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| A milícia fascista agride repórteres,... |
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| ...ameaça católicos e debocha da Padroeira do Brasil. Reprodução Twitter |
| A famosa foto de Joe Shere: Jane Mansfield e os seios que intrigaram Sophia Loren |
por José Esmeraldo Gonçalves
Essa foto foi feita no restaurante Romanoff's, em Beverly Hills, na Califórnia, em 1957.
Joe Shere, que durante a Segunda Guerra trabalhou como fotógrafo para o exército americano, registrou esse monumental encontro de seios. Ele costumava retratava poses de astros e estrelas do cinema e, com menor frequência - para não perder clientes - fazia fotos do tipo paparazzi que vendia sob pseudônimo. Nesta imagem, Jane Mansfield, aos 24 anos, ostenta exatos 102 centímetros de peitos, bem mais do que os 90 centímetros de Sophia Loren, aos 23 anos.
O olhar da bela atriz italiana permaneceu como um dos mistérios holywoodianos. Era de inveja? Admiração? Humilhação? Afinal, Sophia, até chegar à capital do cinema, orgulhava-se da sua formidável massa romana de busto.
A presença de Jane Mansfield no restaurante é mais fácil de desvendar. Sophia chegava a Hollywood, território da Mansfield, e era recebida pela poderosa Paramuont. A loura teria ido ao coquetel em homenegem à italiana apenas para mostrar suas armas. Como se disesse: "você não é peito pra mim".
Há alguns anos, ao responder à Entertainment Weekly sobre o motivo do olhar atravessado, Sophia Loren brincou que a expressão era de medo dos seios da Mansfield rolarem sobre a mesa, mas revelou que, embora muitos fãs pedissem, jamais autografou "l'immagine dei seni". "Não queria ter nada a ver com aquela foto", disse.
Sohia Loren acaba de completar 88 anos, mora na Suíça. Jane Mansfield morreu em 1967, aos 34 anos, quando o Buick em que viajava bateu de frente em um caminhão. O fotógrafo Joe Shere faleceu em 2008, aos 91 anos.
A sua foto ficou para a história.
Em família
Vale um adendo. Em 1937, o fotógrafo Sam Shere, irmão de Joe Shere, fez uma foto ainda mais célebre do que a do irmão mais novo. É dele a imagem mais conhecida da queda do dirigível Hindenburg em Lakehurst, New Jersey, em 6 de maio de 1937, há 85 -anos.
| Imagem rerpoduzida do vídeo que mostra a professora Jose Biral prestando continência. Em seguida, de braço estendido e palma da mão aberta, ela faz a saudação nazista. |
por José Esmeraldo Gonçalves
A professora Josete Biral foi flagrada em vídeo fazendo a saudação nazista em sala de aula, após bater continência. A mulher é bolsonarista e fazia campanha política na sua conta do Instragram, que ela já fechou.
Na Alemanha nazista, o gesto criado para saudar Hitler era acompanhado do brado retumbante "sieg heil" (que, como se sabe, significa "salve a vitória").
A professora, aliás, estampava - e contaminava - as cores do Brasil.
Posicionamento mais explícito do seu alinhamento político só se vestisse a farda de Hitler e fosse eleita "musa da motociata". A professora foi demitida pelo Colégio Sagrada Família de Ponta Grossa (PR). Resta saber se o crime previsto nas leis brasileiras será punido. Geralmente tais surtos de apologia são minimizadas em alguma etapa policial ou jurída, infelizmente.
Quem minimizou, à sua maneira, o episódio, foi parte da mídia conservadora. A Folha omitiu o nome da mulher e a classificou como "suspeita de fazer gesto nazista". O G1 omitiu a identidade da professora quando deu a notícia da demissão de Josete Biural. O Yahho disse que o gesto "seria" uma saudação nazista. Correio Braziliense, Estado de Minas e O Globo nomearam corretamente a manifestação ideológica em sala de aula. A rádio CBN também cravou um "suposta saudação nazista". Os portais Terra e UOL dispensaram o "suposta".
| Reprodução Metrópoles |
O portal Metrópoles deu a notícia da demissão da professora, mas ilustrou a nota com um frame do vídeo do momento em que ela presta continência, que não é saudação nazista, o que induz o leito a erro. Em uma segunda nota, contudo, mostra o braço estendido ew a palma da mão aberta com o qual os nazistas saudavam Hitler.
