua colaboração para preservação da vida humana na

Terra.

A situação atual a nível planetário fugiu ao controle humano.Criamos

a Inteligência Artificial Autônoma que já independe de nossas

decisões. Quem, com seus bilhões e bilhões de algoritmos, impede

que ela possa optar pela destruição da humanidade? Temos como

controlar os tufões e terremotos, sem dizer os eventos extremos,

consequência da mudança climática? Não osbtante nosso saber

científico sentimo-nos impotentes face à força da natureza.

Primeiramente, temos uma tarefa a cumprir: cabe responsabilizarmo-

nos pelo mal que estamos visivelmente causando ao sistema-vida e ao

sistema-Terra,sem capacidade de impedi-lo ou freá-lo, apenas

minorando-lhe os efeitos danosos. O sistema de produção mundial

energívoro está de tal modo azeitado que não tem condição nem quer

parar. Não renuncia aos seus mantras de base: aumento ilimitado do

lucro individual, a competição feroz e a superexploração dos recursos

da natureza.

Além disso, importa responsabilizarmo-nos também pelo mal que não

soubemos no passado evitar física e espiritualmente e cujas

consequências tornaram-se inevitáveis, como aquelas que estamos

sofrendo como o aquecimento crescennte do planeta e a erosão da

biodiversidade.

O medo do qual somos tomados se relaciona ao futuro da vida e à

garantia de ainda podermos continuar vivos sobre este planeta. Em


função desse desiderato Jonas formulou um imperativo ético

categórico:

Aja de modo a que os efeitos de tua ação sejam compatíveis com a

permanência de uma vida humana autêntica sobre a Terra; ou,

expresso negativamente: aja de modo que os efeitos da tua ação não

sejam destrutivos para a possibilidade futura de uma tal vida; ou,

simplesmente, não coloque em perigo a continuidade indefinida da

humanidade na Terra” (Op.cit. 2006, p. 47-48). Nós acrescentaríamos

“não coloque em perigo a continuidade indefinida de todo tipo de

vida, da biodiversidade, da natureza e da Mãe Terra”.

Essas reflexões nos ajudam a alimentar alguma esperança na

capacidade de mudança dos seres humanos, pois, possuímos livre

arbítrio e flexibilidade.

Mas como o risco é global, impõe-se uma instância global e plural

(representantes dos povos, das religiões, das universidades, dos povos

originários, da sabedoria popular ) para encontrar uma solução global.

Para isso temos que renunciar aos nacionalismos e aos limites

obsoletos entre as nações.

Como se pode observar, as várias guerras hoje em curso são por

limites entre as nações, a afirmação dos nacionalismos e a crescente

onda de conservadorismo e de políticas de extrema direita afastam

para longe esta ideia de um centro coletivo para o bem de toda a

humanidade.

Devemos reconhecer: estes conflitos por limites entre as nações, estão

descolados da nova fase da Terra, tornada Casa Comum e

representam movimentos regressivos e contrários ao curso irresistível

da história que unifica cada vez o destino humano com o destino do

planeta vivo.

Temos uma Terra só e uma Humanidade só a serem salvas. E com

urgência pois o tempo do relógio corre contra nós. Cumpre mudar

mentes e nossas práticas.


https://leonardoboff.org/2024/01/25/puxar-o-freio-de-seguranca-face-a-gravidade-da-crise-atual/

Sabia disso? Rio de Janeiro tem banco de reconhecimento facial ilegal

 

Reprodução De Fato (link abaixo)

Reprodução O Globo

Ao mesmo tempo em que a tecnologia pode aprimorar a segurança nos centros urbanos, várias entidades estão preocupadas com os abusos, como demonstram as duas matérias recentes, acima, publicadas no portal De Fato e n Globo. Defensoria Pública e Ministério Público também registram casos de uso indevido dos novos recursos. 

