quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Oito bilhões, chegamos lá!... E a coisa continua feia... • Por Roberto Muggiati

Ontem, 15 de novembro de 2022, a Terra atingiu a cota populacional de 8 bilhões de habitantes. Em 14 de julho passado, escrevi aqui algumas considerações a respeito do que batizei de “poluição demográfica”.

Blogque virou manchete - Panis Cum Ovum: Poluição demográfica: “Eu sou um de oitobilhões! ” • Por Roberto Muggiati

As discussões da COP27 no Egito só confirmam que as nações do mundo não estão conseguindo reverter o cenário de catástrofe gerados pelo aquecimento global. Seremos cada vez mais longevos até o belo dia em que pudermos afirmar: “Somos todos dinossauros...” – ou, corrigindo o tempo verbal: “Fomos todos dinossauros...”


LAMENTO NO TWITTER

Reprodução Twitter



terça-feira, 15 de novembro de 2022

Frase do Dia: Barroso humilha fascista

 "PERDEU, MANÉ, NÃO AMOLA"

(Ministro Luis Roberto Barroso, do STF, em resposta a um bolsofascista fanático que enchia o seu saco em Nova York, ontem)

Desmemória da escória

Imagem ilustrativa
por José Esmeraldo Gonçalves 

Em junho de 1985 Carlos Heitor Cony, então diretor da revista Fatos, me pediu para fazer um box para uma matéria do repórter Luiz Carlos Sarmento sobre o rumoroso Caso Baumgarten. Cony recebera informações sobre uma operação do SNI destinada a apagar determinados arquivos e registros nos órgãos de segurança. A tarefa era gigantesca. Havia anotações que a ditadura considerava "comprometedoras" não apenas no SNI, mas nas Assessorias de Segurança e Informação dos ministérios, nos Dops estaduais e nos terríveis "centros de segurança" das Forças Armadas. Através de um contato que o próprio Cony me passou, além de um nome indicado por Sarmento, obtive a confirmação de que a limpeza dos porões estava em curso desde que a Nova República se anunciara. 

Em 2012, Cony me lembrou em telefonema que um livro recém-lançado, "Memórias de um Guerra Suja", do ex-delegado do DOPS Claudio Guerra, confirmava a reportagem de Sarmento, 25 anos depois. Fiz então um registro no blog. (https://paniscumovum.blogspot.com/search?q=Claudio+Guerra

Nos últimos dias, lembrei-me dessa operação de queima de arquivos ao ler no Metrópoles, em matéria do jornalista Rodrigo Rangel, que o Palácio do Planalto havia formatado todos os seus computadores. "Formatar", no caso, igual a apagar inteiramente os conteúdos das máquinas. O processo exclui o sistema operacional dos computadores, o que significa que deverá ser reinstalado do "zero". Não restando nem backup. O Planalto, cuja credibilidade também é zero, afirmou que um "vírus" havia atacado a rede de dados da Presidência. 

Em 1985, um militar definiu a operação 'abafa' dos remanescentes da ditadura, em 1985, como "frenética". 

Imagino como deve estar vertiginosa nas sombras do Planalto a "higienização" do governo Bolsonaro, uma espécie de "solução final" para mensagens, vídeos, documentos, recadinhos, gravações, anotações de conversa de fim de tarde, boletos, memórias de celulares, sites pesquisados, históricos, Google Maps, agendas e registros não republicanos acumulados nos últimos quatro anos. Por enquanto, não há informação se, como o seu mentor Donald Trump, Bolsonaro levará pilhas de documentos secretos para o seu condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.              

República: como vai se chamar a nova era?





A Alegoria da República segundo o brasileiro Manoel Lopes Rodrigues.
A representação é tão caricata e feia
quanto a representada. 

A Efígie da República do Brasil: um toque romano na terra do pau-brasil


O pintor Roque Carneiro retrtatou a República portuguesa de topless.
Belos seios, pelo menos. Não por acaso, reúne uma multidão de admiradores.


A "mãe guerreira" Marianne representa a República Francesa
na visão de Delacroix na tela "A Liberdade guiando o Povo".

Em seus conturbados 133 anos de República, o Brasil tem vivido espasmos alternados de totalitarismo e democracia. A República Velha – que não foi nenhuma beleza – foi derrubada pela Revolução de 30, que abriu caminho para a ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas. A redemocratização do pós-guerra não chegou a durar 20 anos e acabou atropelada pelo Golpe de 1964. Ao período de 21 anos de ditadura militar seguiu-se a Nova República, iniciada em 1985 com a eleição indireta de Tancredo Neves (e a posse de Sarney). 

