quinta-feira, 3 de setembro de 2015
"Globo Estagiário": chegou a hora do jornalismo trainee?
por Omelete
"A culpa foi do estagiário". Este é um conhecido bordão jornalístico. O jornal escreveu "fulana pousou com exclusividade"? O estagiário errou. O gerador de caracteres da TV diz que houve um naufrágio no "Retângulo das Bermudas"? Mancada do novato. O texto diz que "fulana contraiu a doença enquanto estava viva"? Pô, estagiário, manera. Pois a figura do estagiário deixa cada vez mais de ser folclore para se tornar peça fundamental da mídia impressa. Nos últimos três anos, cerca de três mil jornalistas foram demitidos por veículos da chamada grande mídia. E a degola não parece chegar ao fim. Nos últimos dias, o passaralho fez ninho fixo no telhado do Globo. Mas são recorrentes as ondas de demissões na Folha, Estadão, Abril, O Dia etc. Muitas dessas vagas estão sendo extintas, outras preenchidas por profissionais que passam a acumular funções.
No sempre difícil mercado de trabalho na comunicação, o estágio foi uma porta de entrada indispensável e, em muitos casos, mais justa em relação ao ainda predominante Q.I (quem indica). O que não impede que esteja sujeito a uso e abuso de mão-de-obra a custo módico. Vá lá, não deixa de ser um "escambo": em troca de ganhar experiência, o estudante topa as condições possíveis.
Por coincidência, o Estadão, outro viveiro de passaralho, destacou na semana passada que seu programa de admissão de estagiários está positivo e operante e apelou por inscritos; O Globo torna mais frequente, ao pé de várias matérias, um simbólico aviso sobre a autoria do texto: "estagiária (o) sob supervisão de..."
Isso me leva a uma sugestão para esses tempos de crise. Que tal institucionalizar a prática. Dilma precisa baixar custos. Beleza, tira o Levy, que deve estar ganhando os tubos, e bota um estagiário sob supervisão de um conselho de colunistas de economia; a novela das oito não dá audiência, claro, troca o autor de salário milionário por uma aluno do workshop de roteirista; Dunga está vacilando na seleção? Tem um aluno do curso de técnico da CBF que sabe mais do que o Mourinho; esse Beltrame, o secretário de Segurança, só reclama? Bota um cara que é fera e tirou o primeiro lugar no concurso da guarda municipal.
Se isso não der um jeito nos custos e só "descontinuar"os salários - como dizem as notas oficiais dos passaralhos - e pagar o pessoal "em dez vezes na parcela".
Do Tijolaço: "O Governo anuncia sua proposta orçamentária para 2016, prevendo um déficit de R$ 35 bilhões, ou 0,5% do PIB"
por Fernando Brito
Ruim, mas não mortal. A maioria dos países europeus, hoje – e já há tempos – têm déficits orçamentários imensamente maiores. Os EUA, nem se fala: estão comemorando a queda de seu déficit para “apenas” US$ 431 bilhões – R$ 1,55 trilhão, ou 2,4% do PIB americano.
Mas como fazer superávit – em tese para pagar encargos da dívida pública e reduzir seu montante – se o Banco Central, com apoio do Governo, eleva sistematicamente a taxa que incide sobre esta dívida e obriga o país a, hoje, despender com juros R$ 452 bilhões, ou 7,92% do PIB?
Não é possível fazer superávit sem atividade econômica que gere arrecadação e é impossível sustentar a atividade econômica se, além da paralisia provocada pela Lava Jato (e que se estende muito além das obras com suspeitas) e da crise internacional, a própria área econômica do Governo diz - por palavras e atos – que quer fazê-la cair em nome de um combate a inflação que, francamente, só um louco pode dizer que, no Brasil, tem na demanda um fator de elevação?
É hora de o Governo brasileiro ver que, ao lado do arrocho necessário nos gastos públicos, é preciso que se restaure a confiança na economia, o que não se dá com uma simples conta de superávit ou déficit público, mas com a retomada de um mínimo de dinamismo nos investimentos e no consumo das famílias.
Os comentaristas econômicos, que gostam tanto de comparar esta questão do superávit a “uma família que gasta mais do que ganha”, nunca dizem que, mesmo que a família gaste menos, jamais haverá equilíbrio se seus ganhos (neste caso, a arrecadação) minguarem à penúria.
O Brasil não quer se negar aos capitais, nem pretende que eles invistam em títulos públicos e financiem o governo a juros irrisórios.
