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| Reprodução Twitter |
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| Reprodução de charge de MOR publicada hoje na Folha. |
O chargista MOR, da Folha de São Paulo, deu a melhor e genial resposta ao "relatório" do Ministério da Defesa. Tenho dúvida se o tal "documento" passaria numa prova do Enem pela inconsistência das frases, pela dissolução embriagada e vacilante e evasiva da ideia central da redação. Além disso, sujeitos e predicados estão corrompidos pelo bolsonarismo mentiroso. E usa subterfúgios para sustentar a mentira. O tosco relatório admite que não encontrou indícios de fraude nas eleições, mas diz que "não exclui essa possibilidade" . A assertiva pode ser usada para tudo. "Meu avô acaba de morrer, mas não excluo a possibilidade de estar vivo". "Não roubei verba do orçamento secreto, mas não excluo essa possibilidade". "Não comprei Viagra superfaturado, mas não excluo essa possibilidade". "Não sabia que o avião da comitiva presidencial levava cocaína, mas não excluo essa possibilidade". |
Parece claro que o "relatório" foi escrito pelo "patriota do caminhão enquanto fazia sua viagem para o nada grudado como um marisco na boleia da carreta".
Uma perguntinha: quando gastaram para gestar o rato que a montanha verde-oliva pariu.
“É preciso estar atento e forte/ Não temos tempo de temer a morte!”
GAL COSTA, cantando Divino Maravilhoso.
Dita hoje na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas - COP-27
“Estamos numa estrada para o inferno climático, com o pé no acelerador.”
ANTÓNIO GUTERRES, Secretário Geral da ONU na COP27
Em 2021, apenas Estados Unidos e Ucrânia votaram contra resolução da ONU que condena o nazismo, racismo e a xenofobia. Em 2022, 52 países rejeitaram a mesma resolução. Isso quer dizer que o fascismo e o nazismo estão em processo de reabilitação no mundo. Os Estados Unidos alegam que votaram contra em nome da "liberdade de expressão". A resolução foi aprovada por 105 votos a favor, 52 contra e 15 abstenções.
No Brasil, que votou a favor da resolução, ocorre um grave fenômeno. Células nazistas se espalham principalmente no Sul do país e são naturalizadas em muitos grupos nas redes sociais e pela impunidade, mesmo quando flagradas. Em 2023, o Senado e Câmara receberão políticos com ideário fascista levados a Brasília pelas últimas eleições.
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| Fascista que não sabe que é fascista tenta deter carreta. Dizem que o "herói" bolsonarista vai receber de Bolsonaro a Ordem do Cruzeiro do Sul. Reprodução Twitter |
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| Reprodução Twitter |
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| Nazismo assumido. |
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| 1968: Vanja Orico se ajoelha pela liberdade.Fotos de Gervásio Baptista/Manchete |
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| 2022: De joelhos, Cássia Kiss reza pela volta da ditadura. Imagem reproduzida do You Tube |
por José Esmeraldo Gonçalves
Ontem, bolsonaristas foram à sede do Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro, para pedir que as Forças Armadas promovam um golpe e reinstalem uma ditadura do Brasil.
Em meio à gangue golpista uma figura patética se destacou: a atriz Cássia Kiss ajoelhou-se para fazer uma "oração contra o comunismo". Na prática, ela estava lá para atacar a democracia. Na ação política, a atriz sequestrou o espírito cristão e rezou uma Ave Maria, que é uma oração na qual o fiel se admite como pecador. Faz sentido. Cassia Kiss está em Travessia, na Globo, novela da também bolsonarista Glória Perez, e desfruta momento de alta exposição. É possível que ela tenha feito um combo e rezado para a novela decolar, o que está difícil segundo os colunistas de TV.
A imagem da Kiss devota do golpe lembrou outra atriz, Vanja Orico, que em cicurstâncias opostas se ajoelhou para defender a democacia e a liberdade.
Em outubro de 1968, uma manifestação de estudantes contra a ditadura militar foi reprimida à bala. O ataque matou o estudante Luiz Carlos da Cruz e feriu outros seis jovens. No dia seguinte, uma multidão se dirigia para o enterro do estudante assassinado, no Cemitério do Caju, quando ocorreu um novo ataque. Mais dois jovens foram mortos.
