quarta-feira, 5 de maio de 2021

Revelações, nervosismo, falsificação de bula, perda de memória, senadores robôs, mentiras, brigas. É um novo seriado em cartaz: "O Mecanismo da CPI do Genocida"

A CPI do Genocida em cartaz no Senado promete ser um bom seriado. Só nos primeiros dois dias trouxe várias surpresas no roteiro. O atrapalhado general Pazuello, ex-ministro da Saúde, escalado para depor, descolou um atestado para "comprovar" que supostamente teve contato com pessoas infectadas pela Convid-19. Agiu como um aluno do fundamental.  Alíás, ele é hoje um mero estudante. É obrigado a participar de aulas no Planalto onde tutores não identificados têm a missão de prepará-lo para depor na CPI. Seria uma espécie de treinamento para mentir? 

Há uma preocupação do governo com o desempenho do militar da ativa que tende a desenvolver performance de um tanto bronco em situações de alta exposição. Dizem que anda nervoso. Sendo um negacionista, o general surpreendeu ao subitamente se declarar necessitado de isolamento, distanciamento, essas coisas que são novidade para quem até passeia em shopping sem usar máscara. Bom, deu certo pra ele, o depoimento do sujeito foi adiado. 

Outro fato inusitado: o senador bolsonarista Ciro Nogueira vacilou ao fazer uma pergunta - que na verdade era uma acusação - ao ex-ministro depoente Mandetta. Nogueira lia a pergunta como se jamais a tivesse visto na vida. E, de fato, segundo flagrante delito, ele recebera a pergunta do bolsonarista  Fábio Faria, cujo posto mais alto, embora seja ministro da Comunicações, é o de genro de Silvio Santos.  Fábio se entregou ao mandar na véspera, via What's App, por engano, para o próprio Mandetta, a tal pergunta. Mandetta avisou ao Ciro que já sabia da questão e de onde ela vinha. Fábio tinha apagado rapidamente a mensagem, que foi lida pelo ex-ministro da saúde a tempo. O incidente desmascarou uma das taticas do governo: fazer dos senadores bolsonaristas robôs guiados à distância para interferis na CPI.

O depoente desta quarta-feira é o ex-ministro Nelson Teich. O problema desse ex-condutor da desastrada política de Bolsonaro na pandemia é a memória. Diante de algumas perguntas dos senadores Teich é acometido de lapsos de memória. "Esqueci", repetia o indigitado.

Antes, coube a Mandetta revelar um fato quase inacreditável. Alguém do Planalto preparou um documento para uma norma ou decreto para reformulação da bula do remédio Cloroquina. O tal medicamento, que a ciência provou que é inútil para tratamento da Covid-19, é, como se sabe, uma aposta de Bolsonaro, entusiasmada e quase fanática, para vencer a pandemia.  Pois o Planalto queria incluir na bula da Cloroquina uma indicação para tratamento dos infectados pela Covid-19. A manobra foi abortada, mas a minuta do decreto existiu, segundo Mandetta.

Médicos, Teich e Mandetta confirmaram que deixaram o ministério por não concordar com o método Bolsonaro de combater a pandemia. Não quiseram compactuar com a linha de montagem de mortos instalada pelo governo federal.

Não percam essa House of Cards a brasileira.

terça-feira, 4 de maio de 2021

Joyce Hasselmann mostra que a direita também pode ter musa apresentável. E aí Damares e Janaína, vão encarar?

Reprodução Instagram

Joyce Hasselmann botou pra jogo as curvas no plenário da internet. A jornalista e deputada, que perdeu 24 quilos com dieta e malhação, posou de maiô para um ensaio que postou no instagram. As fotos viralizam hoje na rede. Joyce criou um perfil no Instagram (@bemestarcomjoice) para mostrar sua nova plataforma fitness. 

Fotomemória da redação: craques no lançamento da Manchete Esportiva...

