por Clara S. Britto
De um modo geral, mulheres negras em capas de revistas de moda ainda são exceção. Calma! Ninguém está defendendo cotas raciais para capas. Mas alguma coisa está mudando. Não aqui. Nos Estados Unidos. Segundo o New York Post, em 2015 houve um ligeiro avanço: 77,2% das revistas estamparam modelos brancas na capa; em 2014, esse número era de 82,7%. A Teen Vogue que em 2014 publicou apenas modelos brancas na capa, esse ano mostrou seis modelos negras. A Harpers Bazaar botou Rihana em uma capa, ok, é um estrela não uma modelo, mas, no ano passado, não rolou qualquer diversidade racial na mesma revista. A Vogue americana destacou cinco modelos negras, contra três no ano passado; a Vogue francesa, duas contra zero em 2014. O levantamento foi feito por The Fashion Spot Magazine Diversity Report. Não há uma pesquisa semelhante em relação às revistas brasileiras. Contata-se, apenas, que a proporção aqui é vexatória em termos de diversidade racial. Para os editores brasileiros, o assunto ainda é tabu. Tanto que, nas poucas vezes em que destacam negras, congratulam-se por quebrar um... tabu. Modelos negras em capas de revistas nacionais são ainda, e lamentavelmente, um acontecimento, um fato relevante. Lá fora, outra boa notícia foi que algumas capas, como a da bela modelo Lupita Nyong (Harper’s Bazaar UK e Vogue U.S) desmentiram o mito de que negras não vendem revista, mito, aliás, muito usual em algumas editoras brasileiras, hoje e no passado, segundo antigos editores. Eles contam que essa era, por exemplo, uma regra não-escrita mas em vigor frequentemente sussurrada nos corredores da extinta Bloch Editores. A mesma prescrição habita até hoje as cabeças e as bolsas Prada das Anna Wintour nacionais.
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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
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