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Na capa da Interview de setembro, a cantora Lana Del Rey usa o adereço mais frequente nas capas de revistas em 2020: a máscara. Na Vogue e na GQ, o figurino Covid reuniu em várias edições.
por Clara S. Britto
Não é novidade que o Brasil se tornou um pária mundial. Leva bordoada merecida na mídia internacional por destruir o meio ambiente, pelo aumento da miséria, pela desigualdade de renda, pelo negacionismo oficial e o desastre criminoso no combate à Covid, pelas pautas governamentais neofascistas, pela milicia digital comandada pelo governo, pela corrupção etc etc, a lista é grande. Em um item pelo menos o Brasil tem relevância: a adesão às mídias sociais. É um dos líderes do mundo em acessos à internet. Até a cantora Miley Cyrus comemora quando uma foto sua viraliza no Brasil. E que foto !
Alguns clubes brasileiros - com o Flamengo à frente amparado por Bolsonaro -, fizeram pressão para a volta do futebol e, agora, exigem a volta dos torcedores aos estádios. A Conmenbol foi na mesma linha irresponsável em relação à volta da Libertadores. Oresultado é que os jogadores estão se contaminando em série nos campos e ambientes do jogo, além de ameaçar suas famílias ao voltarem para casa.
Uma simples comparação com a Europa mostra o tamanho do absurdo que é a volta do futebol nesse momento de pandemia ativa.
Segundo a OMS em informação reproduzida pelo UOL - e para falar apenas nos principais centros do futebol mundial onde o jogo voltou ainda sem torcida -, Alemanha, Espanha, Itália, França e Inglaterra tiveram 1.218 mortos entre 7 e 14 de setembro. No mesmo período, o Brasil atingiu o número de 5.397 novas mortes por coronavírus. Com um detalhe importante, os cinco países europeu somam 322 milhões de habitantes e o Brasil tem 212 milhões.
por O.V.Pochê
O general Heleno "Sem Noção", empregado do Bolsonaro, acaba de dizer que o Brasil vai retaliar quem nos boicotar por questões ambientais. Tem muitas maneiras do Brasil sacanear quem nos sacaneia. Somos um país de Terceiro Mundo, sacanagem é o que não nos falta.
"Tudo bem, não te vendemos banana e vc não nos manda a tecnologia 5G", pode ser uma retaliação. Outra é exportar cantor sertanejo para a Europa. Eles vão entrar em pânico. Nomear o "bispo" Macedo embaixador na França vai ser um putaria insuportável com a terra de Victor Hugo. Mandar Damares para fazer conferência na Sorbonne e distribuir goiaba em Saint-Germain-des-Prés vai humilhar Paris. Enviar o clã Bolsonaro no próximo G-20 para ensinar a teoria econômica da "Rachadinha" fará o Primeiro Mundo se sentir o cocô do cavalo do bandido.
A sacanagem maior é mandar o Heleno, com sua experiência de participação em várias guerras (não vale incluir a missão policial nas pobres favelas do Haiti) e alto conhecimento bélico,fazer uma palestra na Otan para ensinar como a Europa pode vencer a China, a Rússia e o Estado Islâmico.
Te cuida, mundo. Nós vamos cair dentro!
Se há um projeto que o Brasil está realizando com espantosa e extraordinária competência é o da destruição da Amazônia.
É uma típica iniciativa público-privada
Acelerou-se dramaticamente, mas teve o seu marco zero no anos 1970. Curiosamente, nas duas pontas, a do começo, naquela época, e a explosão das queimadas e do desmatamento, agora, estão militares. Na primeira etapa, a ditadura assumida; no atual governo, a infiltração fardada que Bolsonaro promove através da farta distribuição de "boquinhas" em todos os escalões do poder.
