segunda-feira, 17 de abril de 2023

Mídia: não confiem nos avatares do jornalismo anônimo

 

Reprodução Twitter



Luiz Carlos Azenha, que foi repórter da Rede Manchete nos Estados Unidos, compartilhou no Twitter uma observação sobre a deformação da apuração em telejornais. Especialmente na Globo News é comum o uso e abuso de fontes secretas. Aparentemente, as pessoas ouvidas não têm CPF ou talvez os pais não as registraram em cartório. Além disso, o canal evita fontes independentes e seleciona aquelas cuja opinião sobre o assunto em pauta é conhecida. Para piorar, geralmente após a entrada do repórter com profusão de fontes anônimas não confirmadas um comentarista embriaga a audiência com teses pessoais. Para mostrar que tem fontes "quentes", um analista pontua algo assim: "fulano é interessante seu relato porque eu conversei hoje com uma "importante fonte" do Itamaraty que desenvolveu um raciocínio semelhante". Acaba banalizando seus deep throat já que eles revelam geralmente uma irrelevância qualquer que não comprometeria ninguém. Bob Woodward e Carl Bernstein ficariam surpresos com a gourmetização de instrumento do jornalismo realmente investigativo. Por fim, uma curiosidade é o vício do uso de "fontes" inanimadas. Para a Globo, "ministério da Fazenda diz", "Lojas Americanas confidencia", "o condomínio revela que entregador", "Caixa nega assédio", "Palácio Guanabara demonstra irritação", narra o jornalista enquanto os respectivos prédios falantes aparecem ao fundo e em destaque. São os avatares da Globo News. É, digamos, uma prática cômica. 

domingo, 16 de abril de 2023

Fotomemória da redação: grandes encontros na Manchete em imagens memoráveis

 



por José Esmeraldo Gonçalves

Nos anos 1960, especialmente, Manchete fez muitas reportagens ilustradas com imagens de grandes encontros. As turmas da Bossa Nova e MPB, do Cinema Novo, Jovem Guarda e Tropicalismo, cada uma na sua vez, se reuniram no estúdio da Manchete, primeiro na Rua Frei Caneca e, depois na sede da Rua do Russell, às vezes em São Paulo, como na foto acima, para cenas de jornalismo grupal que se eternizaram. Aí se destacam Nara Leão, Sidney Muller, Rita Lee, Arnaldo Baptosta e Sérgio Dias, do Mutantes, Marília Medalha, Edu Lobo (o vencedor daquela edição do Festival da TV Record, com Ponteio), Chico Buarque, Elis Regina, Roberto Carlos, Geraldo Vandré, Sérgio Ricardo, Beat Boys, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Toyo, do Beat Boys , Miltinho, Magro, Aquiles e Ruy Faria, do MBB4. Um importante detalhe ajudou o fotógrafo da Manchete, José Castro, a juntar tantos astros e estrelas para essa foto histórica: as revistas Manchete e Fatos e Fotos eram co-patricinadoras do festval de 1967. 

O negativo original dessa foto, como não cansamos de repetir, está desaparecido, assim como milhões de cromos, ampliações e imagens em P&B que pertenceram ao arquivo da Bloch Editores leiloado em 2009, arrematado por um advogado, após três chamadas para leilões, o primeiro em 16 de abril de 2009. .Não se sabe o que foi feito de cerca de 12 milhões de imagens guardadas em 11.563 caixas de papelão e 103 armários de aço. O material avaliado em cerca de R$2 milhões acabou sendo vendido por R$ 300 mil. O custo para digitalizar as fotos - calculado na época em R$ 8 milhões - foi apontado como um dos fatores que afastaram possívei interessados. Ex-funcionários da Bloch tentaram em vão sensibilizar instituições culturais privadas e do governo federal para adquirirem e preservarem a valiosa memória fotográfica. Felizmente, a Biblioteca Nacional digitalizou e disponibiliza no seu site toda a coleção das revistas Manchete, Manchete Esportiva e Manchete Rural. Esse projeto infelizment foi interrompido no governo passado antes que a Fatos & Fotos, publicação que ganhou três Premios Esso de Fotografia, também fosse digitalizada.   

