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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Seleção brasileira sob ataque midiático

Carlo Ancelotti. Foto de Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação

por José Esmeraldo Gonçalves 

Canais de You Tube suspeitos de receberem impulsionamento financeiro, polêmicas com base em qualquer coisa ou coisa alguma, clubismo e a polarização invadindo preferências no jornalismo esportivo em torno de Neymar e Carlo Ancelotti. O período pré-Copa do Mundo não será tranquilo. 

Embora há três anos sem relevância no futebol Neymar ainda seduz um lobby que insiste em pressionar o treinador da seleção e fazer a cabeça da torcida. 

O jogo Flamengo 3 X 2 Santos continua repercutindo nas mesas-redondas. De um lado aqueles que viram no primeiro tempo momentos de "brilho" de Neymar. Não foi bem assim. Os parças das redações não estão enxergando bem; do outro, as críticas de quem, com razão, prefere não perder tempo e verbo. O jogador, como em quase todas as partidas em que atuou neste Brasileirão, demonstrava nervosismo, gesticulava irritado a cada erro dos companheiros (embora ele mesmo falhasse em dribles e passes). 

Os dois gols após a saída de Neymar foram simbólicos. Por pouco o Santos empata o jogo. Ao ser substituído o "menino Ney" reclamou com o treinador Vojvoda. Falou como se fosse dono do clube "Você vai me tirar"? E talvez, quem sabe, seja mesmo dono do time. Ao deixar o campo fez cena, chutou copo de plástico e foi direto para o vestiário. Não se sabe se viu a reação do Santos, se voltou para São Paulo com a delegação ou se mandou por meios próprios como, aliás, fez ao se apresentar direto no Maracanã, evitando viajar com os demais jogadores. Após os patéticos acontecimentos no jogo contra a Fla, cresceram os rumores sobre a "falta de clima" de Neymar no Santos. Pudera. Junto com o alto salário que recebe do combalido time paulista ele parece achar que é um CEO em campo. Manda, desmanda e dá esporros. Imaginem o foco de problemas que esse rapaz criaria se fosse incorporado ao time de Ancelotti. O vestiário se transformaria em passarela de ego?

O treinador italiano foi vítima, a propósito, de uma grosseiria em evento da Federação Brasileira de Treinadores. A entidade promoveu um encontro de técnicos com as presenças de, entre outros, Leão e Oswaldo Oliveira. A dupla resolveu desabafar diante de Ancelotti, que prestigiou o encontro. A coisa virou palco para o ressentimento de Leão e Oswaldo que criticaram a contratação de um estrangeiro para dirigir a seleção brasileira. Já a torcida, nós, sonhamos com algo mais importante: o hexa que não vem há 23 anos com a seleção comandada por técnicos brasileiros que fracassaram. Um deles, Tite, ficou 8 anos no cargo e não passou das quartas-de-final.  

Voltando a Neymar. A mídia esportiva não tem informações sobre o destino do jogador ao fim do contrato com o Santos. Já os canais "amigos" lançam constantemente fake news sobre propostas ou sondagens supostamente recebidas por Neymar. Nenhuma se confirmou nos últimos anos, com óbvia exceção da ida para o Santos. Na semana passada um desses canais especulou que ele poderia ir para o Fluminense. O clube carioca apressou-se em negar qualquer contato com o staff de jogador. 

Deve ser cansativo para Carlos Ancelotti repetir a cada coletiva que em março de 2026 fará a convocação conclusiva para a Copa.. Após essa data só imprevistos vão interferir na lista. E aí ele ouve a pergunta de um centavo de dólar. "E Neymar"? Ele responde pela enésima vez que o jogador que estiver física e tecnicamente em forma, com sequência de boas atuações e que cumpra a proposta coletiva de jogo que a seleção precisa será observado. Amanhã o Brasil joga contra o Senegal. 

Depois da derrota para o Japão, Ancelotti queimou um pouco do seu crédito diante da mídia esportiva. Não importa se o seu trabalho está no início, uma derrota dará gás aos seus críticos e ao lobby de Neymar.