quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Tempos modernos com uma genial exposição de Charles Chaplin

Charles Chaplin é tema de exposição no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo. Foto: Divulgação
por Eli Halfoun
Rever Charles Chaplin é sempre uma lição atual de arte: ninguém pode perder a exposição que reunirá mais de 200 itens (filmografia, fotos, desenhos e cartazes de filmes) do genial Carlitos. A exposição será aberta na primeira semana de outubro no Instituto Tomie Ohtake (bairro Pinheiros, São Paulo). A mostra faz um passeio por todas as fases chaplinianas. A exposição chega ao Brasil depois de ter sido vista na Europa, México e Estados Unidos. Rever Charles Chaplin e sua obra é rever arte sempre moderna, o que prova que o que é bom nunca envelhece e sai de moda. Com Chaplin são sempre tempos modernos. (Eli Halfoun)

Isabeli Fontana toma o lugar de Scarlet Johansson

Isabeli Fontana na Vogue Brasil de agosto. Foto Divulgação/Vogue
por Eli Halfoun
Não demora muito Isabeli Fontana (28 anos e mãe de dois filhos, um de quatro e outro de sete anos) poderá entrar breve na galeria de modelos brasileiras que mais apareceram em capas de revistas. Agora ela pode ser vista na capa (e no recheio, é claro) da Vogue Brasil. Isabeli continua conquistando também contratos internacionais: acaba de assinar com a grife espanhola Mango para estrelar a campanha outono-inverno. Nossa bela brasileirinha entra no lugar da atriz Scarlet Johansson, que foi a cara da grife nos últimos anos. Mesmo trabalhando muito a modelo encontra tempo para “tuitar”: em um de seus recentes post falou do anunciado, mas não confirmado romance com Rohan Marley, o filho de Bob Marley. Na mensagem, Isabeli confirma que o casal se conheceu durante sua vigem para a Jamaica no mês passado, mas não garantiu com todas as letras se está mesmo apaixonada como afirmaram algumas colunas. Quem conhece Isabeli garante que os colunistas não exageram em nenhuma linha porque Isabeli é mesmo fogo e paixão. (Eli Halfoun)

Encontro bem carioca com música e picadinho

por Eli Halfoun
Só podia ser musical o encontro “Uma noite carioca” que acontecerá em outubro, provavelmente no Largo da Mãe do Bispo. Promovido pelo Instituto Ricardo Cravo Albin, o espetáculo terá direção de Luiz Carlos Miele que também será uma das atrações ao lado de Ithamara Koorax e Pery Ribeiro. O IRCA promete muitos espetáculos agora que tem Miele como o novo diretor de eventos especiais. O acerto com Miele foi feito na última quinta-feira. Decidido também que, além de música, o encontro “Uma noite carioca” será bom para o paladar: depois do show será servido o picadinho carioca do chef Miguel, o Magnífico. O picadinho, que tem sua receita guardada a sete chaves, se fez famoso mundialmente depois de ter encantado a rainha Elizabeth, quando esteve no Rio em 1968. Depois de comer o picadinho, a rainha nem fez aquela cara permanente de quem está definitivamente de mal com a vida.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Memória da redação: Aconteceu na...

