por Flávio Sépia
Relator do Orçamento, inserindo fundamentalismo em discussão institucional e econômica, diz que Haddad deveria ler menos Maquiavel e mais a bíblia. Mal sabe que os apóstolos eram PhD diante de Maquiavel ainda no maternal.
Jornalismo, mídia social, TV, atualidades, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVII. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
por Flávio Sépia
Relator do Orçamento, inserindo fundamentalismo em discussão institucional e econômica, diz que Haddad deveria ler menos Maquiavel e mais a bíblia. Mal sabe que os apóstolos eram PhD diante de Maquiavel ainda no maternal.
A Caras apostou alto na chamada de capa. "Roberto Carlos se renova na música". Jura? Músicos que trabalharam com o RC dizem que em shows e regravações são mantidos os arranjos originais. Roberto nunca quis mexer no que deu certo. A introdução da canção Detalhes, por exemplo, qualquer brasileiro, mesmo zerado em ouvido musical, vai pressentir as notas que virão a seguir. É difícil acreditar que Roberto Carlos, assim como seu público, anseie por novas emoções ou qualquer "renovação". A marca indelével é a mensagem que a plateia que segue o cantor esperar reencontrar em um eterno "stimming".
A fúria e o som de Auschwitz não perturbam o dia de piscina da família Höss. Foto: Divulgação |
Casa com varanda e vista para campo de concentração: o home office do CEO de Auschwitz. Foto: Divulgação |
por José Esmeraldo Gonçalves
Como um tranquilo reality, a câmera dirigida pelo cineasta Jonathan Glazer acompanha a rotina de Rudolf Höss (Christian Friedel) e Hedwig (Sandra Hüller) e filhos. Uma família comum vivendo em uma casa acolhedora, cercada de jardins e de um rio de águas calmas que corre tão monótono quando parece a vida dos Höss. Poderiam estar em um anúncio de banco digital se não tivessem o horror como vizinho. Rudolf Höss, o comandante de Auschwitz, é tido por seus superiores como eficiente na função. Uma espécie de empregado de todos os meses durante os piores anos da Segunda Guerra Mundial. Poderia perfeitamente ser hoje um desses palestrantes e coachs que vendem motivação e sucesso.
O muro alto que separa a casa dos Höss das instalações do campo de concentração não esconde as chaminés dos crematórios e nem impede que a família ouça uma trilha constante de gritos de desespero e tiros. Ouvir, no caso, não é sinônimo de prestar atenção ou se importar com o barulho no condomínio. Höss age como um CEO da firma, um Elon Musk do X. É fanático por foco no trabalho. Faz reuniões com os subordinados, traça estatégia para "otimizar" o número de trens que levam prisioneiros judeus à morte e como expandir a linha de montagem do Holocausto. Não aparecem cenas de brutalidade. Ele se apresenta como um gestor que tem metas e business plans.
A extrema frieza está presente tanto na mesa de reuniões quanto nas conversas conjugais, quando o militar compartilha com a mulher os rumos da sua carreira e seu prestígio ascendente na cúpula executiva da "Solução Final".
Em todas as situações, a indiferença é o elemento perturbador e a naturalidade o fio que conduz a trama.
No seu discurso, ao receber o Oscar de Melhor Filme Internacional, Glazer enfatizou sua determinação em confrontar "Zona de Interesse" com o presente.
"Não para dizer 'veja o que eles fizeram então', mas 'veja o que fazemos agora'. Nosso filme mostra aonde a desumanização nos leva”. Agora estamos aqui como homens que recusam que o seu judaísmo e o Holocausto sejam sequestrados por uma ocupação que levou tantas pessoas inocentes ao conflito, sejam elas as vítimas do 7 de outubro em Israel, seja o ataque em curso em Gaza”, concluiu.
O exemplo citado por Glazer é um entre os muitos muros que atualmente escondem o que se passa ao lado. Não é o único. As chaminés da ascensão da extrema direita nos Estados Unidos, na França, itália, Polônia, Brasil, Argentina, Espanha, Israel, Portugal, Alemanha, Hungria, Finlândia, entre outros países, são evidências de um fenômeno político amparado pela mesma indiferença e comodidade que impulsionaram o nazismo e o fascismo.