Mas tem de ter coragem de se negar a ser um playground do capital.
Que não vai fugir do Brasil, não aquele que mais importa, o que traz empresas, produção, emprego e desenvolvimento.
O outro, corre para os bonds do Tesouro Americano por qualquer tremor na China ou 0,5% de juros do Federal Reserve.
E olhe lá, porque o Brasil é bom negócio.
Mas, para isso, o Governo deve abandonar a “síndrome do molambo”, esta sua compulsão irresistível de remendar situações e assumir claramente suas metas.
Assumir e fazê-las factíveis, porque prometer, como se fez, superávit de 1,2% do PIB e, ao mesmo tempo, eliminar qualquer possibilidade de obtê-lo por forçar durante seis meses uma “aceleração da recessão”, com sucessivos aumentos da taxa de juros, é algo incompreensível.
O Brasil vei se reequilibrar andando, e este deve ser o esforço. Não irá, porém, fazê-lo parando.
Ruim, mas não mortal. A maioria dos países europeus, hoje – e já há tempos – têm déficits orçamentários imensamente maiores. Os EUA, nem se fala: estão comemorando a queda de seu déficit para “apenas” US$ 431 bilhões – R$ 1,55 trilhão, ou 2,4% do PIB americano.
Mas como fazer superávit – em tese para pagar encargos da dívida pública e reduzir seu montante – se o Banco Central, com apoio do Governo, eleva sistematicamente a taxa que incide sobre esta dívida e obriga o país a, hoje, despender com juros R$ 452 bilhões, ou 7,92% do PIB?
Não é possível fazer superávit sem atividade econômica que gere arrecadação e é impossível sustentar a atividade econômica se, além da paralisia provocada pela Lava Jato (e que se estende muito além das obras com suspeitas) e da crise internacional, a própria área econômica do Governo diz - por palavras e atos – que quer fazê-la cair em nome de um combate a inflação que, francamente, só um louco pode dizer que, no Brasil, tem na demanda um fator de elevação?
É hora de o Governo brasileiro ver que, ao lado do arrocho necessário nos gastos públicos, é preciso que se restaure a confiança na economia, o que não se dá com uma simples conta de superávit ou déficit público, mas com a retomada de um mínimo de dinamismo nos investimentos e no consumo das famílias.
Os comentaristas econômicos, que gostam tanto de comparar esta questão do superávit a “uma família que gasta mais do que ganha”, nunca dizem que, mesmo que a família gaste menos, jamais haverá equilíbrio se seus ganhos (neste caso, a arrecadação) minguarem à penúria.
O Brasil não quer se negar aos capitais, nem pretende que eles invistam em títulos públicos e financiem o governo a juros irrisórios.
Mas tem de ter coragem de se negar a ser um playground do capital.
Que não vai fugir do Brasil, não aquele que mais importa, o que traz empresas, produção, emprego e desenvolvimento.
O outro, corre para os bonds do Tesouro Americano por qualquer tremor na China ou 0,5% de juros do Federal Reserve.
E olhe lá, porque o Brasil é bom negócio.
Mas, para isso, o Governo deve abandonar a “síndrome do molambo”, esta sua compulsão irresistível de remendar situações e assumir claramente suas metas.
Assumir e fazê-las factíveis, porque prometer, como se fez, superávit de 1,2% do PIB e, ao mesmo tempo, eliminar qualquer possibilidade de obtê-lo por forçar durante seis meses uma “aceleração da recessão”, com sucessivos aumentos da taxa de juros, é algo incompreensível.
O Brasil vei se reequilibrar andando, e este deve ser o esforço. Não irá, porém, fazê-lo parando.
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quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Donald Trump tem pesadelos com a China? Ele está doidão? Não, o pré-candidato sabe muito bem o que está falando... guerra é business...