O Instituto Brasil-Israel repudiou a "saudação nazista". O Ministério Público Estadual, do Paraná, anunciou que vai apurar o caso.
Se não fosse o vídeo gravado provavelmete por um aluno, a manifestação nazista nem "suposta" seria e certamente cairia na vala comum de incidentes semelhantes e agira frequentes no Brasil.
VEJA O VÍDEO AQUI
| Redação da Manchete, 1972: Ruy Castro e Narceu de Almeida, repórteres da revista, Foto Acervo Pessoal. |
Mais um das nossas cores vai integrar os quadros da ABL. Com o ingresso de Ruy Castro na Academia Brasileira de Letras, a revista Manchete amplia a lista de seus redatores eleitos para a casa de Machado de Assis. Citando à vol d’oiseau, foram o romancista Josué Montello (1954), o teatrólogo e ensaísta R. Magalhães Jr (1956), o jornalista e educador Arnaldo Niskier (1984), o jornalista e poeta Ledo Ivo (1986), o jornalista e escritor Murilo Melo Filho (1999), o historiador e ensaísta Afonso Arinos Filho (1999), o jornalista e romancista Carlos Heitor Cony (2000), o jornalista e escritor Cícero Sandroni (2004).
| Paulo Coelho inova: fardão com espada de samurai. |
Pouca gente sabe, mas Paulo foi correspondente da revista em Londres no final dos anos 70. Editor da revista na época, lembro de poucas pautas suas: uma matéria sobre o Museu Sherlock Holmes na Baker Street, outra, tipo relatório oficial, sobre a despoluição do rio Tâmisa. Talvez já estivesse tramando as alquimias que fariam dele o autor da obra mais traduzida do mundo, segundo o Livro Guinness dos Recordes.
Tem também uma vinheta histórica envolvendo o radialista da Manchete Roberto Canazio. Funcionário da Academia Brasileira de Letras, ele aparece numa foto segurando a urna em que foram incinerados os votos por carta da polêmica eleição de 1975 em que o ex-presidente JK foi derrotado pelo obscuro escritor goiano Bernardo Elis.
Como saideira, gostaria de lembrar o envolvimento de Ruy Castro, repórter iniciante de Manchete, em 1967, com a posse de Guimarães Rosa na Academia Brasileira de Letras. A memória foi escrita por Ruy 50 anos depois para a Folha de S. Paulo e reproduzida no Panis. Leia a seguir.
SEXTA-FEIRA, 17 DE NOVEMBRO DE 2017
A entrevista que não houve
por Ruy Castro (para a Folha de São Paulo)
RIO DE JANEIRO - Por esses dias de novembro de 1967, há inacreditáveis 50 anos, eu estava telefonando para Guimarães Rosa em nome da revista "Manchete", pedindo uma entrevista.
Naquela semana, Rosa finalmente tomaria posse de sua cadeira na Academia Brasileira de Letras, para a qual fora eleito por unanimidade em 1963. Ainda não a assumira porque, médico e cardíaco, temia não sobreviver à cerimônia. Mas agora era a hora.
Nunca entendi por que Justino Martins, diretor da "Manchete", me confiou a tarefa. A revista estava cheia de repórteres experientes —dois deles os poetas Lêdo Ivo e Homero Homem, certamente amigos de Rosa. Eu tinha, se tanto, seis meses de profissão e acabara de chegar à "Manchete". Mas foi assim. Justino convocou-me à sua mesa, deu-me o número do telefone de Rosa e só me recomendou que chamasse o homem de embaixador —o que Rosa também era.
Naquele mesmo dia, telefonei. O próprio Rosa atendeu e, muito amável, se desculpou, alegando que estava escrevendo seu discurso de posse e não podia parar para dar entrevistas, mesmo que fosse para "Manchete". Eu insisti, "Mas, embaixador...". E ele, firme. Talvez tocado pela evidente juventude do repórter, sugeriu que eu telefonasse no dia seguinte —quem sabe já teria terminado o discurso. Fiz isto, mas, não, ele não havia terminado. Como consolação, disse que, se eu fosse à cerimônia, me daria uma cópia do texto.