Entre outros artistas, Vanja Orico participava da passeata. Em certo momento, para tentar deter a brutalidade, ela se ajoelhou diante das viaturas policiais. A atriz foi presa. Liberada três dias depois, Vanja passou a receber ameaças de morte. A decretação do AI-5 - que tornou a tortura política de Estado e sequestrou e assassinou brasileiros, Vanja foi obrigada a deixar o Brasil dois meses depois.
Foi graças à luta de pessoas como Vanja Orico que a democracia renasceu no Brasil após uma longa noite. É por isso que tristes figuras como Cássia Kiss podem se postar diante de um quartel para pedir livre embora ilegalmente que os militares lancem os tanques contra a Constitução.
| Reprodução Vídeo Instagram de Jamil Chade |
DIRETO DE GENEBRA:
"FOI MUITO LINDO SER PARABENIZADO PELO RESULTADO DA ELEIÇÃO NO BRASIL"
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por Ed Sá
Veja o vídeo acima postado no Instagram pelo jornalista e colunista Jamil Chade. A imagem do Brasil no mundo já está em recuperação. Um fato que simboliza a reaproximação com o mundo democrático é o convite que presidente Lula e Marina Silva receberam para participar - antes mesmo da posse da pçosse do governo democrático - da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP-27), que acontecerá entre os dias 6 e 18 de novembro em Sharm El Sheikh, no Egito
As eleições resgataram a democracia e a dignidade do país. É reconfortante, mas fiquemos atentos: o Brasil que pensa venceu a gangue fascista, mas haverá muita luta pela frente. A arma dos bolsonaristas contra a democracia, como demonstraram nos últimos dias, é e será o terror.
| Gaviões, presente. Foto: Reprodução/Twitter |
| A Galoucura, do Atlético Mineiro, desfez bloqueios. Foto Reprodução Instagram |
Questão de múltipla escolha circula nas redes sociais.
Dizem que no próximo Enem vai cair essa pergunta:
"Quem desobstruiu as rodovias federais após as eleições de 2022?"
A) PRF
B) TSE
C) PF
D) STF
E) PM
F) GAVIÕES
G) GALOUCURA
por Ed Sá
A caminho de São Paulo, a torcida do Atlético Mineiro deu início aos desmonte dos bloqueios ilegais dos fascibolsonaristas. Foi na BR-381. Torcedores desceram dos ônibus a mandaram a turba cair fora. Imprissionou a velocidade com que caminhoneiros ligaram suas carretas e aceleraram na estrada.
A Galoucura não usou armas, ganhou no grito. "Ninguém impede nós (sic) de ver o Galo. Vamos apagar tudo. Pode passar todo mundo" - disse um dos torcedoresda Galoucura.
Os manifestantes fugiram como ratos desesperados para entrar nos bueiros. A torcida do Corinthians, que se dirigia ao Rio, também rompeu bloqueios na Marginal Tietê e na Dutra. Os corintianos da Gaviões expulsaram os bolsonaristas e retiraram faixas contra a democracia.
Houve reação também de motoqueiros e entregadores, que romperam pelo menos um ponto de bloqueio em área urbana.Um grupo de motoboys furou uma barreira. Alguns bolsonaristas tentaram agredir dois motoqueiros e receberam respostas contundentes. O bloqueio foi desmontado já que outros motoboys avisados por celular se aproximavam para reforçar a ação dos companheiros.
Torcedores e motoboys mostraram que, apesar do que foi apregoado, não seria difícil para as forças de segurança desmontarem os atos ilegais e antidemocráticos. No início faltou vontade e as barreiras se multplicaram.
Sem tiros, só de morteiros, eles mandaram o gado pastar.
Redação da Manchete, 1978, agosto. Foto; Arquivo Pessoal
Nascemos no mesmo ano de 1937, eu em 6 de outubro, ele em 28 de outubro. Deixei passar em nuvens não tão brancas como reza o clichê os 85 anos que teria completado poucos dias atrás. Alberto Carvalho nos deixou em 2014 e, se chega a ser um consolo, posso garantir a ele que não está perdendo grande coisa...
Éramos almas irmãs, o carcamano curitibano e o carioca da gema do Catumbi, apesar das origens tão diferentes. O que conta no caráter de um homem não é o local onde nasce, mas o espaço que constrói para si mesmo, onde quer que esteja.