Os fotógrafos Jáder Neves, no alto, à esq., Jankiel Gonczarowska e Angelo Gomes. Ney Bianchi na máquina de escrever, em 1956. 
Na capa da edição comemorativa, lançada há 55 anos, dois beques, como se dizia na época, que não brincavam em serviço: Pinheiro, do Fluminense, e Bellini, do Vasco
Na redação da Manchete Esportiva, Arnaldo Niskier e Ronaldo Bôscoli
Os irmãos Rodrigues: Augusto era o diretor da Manchete Esportiva; Nelson, cronista; e Paulo, repórter
O livro O Berro Impresso das Manchetes, da Agir, com as crônicas de Nelson Rodrigues publicadas na Manchete Esportiva entre 1955 e 1959.
por José Esmeraldo Gonçalves
O post de Eli Halfoun, hoje, sobre Nelson Rodrigues, me leva a um registro do jornalismo esportivo: o lançamento do número de aniversário da Manchete Esportiva, há 55 anos. Em 1956, a revista comemorava seu primeiro aniversário. Em um ano, acumulara nos seus arquivos cerca de 20 mil fotos. Havia no Brasil outras publicações especializadas, mas a Manchete Esportiva era a primeira a dar à fotografia um peso excepcional nas suas coberturas. Herdava, de certa forma, uma das principais características da revista Manchete lançada em 1952. O destaque à imagem não impedia a Manchete Esportiva de reunir uma redação de craques. Um time que, a exemplo da atual seleção brasileira, mesclava nomes consagrados como os irmãos Rodrigues (Augusto, o diretor, Nelson , cronista e Paulo, repórter) com profissionais que iniciavam as saus carreiras e brilhariam nas décadas seguintes como Ney Bianchi, que cobriu Copas e Olimpíadas até 1998, Arnaldo Niskier, que dirigiu várias revistas e é hoje imortal da Academia Brasileira de Letras, e Ronaldo Bôscoli, que trocaria a rotina de jornalista pela de compositor de sucesso com marcante atuação na Bossa Nova. Na edição que festejava seu primeiro ano, a Manchete Esportiva reproduziu algumas capas. Estão lá, em "ektachrome", Gilmar,  Zizinho, Veludo, Dequinha, Ademir, Didi, Garrincha, Castilho, entre outros. A revista durou pouco mais de cinco anos. Acumulou no período outros 100 mil negativos e "ektachrome", que focalizaram todo o brilho de uma geração ímpar - que incluía Pelé, Garrincha, Didi, Vavá, Nilton Santos, Bellini, Zito, Zagalo, Julinho, Dida, Mazzola, Gilmar, Pinga, Almir - e imortalizaram a Copa de 1958, na Suécia, a primeira Jules Rimet que o Brasil trouxe para casa. Essas imagens de uma época de ouro do futebol brasileiro fazem parte do Arquivo  Fotográfico que pertenceu à Manchete e que, desde que foi leiloado, há quase dois anos, está desaparecido (os fotógrafos de todas as gerações que atuaram nas revistas da Bloch empreendem, no momento, através do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, uma ação para localizar e reivindicar os seus direitos autorais sobre o acervo que pertenceu à falida Bloch Editores). Se as fotos estão desaparecidas, alguns valiosos exemplares da Manchete Esportiva ainda podem ser encontrados em sebos ou na Banca Cena Muda, especializada em revistas antigas, da livreira Ada Guimarães, na Praça N.S. da Paz, em Ipanema. E a editora Agir lançou em 2007 o livro "O Berro Impresso das Manchetes - Crônicas Completas da Manchete Esportiva", que reúne os textos de Nelson Rodrigues publicados na revista. A memória do jornalismo esportivo agradece.

Adriane Galisteu na Costa Amalfitana

Adriane Galisteu posa para J.R. Duran na Costa Amalfitana. Foto:Divulgação/Playboy

por Omelete

No lançamento da Playboy em São Paulo, Adriane Galisteu comentou que ainda está poucos quilos acima do que gostaria. "Ser chamada de gostosa pra mim é terrível. Fico achando que preciso perder mais uns quatro quilos. Estou bombando. Os caras agora estão enchendo a boca para me chamar de gostosa". Adriane foi fotografada para a revista por J. R. Duran, o mesmo que fez as fotos da apresentadora em 1996. O cenário foi a Costa Amalfitana, onde circulou quase o tempo todo de biquini, segundo revelou. E foi onde mais ouviu o adjetivo.

Parou na ciclovia...






Repressão ao estacionamento em ciclovias. Foto de divulgação da Prefeitura de Vilna, Lituânia.
Nos anos 60, ficou famoso no Rio o Coronel Américo Fontenelle. Linha-dura na fiscalização do trânsito, ele multava, rebocava e chegou a implantar uma geringonça que travava as rodas dos carros estacionados irregularmente. Era admirado por uns e odiados por outros tantos. A foto acima, divulgada pela prefeitura de Vilna, capital da Lituânia, mostra um "fontenelle" muito mais radical. Irritado com os infratores, especialmente motoristas que estacionavam no meio das ciclovias, o prefeito de Vilna, Arturas Zuokas, requisitou um carro de combate e foi às ruas. Ao se deparar com uma Mercedes que obstruía a faixa dos ciclistas simplesmente passou por cima do carrão.

Arapongas ilustres em São Paulo

Documentos do Arquivo Público do Estado de São Paulo revelados pelo portal IG, mostram, entre outras revelações, que a Polícia Civil de São Paulo espionou clandestinamente partidos, líderes políticos, autoridades estaduais e nacionais, movimentos sociais, igrejas e sindicatos até 1999, quase 15 anos depois do fim da ditadura militar. A central de arapongagem teria sido extinta apenas no segundo mandato do tucano Mário Covas. Os documentos registram que agentes se infiltraram em assembleias sindicais, reuniões de partidos políticos e monitoraram personalidades públicas.