Rosa tomou posse na quinta-feira, 16. Ao fim do discurso e sob a chuva de aplausos, saiu pelo salão apertando mãos, como se levitasse. Parecia encantado, não via ninguém –só a mim cumprimentou duas vezes, sem saber quem eu era. E o coração resistiu bem, não o traiu.
Deixou para traí-lo três dias depois, na noite de domingo, 19, no seu apartamento, em Copacabana.
E eu me esquecera de pedir-lhe o discurso.
Entrevista à jornalista Leneide Duarte-Plon para o Fórum 21 (link abaixo)
O coronel da reserva Marcelo Pimentel tornou-se uma figura midiática por suas críticas à participação de membros das Forças Armadas na política, que ele designa como o « partido militar », fato que despertou nos brasileiros todos os fantasmas que povoam a História do Brasil. Voz militar dissidente, Pimentel nada contra a corrente também quanto ao golpismo do “partido militar”.
Em entrevista exclusiva, Marcelo Pimenta desconstrói o discurso golpista : « O "golpe", além de desnecessário (as cúpulas já estão no poder), é meramente retórico e tem a finalidade de manter a sociedade temerosa e em estado de "anomia", o que facilita o controle das percepções da opinião pública de acordo com os interesses daquelas cúpulas para seus projeto de poder hegemônico, como, por exemplo, aparecer no momento oportuno para « evitar » ou « impedir » o "golpe" do "capitão golpista". »
Na entrevista, ele admite que a Funai foi aparelhada pelos militares para servir à visão desenvolvimentista dos fardados.
Pimentel pensa que o 'partido militar' em torno do presidente está isolado na instituição e que não oferecerá grandes problemas para um terceiro governo Lula.
Fórum21: Mais de 2,3 mil militares ocupam postos no governo de forma irregular, aponta auditoria da CGU. Segundo relatório, irregularidades vão da ocupação simultânea de cargos militares e civis ao recebimento de salários acima do teto. Exército e ministérios da Defesa e Economia dizem apurar os casos apontados pela controladoria. O Brasil se tornou uma república militar?
Marcelo Pimentel: O Brasil, infelizmente, regrediu em vários aspectos institucionais e político-institucionais. A politização das Forças Armadas/dos militares e a militarização da política e da sociedade, processos dinamizados pela atuação quase partidária dos militares, ao estilo de um Partido Militar, demonstra muito bem essa regressão. A imagem das Forças Armadas – que era muito positiva até 2018 desde que se empreendeu o afastamento recíproco das FA e dos militares da política e de governos – vem sendo deteriorada pela ambição política de boa parte das cúpulas hierárquicas das Forças Armadas. Como um integrante dessas cúpulas, isso me contraria intelectualmente. Considero o fenômeno do protagonismo político das cúpulas hierárquicas das Forças Armadas, em sua atual versão, anacrônico, impróprio, indevido, insensato, anti-histórico e, às vezes, ilegal, como no caso de generais e coronéis que, contrariando a Lei 6.880/80 (o Estatuto dos Militares), usam designações hierárquicas em atividades político-partidárias e quando ocupam cargos civis (Art. 28, XVII e XVIII), o que demonstra, pela impunidade, a leniência das autoridades militares e civis e da própria sociedade, especialmente do jornalismo sempre tão atento em descumprimentos de normas por agentes públicos. Sim, pode-se dizer que este é um governo militar.
Fórum21: Há quem diga que afastar as Forças Armadas do poder político seria preservá-las do papel vergonhoso a que estão sendo expostas. O que você pensa?
Marcelo Pimentel: Penso que o Brasil - sua sociedade civil - foi e continua muito leniente com o protagonismo político das cúpulas hierárquicas das Forças Armadas, que, num país de História como a nossa em que as Forças Armadas, por intermédio de suas lideranças, sequer reconhecem o Golpe de 64 e a Ditadura, é muito preocupante.