A indústria bélica somada ao conservadorismo americano precisa de inimigos, ou de fantasmas de inimigos, para enganar a opinião pública. Cuba, Coréia do Norte, a Rússia, sempre, Venezuela, agora, Nicarágua, até a pequena Granada, sem falar no também pequeno Vietnã, que impôs um derrota humilhante à superpotência, passando pelas inexistentes armas de destruição de Saddam Hussein. Não é à toa que, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos não passaram um dia sequer sem estarem envolvido conflitos militares, a maioria inglórios e destinados a beneficiar, à custa de vida de soldados, corporações do bilionário complexo industrial-militar. O pré-candidato à presidência Donald Trump, folclórico mas perigoso, assim como foi o ator Ronald Reagan, é tudo o que os "falcões" gostariam de ter na Casa Branca para tempos de guerras lucrativas. Um vídeo que circula na internet mostra que o empresário já aposta em um inimigo número um: a China. Para ele, fixação e paranoia. Veja o vídeo da "nóía" impressionante, clique AQUI
Do site Conexão Jornalismo - "Credibilidade dos jornais no chão"
por Mario Marona
No dia em que o jornal O Globo protagonizou mais um profundo corte de pessoal na empresa, desempregando pelo menos duas centenas de pessoas entre jornalistas e área comercial e administrativa, o jornalista Mário Marona escreve contundente artigo em que aponta os verdadeiros responsáveis pela crise e perda de credibilidade dos jornalões: os empresários e seus estrategistas.
LEIA O ARTIGO COMPLETO NO SITE CONEXÃO JORNALISMO, CLIQUE AQUI
Do site Conexão Jornalismo - "A demissão de jornalistas e o choque de realidade"
por Marcelo Migliaccio
Um dia após o passaralho de dezenas (talvez centenas) de jornalistas na Redação do Grupo Globo, o tema ainda reverbera forte nas redes sociais e entre jornalistas. Repórter com larga experiência em vários jornais do país, Marcelo Migliaccio faz uma análise dura, porém realista, do quanto a perda do emprego provoca em significativa parcela do universo profissional que, não raro, confunde o cargo, o posto alcançado, a ascensão profissional, com a própria personalidade. O choque de realidade que espera alguns daqueles que perderam seus empregos, e ingenuamente se deixaram confundir, pode parecer duro, mas se transformará necessariamente em um grande aprendizado.
LEIA O ARTIGO COMPLETO NO CONEXÃO JORNALISMO, CLIQUE AQUI
Um dia após o passaralho de dezenas (talvez centenas) de jornalistas na Redação do Grupo Globo, o tema ainda reverbera forte nas redes sociais e entre jornalistas. Repórter com larga experiência em vários jornais do país, Marcelo Migliaccio faz uma análise dura, porém realista, do quanto a perda do emprego provoca em significativa parcela do universo profissional que, não raro, confunde o cargo, o posto alcançado, a ascensão profissional, com a própria personalidade. O choque de realidade que espera alguns daqueles que perderam seus empregos, e ingenuamente se deixaram confundir, pode parecer duro, mas se transformará necessariamente em um grande aprendizado.
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terça-feira, 1 de setembro de 2015
Sob acusação de plágio, Tóquio cancela logotipo oficial da Olimpíada de 2020
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A semelhança dos dois logos motiva questão judicial. Reprodução Internet. |
por Flávio Sépia
Desde que foi revelado, em fins de julho último, o logotipo para os Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, estava sob bombardeio de designers de vários países sob acusação de plágio. Hoje, sites do Japão anunciam que o logo suspeito foi cancelado. Desenhado por Kenjiro Sano, o símbolo oficial é similar ao logo do Teatro de Liége, criado pelo belga Olivier Debie, que há duas semanas denunciou o plágio à justiça. A Olimpíada do Japão também está sob crítica por causa do atraso no projeto do Estádio Olímpico. O comitê local rejeitou um projeto já finalizado e agora corre contra o tempo para concluir outro dentro do prazo estipulado pelo Comitê Olímpico Internacional.
"Carta aberta: Xuxa, querida, que saudade..." - Nelio Horta, ex-diretor de Arte da revista Pais & Filhos, pai de uma das primeiras 'paquitas', relembra os tempos de Xuxa na Rede Manchete
Xuxa, foi com uma alegria muito grande que assisti seu novo programa pela TV Record. Aos poucos, lembrei de um passado, não muito distante, quando você ainda era da Manchete e a Zilla, minha esposa, produtora da revista Pais&Filhos. Éramos mais jovens, você nos seus 19 anos, iniciava uma carreira brilhante como modelo e apresentadora do programa "Clube da Criança", na TV Manchete.
Qualquer matéria da revista que precisasse de “modelo” para ilustrar, a Zilla chamava você, na certeza de que seria “xuxexxo” garantido, como dizia. Você era muito linda, atributo que mantém até hoje.
