Reprodução Instagram |
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A devastação causada pela Covid-19 é dramática pelo número absurdo - mais de 520 mil brasileiros mortos - e choca quando o foco é cada vítima. São vidas individualmente valorosas que a cifra coletiva dilui. Permanecerá para sempre incalculável a enorme perda do Brasil em potencial humano, do mais humilde ao mais célebre. Por culpa da negligência criminosa da milícia dos insensatos, o país sangra como nenhum outro nessa trágica pandemia. Em nome das vítimas, o Brasil tem que cobrar essa conta.
O fotógrafo e ativista do movimento negro, Januário Garcia, morreu ontem vítima da Covid-19. Tinha 77 anos e muito a cumprir na sua brilhante trajetória, com atuação em veículos como O Dia, O Globo, Manchete, Fatos & Fotos, Jornal do Brasil, O Dia e O Globo.
Em 1994, Januário e o repórter Geraldo Lopes fizeram para a Manchete uma matéria com as baianas das escolas de samba reunidas no estúdio da Rua do Russel, poucos dias antes dos desfiles. Título: o rodopio dos orixás. Nunca o hall do prédio, onde elas rodaram saias e balandandãs, rivalizou tanto com a apoteose da ala das baiana no Sambódromo.
Saravá, caro Januário.
Um comentário:
Nos anos de 70, me lembro dele, mais magro e sempre com essa boina colorida, que simbolizava a etnia preta. Um fotógrafo de campo, quer dizer, que procurava nas ruas e nos condomínios suburbanos a foto. Um amigo jornalista, Cesário Marques, também acreditava e praticava a busca da notícia nas ruas e bairros. Ele dizia que as notícias jornalísticas não estavam trancadas nas redações. No meu entender, profissionais jornalistas, caçadores de notícias . O fotógrafo e o jornalista.
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