quarta-feira, 8 de março de 2023
Midia - ou o repórter vende sua matéria a preço de sacolé ou fica sem espaço
Mídia: Folha apela para mensagem subliminar?
por O V.Pochê
Em movimento desinibido para a direita, a Folha de São Paulo pretende manter laços com o bolsonarismo. Nas páginas do jornal têm desfilado entrevistados do grupo que apoiou a tentativa de golpe de 8 de janeiro. Diz-se que é preciso ouvir os novos e radicais congressistas do PL. O "outro lado", mesmo antidemocrático, sempre terá espaço no jornalão. É regra.
Nessa linha, a Folha foi ao Google para desencavar o caso de uma nobre injustiçada, ô coitada. A rainha (Mijóias?) teria sofrido horrores ao ser envolvida em um escândalo disparado por um valioso colar.
A Folha informa no título da matéria que a tal rainha (Mijóias?) foi terrivelmente injustiçada. A sutileza da matéria tem o tamanho de um elefante. Parece mais um alerta: "cuidado", seria a mensagem? "Não massacrem a 'rainha', ela é inocente". Menos, Folha.
domingo, 5 de março de 2023
A Folha não falha: em matéria hoje jornal apresenta a defesa de Bolsonaro no golpe dos diamantes
![]() |
| Reprodução Folha de São Paulo em 5/3/2023 |
A Folha não apurou coisíssima alguma sobre o caso dos diamantes que Bolsonaro tentou sequestrar da Receita Federal. A matéria foi um exclusiva do Estadão. Mas o jornalão dos Frias se esforçou para reunir vários depoimentos em defesa de Bolsonaro e suas "mulas" de jóias.
sábado, 4 de março de 2023
Diamantes não são para sempre - Estadão revela muamba de Bolsonaro
![]() |
| Reproduções Estadão 4/3/2023 |
![]() |
| Termo de apreensão da muamba |
O cinema tem um antigo fascínio por diamantes e jóias caras. São clássicos filmes como Ladrão de Casaca, a franquia Pantera Cor de Rosa, 007 Os Diamantes são Eternos, Oito Mulheres e um Segredo, Um Plano Brilhante...
O governo Bolsonaro se extinguiu mas não para de produzir escândalos. Claro que em uma dessas bizarrices suspeitas faltava aparecer um pacote de jóias milionárias. Não falta mais: os diamantes apareceram no aeroporto de Guarulhos.
Os jornalistas do Estadão, Adriana Fernandes e André Borges, revelaram a trama com toques das mil e uma noites. Ministro e militares de alta e baixa patente integraram uma força tarefa cuja missão era fazer adentrar ao Brasil um caixa de jóias no valor de 3 milhões de euros que estava destinada ao pescoço de Michelle Bolsonaro. No pacote, que era um presente da ditadura saudita, havia um caríssimo relógio que, provavelmente, iria enfeitar o pulso de Bolsonaro para ele tirar onda em motociatas.
Os fiscais da Receita desconfiaram do militar sacoleiro e o fizeram passar pelo raio-x. A muamba estava disfarçada em uma caixa com um estatueta quebrada. Flagrada, a tentativa de contrabando ou descaminho não funcionou e o tesouro não declarado foi aprendido.
A jogada aconteceu em fins de 2021. Bolsonaro não se conformou e escalou em seguida um exército de "despachantes" para tentar, em vão, durante um ano, recuperar o butim. A última tentativa foi a três dias do fim do mandato de Bolsonaro.
Vários ministros se mobilizaram para botar a mão nos diamantes. Os funcionários da Receita cumpriram a lei e resistiram ao assédio irregular das autoridades.
Agora o Estadão revela a trama digna de figurar em um filme.
