segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Jornalistas sofrem mata-leão: de um lado o aperto da economia, do outro a crise dos veículos impressos. Para seguir em frente, os profissionais estão acionando a tecla "reset"

Como se estivesse em um octógono do UFC, uma grande parcela dos profissionais do jornalismo está encurralada. Aos famosos "cortes de custos" gerais, soma-se a crise da mídia impressa. Um e outro componente do atual impasse tornam-se ainda mais críticos em função da concentração da propriedade e com as grandes corporações atuando em bloco e tirando oxigênio dos veículos menores. Uma das armas de destruição em massa das mega empresas seria cartelizar a captação de propaganda, usando os seus múltiplos veículos, e fazer divulgação cruzada dos mesmos, ferramentas fora do alcance da maioria dos concorrentes. Em meio a essa tempestade perfeita, os sites que agregam informações sobre o mercado estão até repetitivos tantas são as notas e comunicados sobre demissões em massa na Abril, Folha, Estadão, Band, Record, RedeTV, O Globo, Gazeta do Povo, RBS, Editora Três, Estado de Minas, Valor Econômico, Portal Terra, TV Cultura e, agora, O Dia. Nos últimos três anos, foram cortados mais de três mil postos de trabalho nas grandes capitais. Muitas das novas contratações - em volume modesto e que está longe de cobrir os números do passaralho monumental -, sofreram queda brutal nas médias salariais. Não são poucos os jornalistas que investem em empreendimentos pessoais e tentam encontrar nichos no mercado. É uma saída. Claro que em algum momento a economia vai se reaquecer, novas oportunidades surgirão. O velho formato emprego fixo-salário-idem no mercado de comunicação não vai sumir mas é certo que não recuperará o espaço tradicional. E, no caso, nada a ver com a crise econômica.
É que esse trem já partiu.

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