Minha filha, Andréa Rosa, tinha, na época, 13 anos, quando você a convidou para ser “Chiquita”, no seu programa, junto com a Andréia Veiga, a “Paquita” e a Heloísa. Eram as três “auxiliares” do seu programa. Tinha o “Praga”, o "ET", a Marlene Mattos, diretora “durona”, que vivia pegando no pé das meninas, mas numa convivência pacífica.
Meu filho, Bruno, desfilou para matéria de moda em um dos seus programas, quando tinha 4 anos. Hoje, está com 34 e vai se casar no fim deste ano.
Xuxa, quanta saudade daquela correria desenfreada pelos corredores da Bloch, das maquiagens apressadas, das fotos nos estúdios com o Nilton Ricardo, o Indalécio Wanderley e o João Cordeiro Júnior, entre outros. Era uma “festa”, uma “loucura”, mas nós adorávamos!
Nós só ficamos tristes quando soubemos que você ia se transferir para a Globo, com malas e bagagens. Na Globo, foi um estrondoso sucesso, com “picos” de audiência. Nessa ocasião, você chamou, mais uma vez, minha filha, Andréa Rosa, para te acompanhar no novo programa. Ela não pode atender seu chamado e você falou por telefone, comigo, sobre o convite. Eu, que era Diretor de Arte da Pais&Filhos, te expliquei que a Andréa, que estava noiva, declinou do seu chamado devido aos “apelos dramáticos” do futuro marido, Marcos.
Xuxa, querida, gostaria que, num de seus futuros programas da Record, mostrasse a “Chiquita”, hoje, com seus filhos, João Gabriel, 16 anos, Rafael 13 e Rafaela, 10 anos, e dizer que você foi uma pessoa muito especial para mim e para a minha família.
Quando nasceu sua filha Sasha, oramos muito por vocês, lamentando não poder estar mais próximos para dar as “boas vindas”. Um grande abraço na sua mãe, a quem também conhecemos nos estúdios da Manchete.
Como dizia o compositor Luiz Reis, hoje é “xó xaudade” daquela convivência que tínhamos.
Estou anexando foto da Andréa Rosa, hoje, com os filhos e eu, com a Zilla, vovó. Continuamos te amando e admirando muito, torcendo para que o novo programa na TV Record seja também vitorioso. Deus te abençoe, Xuxa, bjos. e abraços da amiga de sempre, Zilla. Att Nelio Horta.
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segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Polêmica em Auschwitz: chuveiros para visitantes desagradam descendentes de vítimas
Em função do calor, o centro de visitantes do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, instalou chuveiros de nebulização, na parte externa, para refrescar os visitantes. Só que a instalação remete, para muitos, especialmente para os judeus descendentes das vítimas, aos chuveiros a que os prisioneiros eram forçados a entrar antes de serem levados às câmaras de gás do campo nazista. Segundo o site Mashable muitos têm se queixado à direção do centro de memória. Mais de 1,1 milhão de homens, mulheres e crianças morreram em Auschwitz durante seus três anos de existência.
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Reprodução Instagram |
Deu no Meio & Mensagem... os bilionários da comunicação
por Clara S. Britto
A mídia vive a crise da economia e outra, mais forte, talvez, de identidade e de posicionamento frente às novas tecnologias e hábitos dos leitores. Mas, a julgar pelo que divulga a Forbes, bolsos e conta bancárias ilustres estão à margem do aperto financeiro, embora sejam os patrões que mais demitiram profissionais no últimos dois anos. O site Meio&Mensagem publica matéria, hoje, replicando a revista, em que o setor de mídia brasileiro está colocado como o 8º mais representantivo em um ranking de 13 setores liderado por indústria, bancos e alimentos. "No setor de comunicação" - diz o M&M - "são oito empresários de quatro companhias distintas. Na 5º posição geral está a família Marinho, das Organizações Globo, representada por João Roberto Marinho, José Roberto Marinho e Roberto Irineu Marinho que, individualmente, possuem R$ 23,8 bilhões.