Circulam no twitter reproduções de anúncios e reportagens que mostram e exaltam a ofensiva dos governos da ditadura militar para a ocupação da Amazônia. A gorilada no poder temia focos de guerrilhas no imenso e então praticamente inacessível território. A tentativa de instalação de um núcleo revolucionário no Araguaia ligou o alerta para o regime. Aquela guerrilha frágil e incipiente foi logo reprimida, menos com combates e mais com execuções a sangue frio, seguindo-se o projeto de "ocupação" da Amazônia. A Transamazônica, as vilas rurais, o desmatamento para plantações e projetos agropecuários e de mineração, a represa de Balbina - que configurou o maior desastre ecológico da época - a tentativa de instalação de fábricas poluentes, como uma, de papel, à beira de rios, tudo isso foi, de forma caótica e desordenada desconstruindo e depredando a floresta.
O entusiasmo dos empresários, a euforia da mídia e a afluência de "colonizadores" eram exaltados nos jornais, nas revistas e na TV, no programa chapa-branca "Amaral Neto,o Repórter", em forma de anúncios, matéria pagas ou colaborativas distribuídas pela Assessoria de Relações Públicas da ditadura, a famosa AERP.
Para falar de um tema próprio deste blog, a revista Manchete foi um desses veículos beneficiados, e muito, na divulgação da ocupação da Amazônia. Desde que a Manchete começou a ganhar importância, a partir dos últimos anos da década de 1950, a Amazônia foi um tema recorrente na revista. Foram publicadas centenas de reportagens memoráveis sobre os povos indígenas, os rios e os ribeirinhos, os sertanistas desbravadores e as belezas naturais que, hoje, vistas na coleção digitalizada da revista na Biblioteca Nacional, compõem uma valiosa história da região. Na década de 1970, embora repórteres e fotógrafos abnegados e até apaixonados pela Amazônia continuassem a mostrar e essência da floresta e os riscos que começava a correr, o ecojornalismo da Manchete foi contaminado por interesses comerciais impulsionados pelas verbas do governo e das empresas que disputavam obras na região. A Bloch certamente ganhou dinheiro, mas a submissão ao "Brasil Grande" da ditadura deixou marcas na imagem da revista.
É o que as redes sociais recordam no momento em que a Amazônia arde em fogo.
Por uma questão de justiça, registre-se que após o fim da ditadura a revista voltou à Amazônia (e ao Pantanal, agora também em chamas) com olhar mais crítico. Rios poluídos por mercúrio, ataques de posseiros, fazendeiros e garimpeiros contra índios, fiscais e líderes ambientalistas, como Chico Mendes, ocupação desordenada pelo agronegócio voraz, queimadas e desmatamentos em larga escala foram denunciados pelos repórteres e fotógrafos da Manchete.
O que acontece nesse momento é. infelizmente, um capítulo ainda mais dramático - apoiado pelo atual governo por omissão, incentivo e ação -, do projeto predatório que o Brasil mantém para a Amazônia.
Provavelmente até o fim.
Foto Fernando Cussate
No auge do sucesso de "Pantanal", Manchete e Amiga (em 1990, a Fatos & Fotos já não era semanal, saia apenas em edições especiais), publicavam capas e reportagens sucessivas sobre a novela. As revistas pegavam carona na novela e se davam bem na venda em bancas. Tudo que vinha do meio rural era notícia. Nessa ofensiva pantaneira, o eficiente repórter Tarlis Batista foi escalado para entrevistar o ministro da Agricultura Antonio Cabrera, do desastrado governo Collor de Mello. O "gancho", o ministro era fazendeiro. Tarlis foi encontrar o entrevistado em casa. Agora fala sério. na foto acima quem está embecado como ministro? Tarlis Batista. Sobre essa foto que chamou a atenção da redação (que normalmente era feita para ilustrar o sumário da revista), a história conta que Tarlis envergava um blazer de lã mista irlandesa, calças de algodão Oxford e mocassins italianos. O ministro propriamente dito posa com figurino de tecido sintético da rua 25 de Março, sapatos Vulcabrás. Bom, vá lá, eram os tempos bregas e complicados da Era Collor, Casa da Dinda, camisetas com dizeres "não me deixem só", PC Farias, Zélia Cardoso de Mello que, naquela chanchada, fazia par romântico com Bernado Cabral... E o pior é que estamos em 2020 e o Brasil não aprende...
Na última semana, após a Rede Globo divulgar que vai lançar nova versão de "Pantanal", o maior sucesso da antiga Rede Manchete, muitas fotos de divulgação de novela foram publicadas em vários veículos impressos e digitais. Uma delas, em especial, foi a preferida dos editores: a imagem de Cristiana Oliveira, a Juma, apontando um rifle para a câmera.
