quinta-feira, 11 de maio de 2023

Mídia - agora é assim: o jornalismo político sempre "tem um babado pra contar"

 

O jornalismo político atual é essencialmente de fofoca. Ontem, na Globo News, a comentarista Eliana Cantanhede falou que havia um zum zum em Brasília sobre o fracasso da visita de Celso Amorim à Ucrânia: Zelensnski não o receberia e nem mesmo o chanceler daria as caras. Apesar de usar a fofoca como "fonte" a própria Cantanhede logo desmentiu o zum zum: naquele momento Celso Amorim estava cumprindo a agenda como era esperado. Já o Metrópoles ousou "revelar" praticamente um segredo de alcova: quando o país se abalou com a tentativa de golpe de 8 de janeiro, Janja teria pedido a Lula que fechasse o GSI. A nota não diz como o colunista soube da confidencia e nem quem vazou. Se ele esteve na suite do casal, se o Lula lhe contou enquanto escovava os dentes, se Janja lhe mandou um ZAP, se o general Heleno estava escondido no armário e ouviu tudo. A nota é desprovida de fonte parece mentira, tem jeitão de fofoca do compadre  foi "revelada" quatro meses depois, mas esse é o manual de redação em voga na cobertura política em Brasília. Não é "babado" que fala? 

terça-feira, 9 de maio de 2023

Folha de São Paulo: o manual do ódio

 

A jornalista que escreveu isso tem problemas. Precisa de ajuda especializada para conter família o ódio que parece como norma. Pode ser perigoso conviver com ela. Nunca se sabe para onde vai apontar sua bazuka de frustração e ressentimento. No caso, Rita Lee foi o alvo. Mas pode ser qualquer um. A jornalista é uma  "CAC" que treina "tiro" aos outros no teclado do computador.

Alguém já disse que em um regime autoritário o guarda da esquina é problema: ele incorpora o rancor do chefe. A Folha nunca foi santa. Emprestou viaturas à repressão e ajudou a financiar a tortura nos anos 1970. Mas conseguiu piorar, avançou várias casas rumo à ultra direita. Se o clã namora a intolerância típica do fascismo, a escriba sobe na ponta sobe nas tamancas, estufa o peito, ensaia o passo dos bersaglieri  e mira em Rita Lee. Deve ter desfilado na redação após disparar o título acima reproduzido imaginando-se a "cara",  uma "frias" entre os mortais.

Para o Banco Central sob administração bolsonarista o 8 de Janeiro não acabou

 

O 8 de Janeiro acabou? Não. A tentativa de golpe está em curso no Banco Central, e não apenas nesse reduto do governo passado. A ameaça persiste em setores militares e policiais, na mídia da direita, em bolsões fascistas do Senado e da Câmara, em alguns governos estaduais de aliados de Bolsonaro,  em porões de radicais evangélicos, no mercado e no agronegócio. Muita gente, não? Pois é, a democracia continua sob ataque.


segunda-feira, 8 de maio de 2023

Mídia - jornalismo é catarse do povo?

 


A mídia apela muita vezes para uma espécie de fantasia que faz o povo pensar que a justiça e o país funcionam. Por exemplo, você lê, ouve e vê muitas vezes que as autoridades aplicaram multas milionárias a empresas e pessoas físicas que desmataram áreas preservadas. Ou condenaram a Supervia, do Rio,  empresa privada que presta um péssimo serviço, a pagar milhões em multas por ser o desastre que é. A condenação a multas não devia ser notícia. Sabe-se que os multados não pagam. A população fica de alma lavada quando lê que uma determinada dondoca foi presa por racismo. Não é notícia. Notícia seria se o flagrante da multa sendo paga. Ou a madame condenada a cumprir pena e, de fato, engaiolada. 

Nunca acontece. 

Esse é o caso do Bolsonaro pilantra  investigado por vários crimes. A IstoÉ acredita que ele pode ir para a cadeia. Não vai. Nem se sair pelado na Praça dos Três Poderes abraçado ao general Heleno, também patrioticamete nu, com uma pistola .45 ostentada nas decrépitas bochechas da bunda ameaçando o STF. A mídia induz ao logro. Acalma almas, mas não é real. É a catarse através do jornalismo  

sábado, 6 de maio de 2023

Atenéia Feijó (1943-2023) é recebida na "terra de cima" dos ianomâmis

Atenéia Feijó na Amazônia em 1971. A foto é de Walter Firmo, então fotógrafo da Manchete. Reprodução
Revista Manchete 

por José Esmeraldo Gonçalves 

Da repórter e escritora Atenéia Feijó ficam a incansável defesa dos povos originários - a missão jornalística a que se dedicou e cumpriu com brilhantismo desde o começo dos anos 1970 - e o texto impecável. 