(*) "Zona de Interesse" estreou no Brasil, nos cinemas, em fevereiro. Agora chega ao streaming (Prime) e certamente convidará milhões de pessoas a escalarem a múltipla escolha dos nossos muros. Por exemplo, o muro de um Congresso com maioria de extrema direita; o muro do ativismo político das igrejas neopentecostais rumo à teocracia; o paredão das redes sociais manipuladas por algorítmos; o poder das big techs; o grande muro da destruição ambiental, o muro do crime organizado em associação com autoridades e a muralha dos ataques ao STF, só para citar alguns.
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Balões sobrevoam a Capadócia, Foto. J.Esmeraldo Gonçalves |
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Montanhas e horizonte da Capadócia, terra de São Jorge Guerreiro. Foto: J.Esmeraldo Gonçalves |
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Págiana reproduzida da edição especial de carnaval da Manchete, em 1991 |
Quem viu, viu. Em 1991, a União da Ilha não empolgou os jurados (ficou em nono lugar) mas levantou o povão e deixou um samba que até hoje é um dos mais tocados nos blocos cariocas. A simpática escola da Ilha do Governador também fez o sambódromo com uma alegoria impressionte de São Jorge, padroeiro da União da Ilha. O maior Santo Guerreiro que o Rio de Janeiro já viu. Hoje, dia de Jorge da Capadócia, o blog relembra esse carnaval. E sobre o samba daquele ano, se você já saiu em algum bloco, ouviu e cantou: "Hoje eu vou tomar um porre, não me socorre que eu tô feliz...", o samba "De Bar em Bar", do compositor Franco, que homenageava outro compositor histórico, Baeta Nunes, o Didi, falecido em 1987. Didi, procurador, boêmio e poeta, emplacou mais de dez sambas na União da Ilha e mais quatro no Salgueiro. (José Esmeraldo Gonçalves)
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Reproduzido de O Globo |
por Flávio Sépia
Economista neoliberal é o seguinte. Se dependesse dele, o Brasil exportaria apenas coco e banana e mesmo assim trocaria esses produtos por miçangas e espelhos. Esse aí sugere no Globo que o país importe carros usados. A indústria automobilística e de autopeças gera empregos. Mas esse é um detalhe que não interessa aos neoliberais de mercado.
Agora, sério, nada é gratuito. Existe de fato um lobby para que o Brasil importe carros usados (atualmente só é permitida a importação de automóveis colecionáveis). E o economista ainda quer que o país subsidie a compra com isenção de impostos. Se o carro em questão não segue normas de segurança, regras ambientais e direitos do consumidor, dane-se.
Há países que aceitam até receber lixo industrial e doméstico e rejeitos hospitalares de nações desenvolvidas. O Brasil, por enquanto, não. Embora cargas clandestinas já tenho sido flagradas por aqui. Vai ver neoliberais já estão discutindo em fóruns acadêmicos como legalizar a importação de fraldas usadas, remédios vencidos e supositórios reciclados. Duvida?
Barraco político na telinha. Os protagonistas foram Gabeira e Leilane, que investiram contra Daniele Lima. Valdo Cruz e Camila Bonfim só assistiram ao conflito. Imagem reproduzida da Globo News |
Durante o Conexão Gabeira e Leilane ficaram nervosos com uma fala de Daniela Lima que apenas citou o juiz Thompson Flores como o magistrado que reverteu uma liminar de soltura de Lula, o que permitiu o encarceramento, em 2018, do atual presidente, e que efetivou mais uma interferência da Lava-Jato nas eleições presidenciais em favorecimento a Jair Bolsonaro. Daniela citou tão somente um fato verdadeiro. Thompson, aliás, integra a lista de magistrados afastados pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) devido a irregularidades na Lava-Jato. Acometido de uma espécie de "apoplexia", mas ao seus estilo zen", reconheça-se, com a calma de um sacerdote da Inquisição:
"Eu só queria dizer para a Daniela o seguinte, cada vez que você menciona Thompson Flores, você diz que é o juiz que negou a libertação do Lula, e dá a impressão de que ele está sendo julgado por isso. Eu não acredito que esse seja o ponto central, entende? Se você enfatiza sempre isso, você está querendo julgá-lo por isso, e não é por aí".
Daniela, que parece ter atingido um personagem cultuado por Gabeira, rebateu:
"Não é isso. Deixa eu só me justificar senão fica parecendo que de fato é. Não, Gabeirinha, é só para poder colocar o personagem na monta que ele teve na história".