Tivemos então 31 anos de altos e baixos, marcados pelo impeachment (mais que justificado) de Collor e pelo impeachment (injustificado) de Dilma, na verdade o mal dissimulado Golpe de 2016. 

A partir de 2018, o sofrido povo brasileiro foi brindado com quatro anos de negacionismo e neonazismo. 

Um novo período começa em 1º de janeiro de 2023 e está a pedir uma nova denominação. O blog Panis Cum Ovum – que já se aproxima do seu Ano XV – pede a seus leitores que contribuam com sugestões. Um veterano jornalista da revista Manchete já arriscou o seu palpite: Terceira República, inspirado pelo fato de que Luiz Inácio Lula da Silva é o único Presidente da história eleito para um terceiro mandato. 

Por enquanto, si non è vero è ben trovato...

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Mídia - "Caaaaalada! - Eliane Cantanhêde quer que Janja se manifeste apenas no quarto do casal

Janja no palanque. Foto de Ricardo Stuckert


por José Esmeraldo Gonçalves 

Ontem a Rede Globo exibiu no Fantástico uma entrevista com Rosângela da Silva, a Janja, casada com o presidente Lula e com participação destacada na campanha presidencial. 

Provavelmente, a entrevista foi gravada antes dos comentários machistas e preconceituosos que Eliane Cantanhêde lançou contra a socióloga. O protagonismo de Janja incomoda a jornalista. Autêntica, simples, sem a afetação que, aliás, a Cantanhêde transmite nas suas intervenções na TV, a entrevista de Janja foi uma resposta elegante ao ataque em estilo Século 19 que recebeu na Globo News. 

No fim quem restou exposta e obsoleta - e tem recebido milhares de críticas nas redes sociais - foi a jornalista. 

Afinal, o que a Cantanhêde quer para as mulheres brasileiras? Que vivam em "prisão domiciliar" enquanto os maridos não chegam do trabalho? Que usem uma tornozeleira afetiva?  

O humorista Chico Anysio interpretava um personagem, o Nazareno, casado com a coitada da Sofia. Cada vez que ela interferia em uma conversa, o marido disparava o bordão "caaaaalada!". 

"Ela não é presidente do PT, não é líder política”, disse a Cantanhêde. Para a jornalista, a socióloga "ocupa excesso de espaço". No mesmo comentário, ela definiu os únicos metros cúbicos nos quais Janja pode se manifestar: o quarto do casal. 

A Cantanhêde imita a famosa frase que Ciro Gomes disse sobre a função de Patricia Pilar, com quem estava casado: dormir com ele. 

Ciro se deculpou. A Cantanhede ainda não. 

Durante a campanha Janja recebeu muitas ofensas e foi vítima de fake news nas redes sociais. Ela verá, ao longo do mandato de Lula, que será um alvo de parte da mídia. Não falha. Dilma foi capa de revista por ser "nervosa", foi criticada até pelo "jeito de andar". A jovem Tereza Goulart, que fugia ao figurino conservador de "primeira-dama" (título deplorável, a propósito) era caluniada pelas "senhoras de Santana". 

Já Iolanda Costa e Silva, Scyla Médici, Lucy Geisel e Dulce Figueiredo só recebiam elogios. 

Em todo caso, democracia é melhor. Na sala, no quarto, no trabalho, nas ruas, na estrada, no morro, no asfalto...            

sábado, 12 de novembro de 2022

Dois momentos de mídia - Quando o mercado lamentou a criação do 13° salário e o fim da escravatura

 

Reproduções Twitter


A elite brasileira é a responsável histórica pelo atraso do Brasil e pela péssima distribuição de renda que o país ostenta. Isso explica o ódio contra Lula demonstrado no mercado e nos editoriais da mídia que o representa.

 A página do Globo em 1962 tem o mesmo espírito canalha da nota no Diário do Brazil em 1888, que lamentava os prejuízos que a abolição da escravatura causava no mercado.  A elite também foi contra o voto feminino e as férias remuneradas. Hoje é contra a universidade pública e pretende que a previdência seja exclusivamente privada.