Fórum21: Para que são formados os militares brasileiros hoje?
Marcelo Pimentel : Para lutar uma guerra e vencer batalhas. Infelizmente, como a palavra convence, e o exemplo arrasta, os militares brasileiros hoje estão se comportando como militantes políticos de acordo com a visão de mundo e a postura das atuais cúpulas hierárquicas das Forças Armadas. Isto é muito perigoso e precisa ser urgentemente diagnosticado pela sociedade civil para que seja reerguida a "muralha" que deve separar Forças Armadas e militares da luta política e de governos - quaisquer governos. Essa muralha é constituída de neutralidade política, imparcialidade ideológica, apartidarismo no sentido amplo, isenção funcional, profissionalismo essencial e estrita constitucionalidade, princípios que devem fundamentar palavra e ação das cúpulas hierárquicas das Forças Armadas das democracias liberais (sentido político).
Os principais jornais da Europa e dos Estados Unidos classificam Bolsonaro e suas milícias como de extrema direita, de ultradireita ou de direita radical.
Foram os termos usados para noticiar a eleição agora de muitos parlamentares da far right no Brasil. É, também, como a imprensa democrática rotula a "federação" representada por Hungria, Polônia, Itália, Brasil, a seita republicana liderada por Trump e os movimentos racistas franceses, alemães, austríacos, suecos, entre outros da Europa.
O rótulo de fascista é cada vez mais associado internacionalmente a Bolsonaro.
É curioso que, talvez por ter afinidade com princípios do governo atual nas áreas econômicas, financeiras, social - parte desses veículos neoliberais também pregam ou toleram a contaminação do Estado pelo fundamentalismo religioso - e na prevalência das corporações sobre o cidadãos, os grupos de mídia brasileira têm certa ojeriza aos termos e não os relacionam com as facções bolsonaristas.
Ou, quem sabe, os aplicativos de texto que usam, especialmente o corretor ortográfico, estão programados para aceitar, no máximo, as palavras direita e centro- direita quando relacionadas comm o bolsonarismo organizado.
| Elis e Lula em 1979 no "Show de Maio. Foto Acervo Elis Regina/Instagram |
"Querelas do Brasil", de Aldir Blac e Maurício Tapajós, foi lançada em 1978. O Brasil vivia uma ditadura militar de braços dados com os podreS poderes da elite. A canção, um contraponto a "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, foi gravada naquele ano por Elis Regina. É um "SOS" ao Brasil e, ao mesmo tempo, uma exaltação à cultura brasileira.
O Brasil tem a chance de, amanhã, mandar embora a quadrilha que esta matando o Brasil.
VEJA E OUÇA ELIS AQUI
O Brazil não conhece o Brasil/ O Brasil nunca foi ao Brazil/ Tapir, jabuti
Liana, alamanda, ali, alaúde/ Piau, ururau, aki, ataúde/ Piá-carioca, porecramecrã
Jobim akarore, Jobim-açu/ Uô, uô, uô
Pererê, camará, tororó, olerê/ Piriri, ratatá, karatê, olará/ Pererê, camará, tororó, olerê
Piriri, ratatá, karatê, olará/ O Brazil não merece o Brasil/O Brazil tá matando o Brasil
Jereba, saci/ Caandrades, cunhãs, ariranha, aranha/ Sertões, Guimarães, bachianas, águas/ Imarionaíma, ariraribóia/ Na aura das mãos de Jobim-açu
Uô, uô, uô/ Jererê, sarará, cururu, olerê/ Blá-blá-blá, bafafá, sururu, olará/ Jererê, sarará, cururu, olerê/ Blá-blá-blá, bafafá, sururu, olará
Do Brasil, SOS ao Brasil/ Do Brasil, SOS ao Brasil
Do Brasil, SOS ao Brasil/ Tinhorão, urutu, sucuri
Ujobim, sabiá, bem-te-vi/ Cabuçu, Cordovil, Cachambi, olerê
Madureira, Olaria e Bangu, olará/ Cascadura, Água Santa, Acari, olerê
Ipanema e Nova Iguaçu, olará/ Do Brasil, SOS ao Brasil/Do Brasil, SOS ao Brasil