Atenéia trabalhou na revista Manchete, nos jornais Estado de São Paulo, O Dia e no lendário JB. Na Manchete, em dezenas de reportagens, ela denunciou o genocídio dos ianomâmis muito antes do Brasil despertar para uma das suas maiores tragédias iniciada durante a ditadura militar de 1964 e que prossegue até hoje. O extermínio  se acentuou com crueldade no governo racista e desumano de Jair Bolsonaro. 

Atenéia Feijó partiu na madrugada de ontem, 5 de maio, aos 80 anos, após lutar contra a Creutzfeldt-Jakob, uma doença degenerativa. 

Os ianomâmis crêem que são o povo que "segura o céu". Agora, acolherão na "terra de cima", como chamam, a repórter que mais os defendeu.

quinta-feira, 4 de maio de 2023

O pega-rapaz do Cidinho despachante

 

Reprodução Twitter 

Paulistanos barrados no Viaduto do Chá privatizado

 

Reprodução Folha de São Paulo 04/5/2023

O ex-prefeito Bruno Covas mandou reformar o Viaduto do Chá a um custo de mais de 90 milhões de reais bancados pela prefeitura. Depois disso entregou tudo em licitação para empresa privada que nada investiu, assumiu o Viaduto do Chá, que vai explorar por 30 anos. Estão previstos investimentos ao longo da concessão assim como a exploração comercial do local. Segundo a Folha de São Paulo a população está reclamando porque acessos são bloqueados em determinada ocasiões e área pública em mãos privadas deixa de ser pública. Em São Paulo, tanto a capital quanto o estado, privatização é dogma.  Pedágio na Avenida Paulista e na Ponte Estaiada não seria surpreendentes na ofensiva das concessões. 


Mídia: jornalista adora chavão bolsonarista

 


quarta-feira, 3 de maio de 2023

Mídia: o verme do bolsonarismo não poupou jornalistas

 

A adesão de muitos jornalistas à direita radical comecou bem antes de Bolsonaro chegar à Presidência. Mensalão e Lava Jato arregimentaram muitos profissionais. A conspiracão e golpe contra Dilma Rousseff  recrutaram outros. Tudo isso junto mostrou que a tropa do golpe reunia profissionais de imprensa fascistas mas, também, cineastas, compositor e produtor musical, músicos, cantores, economistas, juristas, alguns desses com colunas no Globo, Folha, Veja, IstoÉ e Estadão e espaços generosos na Globo e Globo News onde exercitarem os primórdios do jornalismo de guerra e ódio. Houve quem adicionasse uma dose de sentimentalismo à opção ideológica em relação a personagens da ascensão da ultradireita brasileira. Dois jornalistas da Globo se destacaram na "emoção": Vladimir Neto, autor de livro-exaltação ao ex-juiz nada isento Sérgio Moro e que emplacava pautas de interesse da Lava Jato no mídia, segundo conversas no Whatsapp dos procuradores da força tarefa, e a repórter Delis Ortiz, que em um café da manhã com Bolsonaro viveu minutos de comoção ao dar de presente ao ignóbil uma bíblia. 
 Pois o tempo passou e a lombriga bolsonarista continua no intestino de certos profissionais. Um exemplo foi a atitude da repórter Katiuscia Sotomayor, da Jovem Pan, que chorou no ar ao divulgar a investigação de Bolsonaro e organizacão criminosa que falsificou comprimento de facina. O objetivo da gangue da fraude era entrar nos Estados Unidos sem o risco de impedimento por não terem a carteira de vacinação. A repórter da Jovem Pan se emocionou com a falsidade ideológica da quadrilha.

sábado, 29 de abril de 2023

Janja não é a "pet" da República. Por isso a mídia não sai do seu pé

 


