segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Donald Trump na Time. Debaixo da franja do penteado, o pré-candidato republicano passa a impressão de que vai transformar o Salão Oval em sala de guerra

por Flávio Sépia
Donald Trump, pré-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, é uma mistura de Maluf, Bolsonaro e Eike Batista. Mas não ria da piada. Cara-de-pau, fanático pela direita e bilionário que já deu errado e se recuperou, ele é bem mais perigoso do que o trio citado, até porque pretende ser inquilino da Casa Branca. Trump está na capa da Time. Deu uma entrevista, longa, que é um primor de vácuo, mas embute alguns riscos futuros. Deu poucas pistas do que pretende fazer, opiniões genéricas sobre comércio exterior. Disse que os Estados Unidos devem "vencer" a China e o Japão, devem voltar a ser ricos e a ter superávit com todos os países. Queixou-se da regulação do sistema financeiro, quer construir um muro "enorme" na fronteira mexicana e pretende revogar o Obamacare. Disse que a guerra no Iraque foi um erro. Mas não diz o que teria feito, se largaria um bomba A na cabeça do Saddam. Posou ao lado de uma águia chamada Tio Sam e defendeu a hegemonia americana. Revelou que fica irritado ao ver carros importados nos portos americanos.
A Time tentou mas não conseguiu arrancar do pré-candidato dados concretos do seu programa de governo, sobre mudanças políticas radicais e a anunciada guinada para a direita.
De qualquer forma, Trump deixou a impressão de que vai transformar o Salão Oval em sala de guerra. Ele vai bem nas pesquisas mas os próprios republicanos estão divididos. O governador do Texas, Rick Perry, também pré-candidato pelo partido, diz que o bilionário é "um câncer que deve ser diagnosticado, extirpado e descartado". Recentemente, Trump teve que retirar do seu site uma montagem sobre um foto de banco de imagens onde aparecia ao lado de soldados, como apoio aos "nossos rapazes". Só que os soldados vestiam uniformes nazistas. Irritado com  o senador republicano John McCain, por ter este criticado sua opinião de que imigrantes são, em geral, estupradores e traficantes, o bilionário o chamou de "idiota" e questionou o fato de ele ser um herói de guerra. "Ele é um herói de guerra porque foi capturado?  Gosto de pessoas que não são capturadas", disse. McCain teve seu jato abatido no Vietnã e ficou preso por cinco anos e recusou-se a delatar colegas. Já Trump conseguiu um atestado médico sobre um problema no pé e escapou da convocação. O deboche pegou mal em um país que preza seus veteranos de guerra e entre os próprios aliados do pré-candidato. Dono de uma fortuna de 10 bilhões de dólares - Trump confessa que ganhou muito dinheiro durante a "bolha imobiliária" que atingiu as hipotecas e levou milhares de americanos a venderem suas casas a preços abaixo do mercado. Ele parece disposto a falar o que quer por julgar que está em sintonia com a parcela ultraconservadora do país. Avalia que não depende dos grandes financiadores de campanha e diz que é o único nome capaz de derrotar Hillary Clinton, a pré-candidata democrata.


4 comentários:

Marques disse...

Esse fanfarrão não ganha nada, seria ridículo pro povo americano e um desastre pro mundo

J.A.Barros disse...

Olha, de tudo se pode esperar em eleição norte-americana até mesmo elegerem este excêntrico maluco trilionário Donald Trump.

Neto disse...

é melhor botar o Ronal mcDonald logo pra presidente

Rômulo disse...

Cara folclórico, é o Tiririca americano