Da família Marinho para o próximo da lista a diferença é considerável: Edir Macedo, da Record, está na 74º posição com patrimônio de R$ 3,02 bilhões seguido pela família Civita, do Grupo Abril, e de Sílvio Santos, do SBT. Leia mais, clique AQUI
A mídia vive a crise da economia e outra, mais forte, talvez, de identidade e de posicionamento frente às novas tecnologias e hábitos dos leitores. Mas, a julgar pelo que divulga a Forbes, bolsos e conta bancárias ilustres estão à margem do aperto financeiro, embora sejam os patrões que mais demitiram profissionais no últimos dois anos. O site Meio&Mensagem publica matéria, hoje, replicando a revista, em que o setor de mídia brasileiro está colocado como o 8º mais representantivo em um ranking de 13 setores liderado por indústria, bancos e alimentos. "No setor de comunicação" - diz o M&M - "são oito empresários de quatro companhias distintas. Na 5º posição geral está a família Marinho, das Organizações Globo, representada por João Roberto Marinho, José Roberto Marinho e Roberto Irineu Marinho que, individualmente, possuem R$ 23,8 bilhões.
Da família Marinho para o próximo da lista a diferença é considerável: Edir Macedo, da Record, está na 74º posição com patrimônio de R$ 3,02 bilhões seguido pela família Civita, do Grupo Abril, e de Sílvio Santos, do SBT. Leia mais, clique AQUI
Um livro reúne antigos cartazes de companhias aéreas. São peças do tempo em que voar era uma arte...
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A chegada ao Rio na visão da Air France. Litografia de Victor Vassareli. 1948. Reprodução |
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A American Airlines apostava na modernidade do turboélice Electra, modelo que durante décadas foi avião da ponte-aérea Rio-SP. Walter Bomer, litografia, 1959. Reprodução |
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Califórnia ensolarada para a United. Stan Galli. Fotolitografia, 1957. Reprodução |
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A TWA oferecia a Africa selvagem. David Klein, litografia, 1957. Reprodução |
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Acapulco, hoje decadente, era o balneário da moda para a American Airlines. Anônimo, fotolitografia, 1957 |
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Você imagina hoje uma viagem de turismo ao Haiti? Pois é, a Pan American já apostou nesse tour. Walter Bomer, litografia, 1949. Reprodução |
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Nova York desconstruída pela TWA. David Klein, silkscreen, 1956 |
Um livro resgata uma era. Aquela em que as companhias aéreas criavam uma identidade visual expressa em cartazes de qualidade artística e gráfica. Cada um dos principais destinos dos vôos eram promovidos em alto estilo. Normalmente, tais cartazes ficavam expostos em aeroportos, lojas de venda de passagens (sim, existia isso, lojas físicas espalhadas pelas cidades atendiam aos passageiros) e agências de turismo. Atualmente, as empresas aéreas se comunicam com o seu público através de páginas na internet. A praticidade substituiu a arte. O designer Mathias C. Huhme lançou recentemente, nos Estados Unidos, um livro que reproduz algumas peças da TWA, Air France, Aeroflot e outras. "Airline Visual Identity, 1945-1975" (Callisto Publishing) vem com 430 páginas e custa 400 dólares. São criações de artistas gráficos que revelam a chamada idade de ouro da aviação. Voar então era um acontecimento e não um aborrecimento. É quase inimaginável para quem decola, hoje, mas houve um tempo em que aviões de passageiros eram mais lentos mas tinham espaço entre as poltronas e serviço de bordo de restaurante cinco estrelas e não de barraquinha de vendedor de barra de cereal e amendoim. Huhme conta ao New York Times que se interessou pelo projeto há cerca de cinco anos quando viu cartazes da Air France da década de 1950. Ficou surpreso, era algo que ele não conhecia. Os artistas buscavam criar imagens que, de imediato, pretendiam traduzir as características do destino. Em poucos segundos, ao bater o olho, o passageiro deveria formar uma imagem do país que ia visitar. Se era a imagem correta ou não, o certo é que, na visão de Huhme, e nas reproduções nostálgicas acima, os posteres eram pura arte.'
A matéria do New York Times, obviamente, não reproduz todos os cartazes do livro (você pode ver outros clicando Aqui). E, abaixo, vale conferir uma pequena mostra colhida na internet: são peças veiculadas por companhias brasileiras que hoje são apenas retratos na parede.
sábado, 29 de agosto de 2015
Há 50 anos, o arquiteto Sérgio Bernardes criou, com exclusividade para a Manchete, o Rio que não saiu do papel...