 

Cláudio Coutinho, Rivelino, Jose Carlos Araújo e Denis Menezes, que folheia o número 1 da  Manchete Esportiva, lançada em fins de outubro de 1977.  A foto que registra o coquetel comemorativo foi feita na sede da Manchete, na Rua do Russell.

por José Esmeraldo Gonçalves
Em 1977, a Bloch Editores lançou a nova Manchete Esportiva. Nova porque a publicação retomava um tradição do jornalismo esportivo brasileiro. Na primeira faze, de 1955 até 1958, a Manchete Esportiva registrou um das épocas mais brilhantes do futebol brasileiro. A foto acima foi publicada no Facebook de um craque do rádio, o locutor José Carlos Araújo, atualmente na Rádio Tupi. Um colega da Manchete, Nilton Muniz enviou ao blog a imagem que reproduzimos. Era outubro de 1977 quando os grandes nomes do futebol compareceram à Rua do Russel para conhecer o número 1 da Manchete Esportiva. 
Ao lado, a capa inaugural. Na reprodução abaixo, o primeiro expediente da Manchete Esportiva, editada por Zevi Ghivelder e Ney Bianchi, com Renato Sérgio como editor de texto, Tarlis Batista era o editor de Rreportagem e Frederico Mendes, de Fotografia. J.A.Barros e Luiz Roberto de Oliveira cuidavam da Arte da revista.  



segunda-feira, 3 de maio de 2021

Um general de Napoleão vai à guerra no Crato...

Se não fosse o passaporte de "párias", um bom programa para brasileiros em Paris seria visitar uma série de exposições sobre Napoleão Bonaparte. Para os interessados no assunto, claro. O corso é multimídia na França. Neste dia 5 de maio completam-se 200 anos da sua morte no exílio, em 1821, na ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, para onde foi levado pelos ingleses logo após a derrota dos franceses em Waterloo, seis anos antes.  

Napoleão foi vítima de câncer no estômago, segundo relato médico ou envenenado (hipótese que surgiu no século passado após cientistas detectarem arsênico em fios de cabelos do ex-imperador).  Paris promove exposições, programas especiais na TV, espetáculos de música ao vivo, conferências on line, passeios temáticos, lançamentos de livros etc. Destacam-se exposições como “Napoléon”, no Grande Halle de La Villette, “Dessiner pour Napoléon”, nos Archives Nationales, “Napoléon n’est plus” no Musée de L’Armée, “Joséphine & Napoléon, une histoire (extra)ordinaire” na Maison Chaumet.  

É mais comum relacionar a influência de Napoleão no Brasil apenas à chegada de Dom João VI, que fugiu de Portugal por temer os avanços dos exércitos franceses. Isso até os bancos escolares sabem. 

O que é menos conhecido - e provavelmente não estará em eventuais matérias na mídia sobre o bicentenário da morte de Napoleão - é o que a história registra: o Ceará também teve disso. Mais precisamente o Cariri e a então Vila Real do Crato sofreram um certo efeito corso no sertão. 

General Labatut

O general francês Pedro Labatut, que participou das campanhas napoleônicas entre 1807 e 1814, foi ganhar a vida após a morte do ex-imperador como uma espécie de autônomo. Um mercenário que hoje seria apelidado de "empreendedor bélico". Nessa condição lutou na Guerra da Independência dos Estados Unidos e combateu ao lado de Simón Bolívar. E foi como free lancer que D. Pedro I o contratou para ir à luta, na Bahia, contra as tropas portuguesas que não aceitavam a Independência do Brasil. 

Labatut cumpriu a missão e foi ficando por aqui. 

Àquela altura, o Crato tornara-se uma região visada pelo Império do Brasil por ter aderido, em 1817, à Revolução Pernambucana, movimento separatista e republicano. Em 1824, se aliaria à Confederação do Equador, de igual objetivo revolucionário. Mas foi depois disso, em julho de 1832, com o Brasil já sob a Regência, que Labatut e sua tropa foram enviados ao Cariri para acabar com uma revolta chefiada por Joaquim Pinto Madeira, um caudilho monarquista da região, que invadiu o Crato e queria levantar todo o Ceará por não aceitar a abdicação de D. Pedro I. 

Quando Labatut chegou ao "teatro de guerra" no sul do estado, os revoltosos já estavam cercados pelas forças da Província. Coube ao francês agir para forçar a rendição do inimigo. Pinto Madeira se entregou e foi julgado e condenado à morte por enforcamento por um júri do Crato. Recorreu à capital da Província, Fortaleza, e tão somente o tipo de pena mudou. Acabou diante de um pelotão de fuzilamento no Crato. 

Embora fosse um adversário da cidade, até hoje uma cruz marca o local da morte do revoltoso para lembrar o desfecho de um episódio histórico que teve a participação coadjuvante de um general de Napoleão. 

sábado, 1 de maio de 2021

Na capa da Veja: é dando que não se recebe...

