por Eli Halfoun
Programas de auditório sempre foram vistos com restrições pela crítica que os considera fora de moda e, na maioria das vezes, apelativos. Programas de auditório jamais sairão da moda e com eles os programas de calouros que supostamente procuram dar espaço para novos talentos, o que nunca aconteceu em grande escala. Duvido que alguém aponte um canto ou cantor de sucesso que tenha sido lançado e projetado por um programa de calouros (não vale quem consegue cantar fazer um showzinho aqui, outro ali). Nem por isso os programas deixam de ser importantes na medida em que ainda abrem espaço (pelo menos uma vez) para muitos sonhadores artísticos. Programas de calouros têm lugar cativo na televisão principalmente porque costumam ser de baixo custo de produção e que tem como “arma” o poder de fazer com que o público se transforme em torcedor e em crítico, escolhendo esse ou aquele candidato. A história da televisão brasileira está repleta de programas de calouros e nela cabe lugar de destaque para o “Programa Raul Gil” que sempre buscou encontrar calouros talentosos e não competidores que transformem o programa em um grande desrespeito e um humorístico de mau gosto. O “Programa Raul Gil” leva a sério o critério de entregar ao público e ao júri candidatos que se não chegarem a ser artistas de sucesso pelo menos podem mostrar (nem que seja uma única vez) que sabem cantar, inclusive tendo de enfrentar a opinião de jurados que ali estão muito mais para encontrar defeitos do que para reconhecer virtudes. Essa questão de jurados sempre foi complicada já que as opiniões são divergentes (só funciona se for assim) e de uma enorme responsabilidade se levarmos em conta que uma crítica mais contundente pode fazer um iniciante de talento desanimar de continuar tentando realizar seu sonho artístico. Nesse tipo de competição vocal e musical desistir também faz parte do jogo, mas estar consciente de que insistir é fundamental para quem quer seguir em frente. (Eli Halfoun)
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terça-feira, 20 de março de 2012
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