Deu no Nieman Journalism. Reprodução |
La Nación analisa bancos de dados e desvenda escândalo. Reprodução |
por Gonça
A transparência acaba de virar lei no Brasil. Medidas, decisões, salários, regras de decoro, desvios de comportamento, ou seja, tudo o que acontece na superfície e nos porões das instituições públicas pode e deve se acessado pelos cidadãos. Se muiita coisa, claro, ainda vai continuar a ser feita por baixo dos panos - mas aí, não é caso de transparência, é caso de polícia - a lei é um caminho para flagrar roubalheira, nepotismo, favores e maracutaias geralmente empreendidas pela terrível dobradinha bandida político-empresário. A Argentina, aqui ao lado, também sofre com a corrupção. Recentemento, o jornal La Nación publicou matéria sobre subsídios irregulares para empresas particulares de ônibus. Lá, como cá, bilhões de díolares são transferidos criminosamente dos cofres públicos para bolsos privados. A novidade, para nós, jornalistas, foi a maneira como os repórteres apuraram o escândalo. A equipe foi formada por repórteres e progamadores de dados especialistas em data center. Juntos, localizaram na rede 285 mil documentos. O resultado foi tão bom que o jornal formou uma equipe permanente de dez profissionais - jornalistas, programadores e designers só para cuidar das reportagens que envolvem grande número de dados. Mas, atenção: eles só trabalham com informações legais e abertas. Não fazem escuta telefônica, não invadem computadores nem sistemas de câmeras particulares, não contratam "arapongas", como a turma do Rupert Murdoch, na Inglaterra, e veículos que desprezam a ética e a privacidade. Cuidem-se corruptos. Essa é a nova e poderosa arma à disposição do autêntico e isento jornalismo investigativo. Além da nova metodologia, o caso envolve também uma importante lição para a velha mídia brasileira que costuma aliviar e tratar com suspeita delicadeza certas conexões privadas em escândalos públicos.
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