 

Os caras da Veja acham que a filantropia vai acabar com a desigualdade. É um discurso típico do neoliberalismo selvagem. Imposto sobre grandes fortunas, taxar bancos e dividendos, um país criador de empregos em vez de estimulador do rentismo enlouquecido nem pensar, não é jornalistas? Preferem distribuição de quentinhas em vez de renda. 

Hitchcock avisou... "Os Pássaros" voam da tela para a vida real

O ataque de pássaros na Austrália. Do Twitter.


E a invasão semelhante na Califórnia. Do Twitter

por Ed Sá 

Um dos ataques foi na Austrália. Pássaros invadiram a cidade de Jindalee Crescent. Fios, telhados e monumentos exibiam o "exército" voador pouco antes de, como se obedecessem a um comando, invadissem dezenas de casas expulsando moradores.  

O outro ataque, no dia seguinte, em Montecito, Califórnia. Uma casa foi invadida por centenas de pássaros. Ao voltar de um jantar a família encontrou sala de quartos ocupados. Os pássaros não aceitaram ordem de despejo. Mãe e filhos passaram a noite em um hotel enquanto o pobre pai cumpriu a tarefa de abrir as janelas e expulsar os pássaros um por um até o dia amanhecer. A invasão se deu em Montecito, perto de Los Angeles. Descendo o litoral, já perto de São Francisco, fica Bodega Bay. Liga o nome à pessoa? Pois é, foi lá que Alfred Hitchcock filmou Os Pássaros. Na trama, aves aterrorizam a pequena cidade.

A história que inspirou o velho Hitch se passa na Inglaterra, é um conto de Daphne du Maurier, a autora de Rebecca. Para quem lembra do filme de 1963, que constantemente é reprisado na NET,  a certa altura uma ornitóloga entra num café e diz: “Por que vocês estão surpresos? O ser humano não vai durar muito na Terra, mas os pássaros o sobreviverão, em quantidades cada vez maiores...” Hitchcock era obcecado por pássaros: o psicopata de Psicose, Norman Bates, era empalhador de aves... 

Fête de la pandémie - Le roi insensé et ses amies futiles

 

Palácio Tangará, São Paulo (Foto Alan Santos/PR)

A corte de Luiz XIV (Charles Le Brun)

por José Esmeraldo Gonçalves 

No dia em que o Brasil registrou 400 mil mortos pela Covid-19, o regime se reuniu em São Paulo. Madames sem máscara cercaram o soberano no Palácio Tangará, em São Paulo. 

O Tangará é um hotel da Oetker Collection, dona, entre outros, do Hôtel du Cap-Eden-Roc, em Antibes, na Riviera Francesa, além do Le Bristol, em Paris.

O encontro em São Paulo lembrou a corte de Luiz XIV, em Versalhes, docemente alheia ao que se passava em torno. 

No Tangará como em Versalhes havia algo de podre no ar. 

O luxo de Versalhes e os figurinos das peruas da época contrastavam com a realidade por baixo dos panos. Banhos faziam mal à saúde, segundo os médicos palacianos. A sujeira que os corpos reais acumulavam era recomendada pelos negacionistas da higiene como uma crosta que barrava infecções. Todos seguiam o exemplo do rei que em cerca de 70 anos tomou não muito mais do que dez banhos. 

Honestamente, ele sabia que exalava um fedor razoável. Mas quem ligava para isso? Era o rei. E não era o único a cheirar mal. Haja perfume e trocas de roupa várias vezes ao dia para aliviar a fedentina. Mesmo assim, sabendo que a barra era pesada, o próprio rei recomendava aos serviçais que abrissem as janelas dos salões reais. Quem sabe a brisa que vinha dos jardins de André Le Nôtre fizesse circular o futum.

A mídia não informa se janelas foram abertas em São Paulo.

sexta-feira, 30 de abril de 2021

Âncora da TV encontrada nua em carro

 

Reprodução
Instagram
Feven Kay, apresentadora da Fox 5, Las Vegas, foi detida pela polícia por direção imprudente. Par surpresa dos agentes, a jornalista estava nua e alcoolizada. Kay dava sinais de desorientação e disse não saber porque estava sem roupas nem tinha a menor ideia de como foi parar na rua onde a polícia a encontrou. 

Ela foi multada em mil dólares e liberada. Uma hipótese é que tenha sido dopada durante uma festa, mas ela não quis fazer exame de sangue. 

O incidente aconteceu há algumas semanas, mas vazou ontem. Ao voltar ao programa que apresenta, ela  disse aos telespectadores que "aprendeu com a experiência". 

A notícia está no NY Post

O casal que viveu 205 anos...

