O time - Técnico: França, da Expedição. Em pé: Goleiro: Nilton, da Arte Final, 7º andar; Renato, do Dep. de Fotonovelas; Bahia, da redação da Manchete; Fernando Nentes, da Expedição; Augusto, programador da Rádio Manchete FM; Robertinho, da Revista Geográfica. Agachados: Carlinhos, Expedição; Luis, do Mário Baldo, 9º andar; Nilton Muniz, da sala do Zevi, no 11º; e Lilica, da redação da Fatos&Fotos. Foto: Arquivo Pessoal Nilton Muniz
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Ao revirar o baú, achei também essa carteirinha da Suderj, que nos proporcionou assistir "a serviço" muitos clássicos no Maracanã. O detalhe é a função de "teletipista", que nem existe mais. |
Dia desses dando uma viajada no blog Panis, através da leitura de algumas boas memórias - põe boa nisso! - da redação, me deparei com um texto sobre o prof. Arnaldo Niskier e suas façanhas enquanto jogador de futebol ("Deu no Globo; Arnaldo Niskier e o time de peladeiros da Manchete", datada de 05 /07/2011)). Naquela ocasião, falava-se de alguns "escretes" que foram formados na redação, inclusive o time da revista Manchete, do qual Ney Bianchi fez parte. Tudo muito bom. Aí, visitando o meu baú - sim, não só Gonça, Sr. Olho e Arnaldo têm - achei esta preciosidade: um time, em sua essência de contínuos - que publico aqui e tenho certeza de que muitos desconhecem a existência -, e que deu muitas alegrias (sem nenhuma modéstia) a quem acompanhou seus jogos. Foram dezenas.
Nesta oportunidade, cabe fazer essa reparação histórica, pois o time existiu, foi batizado de "Os Meninos da Expedição" e jogava por música. A formação surgiu assim: o Soares, chefe dos Transportes, sempre que tomava umas e outras - e isso era constante - dizia para quem quisesse ouvir que o time do Transporte não tinha adversário na empresa e que já estava cansado de assistir seus motoristas golearem o pessoal da Arte Final, da Frei Caneca (encabeçado pelo Nilton Rechtman, da Assinatura, e até um combinado da gráfica de Parada de Lucas com Água Grande, do time do Arquivo Fotográfico e da Pesquisa, além de uns adversários meio mequetrefes ali mesmo do Aterro. E, não sei foi coincidência ou não, no mesmo momento de um desses desabafos, foi divulgado no prédio que seria realizado uma competição que se chamaria Torneio Manchete. Isto foi em 80, portanto, o primeiro torneio. Como o França e o Horácio, da Expedição, já estavam de saco cheio da ladainha do Soares, resolveram montar um time de contínuos, os populares "siris". Foi reunido o pessoal lá no subsolo, mas nem todos os contínuos quiseram participar. Aí nós convidamos o Renato (Fotonovela), o Nilton (goleiro) que tinha sido contínuo do Mário Baldo e estava na Arte Final, no 7º andar, e o Augusto, da Rádio Manchete FM. Os demais trabalhavam pagando contas e levando e trazendo correspondências.
A formação foi feita a toque de caixa, em menos de uma semana. Para se ter uma ideia, esse uniforme da foto (a camisa era verde) conseguimos emprestado em cima da hora. Ninguém se conhecia de ter jogado antes. Pois bem, nos inscrevemos. Junto com o time do dep. de Assinaturas, Nilton - Frei Caneca; Transportes Russell e da Arte Final (jogou, inclusive, o glorioso Charuto, lembram), da revista Desfile. Tudo aconteceu em um sábado escaldante. Fizeram o sorteio e nós pegamos o pessoal da Arte logo no jogo de abertura. Até então éramos considerados "pangarés". Um jogo meio truncado e cheio de firulas, cera, bicos na bola em direção as pistas do Aterro (principalmente quando perdíamos por 1 a 0 no primeiro tempo e não tinha bola substituta), queda em campo, amarração prolongada de cadarços e o escambau, tudo isso por conta do nosso adversário. Mesmo assim vencemos de 3x1, e fomos para a final com o "temido" time dos Transportes. Resumo da ópera: 3 x 0 para os contínuos.
Por muito tempo, o troféu ficou exposto na Expedição, sobre a mesa do França, e a zoação comeu solta no ouvido do "timaço" do Transporte.
Depois disso, ficamos invictos por quase seis meses ali mesmo no Aterro, e participamos de um torneio que a gravadora do cantor Bebeto realizou lá no Lespam, na Penha, junto com outros veículos de comunicação: O Dia, Rádio Globo e Jornal do Brasil. Fomos sorteados para enfrentar o time do Bebeto, que trouxe todo o time profissional do Mesquita. Perdemos de 1 x 0.
O time era tão afinado que o saudoso Severino Dias resolveu apadrinhar e bancar cerveja e salgadinhos vindos da cozinha da Bloch a cada vitória. Até o Marechal aparecia vez ou outra para dar um incentivo. Bebemos muito na conta do "maitre" oficial. Na euforia, Severino às vezes emprestava a chave da 'suíte' que tinha reservada no Hotel Presidente, que ficava na mesma rua do Praia Bar, caso precisássemos desovar alguém ali pelas imediações. Só recomendava não esvaziar o frigobar. Afinal, tínhamos vinte anos e nenhum dinheiro no bolso.
Depois, o time foi se dispersando. Alguns contínuos sairam da empresa e outros foram trabalhar em outras funções e os que chegaram não possibilitaram dar sequência. Mas foi um período mágico. Espero que exista ainda alguém que possa dar seu testemunho sobre a existência deste time. Quem sabe o Vicentinho? Ou o Macarrão, também contínuo da redação e fiel escudeiro do Cony, que depois foi para o JB e muito tempo atrás o encontrei no Jornal O Dia e que nos acompanhava em todo jogo. Tempo bom!