       

  

Mídia: Globo oficializa jornalismo-selfie

Filmando a própria entrada ao vivo. Este é o equipamento Kit Mojo que repórteres usarão na Globo em substituição ao cameraman. Foto Divulgação/Kit Mojo. 


Embora a prática já aconteça eventualmente, agora foi oficializada. Segundo o jornalista  Paulo Capelli, do Metrópoles, repórteres da Globo em Brasília passarão a fazer suas entradas ao vivo com imagens geradas por eles mesmos via celular. É o jornalismo-selfie que dispensa o câmera. Os rapazes e moças da Globo carregarão um troço chamado Kit-Mojo (smartphone, luz, tripé e microfone wireless) para filmar suas entrevistas e matérias. Advogados já analisam se o acúmulo de funções sem a correspondente remuneração é legal. Existe a possibilidade de outras praças, como Rio e São Paulo, adotarem gradualmente a fórmula. repórter/câmera. No futuro,  um executivo criativo vai instituir o repórter/câmera/motorista/motociclista/ciclista/pedestre etc. Pior: o repórter/aplicativo tipo iFood. O editor entra no site e pede um repórter/câmera, na prática um entregador de entrevistas. Pensando bem, repórteres também correm algum risco aos poucos: em alguns programas jornalísticos eles já estão perdendo espaço para comentaristas e analistas que, geralmente em tom solene, explicam obviedades para a plebe ignara.

P.S - No momento, o Grupo Globo está sob uma revoada de ferozes passaralhos. Uma onda de demissões  varre todos os setores atingindo especialmente profissionais mais antigos e com a terceira idade em primeiro lugar. A própria Globo admite que o objetivo é renovar suas equipes. Tem gente até aprendendo gíria nova e pintando o cabelo para fugir do RH.

sexta-feira, 14 de abril de 2023

A dignidade e a baixaria

 

Reprodução Twitter

Mídia - Do Sleeping Giants Brasil: RedeTV, Sikera Júnior e a responsabilidade dos anunciantes contra o discurso de ódio

 


(Texto reproduzido do twitter do Sleeping GIANTS Brasil)

O apresentador deu causa à sua própria demissão ao comportar-se, reiteradamente,  de maneira ilícita e antiética. 

Não é razoável acreditar que a irresponsabilidade da conduta do apresentador e da emissora não produziriam resultados negativos à sua reputação e aos seus acordos comerciais.

Desde 2021, as denúncias públicas realizadas pelo Sleeping Giants levaram mais de 200 empresas a se dissociarem do apresentador e/ou da Rede TV! Anunciantes não desejam ter suas marcas associadas a uma figura conhecida por atacar a dignidade humana de diversos grupos.

Da mesma maneira, o Ministério Público e a Justiça brasileira têm cumprido o seu papel constitucional buscando a reparação dos danos que Sikera e Rede TV causaram aos direitos de milhões de brasileiros que foram vítimas dos discursos de ódio veiculados em rede nacional, em horário nobre, através de uma concessão pública. São ao menos três as Ações Civis Públicas enfrentadas pelo apresentador e pela emissora.

Agora, a Rede TV e Sikera Jr decidem encerrar as relações movidos, segundo a imprensa, pelo diagnóstico de que os anunciantes deixaram a emissora não apenas no horário de transmissão do Alerta Nacional, mas em toda a grade da Rede TV. 

O papel da sociedade em exigir de empresas anunciantes uma conduta empresarial responsável foi um elemento central para os desdobramentos de hoje. 

À Rede TV e aos veículos de mídia em geral fica a lição: o mundo mudou e com as novas tecnologias da informação a sociedade passou a gozar da capacidade de se mobilizar para denunciar comportamentos antiéticos da mídia. 

