Orlandinho, nos anos 80: editor de fotografia da Manchete. Na foto, selecionando imagens. |
Com Ney Bianchi, durante a Copa de 90, na Praça de São Pedro, no Vaticano |
Orlandinho, na redação da Manchete, na Rua do Russell. Nos anos 80, como chefe de reportagem de revista, tive o privilégio de trabalhar com ele. |
Captava a notícia e seus personagens onde quer que estivessem, fosse em Copas, Olimpíada, viagens à China, Japão, Egito, Argentina, Estados Unidos, interior do Brasil ou logo ali na esquina, o palhaço, o sem-teto, o detento, o ídolo da música, o vendedor anônimo, entre tantas matérias marcantes que fez para as revistas Manchete e Fatos & Fotos.
Tostão, Pelé e Jairzinho. México, 1970. Foto de Orlando Abrunhosa |
Nos últimos anos, o fotógrafo retomou um antigo ângulo, fora das lentes: o de compositor. Os amigos testemunharam o entusiasmo com que passou semanas em um estúdio, perfeccionista como sempre, gravando um sonhado CD de sambas ao qual deu o título de "Agora é minha vez". E registraram o justo e merecido orgulho que demonstrou ao ver sua vida e carreira reconhecidas no documentário "Três no Tri", do diretor Eduardo de Souza Lima, o Zé José.
Aos dois Orlandinhos descritos acima - o da fotografia e o da música - somavam-se mais dois: o que expressava sempre que podia a paixão pela família - sua amada d. Helena e os queridos filhos Fábio e Frederico - e o amigo que reunia em torno de si metade do Rio de Janeiro. Os quatro eram, na verdade, um só: o mesmo Orlando, o bom caráter, a generosidade, a sensibilidade, a integridade, a inteligência, a sábia simplicidade.
Fará muita falta. O sentimento, hoje, é de imensa tristeza.
Aos poucos, seremos confortados pelas lembranças, os bons momentos, o bom humor e, principalmente, pelo grande privilégio de ter conhecido Orlando Abrunhosa.
Um grande abraço, amigo.