Alberto e eu resistíamos à opressão do trabalho usando como arma o humor, aquele humor irônico e imaginativo que só a raça das redações é capaz de criar, de improvisar a cada momento.
Esta foto foi feita no Russell em agosto de 1978, eu editor da Manchete, Alberto meu factótum, ambos com uns quinze anos de Bloch já nos costados. O mundo estava pegando fogo: no Vaticano João Paulo I morria misteriosamente com apenas um mês de papado; o fanático Jim Jones levava a um suicídio em massa 918 seguidores de sua seita; os aiatolás preparavam a queda do Xá do Irã e a instauração de uma ditadura religiosa que dura até hoje; na Itália, o ex-Primeiro Ministro Aldo Moro era assassinado pelos guerrilheiros das Brigadas Vermelhas. Tudo isso passava pelas páginas da Manchete, mas nada daquela instabilidade se reflete em nossos rostos. Alberto e eu parecemos longe, muito longe deste insensato mundo, degustando a última abobrinha dos corredores blochianos.
A seguir, duas matérias publicadas no Panis que dão uma dimensão do humor e da grandeza humana de Alberto de Carvalho: seu talento genial para dar apelidos e as memórias que alinhavou sob o título autobiográfico de Eu, Tura.
https://paniscumovum.blogspot.com/2017/09/a-melhor-da-galaxia-era-uma-fabrica-de.html
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| Foto de Ricardo Stuckert |
Vamos conjugar o verbo em todas as pessoas, em todos os tempos.
Esperancemos, precisamos de esperança.
Lula foi eleito com o maior número de votos que um presidente jamais teve em toda a história do Brasil.
Esse número fala por si. Fala de nosso desamparo, de nossa necessidade vital de esperançar.
O Brasil vive há seis anos sob o signo da destruição e do retrocesso. Desde 2016, quando um pesadelo começou a destruir a frágil democracia brasileira.
Vamos pegar nossas pás e nossos tijolos com cimento… e mãos à obra. Tem muita terra arrasada, a começar pela Amazônia, passando pelos direitos trabalhistas, pelo orçamento secreto que tem que ser revelado à luz do dia, pelos sigilos de 100 anos para esconder todas as falcatruas do desgoverno do inominável, pelo isolamento do Brasil na cena internacional.
Vamos fechar os parênteses dos 6 anos de inferno que esse país alegre e acolhedor conheceu. Foram seis anos de trevas. O Brasil precisa voltar a brilhar no mundo.
Foram milhares de rostos gritando ódio, homenageando torturadores dentro do Congresso Nacional, sem punição.
Foram quase 700 mil mortos na pandemia de Covid, sem punição dos responsáveis. Foram milhares de brasileiros jogados nas calçadas com frio, sede e fome, sem punição para o responsável que ainda negava a existência da fome no país. E imitava pessoas morrendo de falta de ar. A perversão não tinha limites.
Desde a deposição de uma presidente sem crime de responsabilidade, foram seis anos de descida ao inferno. Dante não o descreveu mais terrível, mais assustador.
É hora de reconstruir.
Mutirão de pedreiros de todas as idades, vamos ser todos chamados a reconstruir. A bordar alianças. A superar divergências que são apenas detalhes diante da maior tarefa: reconstruir uma democracia sólida, para todos os brasileiros, sem distinção de cor, etnia, religião, crença. Todos são bem-vindos neste mutirão.
O presidente Lula será o maestro que vai dirigir a maior orquestra do planeta, de 215 milhões de almas, tocando a partitura mais bonita jamais ouvida. Reconstruir, refazer, refazendo o país.
A Amazônia deve parar de queimar. Árvores em pé nos dão vida, deitadas são todo um ecossistema assassinado.
Precisamos parar a destruição da Amazônia em nome da Vida. Precisamos respirar, precisamos dos animais que garantem aquela biodiversidade, precisamos do regime de chuvas que a floresta garante em equilíbrio perfeito.
O Brasil precisa, o planeta precisa da Amazônia.
« O mundo precisa de Lula », dizia um grande cartaz luminoso em um prédio de Nova York na véspera da eleição.
Precisamos costurar o tecido social esgarçado, como a costureira numa roupa que esgarçou.
O fio e a agulha somos nós.
Todos nós.
ACESSE O FÓRUM 21