sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Suprema meme
Essa meme bomba na internet. Certeira observação sobre as estranhas manobras do ministro Fux para livrar a cara do criminoso condenado Jair Bolsonaro. Não foi possível identificar o autor da suprema gozação. Quem souber, avise ao blog, por favor.
quarta-feira, 22 de outubro de 2025
O roubo das joias do Louvre é fichinha. Picasso foi mais esperto e roubou a Mona Lisa. Confira o caso na biografia "Picasso, o Estrangeiro" que Roberto Muggiati resenhou para o jornal Valor em 2024 .
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| Matéria de Roberto Muggiati reproduzida do jornal Valor, edição de 09 de agosto de 2024. |
domingo, 19 de outubro de 2025
quarta-feira, 15 de outubro de 2025
Bloch e Rede Manchete - Encontro anual dos amigos acontecerá na Taberna da Glória
Desde o ano 2000, data da falência da editora, os ex-funcionários fazem esse encontro. Com maior ou menor quorum, não importa, colegas marcam presenças e refazem contatos.
Hora de brindar o Ano Novo e fortalecer laços e esperanças.
À esquerda, uma foto-memória da caneca oficial do 1º Festival do Chope do Clube Manchete, em 1984. A verdade é que clube não emplacou, a boa idéia do festival também não, mas o espírito de confraternização permaneceu. Saúde!
Sonhos eternos - Claudia Richer por Claudia Richer
Ela deixa saudades registradas por muitos colegas seus contemporâneos, que se manifestaram no Facebook.
O fotojornalista Alex Ferro encaminhou ao Panis cum Ovum, o belo texto que reproduzimos abaixo e que traduz a memória pessoal e a sensibilidade de Claudia Richer. Originalmente publicado no blog Campos dos Goytacazes em Fotos, de João Pimentel, o relato escrito em outubro de 2011 reúne memórias da infância da jornalista. "Era uma vez, há muitos e muitos anos, uma menina que teve o privilégio de conhecer e viver em um reino encantado. Como aqueles dos contos de fada que saltam dos livros e das telas do cinema. Tão encantado e tão mágico que até hoje passeia pelos pensamentos e pela imaginação da criança que deixei de ser faz tempo", destacou Claudia, nas suas lembranças.
NA TERRA DOS SONHOS REAIS
Martins Laje - Campos dos Goytacazes (RJ)

Meu nome é Claudia, Claudia Richer.
O sobrenome lhes soa vagamente familiar?
Sou neta de Jacques Richer que ergueu e dirigiu a destilaria de Martins Laje, em Campos, RJ.
E já que vou contar uma história, devo começar como todas as outras que ouvi ao longo da vida.
Era uma vez, há muitos e muitos anos, uma menina que teve o privilégio de conhecer e viver em um reino encantado. Como aqueles dos contos de fada que saltam dos livros e das telas do cinema. Tão encantado e tão mágico que até hoje passeia pelos pensamentos e pela imaginação da criança que deixei de ser faz tempo.
Um dia Martins Laje apareceu em minha vida de menina gorducha, cheia de cachinhos, vestidos com rendas e babados, pulseiras e muito outros enfeites. Apareceu porque lá viviam meus avós paternos, Carmem e Jacques Richer. E nunca mais saiu de mim, ainda que eu e o tempo insistamos em negar.
Martins Laje não era nada, talvez um ponto distante no mapa. Apenas isso.
Mas para mim era tudo.
Era apenas uma rua, de terra batida, mas parecia Nova York, o centro do mundo, do meu mundo, do mundo que meus olhos de criança enxergavam. Era a aventura, o sonho, o horizonte sem limites, o tudo querer e o tudo conseguir. Era um reino de princesa para alguém que se imaginava dona do mundo. A casa 4 era um reino com direito a jardim, bola de gude, amarelinha, casa de boneca, teatro com palco e cortina(a paixão é antiga mesmo), horta, pé de carambola, tamarindo, galinheiro, gatos... o céu mais lindo do mundo, sempre estrelado! E as estrelas sempre brilhavam em meus olhos, me fazendo sonhar, sonhar, sonhar.