Se não um candidato a clássico, mas uma tremenda chanchada bolsonarista.
sexta-feira, 3 de março de 2023
Mídia: segundo a Folha, trabalho escravo tem "outro lado"
![]() |
| Reprodução Folha de São Paulo |
quinta-feira, 2 de março de 2023
O jornalismo brasileiro é viciado em off
por José Esmeraldo Gonçalves
Off, em jornalismo, é a prática de difusão de uma informação sem que o repórter identifique a fonte. Uma espécie de "por fora". O entrevistado revela qualquer coisa sob a condição de anonimato.
A fonte em off mais famosa e legítima do jornalismo foi certamente o "Deep Throat" do rumoroso Caso Watergate. Um funcionário do governo passava a Bob Woodward e Carl Bernstein informações cruciais que orientaram a apuração do escândalo e levaram os repórteres a mapear os personagens da invasão do escritório do Partido Democrata em Washington. A identidade do informante só foi revelada em 2005. A até então misteriosa fonte era o vice-diretor do FBI no começo dos anos 1970, Mark Felt, que contou a própria história em um artigo que escreveu para a Vanity Fair.
Para os jornalistas brasileiros Brasilia é a cidade que mais tem "deep throat" no mundo. Eles encontram um desses, como se fossem pokémons, em cada corredor do poder. A função off foi assim banalizada. "Fonte ligada ao PT", "uma alta autoridade do Judiciário", "fiz um bastidor na Câmara e constatei", "uma fonte da PF", "uma fonte do alto comando militar", "ouvi de um ministro do Supremo". Esse tipo de referência serve de muleta tanto para informações banais como para veicular "balões de ensaio" ("notícias" muitas vezes falsas que são lançadas para gerar repercussão ou "testar" reações a determinadas medidas ou supostos fatos) e lobbies. Tanto abuso compromete o uso da função off, que originalmente não deveria ter valor declaratório, por ser anônima, mas poderia ser útil, como no Watergate, para balizar investigação do fato e orientar a apuração do repórter.
Observe: colunistas e comentaristas de TV raramente conversam com pessoas que assumem CPFs, RGs e o que dizem. São todos anônimos, secretos ou "laranjas" de si mesmos. O anonimato como regra deixa de ser técnica de apuração e vira patologia
Luis Nassif, no link abaixo, comenta com propriedade a febre do off, um excesso que assola o jornalismo e compromete a credibilidade.
https://jornalggn.com.br/midia/a-praga-do-off-transformou-a-midia-em-um-celeiro-de-baloes-de-ensaio/
A máquina de fazer subcelebridades
por Clara S. Britto
terça-feira, 28 de fevereiro de 2023
Bola murcha...
por Niko Bolontrin
A noite de gala da FIFA, que apontou os Melhores de 2022, mostrou o momento crítico do futebol brasileiro e da maioria dos brasileiros que jogam no exterior. Apenas Casemiro salvou a pátria ao integrar a seleção do ano. Richarlyson concorreu ao prêmio Puskás de gol mais bonito, mas perdeu para Mesmo Vini e Rodrygo, apesar da excelente fase no Real Madrid, foram ignorados. Antony também é uma boa exceção entre o exportados. Neymar há muito deixou a elite do futebol na fase do "regional" PSG, time que tem Mbappé e Messi, dois dos melhores do mundo, mas consegue a proeza de praticar futebol medíocre.
A festa da FIFA foi dominada pela Argentina, que emplacou o melhor treinador (Lionel Scaloni), o melhor goleiro (Emiliano Martinez ), o melhor jogador (Lionel Messi) e até a melhor torcida. Méritos da seleção campeã do mundo.
A propósito, a premiação se refere à performance dos escolhidos em todo o ano passado. O jornalismo esportivo brasileiro em geral exaltou a suposta qualidade da seleção brasileira esquecendo que bons jogadores precisam funcionar coletivamente e mostrar estratégia. Coisa que não aconteceu. Para muitos, a Copa já estava ganha. Tite era o máximo na face da terra. A Croácia, por exemplo, não concordou com o ufanismo dia coleguinhas.
domingo, 26 de fevereiro de 2023
Sábado de campeões
sábado, 25 de fevereiro de 2023
Mídia: "corta o nome do mito aí, tá oquei".
