Mostrando postagens com marcador Pacaembu 80 anos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Pacaembu 80 anos. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Pacaembu: exemplo de arquitetura art déco, estádio é privatizado às vésperas de comemorar 80 anos.

O Pacaembu com a arquibancada "tobogã" atrás do gol. Reprodução

Com a privatização, os concessionários construirão um edifício no local do "tobogã".
Reprodução/Divulgação 

Originalmente, havia a Concha Acústica, local para espetáculos. A faixa comemorava a conquista
da Copa do Mundo de 1958.  Reprodução.

por Niko Bolontrin 

No ano que vem o Estádio do Pacaembu comemorará 80 anos. Foi inaugurado no dia 27 de abril de 1940. Projetada o final dos anos 1930, a obra adotou o estilo art déco predominante na época. Outra influência visível é a presença de elementos, como as colunatas, semelhantes ao do Estádio Olímpico de Berlim, que havia sediado os Jogos de 1936, incorporados pelo arquiteto Domínio Pacheco em meio ao clima de grandiosidade das obras públicas do Estado Novo de Getúlio Vargas.

No mundo, algumas praças de esporte se destacam como obras art déco: além do Pacaembu e o de Berlim, o Estádio Olímpico de Los Angeles, erguido para os Jogos de 1932, é exemplo marcante. A Itália também preserva alguns estádios no estilo.

O prefeito Bruno Covas, de São Paulo, acaba de assinar a concessão do estádio a uma empresa privada. Estão previstas reformas, modernização e, no lugar da arquibancada conhecida como "tobogã", a construção de um edifício para escritórios, eventos, praça de alimentação etc.

A arquibancada "tobogã" foi inaugurada em 1970 e recebeu muitas críticas por ser um elemento de linhas retas a agredir a harmonia art déco do estádio. Em plena ditadura, os dirigentes não costumam ouvir qualquer voz contrária que fosse e a polêmica arquibancada tomou o lugar da Concha Acústica do Pacaembu, que recebia concertos de música clássica, balé, teatro e comemorações cívicas.

Segundo os concessionários, o novo edifício respeitará o estilo arquitetônico do estádio. Mas há preocupações com as condições imprecisas da privatização. Teme-se, por exemplo, a utilização pelos concessionários do potencial construtivo no local e o respeito ao zoneamento de proteção cultural (o conjunto é tombado) e ambiental.