No Rio de Janeiro e, provavelmente, em outras capitais, há casos de montagem de bancos de imagem privados para reconhecimento facial que ferem a Lei Geral de Proteção de Dados e outros dispositivos legais. Fotos aleatórias de pessoas sem necessariamente objeto de culpa por algum delito ou com contas a prestar à justiça circulam em grupos de whatsapp clandestinos. São imagens colhidas em bares, restaurantes e no comércio em geral. No caso, não de trata de imagens dos circuitos internos de câmeras, mas de fotos feitas por celulares geralmente operados por seguranças ou até garçons. Tal prática parece mais frequente em Ipanema, Leblon, Copacabana e Tijuca. Os "alvos" vão desde quem se envolve em algum conflito ou discussão até simples clientes que os estabelecimentos resolvem "marcar" por qualquer motivo. As fotos ilegalmente colhidas e sem qualquer critério se espalham em grupos nas redes sociais. Os "alvos", embora não sejam necessariamente abordados passam a sofrer algum tipo de intimidação aonde quer que circulem. Não se sabe se tais bancos de dados privados são compartilhados com a polícia, provavelmente, sim, porque há indicios de que, em alguns casos, a polícia foi acionada pelo estabelecimento para verificar pessoas cujas imagens estariam no banco de dados ilegal. Nos casos conhecidos, invariavelmente a policia chegou, viu, nada constatou e foi embora. A prática, contudo, é potencialmente perigosa para quem passa a integrar esse tosco banco de reconhecimento facial privado. 

Nos links abaixo você poderá ler duas matérias sobre o assunto. 

https://defatoonline.com.br/uso-do-reconhecimento-facial-preocupa-entidades/#google_vignette


https://paniscumovum.blogspot.com/2024/01/reconhecimento-facial-o-uso-publico-e-o.html


Mídia: uso de inteligência artificial provoca demissão de executivos e editores de revista


The Arena Group, dona de publicações como Sports Illustrated e The Street, demitiu seu presidente-executivo e alguns editores, segundo a assessoria de comunicação da empresa. Motivo: uso indiscriminado da inteligência artificial. A Sports Illustrated vinha publicanto matérias geradas por IA. As reportagens continhgam fotos e nomes falsos de autoresmes e fotos de falsos autores. 

No Brasil, vários veículos ainda discutem o uso ético dos recursos de IA já que a barreira da falsificação pode ser facilmente ultrapassada. Circulam informações de que a Jovem Pan estaria usando chatboots.     



sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

O paraíso é aqui... no caixa das verbas públicas

 



(O texto a seguir é uma análise do Panis). A Carta Capital mostra a fantástica máquina fiscal do longo braço politico-financeiro das igrejas evangélicas. Com a ajuda de políticos de todos os partidos, pastores obtém benefícios incalculáveis nas esferas federal, estadual e municipal. A cobiça, como define a revista, experimenta uma constante escalada ao longo do tempo. 

A dinheirama entra na megasacola em forma de isenções de impostos, de dotações, "subvenções sociais" e de "convênios" com órgãos públicos. São entidades de "assistência", de terceirização, clínicas de "desintoxicação", creches, eventos apoiados etc. 

A boiada financeira passa praticamente sem fiscalização. E, diante do poder político da máquina evangélica, é difícil considerar que haverá no futuro uma investigação de lavagem desse dinheiro não carimbado. O campo é  fértil. A existência da "legalização" de quantias de origem duvidosa e até criminosa já foi constatada em casos noticiados pela mídia. No ano passado, em São Paulo, uma organização criminosa foi acusada de comprar sete igrejas evangélicas com o objetivo de tirar o diabo da ilegalidade do corpo dos seus lucros.

A cascata de isenções não é apenas fiscal, é moral, ética e penal. Há líderes religiosos com os pés tão fincados na terra que gastam mais tempo como CEOs da máquina política e financeira do que preocupados com ativos espirituais. 

A bíblia menciona o céu como lugar de felicidade, onde não há sofrimento ou pecado. Pois muitos privilegiados já chegaram lá. O paraíso está no caixa do dinheiro público. 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

O voo dos masoquistas e a ajuda do Papai Brasil às companhias aéreas

Passageiro de avião no Brasil paga caro para sofrer desde o momento em que adentra o aeroporto. Na verdade, o pobre diabo faz o check in sem ter 100% de certeza se vai embarcar e decolar. Tudo pode acontecer. Uma greve deixa passageiros no chão em dezenas de aeroportos brasileiros. Detalhe: a greve foi na Argentina.

