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domingo, 13 de maio de 2018

Memórias da redação: ...e Jussara Razzé assinou a Lei Áurea na Manchete

Foto de Orlando Abrunhosa

Em 1988 eram comemorados os 100 anos da Lei Áurea. A Manchete preparou um reportagem sobre o tema e o fotógrafo Orlando Abrunhosa foi escalado para fazer a foto de abertura.

Inicialmente, pensou-se em uma foto da sacada vazia do Paço Imperial, o local exato de onde a Princesa Isabel anunciou a libertação dos escravos. Mas o saudoso Orlandinho era detalhista e não embarcava necessariamente na primeira ideia. Ele propôs subir a serra rumo ao Museu Imperial de Petrópolis e refazer a cena histórica.

Lei Imperial 3353. Reprodução
Com um detalhe:  a assinatura seria simulada, mas o documento e a pena autênticos.

E assim foi feito.

A modelo escolhida foi Jussara Razzé, jornalista que trabalhava nos Serviços Editoriais da Bloch e era habitualmente "modelo de mãos" das revistas femininas desde que foi "descoberta" por Kiki Moretti, então editora da revista Mulher de Hoje.

Na pressa, a equipe só percebeu no local que faltava um figurino de época para envolver o braço direito da modelo e compor a cena. Orlandinho pediu uma peça de renda, algo assim. Ninguém menos do que D.Pedro Gastão, do ramo imperial de Petrópolis, neto da Princesa Isabel, foi o "produtor" que providenciou uma toalhinha de linho branco a título de manga e resolveu o problema.

A foto acima é uma Polaroid, do teste de luz que os fotógrafos costumavam fazer. A imagem original assinada por Orlandinho foi página dupla na Manchete.

Os créditos da reportagem: foto de Orlando Abrunhosa, produção de D. Pedro Gastão, modelo Jussara Razzé. O texto da matéria foi de Tarlis Batista.

Os acessórios da produção - a Lei Imperial n.º 3.353 e a pena cravejada de brilhantes - são aqueles que foram colocados à mesa da Princesa no Paço Imperial no dia 13 de maio de 1888, que Jussara Razzé "assinou" de novo 100 anos depois.

terça-feira, 6 de março de 2018

Editor de Arte do novo JB deixa o jornal. Carlos Negreiros, que trabalhou na Amiga e Mulher de Hoje, aponta equipe insuficiente e "falta de expertise" como fatores de falhas


A volta do Jornal do Brasil impresso foi celebrada pelos cariocas. A cidade tem uma inegável ligação afetiva com o JB.

Isso não quer dizer que a tarefa de reerguer a marca seja fácil.

Duas semanas após o relançamento, a redação sofre um importante baixa. O editor de Arte Carlos Negreiros deixa o jornal.

As primeiras edições do JB mostraram falhas compreensíveis para um começo de trabalho, mas além do aceitável. Alguns subtítulos, legendas e créditos de foto não foram preenchidos e acabaram publicados com os códigos técnicos indicativos de formato. Faltou revisão mais caprichada também. Em texto na sua página do Facebook, Negreiros relata a crise interna e opina sobre os motivos das falhas. "Infelizmente, o resultado de todas as mazelas foi atribuído à Editoria de Arte. Diante desse quadro, minha situação como Editor de Arte do nosso querido JB ficou muito desconfortável culminando com a minha saída".

Carlos Negreiros trabalhou no JB nos anos 1980 e no começo da década de 1990. Entre outros veículos, foi diretor de Arte das revistas Amiga e Mulher de Hoje, da extinta Bloch.