Mas não tinha televisão (não era época ainda). Computador, então, nem se fala. Tinha telefone, mas era preciso chamar a telefonista do posto primeiro e pedir a ligação.
É, podem perguntar o que este lugar tinha de tão especial?
Tudo.
Tinha a imaginação solta, a felicidade por tudo e por nada, a capacidade infinita de sonhar sem limites. E o que pode ser melhor do que a capacidade de sonhar sem limites?
Tinha o amanhã sem receios, sem medo, sem tristeza, e até mesmo sem amanhã.
Tudo era hoje, agora.
Tinha cana também, tirada diretamente do pé, em frente de casa, perto da linha do trem.
Tinha trem. É, trem. Maria Fumaça mesmo.
Tinha chaminé e o apito das 11h30 anunciando a hora de almoço.
Tinha Guilhermino, o jardineiro e Vera, sobrinha dele; seu Francisco que cuidava da horta e Rosa, filha dele; Noêmia, a cozinheira; Vilma, seu Martinho, Dona Anita; Vavá, o motorista; o sucesso dos meninos da casa 2; Maria Helena, professora do grupo escolar Alberto Lamego, bem na entrada de Martins Laje. Tinha tanta coisa, tanta gente, muitos nomes, muitos rostos, doces lembranças, as melhores possíveis. Alguns me fogem, outros, não, mas todos ficarão guardados para sempre no meu coração.
Mas naquela época eu ainda não sabia como doeria reconhecer a necessidade de acordar e perceber o quanto tudo isso me faria falta um dia. Não sabia que abriria os olhos e veria que Martins Laje foi um sonho, um sonho encantado, é verdade, mas um sonho e que jamais voltaria a acontecer. Jamais seria meu outra vez. E eu jamais seria criança de novo para viver Martins Laje como antes.
A casa dos sonhos reais desapareceria. Martins Laje despareceria. E a vida “normal”, “real” retomaria seu curso, nem sempre desejado, é verdade, mas retomaria. Como a Maria Fumaça que seguiu em frente e desapareceu. Como a chaminé que nunca mais apitou e hoje nem mesmo é um pálido retrato daquilo que um dia significou. Como a destilaria, que depois da morte do meu avô passou ganhou o nome dele e que hoje – abandonada – não passa de mais de uma imagem perdida no tempo.
Mas naquele momento, a fartura de emoções era absoluta e eu só pensava nisso.
Queria mais. Mais sonho, mais festa, mais estrelas brilhando, mais passeios a cavalo, mais, mais, mais. Tudo mais.
Tudo mais! Nunca mais!!!!!!!!
Tinha meu avô – super querido e super avô - que ensinava a mim e a Martha, minha irmã, a ver as horas no relógio de madeira com algarismos romanos no fundo do corredor. Que me deixava derrubar litros de álcool na destilaria, que deixava tudo. Lá, tudo era possível e permitido. Minha avó não tinha limites e permitiu que eu acreditasse na ilusão do para sempre.


E assim eu cresci, achando que o mundo estaria eternamente a meus pés, como Martins Laje sempre esteve. Mas ninguém me avisou que de repente eu já não teria mais Martins Laje, estrelas, sonhos, infância. Muitos anos depois descobri que não era nada disso. E sofri até porque o mundo aqui fora era “o avesso do avesso” do que eu vivera até então. Tudo aconteceu tão depressa, e, no entanto, parece que foi ontem.
Disney? Diante disso, quem precisava de Disney?
Tinha cheiro de bolo, saindo quentinho do fogão a lenha, ovos batidos viravam glacês enfeitados, manteiga de nata, chuvisco, bolo de tronco, fios de ovos, gargalhada, joelho ralado, e sonhos (o doce também) à vontade. Sempre os sonhos. Doces ou não.
Tinha a vendinha – com paçoca, picolé que ficava branco e muita bobagem colorida; o cinema capenga, coitadinho, mas que era um programa como poucos.
Que fizeram de tudo isso? Onde foi parar o sonho? Onde foi parar Martins Laje?
