Temer curtindo as vaias. Foto de Beto barata/PR |
A praça é do povo e o direito à vaia também. A cada dia, a Rio 2016 abate uma vítima. Primeiro foi o presidente do golpe, Michel Temer, o ponto fora da curva na espetacular noite de abertura dos Jogos.
Figura já nos anais da Lava Jato, na mira da milionária delação da Odebrecht e citado por vários caguetas premiados, o interino não devia ter ido lá nem por efeito de computação. Resultado: apesar de tentar ficar quase invisível, não ser citado e nem focalizado pelas câmeras do telão e só aparecer na hora de dizer duas palavras protocolares abrindo os Jogos, foi devidamente vaiado. Nem os efeitos sonoros encomendados para dissimular o repúdio disfarçou a manifestação da multidão.
O Brasil poderia ter inovado também nesse ponto: melhor seria chamar uma representação de atletas consagrados para representar o pais. Dignidade em vez da política infame.
Depois de Temer, vem a seleção brasileira masculina de futebol, que recebe das arquibancadas o tratamento que inspira em campo.
Neymar. Foto de Marcelo Camargo/Ag.Brasil |
Abaixo da crítica até aqui e com poucas chances de virar o jogo. Um terceiro empate despacha o Brasil e libera os jogadores para curtir a badalação olímpica como meros espectadores.
Quanto ao terceiro candidato à medalha de papelão, Luciano Huck, não foi bem um surpresa. O rapaz já enfrenta um rejeição expressa nas redes sociais. Ele atribuiu a vaia a "crise". Pretensão. Perguntado sobre a segunda hipótese - a sua proximidade e até a participação em campanhas políticas de figuras tucanas citadas nos dossiês da Lava Jato - ele mesmo achou que pode ser por aí.
Luciado Huck. Reprodução Facebook |
Seja lá qual for o motivo, o Maracanãzinho foi seu caldeirão de rejeição.