Parece haver uma certa ingenuidade da mídia e do governo brasileiros no destaque e na euforia concedidas a um suposto encontro de Trump e Lula, conforme o presidente dos Estados Unidos disse na ONU.
Para começar, Trump não merece confiança.
Adora convidar chefes de Estado ao Salão Oval para sessões de falta de educação e até de bulying. Normalmente, as conversas são apenas armadilhas que não geram consequências práticas. Tanto que após o evento da ONU, o magnata e seus oligarcas acomodados no governo, dispararam mais sanções e aceleraram a guerra das tarifas que atingem aliados históricos dos estadunidenses. Um dos assessores de Trump afirma que o Brasil é apenas um país a ser "consertado" para se render aos interesses da Casa Branca.
Lula vai lá receber as pautas do "conserto" ? Esse encontro tem tudo para não dar certo.
Nenhum setor está fora do alcance da ofensiva tarifária. Hoje, Trump anunciou tarifas de 100% que alcançarão qualquer filme não produzido nos Estados Unidos e que seja lançado no país. Sabe-se que o público dos EUA já não é muito chegado a ver filmes estrangeiros, mas as novas taxas fecham completamente o mercado. No caso, a medida tem um viés ideológico: Trump que impedir que filmes com teor político, tais quais as produções vencedoras recentes do Oscar, como a brasileira "Ainda Estou Aqui" (que denunciou um crime da ditadura apoiada pelos Estados Unidos), o filme pacifista "Nada de Novo no Front", produzido pela Alemanha e "Uma Mulher Fantástica", que focaliza a história de uma garçonete transsexual, cheguem aos cinemas estadunidenses.
São exemplos de temas execrados pela extrema direita que ocupa o atual bunker fascista da Casa Branca.
Os filmes estrageiros eventualmente concorrentes ao Oscar, são obrigados a estrear antes da premiação em salas de exibição dos Estados Unidos. "O Agente Secreto", produzido por Brasil, França, Alemanha e Holanda, disputa uma indicação na categoria Melhor Filme Internacional. Se for selecionado para concorrer à estatueta, o exibidor local que importar o filme vai "morrer" em taxa de 100%.
Quem vai querer?
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