 


Reprodução ABC News

Morreu hoje em Beverly Hills, aos 102 anos, Anne Douglas, viúva de Kirk Douglas. O ator morreu no ano passado aos 103 anos. Na reprodução acima o casal, em 1963, quando posou para a Manchete. Na ocasião visitavam o Rio de Janeiro para o lançamento do filme Spartacus.  Bela vida!

O estagiário do IG Último Segundo vacilou. E isso não foi uma improbabilidade

 


Reprodução Twitter

Na capa do EXTRA...

 


10 situações que fazem Paulo Guedes surtar...

O pobre já foi embora? 

1 - Empregada domestica, que é metida a viajar para a Disney. "Vai passear no Nordeste".

2 - Filho de porteiro, que ousa querer fazer faculdade

3 - Idosos, que têm a péssima mania de querer viver 100 anos

4 - Livro, merece ser taxado porque é coisa de rico

5 - Servidor público, que é parasita

6 - Pobres, que são os maiores destruidores do meio ambiente

7 - Pobres, que não sabem poupar e só pensam em consumir

8 - IBGE, porque gastar dinheiro com Censo é um risco: "quem muito pergunta ouve o que não quer.

9 - Democracia, "não se assustem se alguém pedir o AI-5

10-Auxílio Emergencial, porque "se falarmos que vai ter mais três meses ninguém trabalha, ninguém sai de casa e o isolamento social vai ser oito anos porque a vida tá boa, tá tudo tranquilo".

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Bombas do Riocentro - 40 anos - "É saber da viola, da violência"...

 


por José Esmeraldo Gonçalves 

No dia 30 de abril de 1981 o anúncio acima foi publicado nos jornais do Rio. Convidava os cariocas para o Show de 1° de Maio, "o maior acontecimento musical de todos os anos". De fato, o elenco era excepcional. Estariam no palco do Riocentro 30 atrações. A MPB em peso. Entre outros A Cor do Som, Alceu Valença, Frenéticas, Beth Carvalho, Clara Nunes, Elba, Chico Buarque, Djavan, Francis Hime, Gal Costa, Gonzaguinha e Paulinho da Viola fariam o espetáculo realizado pelo Centro Brasil Democrático, com roteiro de Chico Buarque e direção de Fernando Peixoto. 

Na madrugada anterior, homens não identificados percorreram as vias de acesso ao Riocentro, na Barra da Tijuca, pichando placas de trânsito e muros com a sigla VPR. Dentro do Centro de Convenções também havia paredes pichadas com as três letras. Pouca gente entendeu a referência à Vanguarda Popular Revolucionária, uma organização que lutou contra a ditadura até 1971 quando, após a morte em ação do seu último comandante, optou pelo encerramento das atividades.  Os mais informados podem ter até estranhado o "ressurgimento" da VPR, que naquele começo de década era apenas história.. 

No mesmo momento em que o público  - o show recebeu 28 mil pessoas - se dirigia ao Riocentro pelo menos dois carros, um deles o esportivo Puma, enfrentavam o trânsito na estrada Grajaú-Jacarepaguá rumo á Barra. Ninguém naquele engarrafamento poderia imaginar que os ocupantes daqueles veículos não estavam nem aí para música. Eles transportavam bombas. 

Ao acessar o estacionamento do Riocentro, o pequeno comboio se separou. Um dos carros , o Puma, foi para a área reservada aos veículos dos artistas e da produção do evento  O outro parou perto da casa de força. Posicionados, aguardaram o começo do show. 

Foto de Frederico Mendes publicada pela Manchete na edição que foi para as bancas na quarta-feira seguinte ao atentado.

A bordo do Puma, os dois militares devem ter ouvido Elba Ramalho, uma das primeiras a se apresentar, cantando Banquete dos Signos, de Zé Ramalho. Versos como "discutir o cangaço com liberdade/É saber da viola, da violência/Descobrir nos cabelos inocência/ É saber da fatal fertilidade" foram provavelmente a última coisa que ouviram. Fora do planejamento do atentado, uma das bombas explodiu no colo de um dos ocupantes do Puma, o sargento Guilherme Rosário, que morreu no local. Ao lado, o capitão Wilson Machado foi gravemente ferido, mas sobreviveu. Pouco depois, uma bomba lançada pelos ocupantes do outro carro explodiu próximo à caixa de força, mas sem atingi-la. Outras duas bombas que não explodiram foram encontradas no Puma. Investigações posteriores desvendaram o que seria o desdobramento do atentado que falhou logo nessa etapa inicial. A destruição da casa de força cortaria a energia e, em seguida, a "equipe" do Puma armaria os três petardos para serem detonados no interior do Riocentro. Os terroristas contavam com um número considerável de mortos vítimas das explosões ou do pânico que se instalaria na multidão. Como parte do planejamento,  23 dos 28 portões estavam fechados. O atentado seria atribuído à esquerda. A pichação da sigla VAR deveria induzir à armação burlesca. O país ficaria chocado com a ação dos "comunistas" e condenaria a abertura política, algo que o grupo linha dura, a ultradireita do regime, não aceitava. Uma força-tarefa foi montada pelo Exército para apurar o atentado frustrado. 


