por Flávio Sépia
Uber, Netflix e Whatsapp estão sob ataque no Brasil. Trata-se de um guerra perdida e em curtíssimo prazo. No século 19, com o avanço das máquinas da Revolução Industrial, operários com medo de perder emprego e comerciantes temerosos de perder mercado uniram-se para promover quebra-quebra de fábricas que inovavam em suas linhas de produção. O Uber, o novo serviço público de transporte é visto como "inimigo" quando é apenas a realidade. Claro que se apresenta como opção não-regulamentada ao sistema convencional de táxis. Mas, e daí? Saiba que o Rio, para citar um exemplo, tem 30 mil táxis. Destes, apenas cerca de 5 mil pertencem a autônomos. A imensa maioria está nas mãos de um cartel de empresas, algumas, como já foi denunciado, com digitais de políticos influentes. É grande a chance de o taxista que leva você para o trabalho ou para o lazer estar rodando há mais de 12 horas. Isso porque, segundo uma deles, só a partir da oitava ou nona hora de trabalho ele começa a auferir algum lucro depois de juntar o dinheiro da diária escorchante e do combustível. É surpreendente que, em tais condições, ainda exista uma boa parcela de taxistas que atendem o freguês com atenção e simpatia e dirijam com certo cuidado. Mas você já testemunhou - e muitos dos seu amigos também - cenas chocantes de taxistas agressivos no trânsito e até com o próprio cliente. Claramente, é um sistema ultrapassado até e principalmente do ponto de vista trabalhista.
O ministro das Comunicações, ao lado de corporações de telecomunicações e de mídia, ameaça jogar sua lança de Quixote contra o Netflix e o Whasapp. Para ele, são ferramentas "piratas", embora ambos, como o Facebook, gerem um imenso trânsito de dados que eleva o faturamento das telefônicas. Mesmo assim, algumas dessas empresas se queixam de que a telefonia por voz está sendo prejudicada pela concorrência. Voz? Pergunte a um garoto quantas vezes ele fala ao celular por dia e quantas vezes se comunica via mensagem de texto? Pois é, a telefonia por voz não vai acabar mas virou acessório. Quanto ao sucesso do Netflix é fácil explicar: o sistema dá ao usuário o livre arbítrio para escolher o filme ou a série que quer ver e decreta o fim das passividade do usuário diante da TV aberta que, aliás, já perde em qualidade até para os canais a cabo. Não sei se o ministro sabe, mas o Google desenvolve o carro totalmente automático que vai dispensar o motorista. Ou seja, o fim do Uber já pode estar datado. Automóveis controlados remotamente são uma alternativa que técnicos e visionários buscam há muito tempo. Mas só recentemente a comunicação (rede de satélites, rastreadores, sensores etc) se desenvolveu a ponto de tornar seguro e viável o carro sem motorista. E aí quando tal sistema chegar às grandes cidades será proibido porque muitos motoristas perderão seus empregos? Talvez haja quebra-quebra de carro na ruas tal como nas fábricas do século 19. Ou o ministro da vez vai dizer que carro automático é pirataria.
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6 comentários:
Esses novos serviços e tecnologias vão crescer independente de carteis, políticos, vai acontecer no mundo inteiro
Concordo, é inevitável. E vem mais por aí. Nos Estados Unidos o Uber já monta um serviço de fornecimento de refeições a domicílio. E aí? Vão proibir? E vão com o tempo oferecer muito outros serviços para facilitar a vida do consumidor.
No caso do Netflix, além das grandes redes, o lobby da publicidade també tenta detonar o serviço. É que no Netflix você não é massacrado por anúncios nem obrigado a ver comerciais que você nãoquer e não precisa ver.
E o Brasil quer acabar com o WhatsApp, o Brasil não as operadoras telefonicas.
Operadoras de telefone é que fazem lobby para novas regras contra o Whatspp. Isso é mais do que claro, já aconteceram reuniões e tal. Nem só políticos fazem merda nesse país, alías a maioria dos políticos é de empresários, e empresário só pensa no lucro e caga para a sociedade. Eles gostam mesmo é de mão de obra escrava e de mentes vazias que apoia cegamente eles
Achei engraçado pra não dizer vergonhoso um colunista do Globo, desses bem de direita empolgada, que critica o ministro por tentar enquadrar o Whatsapps, mas não fala das operadoras de telefones que estão na pressão contra o aplicativo e não fala nada do Netflix, que incomoda as TV abertas e paga e dá pra desconfiar nesse caso de ondem vem a pressão também.
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