Mudou também, por consequência, o comportamento de anunciantes que tem sido cobrados a exigirem, cada vez mais, um elevado padrão de responsabilidade com os Direitos Humanos dos espaços publicitários que ocupam. Essa tendência apenas começou e se intensificará nos próximos anos. Esse é o compromisso do Sleeping Giants Brasil.

SIGA O SLEEPING GIANTS BRASIL NO Twitter 

@slpng_giants_pt




quinta-feira, 13 de abril de 2023

Mídia - Redes sociais acusam Globo por título que transformaria a madame do chicote em vítima

 

A matéria completa narra o caso e dá voz às verdadeiras vítimas, os entregadores agredidos e xingados pela nutricionista "professora" de escolinha de vôlei de praia. Para quem lê apenas o título - e não são poucos - ficou a impressão de que O Globo, ao usar a palavra "atacada", vitimizou a agressora racista. E foi com base nisso que as redes sociais ironizaram o título. Coitada, a mulher, que tem ficha policial alentada, ofendeu e chicoteou o entregador e a massa ignara a "ataca" na internet? Os entregadores que apanharam fizeram o certo, não reagiram e registraram o B. O. Se tivessem revidado a agressão a essa hora estariam puxando cadeia. Infelizmente a impunidade é a regra para casos de racismo. Caso seja indiciada, a nutricionista chicoteira será, no máximo, condenada, se o for, a penas divertidas do tipo distribuir umas bolas de vôlei na praia, entregar algumas cestas básicas em uma instituição. Aliás, a madame do chicote, apesar de mostrar muita saúde ao agredir os entregadores, descolou um atestado de doença para evitar depor na delegacia. Em breve poderá até voltar à sua escolinha de vôlei que é patrocinada pela Gatorade e apoiada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, que suspendeu temporariamente a licença de funcionamento da quadra na Praia do Leblon. A Gatorade não rompeu o contrato oficialmente mas, por enquanto, divulgou a nota abaixo.



quarta-feira, 12 de abril de 2023

Censura na TV Cultura bolsonarista

 




A caminho do pijama...

O governo Lula exonerou Gustavo Henrique Dutra de Menezes do Comando Militar do Planalto nesta terça. O general será o 5º Subchefe do Estado-Maior do Exército. Consequências da omissão na tentativa de golpe no 8/11.

segunda-feira, 10 de abril de 2023

Flu presenteia Flamengo com "chocolate" de Páscoa. Torcidas adversárias querem Tite treinando o Urubu

Com o Flu campeão carioca depois de golear o Flamengo por 4x1 em breve haverá vaga para treinador na Gávea. Por enquanto fala-se em Jesus, Sampaoli e... Tite. Este último é o favorito das torcidas unidas contra o Flamengo. Ganha disparado.  

quinta-feira, 6 de abril de 2023

Mídia: o bloco dos sujos

 

Reprodução Twitter

Fotomemória: Caetano, Gil, Macalé... sweet London, 1971

 

Reprodução Facebook
Uma dica para esse fim de semana: assistir ao documentário
"Canções do Exílio", de Geneton Moraes Neto. São três capítulos.
O post acima é de Flávio Lamas, compartilhado do grupo Semióticas
Clique no link http://bit.ly/3ZHGeeC

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terça-feira, 4 de abril de 2023

Um encontro entre Kafka, Proust e Joyce, mestres do mesmo tempo

Recuperando-se de uma fratura no fêmur, Roberto Muggiati - a quem Alberto, na Manchete, apelidava de Muggi das Crises -  volta ao blog através de uma matéria publicada no Estadão no dia 18 de março de 2023. 

A mobilidade ainda comprometida não o impediu de levar a flanar em Paris Marcel Proust, James Joyce e Franz Kafka. "Gosto de elaborar encontros hipotéticos entre os três", diz Muggiati. Leia a seguir. 