É hoje! Lançamento do livro Solar da Fossa

por JJcomunic
Quem passa em frente ao Rio Sul, em Botafogo, Rio, não imagina que o shopping foi erguido no terreno de um casarão de dois andares e 85 cômodos que era uma espécie de "república cultural". Demolido em 1972, o "Solar da Fossa", como ficou conhecido, serviu de moradia para nomes como Caetano Veloso, Paulo Coelho, Gal Costa, Mauro Mendonça, Naná Vasconcelos, Paulo Diniz, Darlene Glória, Paulo Leminski, Maria Gladys, Betty Faria, Ìtala Nandi, Antônio Pitanga, Marieta Severo, Zé Kéti, Gutemberg Guarabyra, Abel Silva e Cláudio Marzo.
O jornalista Toninho Vaz lança hoje, às 19h, na Livraria Argumento, no Leblon, o livro "Solar da fossa – um território de liberdade, impertinências, idéias e ousadias" - (Casa da Palavra, 256 páginas, R$39,90).
Trata-se do registro de um belo momento do Rio inquieto, apesar da ditadura, dos anos 60/70.

Bruxinha de Harry Potter já posa de mulher sensual

por Eli Halfoun
A imagem que Emma Watson popularizou mundialmente como a bruxinha dos filmes da série “Harry Potter” só poderá ser vista ou revista nos filmes que certamente ainda serão reprisados durante ainda muitos anos. Decidida a livrar-se da bruxinha que a fez famosa e rica Emma está mudando completamente seu visual mostrando-se agora não mais como a meninha dos filmes, mas como uma mulher sensual e que já está entre as mais cobiçadas do momento. A nova imagem de Emma é também a da Lancome: as primeiras fotos como garota-propaganda da marca começaram a ser divulgadas na Europa. As fotos são assinadas pelo craque Mario Testino, o preferido das estrelas e Emma já se acha (e é) uma. (Eli Halfoun)

Revista globalizada

Alinne Morais na edição brasileira.
A atriz americana Mila Kunis
A modelo Heid Klum na versão russa
A modelo Bar Rafaelli posou em Israel
por JJcomunic
A GQ é hoje uma das revistas que mais avança no quesito licenciamento no mundo. Este ano foi lançada a edição brasileira da publicação fundada nos Estados Unidos, em 1957, com o nome de  Gentlemen's Quarterly, algo como trimestral para cavalheiros cuja periodicidade acabou virando mensal. Veja nas reproduções uma pequena mostra das edições internacionais. Um detalhe não escapa: as capas são sempre relevantes. Não abrem espaço para "filés", "melancias" ou assemelhados nacionais ou internacionais.

Programa "Profissão Repórter" acompanha a vida e a rotina dos fotógrafos

"Profissão Repórter" focaliza o trabalho dos fotógrafos. Na foto, Fernando Quevedo e a repórter Valéria Almeida. Foto TV Globo/Divulgação
O programa "Profissão Repórter" desta terça-feira, dia 2, mostrará os bastidores de diferentes fotógrafos brasileiros. No Rio de Janeiro, a vida e a rotina dos paparazzi foi acompanhada por uma semana; na Amazônia, o foco foi o trabalho do fotógrafo Araquém Alcântara; e de novo no Rio, os repórteres acompanharam a atuação dos fotógrafos que cobrem a cidade. O ‘Profissão Repórter’ vai ao ar logo após ‘O Astro’. 

Deixem o barrigão de Ronaldo em paz

por Eli Halfoun
Nem mesmo agora que se aposentou como jogador, Ronaldo está livre para aumentar e exibir sua “barriga de cerveja”. Bastou mostrar o barrigão em uma praia de Ibiza para a foto de seu “desleixo” correr o mundo. Tudo bem que, enquanto atleta Ronaldo, fosse cobrado e tivesse o dever profissional de exibir um corpo atlético, mas agora embora não possa e não deva exagerar no peso por uma fundamental questão de saúde, Ronaldo tem todo o direito de deixar a vida (e a balança) o levar sem maiores compromissos. O que não pode é ele continuar vítima de uma patrulha fiscalizadora que nunca o deixou em paz e que não o deixa viver livremente, Afinal, ele conquistou com inegável esforço profissional o direito de fazer de sua vida e de seu corpo o que bem entender. Não serão patrulhas estéticas que farão com que esse sempre craque deixe de curtir momentos prazerosos. Como lembra a jornalista Nina Lemos, da Folha de São Paulo, “agora ele aparece exibindo sua barriga com orgulho e dá uma banana para a patrulha do corpo alheio”. Faz muito bem. (Eli Halfoun)