por José Esmeraldo Gonçalves
Em geral, previsões costumam não dar certo. Antecipar mudanças geopolíticas ou urbanísticas, então, leva os futurólogos a um campo ainda mais traiçoeiro. Talvez o primeiro futurólogo - ou, pelo menos, quem popularizou o termo - tenha sido o americano Herman Kahn, do Instituto Hudson. Kahn, que pesava 150kg e tinha Q.I maior do que isso (cravado em 200, dizia-se). O gordo era ligado à CIA, daí, suas "previsões" eram consideradas suspeitas. Foi dele, em meados dos anos 1960, a ideia - que virou até projeto - de que a Amazônia seria inundada por cinco grandes lagos que criariam uma vasta via de transporte unindo o Peru e a Venezuela ao Atlântico. De qualquer forma, imaginar o mundo na reta final do século 20 estava na moda. Ainda no clima de comemoração do Quarto Centenário da cidade, a Manchete pediu ao Sérgio Bernardes, em abril de 1965, que idealizasse o Rio do futuro. O arquiteto produziu uma série de ilustrações e detalhou vários projetos urbanísticos que, na sua visão, recriariam a cidade para as próximas gerações. A revista recebeu tanto material que reservou nada menos do que 44 páginas para a viagem de Bernardes na máquina do tempo. Justino Martins, diretor
da revista, escreveu na apresentação da edição: "O leitor será tentado a duvidar das possibilidades de realizar-se o projeto de Sérgio. Mas ele próprio adverte, num pequeno preâmbulo: 'Utopia não é saber se este plano será realizado amanhã ou daqui a um século. Realismo é constatar que ele pode ser feito'".
Sérgio Bernardes imaginou o Rio libertando-se da "asfixia do mar e da montanha" e queria aperfeiçoar a convivência do homem com o seu ambiente. "O plano que apresento é uma contribuição desinteressada ao meu Estado e, sobretudo, ao seu povo", escreveu na abertura do texto. Aproveitamento das encostas como vias expressas, transportes elevados cruzando os leitos das estradas de ferro, uma ponte-pier que uniria o Rio a Niterói, com seu pilares funcionando também como cais de atracação de navios, e uma segunda ponte, esta chamada de Turística, que teria nove hotéis instalados nos imensos pilares do percurso de cinco quilômetros, um túnel Av.Presidente Vargas-Niterói, Bairros Verticais que abrigariam torres de 200 metros, como essas que Dubai ergue hoje, estavam entre as visões do arquiteto.
O Concorde ainda não estava voando, mas Bernardes já antevia que o Rio precisaria de um Aeroporto Supersônico e apontou Santa Cruz como local ideal para o projeto. "Para que a densidade e as dimensões colossais não reduzam o homem a uma parcela do coletivo, serão também multiplicados os pequenos lugares de contatos culturais (cinemas, teatros, galerias de arte, auditórios", imaginou. Haveria também um palácio das Sete Artes, com anfiteatro para 5 mil pessoas. Para o arquiteto, o centro de equilíbrio da cidade era Jacarepaguá. Lá seria construído o edifício dos Três Poderes. Se o Rio nem sonhava em sediar uma Olimpíada, nem por isso Sérgio Bernardes deixou de projetar Centros Esportivos.
Ele atendeu ao convite da Manchete com tal entusiasmo, que mobilizou seu escritório para produzir ilustrações e envolveu instituições e especialistas. Algumas propostas são tão detalhadas, como se pode ver nas ilustrações abaixo, que dão a impressão de que não foram feitas para o leitor, apenas, mas para serem entregues a mestres-de-obra.
Parodiando Paulinho da Viola, foi um Rio que passou na vida do arquiteto e seu coração se deixou levar.
Ele criou, assim, a cidade que não saiu do papel.
Em geral, previsões costumam não dar certo. Antecipar mudanças geopolíticas ou urbanísticas, então, leva os futurólogos a um campo ainda mais traiçoeiro. Talvez o primeiro futurólogo - ou, pelo menos, quem popularizou o termo - tenha sido o americano Herman Kahn, do Instituto Hudson. Kahn, que pesava 150kg e tinha Q.I maior do que isso (cravado em 200, dizia-se). O gordo era ligado à CIA, daí, suas "previsões" eram consideradas suspeitas. Foi dele, em meados dos anos 1960, a ideia - que virou até projeto - de que a Amazônia seria inundada por cinco grandes lagos que criariam uma vasta via de transporte unindo o Peru e a Venezuela ao Atlântico. De qualquer forma, imaginar o mundo na reta final do século 20 estava na moda. Ainda no clima de comemoração do Quarto Centenário da cidade, a Manchete pediu ao Sérgio Bernardes, em abril de 1965, que idealizasse o Rio do futuro. O arquiteto produziu uma série de ilustrações e detalhou vários projetos urbanísticos que, na sua visão, recriariam a cidade para as próximas gerações. A revista recebeu tanto material que reservou nada menos do que 44 páginas para a viagem de Bernardes na máquina do tempo. Justino Martins, diretor
da revista, escreveu na apresentação da edição: "O leitor será tentado a duvidar das possibilidades de realizar-se o projeto de Sérgio. Mas ele próprio adverte, num pequeno preâmbulo: 'Utopia não é saber se este plano será realizado amanhã ou daqui a um século. Realismo é constatar que ele pode ser feito'".