Os rapazes da mídia preferem uma primeira-dama (expressão horrorosa) domesticada. Uma espécie de "pet" da República. E isso vem de longe. Do tempo em mídia era chamada de imprensa, mas tão conservadora, sua característica mais perene, quanto hoje. A jovem Maria Teresa Goulart, nos anos 1960, sofreu na mão dos jornalistas, não por participar de decisões, mas por ser jovem, usar biquíni e roupas de estilistas. Foi vítima de fake news plantadas nos jornais. Na ditadura, foi maltratada pelos militares. 
Por falar em ditadura, as primeiras-damas dos fardados eram reverenciadas pelos colunistas sociais. Vários, por exemplo, orbitavam em torno da mesa de Yolanda Costa e Silva nas melhores boates do Rio. Por motivos óbvios, todas elas foram   muito bem tratadas pela press que, de resto, também apoiava os seus maridos ditadores. Institucionalmente, eram umas "plantas", não davam palpite na conjuntura. 
Janja incomoda os coleguinhas por não ser invisível. Era militante do PT, tem opiniões e, como se diz, lugar de fala e de atos.  Daí virou alvo dos jornalistas. 
Gonçalves Dias foi demitido? Janja mandou. Janja, imaginem, comete o "crime" de ter agenda própria quando acompanha Lula em viagens. Ao sair para comprar uma gravata em loja de grife, com seu próprio dinheiro, diga-se, foi execrada e ganhou primeira página. 
Diz a IstoÉ que Janja governa. "É a pessoa mais forte no governo Lula ocupa uma sala próxima ao presidente no terceiro andar do Palácio do Planalto, determina políticas de governo, escolhe ministros e coloca na geladeira os nomes da Esplanada dos Ministérios que a contrariem". 
Não vai demorar muito para as famílias que controlam a mídia atribuirem a Janja tudo o que vier a acontecer no país. O governo não tem base no Congresso? Culpa da Janja. O BC não baixa os juros? Não. Janja incomoda o mercado e provoca insegurança jurídica por onde passa. O Banco do Brasil retirou o patrocínio ao evento de negócios que virou manifestação golpista de Bolsonaro? Janja mandou. A PF foi buscar um agressor de mulheres em Dubai? Janja convenceu Lula a mandar algemar o meliante. 
Dizem que Janja iria assumir um cargo no Planalto, mas foi aconselhada a desistir porque se tivesse um posto formal poderia ser convocada para depor na Câmara dos Deputados. Até um CPI da Janja pode ser aprovada por deputados receosos de que suas mulheres "do lar" comecem a pensar por conta própria.
 

sexta-feira, 28 de abril de 2023

A foto do fato - Roberto Campos: "tô nem aí, tô indo pro churra na piscina com o mitô!"

 

Reprodução Twitter 

Justiça sem juízo


O fotógrafo Sérgio Silva, que perdeu a visão do olho esquerdo em 2013 ao ser alvejado pela PM paulista com um tiro de bala de borracha, teve negado seu pedido de indenização. Silva fotografava um protesto.  O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) diz que ele assumiu o risco ao estar no local. Façamos um exercício imaginativo. Digamos que um desembargador fosse atingido durante uma manifestação, ao descer do tribunal para embarcar no seu carro blindado.  Provavelmente receberia uma indenização de proporções planetárias. E se fosse um juiz transeunte ou seu filho advogado?  Receberia um Pix recorde. Em decisão anterior os magistrados decidirem que o próprio Sérgio Silva é o culpado. O fotógrafo vai recorrer até ao STF, que em caso semelhante deu ganho de causa à vítima. A informação é do Portal dos Jornalistas. Você pode ler a matéria original, de Vítor Félix, clicando no link 

Vem aí o livro "Rede Manchete, 40 anos de histórias vivas"

 


O diretor de TV, roteirista e locutor Luiz Santoro lançará no dia 5 de junho de 2023, no Restaurante Garota da Gávea, entre 19h e 22h, "Rede Manchete- 40 anos de histórias vivas" (Planeta Azul Editora), que conta com a colaboração de ex- funcionários da TV. A informação está no Facebook de Eliane Peixoto, que foi repórter da revista Manchete e da Rede Manchete e participa do livro.

O reality show de horrores da milícia parlamentar

As últimas eleições ampliaram a bancada bizarra nas duas casas do Congresso. Deputado praticando cross dressing na tribuna, deputado descontrolado ameaçando agredir opositor,  deputada que incorpora adereço florido inspirado em fetiche nazista, senador ninando simulação de feto, deputados aos gritos em estranha excitação. No picadeiro desse reality show dos horrores estão, em maioria, os bolsonaristas. Por isso, as CPI que se anunciam têm tudo para oferecer cenas dantesca aos brasileiros. A facção bolsonarista se comporta como milícia parlamentar. Xinga, se contorce, berra e coça o coldre como se estivesse chegando do clube de tiro. 

As sessões das CPI prometem. 

Não percam, mas tirem as crianças da sala.