Uma fundação virtual para valorizar a obra de Nelson Rodrigues

Nelson Rodrigues na redação
da Manchete Esportiva, em 1956.
Reprodução/Manchete Esportiva N°53.
por Eli Halfoun
Ninguém que admira as excelentes peças, os bons livros e as ótimas crônicas e todos os ótimos textos com que Nelson Rodrigues nos presenteou ao longo de sua vida pode ficar alheio à comemoração, ano que vem, de seu centenário. Quem teve como eu o privilégio de conviver com o fanático tricolor (nunca mais ninguém mostrou o futebol com tanta maestria literária) certamente terá muito a reconhecer na obra “rodriguiana”. Na redação da Última Hora, na mesa ao lado da que Nelson costumava ocupar todas as tardes, vi nascerem algumas de suas antológicas peças e convivi com personagens reais como, por exemplo, o repórter policial Amado Ribeiro que virou importante personagem em “O Beijo no Asfalto”. Os 100 anos de Nelson Rodrigues se completam em 2012, mas as homenagens começam ainda esse ano: o cineasta Marco Antonio Braz propõe uma revisão da obra daquele que é considerado o maior dramaturgo do Brasil. Braz começa revisando “O Beijo no Asfalto” que ganhará nova montagem em data a ser ainda definida. Homenagear Nelson Rodrigues não é peça que caiba em um único ato: como segundo, ato a proposta é criar uma fundação dedicada ao dramaturgo e que será em princípio uma fundação virtual já que uma sede só poderá ser levantada pelos herdeiros de Nelson, que certamente farão isso. Não só em homenagem ao pai, mas também à dramaturgia brasileira que conta sua história com o antes e o depois de NR. (Eli Halfoun)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Atentados de 11 de setembro: dez anos depois

A Globo News fará cobertura especial dos dez anos dos atentados terroristas de 11 de setembro. O pacote jornalístico começa no dia 11 de agosto. Serão 29 especiais inéditos, durante um mês. Todo o material foi produzidos pela Globo News em viagens aos EUA, Europa e pelo Brasil. Os repórteres Jorge Pontual, Luis Fernando Silva Pinto, Silio Boccanera, Tonico Ferreira, Geneton Moraes Neto e Sandra Coutinho descobrem personagens e trazem depoimentos inéditos. Veja alguns destaques: no domingo, dia 14, o ‘Globo News Especial’ traz uma reportagem de Jorge Pontual sobre a vida do ex-presidente americano George W. Bush. O repórter vai às cidades americanas de Dallas e de Crawford, no Texas, onde o ex-presidente tem um rancho. O especial “Procurando Bush” vai ao ar a partir das 20h30 no canal.  O ‘Milênio’ de segunda-feira, dia 15, tenta explicar como se processa a radicalização de militantes islâmicos, tanto no Ocidente quanto nos países de maioria muçulmana. O repórter Silio Boccanera entrevista Ghaffar Hussein, autor do livro “Uma História Breve do Islamismo” e diretor da Fundação Quilliam, em Londres, voltada para o estudo de radicalização e desradicalização de muçulmanos. Domingo, dia 21, o ‘Globo News Especial’ traz uma reportagem sobre o que os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 mudaram na vida das pessoas ao redor do mundo. Em setembro, a Globo News continua a cobertura especial dos dez anos dos atentados. Mais 19 programas especiais inéditos entram na programação do canal. Entre eles o ‘Dossiê Segredos de Estado’, que estreia no sábado, dia 03 de setembro. O jornalista Geneton Moraes Neto entrevista agentes da CIA, espiões, pilotos militares, ex-soldados e  ex-assessores do presidente Bush. O ‘Jornal das Dez’ também trará uma novidade especial em setembro. O telejornal, exibido às 22h, viajará para Nova York. Dos dias 8 a 11 de setembro, ele será ancorado pelo apresentador André Trigueiro diretamente da cidade americana que foi o alvo principal dos atentados.
Fonte: Globo News