Na ocasião dos centenários de suas vidas e obras, uma 
discussão sobre a relação entre grandes autores do século 20


por Roberto Muggiati (para o jornal Estado de São Paulo)


O francês Marcel Proust (1871-1922), o irlandês James

Joyce (1882-1941) e o checo Franz Kafka (1883-1924) foram

indiscutivelmente os maiores romancistas do século 20.

Morreram jovens, respectivamente aos 51, 58 e 40 anos.

Proust - filho de um médico francês, cuja mãe, Jeanne Weill,

tinha origem judaica - notabilizou-se com a saga Em Busca do

Tempo Perdido, uma das mais brilhantes investigações sobre

os mecanismos da memória afetiva. Joyce evoluiu das

primeiras obras em estilo realista para dois impressionantes

monumentos da técnica narrativa: Ulysses, com seu complexo

arcabouço estrutural, e Finnegans Wake, magistral

desconstrução da linguagem ficcional. E Kafka, judeu-checo

que escrevia em alemão (era súdito do Império Austro-

Húngaro), com suas fábulas e parábolas sombrias, cortou

fundo a fachada social para expor o absurdo do mundo.

Gosto de elaborar encontros hipotéticos entre os três.

Tecnicamente - pelo menos dois a dois -, Proust, Joyce e Kafka

poderiam ter cruzado caminhos. As hipóteses viajam da Trieste

austro-húngara de 1908 à Paris da belle époque em 1910 e à

Paris dos années folles de 1922. Em outubro de 1910, 

aos 27 anos, Kafka passou poucos dias em Paris, com os irmãos Max

e Otto Brod. Fez o que todo visitante faz: caminhou pela

cidade. Mas suas flâneries foram bruscamente interrompidas

por uma violenta crise de furunculose. Além do mais, Proust

preferia se deslocar de coche, sem se acotovelar com a

patuleia. Kafka, funcionário burocrata do ramo de seguros,

ainda não se revelara escritor, enquanto Proust juntava

dinheiro para publicar, do próprio bolso, o primeiro volume de À

la Recherche du Temps Perdu, em 1913.

Entre novembro de 1907 e julho de 1908, Kafka foi empregado

da companhia de seguros Assicurazione Generali, de Trieste.

Teria visitado pelo menos uma vez a cidade, onde James

Joyce morou de 1905 até o começo da Primeira Guerra, em

1914. Mas um encontro entre Kafka e Joyce ali não passaria de

uma fortuita proximidade anônima na rua ou num café -

existem menções de que Kafka adorava o Caffé degli Specchi -

o Café dos Espelhos, frequentado por Joyce. Depois de morar

em Zurique durante a Primeira Guerra, Joyce mudou-se com a

família para Paris, a partir de julho de 1920. Não só um

encontro com Proust era tecnicamente viável, como ocorreu e

fez história. Proust e Joyce no Hotel Majestic: um encontro

desastroso. Apoiei-me em informações selecionadas dos

livros Uma Noite no Majestic e Um por Um - 101 Encontros

Extraordinários, respectivamente dos ingleses Richard

Davenport-Hines e Craig Brown, lançados no Brasil em 2006 e

2014.

Anotou o poeta americano William Carlos Williams, que

também era médico: 

- "Joyce: 'Tive dor de cabeça o dia inteiro. Meus olhos estão terríveis';

- "Proust: 'Ai, como dói meu estômago. Está me matando. Preciso partir imediatamente'; 

- "Joyce: 'Estou na mesma situação. Alguém pode me dar o

braço?'".

A partir de então, durante horas, os dois discutem suas

várias doenças. A noite termina com Proust convidando os

Schiff para o seu apartamento e Joyce se esgueirando no táxi

também. O irlandês começa a fumar e abre a janela, causando

um chilique em Proust, um asmático que detesta o ar fresco.

