(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)
As convenções coletivas de trabalho, a doação para o custeio
da campanha salarial e os problemas
financeiros do Sindicato
Os jornalistas cariocas vivem hoje uma conjuntura de grandes dificuldades, com o fechamento de redações, grande número de demissões e precarização nas relações de trabalho. Agora, com a aprovação do projeto de lei da terceirização e a discussão relativa à reforma trabalhista defendida por forças conservadoras, a situação ficou ainda mais grave.
Entre muitos outros problemas, inclusive a asfixia financeira da entidade, a atual diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) assumiu o mandato, em agosto do ano passado, com o desafio de resolver o impasse de dois anos sem acordos salariais.
No final de 2016, após complexa negociação, a diretoria do SJPMRJ e os patrões de Rádio e TV fecharam convenções coletivas de trabalho relativas aos anos de 2015 e 2016 – com a aprovação das mesmas em assembleias que reuniram os jornalistas do segmento profissional.
A retomada das negociações diretas com o sindicato patronal com vistas à conclusão das campanhas salariais em aberto era uma promessa de campanha da chapa que saiu vitoriosa das eleições sindicais de julho de 2016. E a continuidade das negociações, este ano, representa a normalidade deste processo.
E normalidade não significa facilidade. Muito pelo contrário. As negociações de 2017 mostraram que o patronato permanece inflexível quando o assunto é reposição de perdas, aumento real dos salários e avanços significativos em cláusulas sociais. E a resposta a este tipo de posicionamento não é nova: só a mobilização da categoria é capaz de reverter quadro tão desfavorável.
Após as rodadas de negociação, o passo seguinte é a realização de assembleias que têm a função de definir o escopo final dos acordos. Entre as cláusulas que são apreciadas neste momento está a relativa à “doação para custeio da campanha salarial”. Tal contribuição, que não se confunde com o imposto sindical (taxa compulsória prevista na CLT cobrada anualmente) nem com a mensalidade sindical, ajuda no fortalecimento do Sindicato para cumprir seu papel de legítimo representante da categoria profissional – e isto não ocorre apenas nos períodos de negociações coletivas.
Como todos sabem, esta “doação” não é compulsória; ou seja: o jornalista pode enviar correspondência ao Sindicato se opondo ao desconto. Após o fechamento dos acordos, prazo para tal é divulgado pela entidade sindical.
E é tratando exatamente deste ponto que queremos encerrar este comunicado. Além da questão política – do necessário fortalecimento da nossa entidade sindical para enfrentar os desafios que estão postos para os jornalistas, de maneira particular, e para os trabalhadores brasileiros, de forma geral –, queremos chamar a atenção dos colegas para a crítica situação financeira do Sindicato, ainda seriamente impactada pelos equívocos da gestão passada, que culminaram com um déficit, em 2016, na ordem de R$ 408 mil, e muitas dívidas que ainda não foram quitadas.
O nosso Sindicato precisa do apoio e da parceria dos colegas concordando com a “doação” para o custeio da campanha salarial. Também necessita aumentar o número de sindicalizados, pois sem esta participação consciente dos jornalistas, a entidade perde a força para combater abusos, fazer boas negociações salariais e atender os anseios da categoria.
Pedimos, portanto, a aprovação da cláusula que prevê a “doação para o custeio da campanha salarial” e a não oposição ao referido desconto quando o Acordo estiver fechado.
Fonte: SJPMRJ
4 comentários:
Os sindicatos brasileiros precisam passar por uma reforma de A a Z, porque os eus parâmetros ainda se remetem ao tempo da ditadura militar, quando muitos sindicato foram colaboradores do regime ditatorial.
Você quer dizer que muitos dirigentes e sindicalistas foram presos, torturados e assassinados pela ditadura militar. Com essa perseguição, os sindicatos foram ocupados por pelegos dos militares. O Sindicato de Jornalistas do Rio só foi recuperado, em eleição histórica, em fins dos anos 70, quando a classe destituiu um representante comprometido com a ditadura. Seu comentário é de uma desonestidade espantosa.
E não foram? É desonesto ser honesto? O senhor mesmo confessa que : "em fins dos anos 70 a classe destituiu um representante comprometido com a ditadura". Logo a minha afirmação não é mentirosa, não disse que nenhum jornalista, fotógrafo, enfim, todos aqueles que trabalhavam em empresas jornalísticas, diagramador também, não foram atingidos pela perseguição, prisão e torturas pelo regime militar. Sim, muitos profissionais que trabalhavam em jornalismo foram assassinadoss pela ditadura militar, Na empresa em que trabalhei, conheci e convivi profissionalmente com pelo menos três deles e um deles posso confirmar o nome, porque inclusive já faleceu, Chico Nelson, mineiro de boa cepa e coragem e um bom amigo. Aliás todos eles eram pessoas excepcionais, além de tomar essa atitude desprendida e corajosa de enfrentar o poder militar sabendo que não tinham estrutura e complexo de força para enfrentar esse poder armado até os dentes. A eles, que morreram e aos que sobreviveram por milagre das torturas o meu respeito e admiração.
Numa dessas reuniões, em que os elementos comprometidos com a ditadura foram destituídos, no sindicato dos jornalistas, na Evaristo da Veiga, ou pelo menos em uma delas, participei, sob a presidência do escritor, já falecido, Raymundo Magalhães contando com a presença dos jornalistas João Saldanha , Sandro Moreira e tantos outros jornalistas que de uma maneira ou de outra lutaram contra a ditadura militar.
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