Anotações de viagem-3: Londres, verão nota 10

por Lenira Alcure
Acabo de copiar uma citação de Proust afixada num cartaz em frente a uma igreja Unitarian ( não sei o que é isso) em Notting Hill Gate: “A viagem mais importante não é a que se faz descobrindo novas terras, mas aquela em que abrimos os olhos para o mundo perto ou longe,de uma nova maneira”. Mme de Stael, que viveu entre os sécs 18 e 19, escrevia suas impressões da Itália com a mesma idéia, a de que uma paisagem vale a pena pelo que aprendemos da presença humana ali. Sem pretensões de chegar a esses ilustres imortais, meu bisavô Chiquinho~aconselhava às filhas (13!): “A educação de uma moça só está completa quando ela viaja!” Guardei a lição e minhas viagens sempre tiveram razões muito pessoais, algo com antigas paixões que assim vão sendo alimentadas. No ano passado, fui a Reims, completando meu circuito Joana d’Arc, cuja história toda ilustrada li aos 9 anos, meu primeiro livro em francês. Em 1970, fui a Grécia graças às aulas do Prof. Junito, na PUC. A Istambul, fui motivada pelo quadro que herdei da minha bisavó Lissinha e que hoje está na minha sala. Em 1990. atravessei a Dinamarca para ver a casa de Hans Cristian Anderson.
Dia 30 de julho
Meu verão europeu começou hoje, exatamente às 12:32, quando desci da estação do metrô de Leicester Square e pela primeira vez desde que saí do Brasil, senti calor. Dentro e fora da estação, uma grande quantidade de guichês ofereciam lugares de última hora para mais de 30 peças em cartaz. Fiz como todo mundo, uma fila entre muitas para tentar uma entrada para Mousetrap. Não havia lugares, só para segunda, no segundo upper circle, um balcão longe do palco, e sem direito ao desconto dos velhinhos. A própria vendedora me aconselha a procurar na bilheteria, o teatro ficava ali perto, just on the corner.
Por que logo a Mousetrap, 56 anos em cartaz? Por causa de Mrs. Bee Duffell ( não estou bem certa de tantas letras dobradas, but who cares?. Mrs Bee, a lovely old Irish woman has passed away already). Ela foi uma das velhinhas da peça nos anos 70, e também minha professora de inglês naquela época. Eu já havia voltado ao Brasil quando ela me enviou a Playbill que tenho até hoje, com o seu nome no elenco.
Back to London, 2011: não foi fácil encontrar o St Martin Theatre: de novo a história dos mesmos nomes em diferentes locais: são ruas, praças, ruelas, passagens, tudo St Martin, o que me fez andar em círculos, passando várias vezes pelo mesmo lugar até encontrar um bondoso gentleman, mais ou menos contemporâneo de Mrs. Bee, quem sabe até mesmo enviado por ela, e que me deu a indicação precisa. Cheguei. Há um lugar, fila D 15, melhor impossível, mas sem desconto, 41 libras. A do Upper Circle era 34! Não hesito. Agora é esperar até segunda, anoto as indicações para não me perder de novo.
Faz calor, o termômetro indica 24 graus, vou me desembaraçando das várias camadas de roupa. Em compensação, o peso da mochila aumenta. Saio leve e vou almoçar, num restaurante que me parece inglês. Mas o prato que escolho é francês, salmão sobre um risoto com aspargos, peço uma taça de rosé também francês, harmonia cromática com a comida.
Dali vou até London Bridge, procuro o Globo ou melhor The Globe, o teatro reconstruído como na época de Shakespeare. Nem tour, nem peça, tudo sold out. Compro entrada para uma palestra no domingo: “Read are not Dead”. Sigo o conselho da Laís e mais à frente, logo ali, entro na Modern Tate, onde está uma exposição de Miró.De quebra, aproveito a bela vista sobre o Tamisa do alto do prédio. Preciso voltar. Marquei com a Simone, que também foi aluna da PUC, em frente á estação de Convent Garden.
De novo, dou voltas e voltas, como na véspera: se entro por um lado e a saída é no outro, já não sei onde estou, perco as referências, meu fio de Ariadne se rompe. Duas moças me salvam, também estão indo ao Convent, vamos de ônibus. Encontro Simone e o fim de tarde é ótimo. Atravessamos para o outro lado do Tamisa, nós e uma festa de gente pelo sunny day. O panorama visto da ponte é maravilhoso, com a torre do Big Ben, e a silhueta da House of Parliament em contraste com o azul cobalto que vai tomando conta deste pedaço de céu londrino. Sentamos para um lanche, há música por toda parte, performances ao ar livre e outras, não, só para convidados, como a Vintage Party, que descobrimos nas roupas de época de alguns participantes.
Dublin que me perdoe. Mas Londres no verão é nota 10.