Na breve corrida, Proust fala sem parar, mas não se dirige a

Joyce. Quando os quatro descem a Rua Hamelin, Joyce tenta

juntar-se ao grupo, mas Proust faz de tudo para se livrar dele:

- Deixe meu táxi levá-lo para casa!", insiste, e desaparece com

Violet Schiff, delegando a Sydney a missão de enfiar Joyce no

táxi. Finalmente livres da companhia de Joyce, Proust e os

Schiff bebem champanhe e conversam alegremente até o dia

raiar"

Estas e outras especulações sobre a vida pessoal dos três

escritores vêm rolando por algum tempo, do centenário do

lançamento de Ulysses (fevereiro de 2022), ao centenário da

morte de Proust (novembro do ano passado), passando pelos

140 anos de nascimento de Kafka em julho de 2023, e pelo

centenário da sua morte em 2024; pelos 110 anos de Em

Busca do Tempo Perdido, e ainda - haja comemoração! - pelos

120 anos do Bloomsday, em 16 de junho de 2024.

sábado, 25 de março de 2023

Mídia - Globo diz que jóias e armas afanadas por Bolsonaro apenas "escaparam" da Receita. Eram "fugitivas" e agora se "entregaram"."

 

Reprodução O Globo, 25-3-2023

Para O Globo, o segundo lote de jóias e armas que não foram declaradas à Receita Federal apenas "escaparam" da fiscalização. Na verdade, foram contrabandeadas e com agravante por pertenceram ao patrimônio público. O Globo faz gentileza a Bolsonaro em vez de jornalismo. O termo "escaparam" dá impressão de que as jóias e armas saíram correndo do aeroporto de Guarulhos, pegaram um uber e foram se homiziar no Alvorada, onde Bolsonaro ainda residia. 

quinta-feira, 23 de março de 2023

Roberto Muggiati se recupera de fratura de fêmur em acidente doméstico. Depois de 20 dias de internação no Miguel Couto, onde se submeteu a uma cirurgia, ele está de volta ao Baixo Glicério.

Foto: Natasha Muggiati
Os leitores deste Panis Cum Ovum, que está em seu 15º ano, têm acompanhado os textos de Roberto Muggiati. São capítulos de uma vida e ensaios culturais que enriquecem essa página. 

Muggiati está ausente há algumas semanas. No dia 15 de fevereiro ele fraturou o fêmur em consequência de uma queda, em casa. Conduzido ao Miguel Couto - onde foi bem atendido, segundo conta - submeteu-se a uma cirurgia. Foram 20 dias de internação. 

De volta ao Baixo Glicério, como chama o trecho do bairro onde mora, Muggiati está em recuperação, com muitas sessões de fisioterapia pela frente.

A seu pedido, fica o aviso aos amigos e frequentadores deste blog. Em breve estará de volta. 

Com humor típico, ele manda um recado.

- "Não será dessa vez que escreverão meu obtuário".

quarta-feira, 22 de março de 2023

Anitta vai comemorar 30 anos, mas avisa que a festa tem regras: se alguém pensar em desobedecer, melhor não ir

Aniversário de Anitta tem normas divulgadas pela própria cantora.  

por Clara S. Britto 

Festa de aniversário de celebridade não tem a ver com comemoração de amigos normais. É um "evento". O, ou a, aniversariante busca repercussão. Aparecer na mídia e nas redes sociais.  Os convidados, idem. Quase sempre a festa é patrocinada - assim como quem não quer nada, alguns produtos poder aparecer - e a maioria dos convidados está ali "a trabalho" e, se possível, como admite um notório frequentador de baladas de parabéns, para "fazer contatos". 

Se conversar com a pessoa certa, um conviva pode descolar figuração em clipe ou, a depender da qualificação dos convidados, uma fala em um podcast, um teste para programa da TV por assinatura, uma chance em novela ou série streaming ou até mostrar um funk novo.

Anitta anuncia que vai comemorar seus 30 anos no dia 30 de março. O local ainda é secreto. A lista de convidados também não foi revelada. O que a própria aniversariante divulgou foi a "etiqueta" da festa. 