![]() |
| Reprodução Twitter |
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023
domingo, 19 de fevereiro de 2023
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023
Dirley Fernandes: uma triste notícia
| Dirley Fernandes (1968-2023). Foto:Reprodução Twitter |
por José Esmeraldo Gonçalves
16 de fevereiro, Dia Nacional do Repórter. Mas, hoje, é o dia de um repórter especial: Dirley Fernandes, que nos deixou sem aviso prévio, aos 54 anos.
Com mais de 30 anos de profissão, Dirley passou por vários veículos, como é comum na nossa profissão. Trabalhou em O Dia, Extra, Jornal do Brasil, Jornal do Commércio, Revista História Viva, Seleções do Readers Digest e nas revistas Conhecer, Manchete e Caras. Foi editor em algumas dessas publicações.
Em cada uma experiência qualificou-se como um profissional de reconhecida competência.
Quando o jornalismo impresso tradicional entrou em crise, Dirley se reinventou - a palavra hoje gasta nem era tão usual - e se tornou produtor de conteúdo, editou livros, revistas corporativas, administrou sites, redes sociais de empresas e dirigiu um documentário - "Devotos da Cachaça" - como parte de um projeto voltado para o setor, que incluiu revistas, livros e palestras. Com o filme, ele mostrou a "profunda relação da cachaça com a alma brasileira, a bebida nacional na música, na literatura e nas artes plásticas". Falava com paixão sobre o assunto do qual era um expert. Com certeza, em contato com muitos produtores, contribuiu para a evolução e aprimoramento desse mercado.
![]() |
| 2020: Dirley, José Esmeraldo, Mauro Trindade, Jussara Razzé, Alex Ferro e David Junior: chope no Estação Largo do Machado para comemorar lançamento de uma revista. Foto de Gabriel Nascimento |
Trabalhei com Dirley na Caras em 1996. Ele colaborou com a revista durante quase um ano antes de ser chamado pela Manchete, mas a foto acima está relacionada a um projeto que surgiu em plena pandemia. O amigo David Ghivelder apresentou à Tupi a ideia de lançar uma revista com a cobertura do carnaval de 2020, com escolas de samba e blocos do Rio de Janeiro. A publicação também comemoraria os 85 anos da rádio. Creio que David procurou uma equipe com o DNA carnavalesco da Manchete e foi isso que nos reuniu. Eu, Dirley, Mauro Trindade, David Júnior, Alex Ferro, Jussara Razzé e o Sidney Ferreira, o editor de Arte que não está no registro feito no Estação Largo do Machado pelo fotógrafo Gabriel Naacimento e que trabalhou com o Dirley em muitas revistas e livros nos últimos anos.
Na ocasião da foto, no Estação, comemorávamos o lançamento da edição Carnaval Total. A revista acabou se desdobrando em mais duas edições ao longo do ano. Uma sobre os comunicadores da Tupi e outra, um número especial de Natal e Ano Novo. Para essas edições extras, Roberto Muggiati, Tania Athayde e Daniele Maia se incorporaram à equipe. Foi um trabalho bem realizado, não sem dificuldades, mas com o mérito de nos reunir. Em 2021, o grupo se reencontrou para um chope no Baródromo, na Tijuca. Foi a última vez que eu e Jussara vimos o Dirley, que depois se transferiu para São Paulo, com a sua querida Anna.
No fim do ano passado nos falamos rapidamente por telefone. Ele estava animado com as perspectivas que São Paulo oferecia. Ontem, Tania Athayde nos deu a notícia. Dirley fora vítima de um acidente e estava hospitalizado em estado grave. Não havia esperanças e o triste desfecho se confirmou. Inacreditável. Tinha muito a viver. Ficamos com a tristeza e as lembranças do seu humor, inteligência, a facilidade de fazer amigos, o bom papo e deixamos aqui nosso abraço à família.
