A conclusão: o sargento morto e o capitão ferido estavam "a serviço" no local e foram vítimas de um atentado. A mídia censurada não pode avançar na apuração. O caso foi arquivado. Em 1999, a investigação foi reaberta, desvendou todo o mecanismo, fechou pontas soltas e o nomeou o grupo responsável pelo atentado. O capitão Wilson foi condenado por homicídio culposo, outros participantes foram indiciados, mas o caso foi mais uma vez arquivado. Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade concluiu que o ato terrorista foi um ação articulada pelo Estado brasileiro. 

Ninguém jamais foi punido. 


Já despontava a madrugada do dia 1° quando show chegou ao fim. A plateia do Riocentro não percebeu o que aconteceu no lado de fora. Só quando Gonzaguinha subiu ao palco e informou ao microfone que  "pessoas contra a democracia jogaram bombas lá fora para nos amedrontar" o público tomou conhecimento do atendado que, felizmente, havia falhado. 

Nos dias seguintes, com as primeiras revelações que os jornais e revistas publicaram, antes do cerco da censura, aquelas milhares de pessoas souberam que escaparam da morte.  

OUÇA BANQUETE DOS SIGNOS AQUI

Atualização em 30 de abril de 2021
Por sugestão de um leitor, postamos links para vídeos do local e do show Riocentro AQUI

Voz do Gonzaguinha no palco do Riocentro AQUI

VTC - Baixaria no Manhattan CUnnection

Despejado da Globo News, o Manhattan Connection está abrigado na emissora pública TV Cultura, de São Paulo.  O programa tem uma linha política clara, de direita. E isso é legítimo. Mas sob esse ângulo costuma levar a agressividade ao volume máximo quando se trata de convidados que não necessariamente de esquerda tenha ideias um pouco mais arejadas. O alvo da vez foi o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.  No encerramento do programa, Diogo Mainardi, sem argumentos e em modo surto, mandou o entrevistado tomar no cu. O convidado insultado não teve tempo de responder. Mais tarde, comentou: “Não serei eu, em nenhuma circunstância, que irei censurar a fala de um ‘humorista’ – como o Mainardi – que abusou do direito de ser indelicado e agressivo no programa”, disse Kakay. a TV Cultura divulgou nota afirmando que não concorda com o ocorrido "e já tomou providências junto à empresa que produz o programa", mas não informou que medidas atingem o Manhattan Connection.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA E VEJA O VÍDEO NO DCM AQUI

ATUALIZAÇÃO EM 05/5/2021 - Diogo Mainardi se demitiu ontem do Manhattan Connection. Diz ele que quis preservar o programa após a reação da TV Cultura que pediu à produtora da atração um atitude face ao comportamento do jornalista, que mandou um entrevistado "tomar no cu". Em note, Mainardi repetiu a ofensa ao advogado. Há 17 anos do Manhattan Connection, o polêmico jornalista fazia um papel semelhante ao de Paulo Francis, ocupando uma espécie de "cadeira do ódio' na bancada do programa identificado com o neoliberalismo.  Por lá já passaram Nelson Motta e Arnaldo Jabor. A TV Cultura informou através da assessoria de imprensa que o pedido de demissão foi assunto interno da produtora do programa

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Política - O drama de quem tomou vacina às escondidas...