O ato institucional da noitada é do tipo dá-ou-desce: se o conviva pensa em não obedecer, melhor não ir. O amigo que desejar festejar a aniversariante antes passa por uma situação análoga à humilhação: já leva junto com o convite uma listinha prévia do que pode e não pode fazer. Possivelmente, durante a festa, podem surgir outros enquadramentos, se você foi convidado, fique ligado. Anitta já adiantou que se flagrar alguém usando o celular para fazer fotos ou vídeos vai apreender o aparelho e jogá-lo na parede. 

terça-feira, 21 de março de 2023

Globo "descobre" o maior serial killer do mundo

Reprodução O Globo de 21/3/2023

Não duvide, tá no título: suspeito pode ter matado "2019" pessoas (!!!???). O redator anda vendo muito filme de terror.

Mbappé é fator de crise na seleção francesa de futebol

por Nico Bolontrin

Algo está fora de ordem no vestiário da seleção francesa de futebol. Durante a Copa do Catar, Benzema recuperado de lesão e perfeitamente inscrito pela FIFA, foi esnobado e não chamado para a final contra a Argentina. Custou a vitória? Quem sabe. Agora, Mbappé, que não é popular no time, foi confirmado como capitão nos próximos amistosos. Foi a vez do veterano Griezman protestar e ameaçar deixar a seleção. E Griezman não está sozinho. Parte do time não gosta da arrogância de Mbappé, que reclama de erros dos companheiros e não reconhece suas falhas.

Folha de SP dá visibilidade a Michele Bolsonaro de olho em 2026

 


Reprodução Twitter 

Além desse registro político, a Folha deu destaque a uma promoção comercial de Michelle, que tem sido pauta recorrente no jornalão dos Frias. Não há indícios de que a redação se incomode com a linha fascista adotada pelo jornal. A mídia dos oligarcas já está de olho na próxima corrida presidencial. Nomes da "terceira via", como Simone Tebet e Ciro Gomes voltam a ser focalizados. Mas entre jornalistas a avaliação indica que a Folha estará, se não identificar viabilidade na centro-direita, com o bolsonarismo, seja o próprio ex-presidente ou Michelle Bolsonaro. Até um militar poderia ser a aposta do grupo, que visivelmente empreende, e não esconde, um movimento determinado em direção à ultra direita.

Se o BBB for um espelho do Brasil, pode apagar a luz, fechar o país e jogar a chave fora

por Pedro Juan Bettencourt

Eu me recuso a acreditar que o Big Brother Brasil é um espelho fiel do país. Principalmente porque entre milhares ou milhões de inscritos é feita pela produção uma seleção com base em critérios próprios. Pessoas capazes de criar polêmicas e confusões predominam. Mesmo estes, se estão tímidos, são turbinados com bebidas durante as seguidas festas.  Daí brotam situações de racismo, agressões verbais e até físicas, intolerâncias variadas e repetidos casos de assédio sexual. Nessa edição, dois participantes se sentiram no direito de mexer na bagagem da mexicana convidada a passar uns dias entre os brasileiros. A pessoa deve ter lamentado a escolha para vir à casa do BBB23. Também foi vítima de assédio sexual duplo e teve seus pertences "fiscalizados" por invasores do alheio. 

A conclusão é a seguinte: se a seleção privilegiar pessoas educadas, éticas, que respeitam os outros a audiência cai. Para obter repercussão, a regra é plantar vilões na casa. Se os vilões cumprem a função, enchem a cara na festa e assediam uma jovem,  não tem problema: a produção pede desculpas e expulsa os vilões que ela própria escalou. Jogo que segue. Outros virão.

Lava, enxuga e passa...

Proposta de emenda constitucional pretende dar ainda mais isenções tributárias às igrejas. A ideia é além de iptu e outros, dispensar impostos indiretos sobre bens e serviços  Cartões e jatinhos, por exemplo, sairão mais baratos. A conta do motel e da padaria, também. Comprar armas, bebidas sextoys, tudo livre do "leão". Duas consequências: finalmente os irmãos alcançarão o paraíso; e, segundo tributaristas, com os gastos  sem qualquer rastro fiscal poderão formar a maior máquina de lavar dinheiro do mundo. O Brasil vai entrar no Guiness Book nesse quesito. Parabéns para os envolvidos.