Leilane Neubarth se empolgou e pegou carona em um banquinho da charrete inquisitorial do Gabeira:
"O que ele quer dizer, Dani, é que este aposto não tem a ver com o que está acontecendo. Você tem toda a razão, esse juiz é responsável por esse momento, mas esse aposto não se traduz e não cabe nessa questão agora".
Daniela Lima não ficou calada:
"Não, como a gente explicou ontem, tem a ver com o fato dele ter atropelado a decisão do Supremo Tribunal Federal, é outra coisa. É só para a gente ter a monta do personagem para quem está em casa entender o tamanho do cidadão".
Leilane, incomodada e nada zen, prosseguiu, ampliando a crítica à parceira de bancada:
"Vamos entender um pouco do tamanho do que está acontecendo porque o Gabeira me traz duas questões que parecem fundamentais, que são prudência e isenção. Prudência e a coisa de não se envolver, de ter uma isenção, que é a palavra que ele usou. Então acho que tudo o que a gente está vendo, e tudo o que a gente precisa ver daqui para frente, sejam nas notícias, sejam nas decisões, sejam nas análises, é justamente prudência e isenção, sem paixões políticas".
O caso repercute nas redes sociais impulsionado pelo fato de Daniela Lima ter se ausentado do programa na quinta (18) e sexta (19) seguintes, o que motivou especulações sobre seu afastamento do Conexão e até demissão da Globo News.
Leilane, em tom autoritário e superior pontuou "a coisa de não se envolver, de ter uma isenção". As redes sociais, por sua vez, logo ilustraram a hipocrisia da jornalista com a simples reprodução de um dos seus posts em 2018. Veja a mensagem que mostra o que Leilane entende por isenção:
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Reproduzido do X |
Como O Mecanismo ficalizava a "corrupção endêmica" é muito justo que a Netflix financie agora mais um vibrante episódio sobre um novo mecanismo: o da "fundação" malandra que Moro e seu arrastão jurídico montaram para drenar recursos amealhados pela Lava Jato em processos, a maioria, hoje anulados por uma engrenagem de supeitas e ilegalidades flagrantes.
O doc de Padilha misturava ficção com opiniões e recriava fatos de acordo com a visão difundida pela Lava Jato, organização muito poderosa junto à Folha, ao Estadão, O Globo, TV Globo, Veja, sites da direita etc. O Mecanismo bebeu nessa fonte. É de se esperar que a Netflix e os produtores da série estejam ansiosos para fazer um último episódio que aprofunde as cavernas da Lava Jato, as investigações sobre os juízes e procuradores e, especialmente, siga o dinheiro. As pistas estão aí para o Brasil maratonar. O Conselho Nacional de Justiça está escrevendo o roteiro. É para viralizar, Padilha.
Veja a matéria completa no link (GGN) abaixo.
Comentário do blog - No momento em que Musk é notícia por atacar o STF como parte da ofensiva da extrema direita contra a democracia, a Polícia Federal apreendeu nos últimos dias em garimpos ilegais na área dos Yanonami 24 antenas Starkink pertencentes à empresa de Elon Musk.
No ano passado, reportagem publicada no Globo usou a expressão narcogarimpo ao apurar ligações entre garimpeiros e traficantes de cocaína. Embora ainda receba muitas críticas de usuários e especialistas por instabilidade da conexão, a rede Starlink é muito procurada por quem necessita de acesso à internet em regiões remotas e é, logicamente, instrumento de muita utilidade na logística ilegal.
Capa da edição dessa semana da Carta Capital |
Comentário do blog. Elon Musk é investigado na Europa como o maior propagador de notícias falsas nos meios digitais. É uma espécie de Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Adolf Hitler, redivivo. No Brasil, contudo, seu lobby poderoso funciona, é até homenageado pela oposição no Congresso Nacional. Com repetidas ameaças ao STF, ele foi capaz de adiar a regulação das big techs no Brasil. Impressionante a rapidez com que políticos bolsonaristas cederam às pressões neofascistas e golpistras de Elon Musk.Ou talves não seja surpresa: Musk está coordenando ataques às democracias e se articula com governos da extrema direita em vários continentes.
Matéria reproduzida do Jorlaistas & Cia. Edição 1455 |
A Agência Pública "reitera a lisura da reportagem e repudia a censura e a violação da liberdade de imprensa, um preceito constitucional tão caro para as democracias".
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Foto Revista Manchete |