Anotações de viagem-4: Londres, teoria geral dos ovos...

por Lenira Alcure
Domingo, 31 de julho
Reflexões sobre a minha improvável Teoria Geral dos Ovos (rooms) Japoneses no Éden Plaza Kensigton, onde estou hospedada: parodiando Orwell, todos os ovos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros. Mudei para o quarto andar, com direito a janela. Continua um ovo, mas é um ovo aberto, com uma pequena janela sem vista para o parque, mas de todo modo menos claustrofóbico. Deram-me agora uma double, depois que eu reclamei da algazarra que me acordou cedo, vinda do maids room, ao lado. O ovo útero já não assombra mais. A cama é maior, mas o espaço ficou ainda mais apertado. Mas me arranjo bem, treinada desde o colégio interno quando dormia num quarto desse tamanho.
Estou indo a Candem Town. Amigos, me desculpem os fans, não vou procurar a casa da Amy Winehouse, para onde as procissões continuam fluindo. Pulo a pobre Amy, sigo direto ao Market. Hoje o dia está mais quente. Acho que faz 26º. Almoço em uma das barracas, na dúvida entre uma paella valenciana e um curry indiano. Acabo decidindo pela Índia, porque a vendedora é mais simpática: Namastê para ela.
O local é um point nos domingos, uma multidão se acotovelando, não resisto e compro uma mochilinha que dobra toda. Não sei se vai dar tempo para a palestra em O Globe, para a qual já comprei o ingresso ( 5 libras). A estação de metrô está fechada para a volta. E agora? Sofro a síndrome de abstinência do fio de Ariadne. A história li em criança, num dos livros de Monteiro Lobato: a namorada do Teseu deu a ele fio que desenrolado ao logo do percurso permitiu ao herói entrar e sair da caverna do Minotauro pelo mesmo caminho.
Descubro um ônibus que vai até Lancaster Gate. Mudo o programa: é para lá que eu vou. Tento achar o endereço onde morei, 49 Lancaster Gate. De novo, são milhares de LG, vou margeando o Hyde Park, hesito, retomo a caminhada. Finalmente, chego, está lá a antiga Casa do Brasil em Londres. Nenhum sinal de vida à porta. Tento o vizinho, um hotel no número 50. Pergunto se o 49 também faz parte do hotel. Não, ele me explica, são apartamentos particulares.Tiro fotos na frente do prédio. Sem saudosismo piegas, estou contente, é bom ter passado, lembrar os bons momentos ali vividos. Sem tristeza: good memories last for ever.
A alma leve como passarinho, pego um ônibus até Notting Hill Gate. Poderia ser Nothing Hill gate, porque não há nada lá. Tomo outro, na direção de Kensigton Gardens. Passo pelo Princess Diana Memorial Walk. Não, amigos, bypasso essa homenagem também. Desço em outro mais antigo, o Prince Albert Memorial , um tanto kitsch para o meu gosto, e em frente sigo para o Royal Albert Hall.
Nos anos 70, o local estava meio caidaço, explica a guia do tour para o qual consigo a última entrada disponível. Jovem e solta, ela contagia o pequeno grupo pelo entusiasmo. O Hall é todo ele magnífico, inaugurado pela rainha Victoria em homenagem ao príncipe Alberto, marido e príncipe consorte, morto aos 42 anos, de tifo (!!!). A reforma é dos anos 90 e ali acontecem concertos de todo tipo, dos clássicos aos mais modernos ( Beatles e Frank Sinatra já se apresentaram lá) e também eventos esportivos, espetáculos de dança e performances diversas.Em julho e agosto, o Hall recebe as BBC Promenades, com concertos de música clássica todos os dias. O de hoje é com uma Filarmônica da Rússia. Dos 5.220 lugares que o Hall comporta, mil são colocados á disposição de interessados no dia de cada concerto, por apenas 5 libras. 800 desses lugares na verdade ficam atrás das galerias, sem direito a assento. Obrigada, de pé nem sem pagar. Mas nós do tour assistimos a uma parte do ensaio, nas poltronas ao lado do camarote da Rainha. Os 26 parentes e convidados desse camarote devem seguir três regras: roupa de gala, nada de bebidas ou comidas, nada de dança, também. Mas -explica a guia- , o protocolo foi quebrado durante a visita do então presidente sul-africano Nelson Mandela. Ele apareceu sem gravata e quando a orquestra começou a tocar músicas africanas, não agüentou e dançou como sempre faz. Parece que, no inicio, a Rainha ficou impassível. Depois de algum momento, as royal mãos começaram a marcar o ritmo e daí a pouco, ela ondulava também, um modo elegante de permitir ao ilustre convidado a quebra do protocolo.
Faço um lanche na cafeteria do Hall, muito British e só aberto para quem tem conivite, no nosso caso, o ticket do tour (7,50 libras para seniors...). Dali sigo a pé, agora já sei onde estou, sigo a Queengate a partir do Parque, menos de 10 minutos e estou no hotel. Sai para jantar num restaurante libanês aqui perto. Volto, preciso dormir. Amanhã, terei muita coisas por fazer. Mas acho que agora só dou notícias do Algarve, ou quem sabe, no Brasil mesmo. Até mais.

