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Deu Go Blues no Mundial. Os artilheiros João Paulo e Cole Palmer na Foto FIFA |
por Niko Bolontrim Em tópicos rápidos, um breve balanço da Copa do Mundo de Clubes.
* A FIFA acertou. O Mundial foi um sucesso.
* O principal diferencial: a qualidade do futebol exibido na maioria dos jogos de times que treinam constantement, ao contrário das equipes da Copa do Mundo de seleções que não dispõem de tempo para treinar. A Europa, aliás, leva alguma vantagem nesse quesito porque suas seleções participam de vários torneios extremamente competitivos, como Eurocopa, Liga das Nações, Eliminatórias etc.
* Um ponto positivo na arbitragem. Os árbitros em geral colocaram o VAR no seu devido lugar: ferramenta de checagem só foi acionada quando a arbitragem considerou necessária. É uma prática adotada com mais frequência na Europa. No Brasil, o VAR se acha no direito de "apitar" o jogo e interfere sem que o árbitro peça. Se o juíz é fraco tecnicamente ou não tem personalidade se transforma em mero "menino de recados" com apito.
* Uma curiosidade: jogadores brasileiros, principalmente aqueles que atuam aqui no patropi, não perdem a mania de se estender no gramado "enfeitando" faltas. Aconteceu várias vezes: o árbitro mandava seguir o jogo e a vítima da suposta falta ficava com cara de bobo e se levantava correndo para não deixar um atacante livre.
* Off futebol: a expressiva vaia a Donald Trump na final da Copa. A TV tentou esconder o que centenas de celulares registraram.
* Situação suspeita: o tal "protocolo de raios" que interrompia o jogo por tempo indeterminado. O serviço de meteorologia estadunidense sucateado por Trump não foi capaz de prever as tempestades que dizimaram o Texas. Conduto, foram rigorosas na caça aos raios que não vieram. Qualquer nuvem mais escura assustava as autoridades. Por que a suspeita? Enquanto drones mostravam pessoas andando normalmente nas ruas próximas, estádios eram esvaziados às pressas. Uma explicação aventada: com o "protocolo", os promotores dos jogos, FIFA, proprietários dos estádios, defesa civil etc, se garantem contra pagamentos de indenizações caso algum jogador ou torcedor seja fulminado por um raio. Simples assim. A interrupção das partidas desagradou os treinadores que alegaram prejuízo técnico para suas equipes. Um problema para a FIFA avaliar na Copa do Mundo de seleções em 2026 a se realizar nos Estados Unidos, México e Canadá.
* Quanto ao futebol propriamente dito aconteceu o esperado fosso entre os gigantes europeus e os demai times existe, pode ser decisivo, como foi, mas não é tão dramático. Flamengo, Botafogo, Palmeiras e Fluminense mostraram que essa distância poderá ser reduzida e a Copa do Mundo de Clubes deixa lições para os brasileiros.
* O Chelsea pode ser considerado primeiro campeão mundial de fato em um torneio realmente competitivo. Acabou o tempo em que um jogo só celebrava o "campeão" mundial, época da Taça Toyota. Depois a FIFA assumiu o torneio, acrescentou alguns jogos eliminatórios. Continuou irrelevante. Os campeões europeus não levavam a sério o negócio, era mais recreativo, mesmo assim conseguiram mais títulos. Agora temos de reconhecer que o Mundial ganhou enorme importância. Fora o título do Chelsea, os demais que guardam taças anteriores nas suas estantes são, digamos, sub campeões.
* O jogo final Chelsea 3 X 0 PSG foi bom, os franceses parecem ter sofrido um apagão, foram amassados pelo adversário. Vai ver a camisa branca deu azar. O Chelsea jogou com uniformae azul. A torcida francesa foi impedida de gritar o tradicional allez les bleus emprestado da seleção francesa. No caso, o bleu estava com o com os britânicos. Uma ironia do destino.
* Finalmente, um detalhe a aplaudir: os hinos nacionais foram eliminados da cerimônia. Quero dizer: a nota dissonante foi o encerramento com a presença de Donald Trump, a patriotada do hino americao, o exibicionismo de voo de caças. Típico deles. Trump, focalizado na tribuna, tinha cara de não estar entendendo de futebol. Parecia estar o tempo todo à espera de um touch down. No final, entrou em campo e invadiu a foto oficial como um papagaio de pirata red neck.