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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

A Praça Mauá retorna ao Rio... E o Centro da cidade reencontra o mar

A nova Praça Mauá vista do terraço do MAR (Museu de Arte do Rio). Foto de Jussara Razzé

A praça, o Museu do Amanhã, a ponte... A hastag  #cidadeolimpica, em primeiro plano, entrou nas selfies dos cariocas e turistas. 

Museu do Amanhã, concepção do arquiteto espanhol Santiago Calatrava

O edifício que abrigou o jornal "A Noite"e a Rádio Nacional passa por obras de recuperação. É um símbolo art déco da Mauá. Projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire, que lhe dá o nome, e pelo brasileiro Elisário Bahiana, era, em 1929, o maior da América Latina. Gire também projetou o Copacabana Palace.



Portal e espelho d'água do Museu do Amanhã
MAR: a Escola  do Olhar integrada ao pavilhão de exposições no Palace d. João VI

Estação Marítima de Passageiros do Porto do Rio, antiga sede do Touring Clube. 

Trilhos do VLT na Praça Mauá
Instalação dos trilhos do VLT na Rio Branco. A avenida foi fechada ao tráfego, ontem. O prefeito Eduardo Paes vai avaliar se o fechamento será o fechamento será permanente aos domingos.
Escavações para a montagem dos trilhos na Rio Branco revelam vestígios coloniais que...

são monitorados e catalogados por arqueólogos. Fotos J.E.Gonçalves

O Rio recebeu de volta, ontem, um espaço que foi roubado à cidade há mais de 50 anos. Quando, em nome da preferência aos carros, foi construída a Avenida Perimetral, a Praça Mauá entrou em decadência e sumiu da vista e do uso dos cariocas. Com a derrubada do viaduto, e sua substituição por um túnel, a Praça restaurada reintegra-se à cidade e aos cariocas e turistas. A devolução da Mauá também representará o retorno, em 2016, de outro símbolo urbano: o bonde. Agora, chamado de VLT, o sistema que inicialmente ligará a Rodoviária ao Aeroporto Santos Dumont tem seus trilhos aos pés da estátua do Barão de Mauá. Se, no culto ao automóvel, a Perimetral foi uma anomalia estética, acabar com os bonde foi uma atitude que ficou entre a burrice e a suspeita. Enquanto algumas capitais europeias modernizavam seus sistemas, o Rio, que tinha uma das maiores malhas ferroviárias urbanas do mundo, destruía seu principal transporte coletivo. Outras capitais brasileiras seguiram o mesmo caminho, que levou em seguida aos caríssimos e fracassados troleybus, desativados poucos anos depois na maioria das cidades. Entre o fim de um sistema e a implantação de outro, que não deu certo, milhões de dólares saíram dos trilhos. O dinheiro do contribuinte virou fumaça, assim como as ruas com a proliferação dos poluentes "lotações" e ônibus. Foi preciso mais de meio século para o Rio começar a resgatar a colossal estupidez dos políticos, administradores e parceiros privados da época. Se cabe a crítica ao passado, registre-se o presente mérito da Prefeitura do Rio. "Nem em meus sonhos mais atrevidos imaginei que poderíamos estar aqui, na Praça Mauá, abrindo este espaço para a população da nossa cidade. Sempre digo que uma cidade sem Centro é uma cidade sem alma", disse Eduardo Paes, durante ao entregar a praça ao povo.
Praça Mauá, 1930. Reprodução