domingo, 31 de julho de 2011

Falta de bebida pode ter sido a causa da morte de Amy Winehouse

Amy Winehouse na capa da Contigo!
por Eli Halfoun
“Ter parado completamente de beber durante três semanas teria sido um choque letal para seu corpo minúsculo” – essa é a nova hipótese levantada em torno da morte (ainda sem laudo oficial) de Amy Winehouse. A informação-especulação é do jornal inglês “The Sun” com base em entrevista de fonte próxima à família da cantora. O “mui amigo” revela ainda que Amy teria ignorado conselhos médicos para largar o uso da bebida gradualmente “para que seu corpo não sofresse com a abstinência de forma muito violenta”. A imprensa inglesa informa ainda que Amy Winehouse teria ido a uma consulta médica um dia antes de morrer. Já era muito tarde. (Eli Halfoun)

“Globo Repórter”: o caminho é o resgate da reportagem nacional

por Eli Halfoun
Os 41 anos de exibição (estreou nos anos 70) não fizeram o Globo Repórter envelhecer (jornalismo de boa qualidade nunca envelhece) e o programa se mantém não só com sucesso, mas também como uma referência de jornalismo-documental na televisão. O “Globo Repórter” foi criado com inspiração (talvez cópia seja a palavra exata) no “60 Minutes”, jornalístico da CBS News e no início tentou ser “cinema na TV” com programas (documentários) dirigidos por cineastas. Aos poucos entendeu que precisava estar mais próximo do telespectador e passou a ser um programa de reportagens, formato que mantém inalterado. É verdade que às vezes o programa exagera na exibição de temas científicos que falam de futuros avanços, mesmo sabendo que o telespectador está mais interessado no hoje do que no amanhã. O “Globo Repórter acerta em cheio quando busca temas brasileiros, ou seja, os que tem mais a ver com seu público. Como aconteceu, por exemplo, no programa que mostrou como o brasileiro criativo é capaz de enfrentar qualquer dificuldade para superar-se e transformar-se em um fenomenal artista de rua, que, afinal, é o palco de todos nós. O ‘Globo Repórter" fez uma reportagem e não um documentário. Essa deveria ser sempre a característica do programa. Principalmente quando coloca em cena brasileiros que sem duvida servem de exemplo para outros brasileiros. (Eli Halfoun)

Sucesso faz “O Astro” ganhar mais uma semana

por Eli Halfoun
Apesar de críticos e telespectadores mais antiquados acharem que a nova versão de “O Astro” está apelando para a baixaria com cenas de sexo (não há, convenhamos nada de exagerado para o horário), a Globo está bastante satisfeita com a audiência da novela (tem dado uma surra na nova edição de “A Fazenda” da Record) e não pretende fazer qualquer mudança no texto de Geraldo Carneiro e Alcides Nogueira . Pelo contrário: está decidido que “O Astro” ganhará mais uma semana de exibição e os autores já preparam a continuação. “O Astro” tem um elenco afiado, roteiro perfeito e uma realização que nada deixa a desejar. É, portanto, a maior homenagem que a Globo e o público poderiam prestar a Janete Clair, autora da versão original. (Eli Halfoun)

sábado, 30 de julho de 2011