Ocorre que as companhias aéreas trabalham atualmente como os lotações dos anos 50/60 do século passado. Para as novas gerações, eu explico. Os lotações eram ônibus precários e montados em chassis de caminhões usados e que paravam em qualquer lugar. Barulhentos e pilotados por motoristas enlouquecidos que ganhavam por "viagem" e por isso disparavam no trânsito "costurando" o engarrafamento na velocidade mais alta possível. Um mesmo veículo podia rodar a cidade por mais de 16 horas com o motor fumegando. 

As companhias aéreas já dispuseram de aeronaves em reservas que podiam cobrir emergências como essa da greve na Argentina. Não mais. O avião que decola de Buenos Aires atende a vôos domésticos no Brasil. Assim, o passageiro que esperava seguir de Fortaleza para Natal fica mofando no aeroporto porque "seu" jato está parado em Ezeiza. E isso acontece com frequência a cada evento que paralisa a malha.

Os jornais noticiam que o governo prepara ajuda para as companhias aéreas. O serviço é ruim e o preço das passagens é exorbitante. Há momentos em que um bilhete da ponte-área Rio-São Paulo custa mais caro do que uma passagem São Paulo- Nova York. Mesmo assim, os executivos estão fazendo lobby para que o governo inhete dinheiro e subsídios na operação. Até o momento Fernando Haddad, ministro da Fazenda com a responsabilidade do equilíbrio fiscal resiste. 

É curioso. Os neoliberais pregam o estado mínimo e a privatização de tudo, até das próprias mães, se necessario, mas adoram subsídios e mamatas amigas. De preferência se parte da verba pública de "ajuda" pagar os bônus milionários dos executivos que em milagre contábil brasileiro costumam ser premiados até quando alegam prejuízos.




Abin, a Gestapo de Bolsonaro exportou dados de milhares de brasileiros

 


terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Todo dia um brasileiro sai de casa e encontra um coach ou um religioso. Quem é o malandro e quem é o otário?

 


Correspondente-marinheiro navega na internet

 

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Tudo muda. A palavra de ordem é corte de custos. O jornalismo brasileiro já teve correspondentes que fizeram história. Na TV, Silio Boccanera, Sandra Sandra Passarinho e Pedro Bial. No meio impresso, o brilhante Reali Jr, entre muitos outros. Atualmente, são poucos. A maioria só sai da redação para gravar "externas" em frente à sucursal ou em pontos turísticos das capitais. Um dos correspondentes em Nova York costuma ler seu relato. No telepromter ou direto do portal do New York Times? Vai saber. Essa tendência se agravou durante a pandemia da Covid, o financeiro gostou, e o pessoal passou a cobrir guerras, por exemplo, apenas atravessando a calçada. Um ou outro ainda é escalado para cobrir eventos como os encontros de Davos e assemelhados em forma de jornalismo declaratório que as chefias parecem adorar. No mais, salve a internet. Os correspondentes internacionais dão like.

domingo, 21 de janeiro de 2024

Memória da mídia: no tempo em que jornal Ultima Hora era o "carioca perfeito"

 

O anúncio acima foi publicado na Manchete. Uma nova campanha do extinto Ultima Hora divulgava nos anos 1970 o posicionamento do jornal como "carioca" com o objetivo de se diferenciar do então forte Jornal do Brasil e o poderoso O Globo. O UH aninciava como colunistas nomes como Artur da Távola, Zuzu Vieira, Gilda Muller, Marisa Raja Gabaglia e Daniel Más. Foi uma das inúmeras tentativas de reerguer o jornal que, em 1991, pediu falência.  O Arquivo Público do Estado de São Paulo colocou na internet o acervo do Ultima Hora, edições de São Paulo e Rio de Janeiro. 

Mídia: o "dá ou desce na GloboNews"

Reprodução X