Sérgio Bernardes imaginou o Rio libertando-se da "asfixia do mar e da montanha" e queria aperfeiçoar a convivência do homem com o seu ambiente. "O plano que apresento é uma contribuição desinteressada ao meu Estado e, sobretudo, ao seu povo", escreveu na abertura do texto. Aproveitamento das encostas como vias expressas, transportes elevados cruzando os leitos das estradas de ferro, uma ponte-pier que uniria o Rio a Niterói, com seu pilares funcionando também como cais de atracação de navios, e uma segunda ponte, esta chamada de Turística, que teria nove hotéis instalados nos imensos pilares do percurso de cinco quilômetros, um túnel Av.Presidente Vargas-Niterói, Bairros Verticais que abrigariam torres de 200 metros, como essas que Dubai ergue hoje, estavam entre as visões do arquiteto.
O Concorde ainda não estava voando, mas Bernardes já antevia que o Rio precisaria de um Aeroporto Supersônico e apontou Santa Cruz como local ideal para o projeto. "Para que a densidade e as dimensões colossais não reduzam o homem a uma parcela do coletivo, serão também multiplicados os pequenos lugares de contatos culturais (cinemas, teatros, galerias de arte, auditórios", imaginou. Haveria também um palácio das Sete Artes, com anfiteatro para 5 mil pessoas. Para o arquiteto, o centro de equilíbrio da cidade era Jacarepaguá. Lá seria construído o edifício dos Três Poderes. Se o Rio nem sonhava em sediar uma Olimpíada, nem por isso Sérgio Bernardes deixou de projetar Centros Esportivos.
Ele atendeu ao convite da Manchete com tal entusiasmo, que mobilizou seu escritório para produzir ilustrações e envolveu instituições e especialistas. Algumas propostas são tão detalhadas, como se pode ver nas ilustrações abaixo, que dão a impressão de que não foram feitas para o leitor, apenas, mas para serem entregues a mestres-de-obra.
Parodiando Paulinho da Viola, foi um Rio que passou na vida do arquiteto e seu coração se deixou levar.
Ele criou, assim, a cidade que não saiu do papel.
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Mundial de Pequim: os campeões a caminho dos Jogos Olímpicos Rio 2016...
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A russa Maria Kuchina: ouro no salto em altura. Outra que é favorita na Rio 2016. Foto IAAF/Getty Images |
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Mo Farah, pela Inglaterra, venceu os 5 mil metros. Será outra grande atração na Rio 2016.Foto IAAF/Getty Images |
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
A "holandesa voadora"... Dafne Schippers é ouro no Ninho de Pássaro... Por motivos óbvios, foi uma das mais fotografadas em Pequim
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Foto IAAF/Getty Images |
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Foto IAAF/Getty Images |
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Foto IAAF/Getty Images |
Na prova dos 200m, no Ninho de Pássaro, Dafne Schippers saiu atrasada, perdeu alguns metros no início da corrida, mas atropelou as adversárias, especialmente as americanas e a jamaicana, no final. E não qualquer jamaicana: quem disparava na frente era ninguém menos do que Veronica Campbell-Brown, bicampeã olímpica da prova (Atenas 2004 e Pequim 2008).
VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI
TV americana adia exibição de capítulo final de série após assassinato de jornalistas
O canal USA Network adiou para setembro a exibição do capítulo final da série “Mr. Robot”, que iria ao ar, nos Estados Unidos, na última quarta-feira, 26. O motivo foi o brutal assassinato da repórter Allinson Park e do câmera Adam Ward, da CBS. É que o desfecho do seriado envolvia uma cena semelhante ao ataque fatal que chocou o mundo. ""Por respeito às vítimas, suas famílias e colegas, e aos nossos espectadores, estamos adiando o episódio dessa noite. Nossos pensamentos estão com todos os afetados", confirma a nota oficial.