Na maior parte da história, o Brasil foi governado por uma elite corrupta. A Velha República era o PCC das classes altas.  Sempre que o povo reagiu foi combatido a bala, como nos anos 1930, ou na crise fabricada contra Getúlio Vargas em 1954; no golpe de 1964, que resultou em uma sangrenta ditadura que durou 21 anos; no golpe contra Dilma Rousseff em 2016. 
A eleição de Bolsonaro foi possível graças às manobras ilegais da quadrilha da Lava Jato, que impediu a candidatura de Lula. Essa foi a mais recente manobra da elite sempre com apoio das oligarquias da mídia.

A mesma elite que sonega, que se beneficia de subsídios, que se apropria de verbas públicas, que financia deputados e senadores - as tais bancadas que defendem seus interesses- ficou histérica nos últimos dias ao levantar o estandarte do "teto de gastos" e do "equilíbrio fiscal quando Lula deixou clara suas prioridades: combater a fome, investir para criar empregos, tirar o Brasil da paralisia que não o deixa crescer mas que não abala a especulação financeira. Porque a especulação não precisa de pontes, de estradas, de casas populares, de escolas, de hospitais e postos de saúde. A especulação se alimenta dela mesma. 
 Curiosamente, essa mesma facção elitista ficou quieta quando foi "sodomizada", na boa, por Bolsonaro que estuprou o "teto" várias vezes.

O que a elite brasileira não quer é que o povo tenha uma vida digna. Quer o atraso porque o atraso lhe faz bem.

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Gal em turnê, segundo o pai da Mônica

 

Reprodução Twitter 



Do Jornalista & Cia - Ricardo Gontijo: a boa prática do jornalismo e a arte de fazer amigos nas redações onde bilhou

 

Reprodução Jornalistas & Cia. Clique na imagem para ampliar.

O relatório do patriota flopou

 

Reprodução de charge de MOR
publicada hoje na Folha.

por José Esmeraldo Gonçalves 

O chargista MOR, da Folha de São Paulo, deu a melhor e genial resposta 
ao "relatório" do Ministério da Defesa. 

Tenho dúvida se o tal "documento" passaria numa prova do Enem pela inconsistência das frases, pela dissolução embriagada e vacilante e evasiva da ideia central da redação. Além disso, sujeitos e predicados estão corrompidos pelo bolsonarismo mentiroso.

E usa subterfúgios para sustentar a mentira. 

O tosco relatório admite que não encontrou indícios de fraude nas eleições, mas diz que "não exclui essa possibilidade" . A assertiva pode ser usada para tudo. "Meu avô acaba de morrer, mas não excluo a possibilidade de estar vivo". "Não roubei verba do orçamento secreto, mas não excluo essa possibilidade". "Não comprei Viagra superfaturado, mas não excluo essa possibilidade". "Não sabia que o avião da comitiva presidencial levava cocaína, mas não excluo essa possibilidade".

Parece claro que o "relatório" foi escrito pelo "patriota do caminhão enquanto fazia sua viagem para o nada grudado como um marisco na boleia da carreta".

Uma perguntinha: quando gastaram para gestar o rato que a montanha verde-oliva pariu.

   

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

A FRASE DO DIA: O nome, para sempre, é Gal

 

“É preciso estar atento e forte/ Não temos tempo de temer a morte!”


GAL COSTA, cantando Divino Maravilhoso.

 

terça-feira, 8 de novembro de 2022

Mídia: capa do Extra homenageia Bolsonaro



Na primeira página do Extra, trio de bolsonaristas é diabólica coincidência. São "homens e mulher de bem". Só faltou a camisa da seleção.

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Frase do dia

Dita hoje na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas - COP-27


Estamos numa estrada para o inferno climático, com o pé no acelerador.”

ANTÓNIO GUTERRES, Secretário Geral da ONU na COP27

domingo, 6 de novembro de 2022

O enterro do golpe

Reprodução Folha de São Paulo


 

Marcelo Adnet e despedida de Jair - "Não aprendi a dizer adeus".

 


Veja o vídeo no link

https://twitter.com/BernardoMF/status/1588939057996115968?t=UPHhXfm2ClC5gwO5sfxdhQ&s=03


A ameaça do sol negro nazista

 


Em 2021, apenas Estados Unidos e Ucrânia votaram contra resolução da ONU que condena o nazismo, racismo e a xenofobia. Em 2022, 52 países rejeitaram a mesma resolução. Isso quer dizer que o fascismo e o nazismo estão em processo de reabilitação no mundo. Os Estados Unidos alegam que votaram  contra em nome da "liberdade de expressão". A resolução foi aprovada por 105 votos a favor, 52 contra e 15 abstenções.