 por O.V.Pochê

O general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Casa Civil, confessou que tomou vacina escondido. A essa altura deve estar de castigo. Deu "barro" e levou "chumbreca" na gíria militar para punição e esporro. Bolsonaro deve ter considerado alta traição. No Palácio do Planalto, que tem a mais alta concentração de puxa-saco por metro quadrado, suspeita-se que tem gente ligando às pressas para a família tirar do Facebook a selfie tomando o imunizante. O gabinete do ódio estaria desde hoje cedo vasculhando as redes sociais em busca dos funcionários vacinados. Aparentemente, haveria um posto de vacinação secreto, uma espécie de "aparelho", onde na calada da noite um bando de encapuzados se esgueirava para levar um pico de Coronavac (além de tudo, a vacina disponível era comunista). Há quem diga que o DOI-CODI, agora rebatizado de DOI-COVID, será refundado para caçar e fichar que insistir em se vacinar. Um pau-de- arara já foi montado no quarto andar do palácio. Veteranos torturadores já foram convocados para prestar serviço nas instalações. Tem gente até pensando em partir para o exílio na Hungria. Há rumores de que quem se vacinou será detido por tempo indeterminado para que não receba a segunda dose. No Congresso, a pedido de um general que tem trânsito na casa, estaria correndo um projeto de lei para anistiar todos os que se vacinaram às escondidas. Mas a PGR ameaça indiciar todo mundo por prevaricação e subversão.  Aguarda-se o desfecho da mais recente crise nacional.  

Escândalo literário: as "lolitas" de Blake Bailey, biógrafo de Philip Roth...

Caryn Blair e Elisha Diamond
acusam Blake Bailey. Reprodução
por Pedro Juan Bettencourt

Após antigas alunas denunciarem Blake Bailey, biógrafo do escritor Philip Roth, por assédio sexual e estupro, a editora WW Norton retirou o livro das livrarias e cancelou reimpressões. 

Além disso, se comprometeu a doar a quantia do adiantamento do livro de Bailey (Philip Roth: The Biography) para organizações que lutam contra a agressão sexual. A biografia de Roth, que morreu em 2018, era muito aguardada e foi lançada no início de abril. Recebeu boas críticas e entrou na lista de best sellers do NYTime.

O escândalo estourou quando ex-alunas de Blake Bailey em uma escola de Nova Orleans, denunciaram o professor por assédio, violência e estupro. As meninas  tinham entre12 e 13 anos. Quando a acusação veio a público, uma executiva de uma editora também revelou que foi estuprada pelo biógrafo. A Companhia das Letras, que editaria o livro no Brasil cancelou o projeto. 

Solidariedade às vítimas à parte, o caso levanta um temor entre editores. Se a moda pega, poderá haver um tsunami no mercado capaz de arrastar milhares de escritores com histórico de assédio sexual.  

A ironia no caso é que o próprio Philip Roth (autor de livros como O Complexo de Portnoy, Os  Fatos, Operação Shylock, O Teatro de Sabbath, Pastoral Americana e O Animal Agonizante) já foi acusado de misoginia, embora não tenha, aparentemente, cruzado a linha das ideias para a ação. E Blake Bailey, que nega as acusações, costumava recomendar às alunas a leitura de Lolita, de Vladimir Nabokov. 

O gênio do mal

 



terça-feira, 27 de abril de 2021

sábado, 24 de abril de 2021

Essa revista de crimes e suspense sobrevive há 65 anos. E esse é o último mistério de Hitchcock...





Em meio ao tsunami que varre revistas impressas há publicações resistentes. Algumas, curiosamente resilientes nos seus nichos. 

Em 1956, provavelmente sob o impacto de Janela Indiscreta (Rear Window, filme lançado em 1954, a  HSD Publications pediu a Alfred Hitchcock para usar o seu nome como título de uma revista especializada em ficção policial, crimes, suspense e mistério. O diretor não apenas cedeu sua griffe como topou apresentar as histórias e, eventualmente, até escrever. Muitos contos publicadas pela revista foram adaptadas pelos produtores dos programas de televisão Alfred Hitchcock Presents e The Alfred Hitchcock Hour. 




Durante anos, o editor da revista não teve problema na escolha das capas. Era sempre Hitchcock.

A Alfred Hitchcock's Mystery Magazine, publicação mensal, acaba de completar 65 anos fiel à pauta original: lançar novos autores ao lado de talentos do gênero; 

Hitchcock morreu em 1980, o título saiu da HSD, passou por várias editoras, e hoje é da Dell Magazines, que também é dona da Ellery Queen's Mystery Magazine, outra publicação duradoura.

Em 2006, a revista celebrou seu 50º aniversário com o lançamento da antologia Alfred Hitchcock’s Mystery Magazine Presents Fifty Years of Crime and Suspense, com reprints de antigas edições.

Apesar da avassaladora produção de séries policiais pela Netflix e outras plataformas de streaming,  essa revista de mistério sobrevive. E esse é um mistério.