Deu no Portal Imprensa: Comissão de Assuntos Sociais aprova na Câmara projeto que regulamenta profissão de fotógrafos de publicidade, de ensino técnico e científico, pesquisadores ou que trabalham em empresas especializadas
(do Portal Imprensa)
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou na última quarta-feira (26/8) o projeto de Lei da Câmara (PLC) 64/2014 que regulamenta a profissão de fotógrafo. As propostas seguem para análise do Plenário.
Segundo a Agência Senado, o projeto determina que estão aptos ao exercício profissional de fotógrafo os diplomados em fotografia no ensino superior ou técnico. Os não diplomados também poderão exercer a profissão, desde que, no início de vigência da nova lei, tenham exercido a atividade por, no mínimo, dois anos.
Essa comprovação será realizada por meio de declaração da respectiva entidade de classe, além de recibos de pagamentos de trabalhos prestados ou declaração da empresa empregadora, com firma reconhecida em cartório.
O projeto não inclui o repórter-fotográfico na regulamentação. Trata somente dos fotógrafos que prestam serviços para empresas especializadas, com ensino técnico e científico, os pesquisadores ou os que trabalham com publicidade, por exemplo.
LEIA MAIS NO PORTAL IMPRENSA, CLIQUE AQUI
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Cinegrafista trapalhão atropela Usain Bolt
No Mundial de Atletismo, em Pequim, é possível ver que a TV usa uma variado aparato para captar as imagens. No Ninho de Pássaro, há câmeras em drones, em cabos e em trilhos. Outras, estão fixadas na pista, além de imagens aéreas feitas por helicópteros. Mas chamam atenção os cinegrafistas que circulam em Segways, aquele veículo em duas rodas equilibrado por giroscópio. Evidentemente, para um câmera preocupado em enquadrar a imagem, pilotar a geringonça é tarefa dupla e de certa forma complicada. Foi o que mostrou o cinegrafista desastrado que atropelou Usain Bolt, logo após ele conquistar o ouro nos 200m. Veja o vídeo da trapalhada que podia ter custado caro; Bolt, que não se machucou, é dono de duas pernas que valem milhões de dólares. A TV teria que vender muitos Segways para cobrir o seguro do atleta que quase virou desfalque para a Rio 2016. Veja o vídeo, clique AQUI
Lições de história nas páginas da Manchete. Um leitor da revista, assinalado em foto publicada em abril de 1964, compara as manifestações da classe média conservadora: ontem e hoje...
Restou a memória, como nesse caso, de várias gerações de leitores da revista.
O engenheiro que se vê em uma foto publicada na Manchete e tirada no dia 2 de abril de 1964 guardou a revista. Ele conta que a imagem foi feita na Av. Rio Branco, esquina da Rua São José, no Centro do Rio de Janeiro. O país ainda estava sob o impacto do golpe e uma multidão foi às ruas apoiar a intervenção militar. Na foto, no círculo preto, está o citado engenheiro, então com 26 anos. Ele observa que foi à passeata acompanhado de uma cunhada e da sogra, "um católica que deixou saudades". "Uma importante característica da amostra representativa das pessoas da passeata fotografada: nenhum negro" - ele escreve, ao ressaltar que ali está "a classe média branca, católica e udeno-lacerdista". O autor da mensagem - Olavo Cabral - comenta que os netos de muitos participantes daquela passeata devem estar hoje em protestos similares não na Av. Rio Branco, mas na Av. Paulista e na Vieira Souto e Delfim Moreira. "O mais importante desses dados históricos" - diz ele - "é o fato de o jovem engenheiro que, na época, era um 'fascistinha de carteirinha', isto é, um 'señorito', como se dizia na Espanha, nos anos 30, saber, hoje, muito bem, como é o pensamento daqueles que vão hoje às passeatas". Para o autor da mensagem, nada mudou "nas cucas". "Nada mudou na cor da pele, na classe social e na ideologia dos passeantes". Ao fim da mensagem, ele constata: "O engenheiro mudou. Afinal, aconteceu, a partir daquela data da foto, uma ditadura militar repulsiva de 20 anos. O engenheiro teve a oportunidade de devorar leituras com importantes influências. Não se apressem: não foi Marx. Foi Bertie Russell e Bakunin. Lamento o lugar comum: apesar de fazer imensas restrições a "Pasionaria"e seu partido na Espanha, uso o seu grito: 'Non pasarán!'"
quarta-feira, 26 de agosto de 2015
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