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domingo, 10 de abril de 2016

Rio, cenas de outono: Praça Mauá, nova Orla, VLT, festival de gastronomia de rua...


Os cariocas já desfrutam de um inédito "legado antecipado" das Olimpíadas.
Neste outono, talvez a estação mais adequada para caminhadas pela cidade,
especialmente no Centro, é possível observar os novos ângulos do Rio. A nova praça Mauá
 e o belo Museu do Amanhã estão entre as atrações mais procuradas. 

Pontos turísticos implicam em barracas de vendas de lembranças. É quase inevitável. A nova
Praça Mauá já tem o seu comércio de rua. O que se espera é que a Prefeitura do Rio não perca
o controle do local e e impeça que o cenário já adotado por locais e visitantes
ganhe jeito de "camelódromo".
O espelho d'água do Museu do Amanhã realça a arquitetura de Santiago Calatrava.

O histórico prédio do jornal A Noite e da Rádio Nacional: recuperação prometida

A nova Praça Mauá motiva a pintura dos prédios em torno. Aos poucos, proprietários de edifícios
antigos e casarões investem no visual da região. 

O primeiro trecho da Orla Conde que vai ligar, quando concluída, a Praça Mauá à Praça 15 e Aterro, reaproxima os cariocas da Baía da Guanabara após a Marinha ceder o acesso para a construção da via. Há mais de dois séculos, o acesso a entrada nessa área militar era restrita.


Museu do Amanhã visto da nova Orla 

Ilha das Enxadas, sede de centro de instrução da Marinha,  Ponte Rio-Niterói

A via cruza área pertencente ao 1° Distrito Naval (ao fundo, na ilha das Cobras)

Trecho da Orla e ponte de acesso à base naval. 


A partir desse ponto, obras em andamento para a finalização da nova Orla até a Praça 15.

O VLT, em teste, na Av. Beira Mar. 


Mais de meio-século após a irresponsável e suspeita destruição do sistemas de bondes da cidade,...

...o Rio volta e ter transporte de superfície sobre trilhos. 

A cidade possuía uma das maiores malhas de trilhos urbanos do mundo com quase 2 mil quilômetros
de linhas e 2 mil bondes. Políticos da época destruíram o sistema não poluente sob a acusação de favorecer fabricantes de caros ônibus elétricos ( que substituíram os bondes e logo foram desativados deixando um enorme prejuízo) e proprietários de empresas de ônibus.
No mesmo momento em que a Europa modernizava seus bondes e ferrovias, um lobby poderoso convenceu autoridades brasileiras a soterrar a estrutura ferroviária de bondes e trens para favorecer a então nascente indústria automobilística. No Rio, restaram apenas os bondes de Santa Teresa e a rede urbana da Central do Brasil, hoje Supervia, e da Leopoldina, mais tarde extinta.

 
O tour de outono acabou no MAM, que recebeu um festival de gastronomia que ofereceu bebidas e petiscos de 19 chefs famosos em barracas das ruas da cidade. 

Animado pelo tempero dos preços populares, o público fez filas para...

...o tacacá da Rose, pastel do Bigode, churrasquinho da Jô, bacalhau do Mazzaropi...



...caldos da Nêga, esfirra do Marquinhos, tapioca do Arnaldo, entre outras comidinhas. 

Nos pilotis do MM. performances e grupos teatrais como o da noiva mascarada da foto. O festival de gastronomia é parte da programação cultural da Rio 2016, foi realizado pela Celebra com patrocínio do Sistema Fecomércio RJ, apoio do Globo e do Extra, e será levado a outros bairros da cidade. Fotos: J. E. Gonçalves


segunda-feira, 7 de setembro de 2015

A Praça Mauá retorna ao Rio... E o Centro da cidade reencontra o mar

A nova Praça Mauá vista do terraço do MAR (Museu de Arte do Rio). Foto de Jussara Razzé

A praça, o Museu do Amanhã, a ponte... A hastag  #cidadeolimpica, em primeiro plano, entrou nas selfies dos cariocas e turistas. 

Museu do Amanhã, concepção do arquiteto espanhol Santiago Calatrava

O edifício que abrigou o jornal "A Noite"e a Rádio Nacional passa por obras de recuperação. É um símbolo art déco da Mauá. Projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire, que lhe dá o nome, e pelo brasileiro Elisário Bahiana, era, em 1929, o maior da América Latina. Gire também projetou o Copacabana Palace.



Portal e espelho d'água do Museu do Amanhã
MAR: a Escola  do Olhar integrada ao pavilhão de exposições no Palace d. João VI

Estação Marítima de Passageiros do Porto do Rio, antiga sede do Touring Clube. 

Trilhos do VLT na Praça Mauá
Instalação dos trilhos do VLT na Rio Branco. A avenida foi fechada ao tráfego, ontem. O prefeito Eduardo Paes vai avaliar se o fechamento será o fechamento será permanente aos domingos.
Escavações para a montagem dos trilhos na Rio Branco revelam vestígios coloniais que...

são monitorados e catalogados por arqueólogos. Fotos J.E.Gonçalves

O Rio recebeu de volta, ontem, um espaço que foi roubado à cidade há mais de 50 anos. Quando, em nome da preferência aos carros, foi construída a Avenida Perimetral, a Praça Mauá entrou em decadência e sumiu da vista e do uso dos cariocas. Com a derrubada do viaduto, e sua substituição por um túnel, a Praça restaurada reintegra-se à cidade e aos cariocas e turistas. A devolução da Mauá também representará o retorno, em 2016, de outro símbolo urbano: o bonde. Agora, chamado de VLT, o sistema que inicialmente ligará a Rodoviária ao Aeroporto Santos Dumont tem seus trilhos aos pés da estátua do Barão de Mauá. Se, no culto ao automóvel, a Perimetral foi uma anomalia estética, acabar com os bonde foi uma atitude que ficou entre a burrice e a suspeita. Enquanto algumas capitais europeias modernizavam seus sistemas, o Rio, que tinha uma das maiores malhas ferroviárias urbanas do mundo, destruía seu principal transporte coletivo. Outras capitais brasileiras seguiram o mesmo caminho, que levou em seguida aos caríssimos e fracassados troleybus, desativados poucos anos depois na maioria das cidades. Entre o fim de um sistema e a implantação de outro, que não deu certo, milhões de dólares saíram dos trilhos. O dinheiro do contribuinte virou fumaça, assim como as ruas com a proliferação dos poluentes "lotações" e ônibus. Foi preciso mais de meio século para o Rio começar a resgatar a colossal estupidez dos políticos, administradores e parceiros privados da época. Se cabe a crítica ao passado, registre-se o presente mérito da Prefeitura do Rio. "Nem em meus sonhos mais atrevidos imaginei que poderíamos estar aqui, na Praça Mauá, abrindo este espaço para a população da nossa cidade. Sempre digo que uma cidade sem Centro é uma cidade sem alma", disse Eduardo Paes, durante ao entregar a praça ao povo.
Praça Mauá, 1930. Reprodução