Martins Laje existiu mesmo algum dia? No meu sonho, talvez.
Não saberia responder. Existiu?
Como seria hoje lá? Como seria eu em Martins Laje?
Parece que derrubaram a destilaria.... para onde foi tudo aquilo? Em que história foi morar o meu reino encantado?
Para onde foi a criança que sonhava perto dos canaviais?
Para onde foi o sonho? Para a memória, talvez. Para o passado, com certeza. Para o nunca mais? Será? Será mesmo?
Mas Martins Laje está logo ali, tão perto, tão nítida, tão real... será?
(Claudia Richer, Rio de Janeiro, outubro de 2011)
quinta-feira, 9 de outubro de 2025
Quem Matou Odete Roitman? Elementar. Foi a Manchete - Por Roberto Muggiati
A pior roubada que me aconteceu como editor de Manchete foi obra de uma repórter de sobrenome começado por M, de Macunaíma. Para emplacar uma reles notinha na seção Gente, que se resumia a uma foto e dez linhas, ela engambelou a atriz Beatriz Segall – que atuava numa peça em São Paulo – a vir ao Rio, trazendo o ator e a atriz com os quais contracenava, para fazer uma foto no estúdio. Todas as despesas pagas pela própria Beatriz, convencida pela repórter de que seria capa da revista – a jornalista jurou, como dizia Adolpho Bloch, “pela minha morta mãe”. Quando saiu a Manchete, Beatriz teve um choque ao ver que a capa era outra. Folheou a revista várias vezes até encontrar a foto e o textículo protocolares meio sumidos entre doze outras notinhas na página dupla da seção Gente.
Beatriz Segall era uma pessoa muito elegante, nora do grande pintor Lasar Segall e filha do diretor do Instituto Lafayette, um dos melhores educandários femininos do Rio, onde aprendeu francês, piano e costura. Depois, foi bolsista de teatro e literatura em Paris, onde conheceu o marido. Telefonou para mim, a voz calma e o discurso sóbrio, expondo a grande falcatrua a que fora submetida. Fiquei embasbacado, desconhecia os detalhes da história, e prometi que falaria com os Bloch, pleiteando um ressarcimento que, já sabia de antemão, seria causa perdida. Beatriz e eu costumávamos frequentar os saraus da Ceres Feijó, a partir de então me vi constrangido a ficar sempre à distância dela, praticamente me escondendo de tanta vergonha.
Acabou que, poucos meses depois, a doce Beatriz Segall teve o seu gosto de vingança. A TV Globo estreou o que seria talvez a sua novela de maior sucesso em todos os tempos, Vale tudo. E Beatriz brilhava no papel da arquivilã, Odete Roitman. Durante meses o Brasil inteiro viveu em suspense o enigma “Quem matou Odete Roitman?” A mídia vivia à sua caça. Beatriz/Odete recebia a todos cordialmente, menos aos veículos da Bloch. Manchete e Amiga perderam capas preciosas, obrigadas a recorrer a fotos e informações de segunda mão, sem contato direto com a “dona da notícia”.
PS • O autor de Vale tudo, Gilberto Braga, também vivia dias de glória. Vinte anos antes, amargou um anonimato como foca na reportagem da Manchete com o sobrenome materno, Gilberto Tumscitz.
quinta-feira, 2 de outubro de 2025
O primeiro Santo.Com da Igreja Católica foi um "influencer de Deus"
por Clara S. Britto
Demorou um pouco, mas a geração millennial emplacou uma vaga na galeria de santo da Igreja Católica. A mais recente edição da Revista Aventuras na História vem com capa e extensa matéria sobre a vida e a canonização do adolescente italiano Carlo Acutis. E o Brasil é coadjuvante no processo realizado pelo Vaticano. Um dos milagres atribuídos a Acutis foi registrado no Mato Grosso do Sul, outros fenômenos aconteceram nas Estados Unidos e na Europa. O jovem morreu em 2006 aos 15 anos vitimado por doenças graves (deformação do. pâncreas e leucemia). Durante toda a agonia dizia-se preparado para se conectar à vida e eterna. Acutis atuava nas redes sociais onde passava mensagens espirituais e difundia a fé católica. Tornou-se assim o primeiro santo.com do catolicismo.