No Brasil, que  votou a favor da resolução, ocorre um grave fenômeno. Células nazistas se espalham principalmente no Sul do país e são naturalizadas em muitos grupos nas redes sociais e pela impunidade, mesmo quando flagradas. Em 2023, o Senado e Câmara receberão políticos com ideário fascista levados a Brasília pelas últimas eleições.

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Memepost - A carreta dos insensatos diverte o Brasil

Fascista que não  sabe que é fascista tenta deter carreta. Dizem que o "herói" bolsonarista vai receber de Bolsonaro a Ordem do Cruzeiro do Sul.
Reprodução Twitter

por O.V.Pochê

Cientistas renomados mostram interesse em estudar a mente dos bolsonaristas. 

Não querem saber da ideologia dos biltres, estão curiosos diante dos sinais de involução que demonstram a cada dia. 

 
Reprodução Twitter 

Por exemplo, um da espécie tocou fogo no próprio carro, o único que tinha para trabalhar, o que significa que era um "pobre de direita". Em vídeo, ele diz que vai  embora para o Paraguai por não suportar Lula. Claro, não iria para Mônaco nem Luxemburgo. Boa viagem. 

Teve o senhor revoltado que chutou a traseira de uma camionete. Fudeu a perna, o utilitário saiu ileso.

Outro subiu em um caminhão para obrigar o motorista a parar em um bloqueio. Esqueceu que estava no Nordeste. O motorista acelerou na estrada levando o manifestante pendurado no capô. A cena virou meme recordista. A certa altura, o bolsonarista pede arrego. Terá sido para trocar a cueca? O caminhoneiro aceita parar desde que o idiota desça e se mande sem encher o saco. 

Bolsonaristas caem em pegadinhas

Uma das diversões do país foi entrar em grupos bolsonaristas e mandar fake news. Eles já comemoraram nas barricadas a "vitória" de Bolsonaro, a "prisão" de Alexandre de Moraes e a "saída de tanques" de unidades militares em direção à casa do Lula para prendê-lo. 

Mas pelo menos uma ação bolsonarista beneficiou alguém. Em Brasília,  sem- tetos revezaram uma camisa amarela e descolaram um rango na cozinha financiada pelo agronegócio. Era só entrar na fila gritando "mito" ou "Lula não" que ganhava um pf de carne, arroz e purê de batata.

Calcinha vencida 

Corre a fofoca de vizinho de que alguns maridos deixaram as mulheres em casa para se engajar nas milícias rodoviárias. O resultado é que já há notícias de "ricardões" apartidários rondando lares abandonados. Bom, eles assumiram o risco. 

Na Castelo Branco, um ambulante empreendedor sacou que as bolsonaristas deviam estar com calcinhas vencidas e faturou uma grana oferecendo refil no bloqueio. Cueca ele não vendeu porque bolsonarista raiz não troca cueca nem toma banho.

Acabei de ver nas redes sociais que lojistas bolsonaristas querem entrar em lock out e, em protesto, deixarão seus estabelecimentos fechados até que Lula seja destituído do cargo. Vão em frente. 

Iwo Jima é aqui

Outro gravou vídeo informando que fechou a própria empresa. A concorrência adorou.

Em um dos bloqueios um fanático contou que chorou quando Roberto Jefferson foi preso.  Ele pensa em passar uma lista de contribuição para financiar um monumento ao cara "que enfrentou o sistema a bala". Jefferson vai aparecer com um fuzil na mão ao lado dos zero um, dois e três, hasteando uma bandeira do Brasil em Coronel Feliciano ao estilo do pavilhão norte-americano em Iwo Jima.

Enquanto os  bravos heróis bozorocas  enfrentam chuva e frio, o "mito" está cuidando do seu futuro: já descolou a promessa de um cargo remunerado no PL e tenta com deputados e senadores que o apoiam uma blindagem contra os processos que enfrentará na justiça comum. 


Conclusão dos cientistas: os bolsonaristas são o primeiro carinha agachado na escala evolutiva de Darwin. 

E descendo...

Então é isso. Vou ali rever O Grande Ditador, do genial Charles Chaplin.