O Superior Tribunal de Justiça deu ganho de causa ao site de humor Falha de S. Paulo, criado pelos irmãos Lino e Mario Bochini, que satirizava o noticiário da Folha de S. Paulo. O tribunal caracterizou a proibição do site pedida pela Folha como um tentativa de censura.
A informação foi publicada pelo jornalista Laura Jardim, do Globo.
Incomodada com a sátira, a Folha de São Paulo reagiu, em 2010, com uma liminar para tirar do ar a Falha de São Paulo e pedir indenização aos autores, alegando suposto uso da marca. O argumento que tentava disfarçar a censura, foi afinal negado pelo STJ. Foram sete anos de luta por parte dos irmãos Bochini, que não tinham dinheiro para mandar os seus advogados acompanharem todas as sessões da disputa contra o poderoso jornalão.
O Falha de São Paulo é uma sátira, uma claríssima paródia. O maior risco, caso a Justiça não houvesse reconhecido isso, seria a jurisprudência firmada a partir da censura. A Folha de São Paulo não estaria atingindo apenas o Falha mas diretamente golpeando a liberdade de expressão.
Tardou mas valeu a pena a batalha que durou sete anos contra a recaída obscurantista da Folha, que, a propósito, tem no seu DNA íntima e histórica colaboração com a ditadura militar.
Fica a dúvida: ao reivindicar a volta da tesoura, a Folha de S. Paulo estava tentando concorrer com o satírico Falha de S. Paulo ?
É que não deixa ser irônico um meio de comunicação pedir censura.
Um comentário:
Se tomar como exemplo as coberturas da Lava Jato dá pra ver que não houve nem traço de jornalismo investigativo, tudo foi vazado por fontes que tomaram essa iniciativa por motivos políticos. Ao trabalhar de acordo com esses interesses a grande mídia apenas faz o jogo de interesses e não o verdadeiro jornalismo. Na mídia dessas famíilas falar em jornalismo investigativo é piada. Os prêmios que recebem por isso idem.
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