* Visite o site criado por Carlo Acutis - https://www.miracolieucaristici.org/
* E procure ler a trajetória completa do Santo Carlo Acutis na Revista Aventuras da História.
segunda-feira, 29 de setembro de 2025
Luiz Paulo Silva : a paixão pelo jornalismo
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| Jornalista Luiz Paulo. Foto: Acervo Pessoal |
José Carlos Jesus, que preside a Comissão de Ex-Empregados da Bloch Editores, enviou ao blog o aviso para a missa de Sétimo Dia do nosso querido amigo Luiz Paulo Silva. A cerimônia será realizada amanhã, terça-feira, dia 30 de Setembro, na Igreja Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado, às 18h.
Luiz Paulo só tinha amigos na velha Bloch. Seu caráter e integridade eram admirados por muitos colegas. Ele trabalhou inicialmente no setor de Educação da empresa, mas seu objetivo era se transferir para o jornalismo. Tanto lutou que conseguiu. Suas primeiras matérias foram feitas para a Fatos & Fotos. A primeira pauta que recebeu foi uma entrevista com Agildo Ribeiro. A partir daí foi escalando oportunidades. Após a falência da Bloch dedicou-se com sucesso à mídia sindical, atuando como editor de publicações.
Que vá em paz, como viveu.
Trump taxa em 100% filmes estrangeiros que tentem acessar o mercado estadunidense.
Parece haver uma certa ingenuidade da mídia e do governo brasileiros no destaque e na euforia concedidas a um suposto encontro de Trump e Lula, conforme o presidente dos Estados Unidos disse na ONU.
Para começar, Trump não merece confiança.
Adora convidar chefes de Estado ao Salão Oval para sessões de falta de educação e até de bulying. Normalmente, as conversas são apenas armadilhas que não geram consequências práticas. Tanto que após o evento da ONU, o magnata e seus oligarcas acomodados no governo, dispararam mais sanções e aceleraram a guerra das tarifas que atingem aliados históricos dos estadunidenses. Um dos assessores de Trump afirma que o Brasil é apenas um país a ser "consertado" para se render aos interesses da Casa Branca.
Lula vai lá receber as pautas do "conserto" ? Esse encontro tem tudo para não dar certo.
Nenhum setor está fora do alcance da ofensiva tarifária. Hoje, Trump anunciou tarifas de 100% que alcançarão qualquer filme não produzido nos Estados Unidos e que seja lançado no país. Sabe-se que o público dos EUA já não é muito chegado a ver filmes estrangeiros, mas as novas taxas fecham completamente o mercado. No caso, a medida tem um viés ideológico: Trump que impedir que filmes com teor político, tais quais as produções vencedoras recentes do Oscar, como a brasileira "Ainda Estou Aqui" (que denunciou um crime da ditadura apoiada pelos Estados Unidos), o filme pacifista "Nada de Novo no Front", produzido pela Alemanha e "Uma Mulher Fantástica", que focaliza a história de uma garçonete transsexual, cheguem aos cinemas estadunidenses.
São exemplos de temas execrados pela extrema direita que ocupa o atual bunker fascista da Casa Branca.
Os filmes estrageiros eventualmente concorrentes ao Oscar, são obrigados a estrear antes da premiação em salas de exibição dos Estados Unidos. "O Agente Secreto", produzido por Brasil, França, Alemanha e Holanda, disputa uma indicação na categoria Melhor Filme Internacional. Se for selecionado para concorrer à estatueta, o exibidor local que importar o filme vai "morrer" em taxa de 100%.
Quem vai querer?
