por Eli Halfoun
Homenageado pela Beija Flor com um
bom desfile, José Bonifácio de Oliveira, o Boni, ficou insatisfeito com a
colocação da escola e está reclamando embora diga que “não é choro de perdedor”.
Em entrevista parta a coluna “Gente Boa” de O Globo, Boni diz que o resultado
foi uma “armação política” (é provável, mas é difícil de provar) para
prejudicar a Beija Flor. Ele levanta uma questão antiga que precisa ser
discutida com urgência: acha que o modo como é realizado o julgamento do
desfile das escolas está ultrapassado e dá ao júri formado por poucos
convidados um poder exagerado. Boni, que durante anos foi o comandante maior
das transmissões carnavalescas da TV Globo, acredita que é preciso dar uma
maior abrangência ao julgamento incluindo o voto popular através da internet.
O julgamento do desfile das escolas
de samba tem sido criticado desde que os desfiles se transformaram na atração
maior do carnaval brasileiro, mas nunca se fez absolutamente nada para pelo
menos discutir o atual método e critérios, ou seja, basta uma nota baixa dada
com má intenção para derrubar uma escola. Também é preciso levar em conta, como
alerta Boni, o fato do júri julgar apenas o que é mostrado em frente a cabine
em que os jurados se encontram e, portanto, a escola pode vir mal em todo o
trajeto e apresentar-se bem diante dos jurados, o que melhora a nota e
prejudica as escolas que fizeram um bom desfile durante os 80 minutos que lhe
são permitidos para mostrar um trabalho que exige um ano de esforço, dinheiro e
muitos, mas muitos mesmo, sacrifícios.
Mais do que achar que o alerta de
Boni é apenas o choro de um perdedor é preciso com urgência encontrar uma nova
forma de realizar o julgamento. Jamais será uma fórmula perfeita: as injustiças
continuarão sendo cometidas, a choradeira sempre terá vez, mas com um novo
método existe a esperança de que o trabalho das escolas será julgado com menos
imperfeições por parte dos jurados. Às vezes “jurados” até de morte. (Eli Halfoun)

