Ontem, o ILUMINA divulgou um vídeo que interessa não apenas a todos os brasileiros, mas ao mundo. Uma explicação clara - e preocupante - do que significa a Amazônia para a vida.
O cientista Antonio Donato Nobre, pesquisador do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), explica em linguagem acessível o tamanho do problema que o comprometimento da floresta vai gerar. Não apenas no setor de energia elétrica e no bolso dos consumidores, mas para a sobrevivência dos ecossistemas que hoje ardem em chamas.Veja no vídeo o que o fogo tem a ver com a água e com você e o seu futuro.
VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI
por O.V. Pochê
Uma equipe de jornalistas de uma afiliada da Globo, a TV Centro América, de Mato Grosso, foi expulsa de um evento do qual participava o elemento Jair Bolsonaro, vulgo "presidente'. As vítimas foram conduzidos à saída por seguranças e sob ameaça de prisão. Jornalistas de outros veículos permaneceram no local. Se não se retiraram em solidariedade aos colegas foi por dois motivos: ou são bolsonaristas ou se acovardaram mesmo.
Aparentemente é uma demonstração - e fatos semelhantes já ocorreram em outras ocasiões e locais - de que o indivíduo em questão, branco, cabelos oleosos, dentes inferiores irregulares e aparentemente agressivo, atualmente investigado pela justiça, já tem os seus "tontons macoutes". Para os mais novos, Tonton Macoute era o nome da violenta milícia pessoal de François Duvalier, antigo ditador do Haiti, e depois mantida pelo filho, Jean-Claude Duvalier, até 1986. Tonton Macoute é também uma expressão haitiana equivalente, no Brasil, ao bicho-papão. Era uma força paramilitar inspirada no fascismo.
No incidente em Mato Grosso, um major do exército, pago pelo povo e que deveria proteger o direito à informação garantido pela Constituição, ajudou os seguranças levarem a repórter Mel Marizzi e o cinegrafista Idemar Marcato, sob condução coercitiva, à saída da performance eleitoral do elemento em questão.
As vítimas passam bem. Já a liberdade de expressão está em coma induzida.
Acontece na França, nestes dias, o julgamento de cúmplices de atentados contra o Charlie Hebdo e um mercado judeu, em Paris. O massacre de 17 pessoas chocou o mundo em 2015. Os irmãos terroristas Said e Cherif Kouachi invadiram a redação do jornal e abriram fogo contra jornalistas e desenhistas. E outro fanático atacou o mercado matando quatro pessoas. Os três terroristas foram mortos pela polícia. Em julgamento, agora, estão os 14 cúmplices dos atentados, três deles foragidos. A justificativa desses religiosos anormais para a série de assassinatos foi a publicação no Charlie Hebdo de caricaturas de Maomé. Ao noticiar o começo do julgamento, na última quarta-feira, o jornal publicou novamente as caricaturas.
Liberdade de imprensa é direito fundamental. Está na Constituição de muitos países.
Isso não impede que fanáticos e aloprados de várias motivações busquem atingi-la. Um exemplo é o grupo "Guardiões do Crivella" montado pelo prefeito do Rio de Janeiro para impedir o trabalho da imprensa. Outros são os juízes incompetentes ou movidos por ideologia ou sabe-se lá que interesses que tentam impedir a publicação de matérias em jornais, revistas e meios digitais em desafio aberto à Constituição.
VEJA O VÍDEO, CLIQUE NO LINK https://www.youtube.com/watch?v=88gTklktn1I
A revista científica The Lancet publicou os resultados dos testes da vacina russa Sputnik V e confirmou a resposta de anticorpos contra a Covid-19 em todos os participantes. Segundo a revista, 100% dos voluntários que participaram dos dois primeiros testes não apresentaram efeitos colaterais graves. A notícia é um dos destaques no Twitter, hoje. O revista publicará nos próximos meses os resultados da terceira fase dos testes com 40 mil participantes. A Rússia poderá iniciar a exportação da Sputnik V a partir de novembro.