Aos leitores - Roberto Muggiati - : Em breve o Panis Cum Ovum retomará a publicação de novos capítulos do folhetim "Mistério na Glicério"
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| Visita ao mestre. José Esmeraldo Gonçalves e Roberto Muggiati. |
sábado, 27 de setembro de 2025
quinta-feira, 18 de setembro de 2025
O que a PEC da Bandidagem tem a ver com Mané da Glock
Sob o enorme guarda chuva da PEC da bandidagem, parlamentares acusados de crimes só poderão ser processados após consentimento dos colegas. Já viu, não é? Quanto valerá um mandato que terá como bônus um autêntico escudo contra a lei? Investigações já revelaram suspeitas da apropriação de cargos eletivos preenchidos por delegação de organizações criminosas ou da ligação de maus políticos com com milicianos e traficantes. Com a PEC e o desmonte da lei da ficha limpa é de se esperar o interesse de formação de uma futura bancada do crime propriamente dito. No mínimo, como consequência, novos apelidos entrarão na cena política. Os quase poéticos João do Posto, Zé Feirante, Paulo da Borracharia, Cacilda Tatuadora, Célia de Jesus e Ana Florista vão dar vez , quem sabe, a Gegê do AR15, Malvadão do Pedaço, Mané da Glock, Cria do Inferno. Qualquer semelhança de apelidos é mera coincidência, mas a invasão marginal não acontecerá por acaso.
PEC da Bandidagem e farra das emendas: a corrupção institucionalizada
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| Charge de Mariano originalmente publicada na Revista Fatos (1985) |
Esta charge do Mariano foi publicada na Revista Fatos em 1985. Na época, a compra de votos rolava solta na campanha para eleições de prefeitos e vereadores. Agora, em tempos de emendas parlamentares e PEC da Bandidagem, é mais atual do que nunca. Eh Brasilzão, terra em que a maioria dos eleitores pobres ou remediados vota em em ricos corruptos ou líderes "religiosos" bilionários. Como resultado, formam um Congresso controlado por bandidos. Boa sorte pra vocês.
segunda-feira, 15 de setembro de 2025
O recado de Lula para Donald Trump
sábado, 13 de setembro de 2025
Minha dosimetria e breves sugestões penais
Bolsonaro condenado. Capa do jornal O Povo resume a História
A primeira página do jornal O Povo repercute nas redes sociais, entre tantas que noticiaram a condenação de Jair Bolsonaro. O ex-presidente e sua organização criminosa levaram o Brasil à beira de uma nova ditadura com todas as implicações que o país infelizmente já conhece: liberdade ameaçada, violência política e, principalmente, corrupção tal qual aconteceu durante o regime de 1964 em uma sucessão de escândalos que a censura impediu à mídia de levar a público. Democracia também significa liberdade de expressão. A mensagem da capa do jornal O Povo, do Ceará, traduz em design as dimensões dos valores que o STF defendeu é a insignificância do verme que tentou que roubar os direitos do povo brasileiro.
terça-feira, 9 de setembro de 2025
A caravana dos otários e o tarifaço dos Bolsonaros
Otários desfilaram no Sete de Setembro para homenagear não a Independência do Brasil, mas exatamente o oposto a desejada (por eles) submissão do país a Trump. Muitos entre aqueles que carregaram a bandeira dos Estados Unidos poderão perder empregos, se é que entre aquela gangue de vagabundos alguém trabalha. Setores da economia brasileira sofrem com o efeitos do tarifaço dos bolsonaros. Os a facção criminosa de traidores que os sem cérebros foram bajular nas ruas.
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quarta-feira, 3 de setembro de 2025
Mino Carta, o revisteiro diz adeus
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| Mino Carta. Foto de Ricardo Stuckert/Presidência da República/Agência Brasil/EBC |
Aos poucos, os grandes revisteiros assinam seus layouts finais. Com eles, vai-se uma era. Mino Carta, o jornalista que modernizou a imprensa brasileira, morreu na última terça-feira, 2, aos 91 anos. Mino foi da equipe que criou Jornal da Tarde, Quatro Rodas, Veja, Istoé, Jornal da República e Carta Capital. Em todas as publicações, até mesmo no Jornal da República, uma tentativa de vida curta, deixou sua marca.
