Mostrando postagens com marcador sede de viver. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador sede de viver. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Kirk Douglas: 102 anos esta noite • Por Roberto Muggiati


Kirk Douglas em Spartacus.
Divulgação
por Roberto Muggiati 

Iussur Danielovitch (mais conhecido como Kirk Douglas) completou ontem, domingo, 9 de dezembro, 102 anos, inteiro e lúcido.

Não há tempo e espaço para contar aqui tudo o que fez o ator – considerado um dos maiores na história do cinema. Mas todos nós – particularmente aqueles nascidos em meados do século passado – fomos tocados por sua arte num momento ou outro de nossas vidas.

O escravo rebelde de Spartacus, o militar pacifista de Glória feita de sangue, o trompetista de jazz de Êxito fugaz, o jornalista corrupto de A montanha dos sete abutres, o produtor de cinema idem de Assim estava escrito, o mocinho de muitos faroestes e o vilão de muitos filmes noir, Kirk tocou nas emoções de muita gente em seus 62 anos de carreira.

E, como Van Gogh,
m Sede de Viver. Divulgação
Limito-me a citar um episódio que diz tudo da sua capacidade de extrapolar da tela para a vida real. É uma história que meu amigo cineasta Sylvio Back relata amiúde.

Em 1956, saindo de uma matinê numa das salas da Cinelândia curitibana – onde passava Sede de viver, a biografia romanceada do pintor Vincent van Gogh, interpretado por Kirk Douglas – Sylvio entreouviu duas senhorinhas condoendo-se da sorte do ator. “Coitadinho do Kirk Douglas, você viu o que fizeram com ele? Cortaram sua orelha.” Falavam com tanta convicção que parecia que o coitado do Iussur Danielovitch passaria o resto da vida com um vazio no lado da cabeça onde ficava o órgão auditivo amputado.