As oligarquias da mídia brasileira são a âncora do atraso

 

Reprodução Twitter

sábado, 18 de março de 2023

The Economist finge surpresa


The Economist, biblia do mercado, analisa o atual terremoto financeiro que sacode dois bancos americanos e um suíço. Crises bancárias são agora sanzonais. Algumas grandes instituições financeiras dos Estados Unidos vivem perigosamente, arriscam tudo e, quando explodem, contam com a ajuda do tesouro. Uma estratégia que justifica a questão: o que há de errado com os bancos.

quinta-feira, 16 de março de 2023

Novela turca na Globoplay pode chocar audiência brasileira

A Globoplay adquiriu novelas turcas. Há grandes diferenças culturais e de legislação entre o Brasil e a Turquia. Entre outras realidades, o politicamente correto não é exatamente popular no país muçulmano. Machismo é, por exemplo, um dos costumes arraigados nas antigas paragens otomanas. A primeira novela do pacote importado a ir só ar já mostra, na chamada, uma mãe espancando uma criança. Lamentável exemplo. 

A palavra é "arcabouço" fiscal

A palavra mais ouvida e lida na midia nas últimas semanas é... arcabouço. Não se sabe quem usou primeiro o vocábulo para definir um esperado pacote do governo. É um tal de arcabouço fiscal pra lá e pra cá, tanto por parte de jornalistas quanto no linguajar dos tecnocratas. Pois o popular dicionário oferece uma definição restrita para a palavra acabouço. Trata-se de um substantivo masculino para "estrutura óssea que sustenta um corpo humano ou de animal, esqueleto". Quem foi buscar esse termo? Espera-se que depois do "esqueleto" não venha aí a "noiva cadáver",  Jack Skellington, Caveira Vermelha...

A propósito, não é a primeira vez que economistas recorrem ao terror para definir conjunturas. Quem não ouviu falar em "esqueleto" para nomear grandes dívidas ocultas deixadas por gestores antecessores?

terça-feira, 14 de março de 2023

Depois das fraudes, neoliberais costumam pedir socorro ao Estado

 

O liberalismo sonha com o fim do Estado. O neoliberalismo trabalha para isso. Mas nenhuma dessas ideologias abre mão do dinheiro público. Ao contrário, com a ajuda de políticos, administradores e juízes corruptos vai buscá-lo onde estiver. Nos Estados Unidos, a quebra de dois grandes bancos pode novamente, como em 2008, resultar em bilionária ajuda do governo federal. No fim, os golpistas - e esse o nome correto - se dão bem. No Brasil, no fim dos anos 1990, o governo do PSDB distribuiu "Bolsa Banqueiro".  Mesmo agora, a fraude das Lojas Americanas provoca nos jornalões uma comoção em defesa dos grandes investidores trambiqueiros. A equação neoliberal em setores sensíveis é simples: roubam, provocam a crise financeira e depois usam clientes, empregados, fornecedores como pretexto e se lembram do impacto social para pedir ajuda pública.

 

sexta-feira, 10 de março de 2023

O amigo do alheio

Depois do sumiço da ossada de Dana de Teffé, a milionária assassinada no começo dos anos 1960, no Rio de Janeiro, o novo grande mistério brasileiro envolve as jóias afanadas por Jair Bolsonaro, o chamado "presente masculino” que foi contrabandeado das Arábias para o aeroporto de Guarulhos. O valioso "presente feminino", como se sabe, foi apreendido pela Receita Federal com duas “mulas” - um sargento e um almirante - que desembarcaram em São Paulo.