Em 1967, ele aceitou o desafio de criar uma revista que destacava a cobertura política em plena ditadura. Segundo a Carta Capital, seu último veículo, Mino impôs uma condição. "Só aceitaria o convite se os donos da Abril, uma vez definida a fórmula da publicação, se portassem como leitores a cada edição, passível de discussão, mas a posteriori, quer dizer, quando já nas bancas". O acordo, ainda segundo a Carta Capital, durou até a sua demissão, em 1976.
Memórias da redação - "Mamonas, a tragédia que chocou o Brasil" - A edição da Manchete que não deveria ter sido feita • Por Roberto Muggiati
Por mais de cinco anos a banda de Guarulhos chamada Utopia não passou disso: uma utopia. Sua música, rotulada como “rock cômico”, misturava o imisturável: pagode romântico (!), sertanejo, brega, vira, música mexicana e heavy metal. Bastou mudar o nome para Mamonas Assassinas e lançar o único álbum de estúdio, gravado em Los Angeles, Mamonas Assassinas, em junho de 1995, para estourar nas paradas, vendendo quase dois milhões de cópias. A origem do nome não é clara, mas Mamonas se referia não à planta, mas aos seios fartos de uma musa desconhecida. Seu cachê subiu em pouco tempo de oito mil para setenta mil reais O sucesso instantâneo levou a banda a trocar o seu veículo-fetiche, a Brasília amarela, por jatos fretados. A partir do momento em que literalmente decolaram, os Mamonas fizeram 190 shows em 180 dias por todo o país (só não estiveram no Acre, Roraima e Tocantins). Segundo o Centro de Investigações e Prevenções de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), a causa final do desastre foi fadiga de voo, após uma longa escala pelas cidades onde a banda se apresentava, imperícia do copiloto – que não tinha horas de voo suficientes para aquele modelo de aeronave e não era contratado pela empresa de táxi aéreo – falha de comunicação entre a torre de controle e os pilotos, cotejamento e fraseologia incorretos das informações prestadas pela torre. O Learjet 25D caiu na Serra da Cantareira, às 23:16 do sábado 2 de março de 1996, matando os sete passageiros e dois tripulantes. Ironicamente, o prefixo do jatinho era PT-LSD.
Devido a um excelente relacionamento com a assessora de comunicação da EMI, Marília Van Boekel Cheola, a revista dispunha de fotos fabulosas e exclusivas dos Mamonas. Pressentindo o sucesso da banda, Marília praticamente sequestrara os meninos durante um dia inteiro e os fizera fotografar com os figurinos mais coloridos e extravagantes. Quanto à cobertura no local do acidente, nossos fotógrafos não chegavam a ser alpinistas e tivemos de recorrer também a fotos da Agência Estado assinadas pelo fotógrafo Vito Fernandes. Aí ocorreu um terrível equívoco de tecnologia, que quase nos custou a apreensão da revista. No calor do fechamento, madrugada de domingo para segunda, recebemos algumas radiofotos em cores. Na redação, não tínhamos recursos para visualizar a imagem. Quem faria o acoplamento das três radiofotos separadas nas cores básicas era a gráfica em Parada de Lucas, que imprimiu a imagem conforme paginada, sem entrar no mérito do seu conteúdo. Publicamos assim, involuntariamente, uma foto mostrando os corpos dilacerados dos Mamonas, o que causaria não só o protesto dos fãs como a quase-censura das autoridades. No meio de toda aquela confusão do fechamento, recebemos de São Paulo um envelope enviado pelo fotógrafo Vic Parisi com um pedaço do avião dos Mamonas. Pedi a um fotógrafo, dentre os muitos que cercavam a mesa de edição, que fizesse uma reprodução caprichada do “troféu”. O pedaço de metal amarelo cheirando a querosene do jatinho PT-LSD sumiu naquela noite – e para sempre na noite dos tempos. Nos meses e anos que se seguiram, Vic Parisi – com sua perseverança de pastor evangélico – me atormentou com cobranças para que lhe devolvesse a peça. Acho que deve estar pensando até hoje que lhe surrupiei aquela “relíquia macabra”...
















