Mostrando postagens com marcador J.Edgar Hoover. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador J.Edgar Hoover. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Nudez no Palácio do Planalto virou "questão de Estado"? Bobagem. Os melhores estabelecimentos do ramo, da Casa Branca ao Palácio de Buckingham, já receberam seus ilustres peladões




por Jean-Paul Lagarride

Visto de perto ou via satélite, o Brasil sempre surpreende. Às vezes, pelos motivos errados.

A web me trouxe o recente caso da nudez no Palácio do Planalto. Soube que virou um pequeno escândalo e a funcionária que autorizou uma sessão performática de fotos e vídeo de uma modelo pelada sobre uma obra de arte (azulejos de Athos Bulcão) foi demitida.

A intervenção artística (reprodução acima) foi obra de Ana Siqueira, diretora do projeto Habitathos, que registra pinturas corporais em painéis originais de Athos Bulcão. O fotógrafo era o brasiliense Kazuo Okubo.

Parece-me um exagero transformar a performance em "questão de Estado".

E por dois motivos: circulam no ambiente pessoas cuja nudez seria muito mais comprometedora sob todos os pontos de vista; e centros de poder muito mais formais registraram episódios de nudez e a vida seguiu em frente.

Reprodução Facebook
Não faz muito tempo, um homem pelado foi visto descendo pela janela dos aposentos de Elizabeth II, no Palácio de Buckingham. O caso gerou especulações até que se soube que o peladão estava autorizado e participava de cena do seriado The Royals.

A Casa Branca também tem histórias semelhantes, com um detalhe: não são exatamente artísticas, como foi esse caso do Palácio do Planalto.

Dizem que John Kennedy aproveitava viagens de Jackie Kennedy para promover festas na piscina presidencial nas quais as maiores peças de tecido eram os guardanapos de linho que acompanhavam os comes e bebes. Principalmente, os comes.

J. Edgar Hoover (reprodução à direita), a autoridade policial mais temida pelos presidentes americanos na Guerra Fria e um dos caçadores de comunistas do macartismo nos anos 1950, tinha livre acesso à Casa Branca.

Mas não há registro de ter feito sua nudez transitar por aqueles corredores.

Os rumores são de que, nas madrugadas insones, ele preferia usar confortáveis vestidos afanados do guarda-roupa da mamãe Hoover. Ele era detestado nos bastidores do poder, mas não pelo gosto em matéria de figurino que vestia habitual e republicanamente.



Já Bill Clinton protagonizou uma nudez digamos mais dinâmica em pleno salão oval ao lado da estagiária Monica Lewinsky (na capa da Manchete, que a chamou de "a tiazona da América"). Bill quase perdeu o cargo mas lutou ereto. Foi processado por perjúrio e obstrução da justiça por inicialmente ter negado o episódio e acabou absolvido pelo Senado.
Clinton não fez o sucessor mas deixou a presidência com alto índice de aprovação. Participou da campanha e ajudou a eleger Barack Obama. O episódio tanto foi superado que Hillary Clinton lidera a atual corrida presidencial e o caso Monica Lewinsky, embora lembrado pelo adversário, não tem lhe causado dano. Pelo menos, até aqui.

Berlusconi recebia garotas ao fim do expediente. Depois de um dia de tediosas conversas políticas, ele jantava com empresários em salões animados por dançarinas nada monótonas.

Reprodução/Divulgação
A nudez presidencial mais ambicionada nunca vazou. Pelo menos, não em fotos feitas nos corredores e quartos do Palais de l'Élysée, em Paris, residência oficial do presidente da França, onde morou a modelo e cantora Carla Bruni, madame Sarkozi.

O mais próximo de um escândalo que a bela Bruni, à esquerda,viveu foi quando às vésperas de ser recebida pela rainha Elizabeth sua nudez foi estampadas nos jornais.

A Christie's anunciava naquele dia um leilão das suas fotos au naturel feitas ao longo da carreira.

E, voltando à Casa Branca, caso Donald Trump seja eleito, os Estados Unidos terão uma primeira-dama cuja nudez não será segredo de Estado.

No caso, os jornais já anteciparam as curvas nada secretas de Melania Trump, ex-modelo, que posou nua para a revista francesa Max.

Na época, com 25 anos, era era conhecida como Melania K. Em plena campanha presidencial americana, o New York Post foi buscar o material explícito da senhora Trump.

Donald Trump pode até ter ideias semelhantes às de J.Edgar Hoover, mas se chegar à Casa Branca levará para a suite presidencial algo visualmente melhor do que as curvas do ex-chefão do FBI.

Esse ponto positivo do seu programa de governo, talvez o único item aceitável, ninguém pode negar.