Bolsonaro foi deputado e, nas internas teria o hábito de confundir a seu favor o público e o privado. Por exemplo, manteve um apartamento funcional para “comer gente”, como declarou. E, pelo que se sabe, não se referia a canibalismo. O elemento nunca foi bom em matemática e por isso teria cometido enganos monumentais ao registrar a compra de combustível pago pela Câmara. Provavelmente o tanque do seu carro era furado pois a conta era sempre maior do que cabia no recipiente. A seu favor registre-se que inconsistências contábeis são comuns entre legisladores menos republicanos. Há quem diga que os postos de combustíveis de Brasília vendem mais gasolina per capita do que Arábia Saudita e Estados Unidos, juntos.

Ao entregar o governo recentemente Bolsonaro deixou o Alvorada praticamente no osso. Uma frota de caminhões-baú foi empregada para transportar móveis, objetos e até o conteúdo do frigorífico e da dispensa. A ordem, como disse um funcionário da Presidência, era não deixar nada para Lula e Janja. A propósito, as autoridades já localizaram e checaram o inventário do que foi levado pelo comboio madrugador?

Deve ser exagero dos adversários, mas lendas no Salão Verde da Câmara entre deputados de antigas legislaturas e ex-parlamentares atribuem o sumiço de mimos décadas atrás a uma curiosa patologia que tornaria o suspeito incapaz de distinguir o “personalíssimo” do público. Era um tal de canetas, xícaras, laptops, tablets, papel higiênico dos banheiros e remédios da farmácia abduzidos ou levados para outra dimensão...

Essa era, digamos a atividade local. Bom mesmo era participar de “missões” no exterior ou integrar comitivas presidenciais em viagens à Europa ou Estados Unidos. Na volta em tão ilustre companhia, as figuras felizardas escapavam do controle da alfândega. Um dia, um parlamentar nostálgico dos antigos clássicos do cinema teria esquecido no desembarque uma caixa de finas meias de nylon. Sua excelência em questão era um convicto solteiro, mas isso não vem ao caso.

Pois é.

O distinto leitor precisa saber que até 1991, a regra era clara. Todos, isso mesmo, todos os presentes recebidos pelos presidentes da República eram, por definição, pertencentes ao Estado.

Quem mudou a lei. Elle mesmo, Collor de Mello.

quarta-feira, 8 de março de 2023

Midia - ou o repórter vende sua matéria a preço de sacolé ou fica sem espaço



 




Veja aqui a matéria recusada pela mídia brasileira e publicada em inglês no site 

Visite o Instagram de Yan Boechat

Mídia: Folha apela para mensagem subliminar?

 

por O V.Pochê

Em movimento desinibido para a direita, a Folha de São Paulo pretende manter laços com o bolsonarismo. Nas páginas do jornal têm desfilado entrevistados do grupo que apoiou a tentativa de golpe de 8 de janeiro. Diz-se que é preciso ouvir os novos e radicais congressistas do PL. O "outro lado", mesmo antidemocrático, sempre terá espaço no jornalão. É regra.

Nessa linha, a Folha foi ao Google para desencavar o caso de uma nobre injustiçada, ô coitada. A rainha (Mijóias?) teria sofrido horrores ao ser envolvida em um escândalo disparado por um valioso colar. 

A Folha informa no título da matéria que a tal rainha (Mijóias?) foi terrivelmente injustiçada. A sutileza da matéria tem o tamanho de um elefante. Parece mais um alerta: "cuidado", seria a mensagem? "Não massacrem a 'rainha', ela é inocente". Menos, Folha.

domingo, 5 de março de 2023

Na capa da Carta Capital: o legado do delinquente

 


A Folha não falha: em matéria hoje jornal apresenta a defesa de Bolsonaro no golpe dos diamantes

 

Reprodução Folha de São Paulo em 5/3/2023

A Folha não apurou coisíssima alguma sobre o caso dos diamantes que Bolsonaro tentou sequestrar da Receita  Federal. A matéria foi um exclusiva do Estadão. Mas o jornalão dos Frias se esforçou para reunir vários depoimentos em defesa de Bolsonaro e suas "mulas" de jóias.