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sábado, 25 de março de 2017

A revista Time pergunta: a verdade morreu?


por José Esmeraldo Gonçalves

Em 1966, Time fez uma provocação em uma famosa capa. Em letras vermelhas sobre fundo preto, a revista lançou a questão Deus está morto? Era um convite a uma reflexão religiosa, mas chamava atenção para elementos urbanos e ideológicos como criminalidade em alta, racismo, Vietnã em guerra, ditaduras esmagando democracias, até a contracultura e a revolução de costumes eram vistas por muitos como a 'demonização' do planeta.

Quase 50 anos depois, Time repete o design da capa. A falecida, agora, seria a verdade. E Donald Trump o seu algoz, ou a maior símbolo da caça à verdade em vigor no clube dos mandatários.

Um chefe do Executivo munido de smartphone está dando à mentira uma potência quase nuclear. Trump opera redes sociais como se fosse adolescente em uma tarde sem aula. Escreve o que querem. E o Pinóquio americano tem sido imitado por outros presidentes até prefeitos.

A Time lembra que cientistas sociais têm mostrado que a repetição de uma declaração falsa muitas vezes aumenta o número de pessoas que acreditam nela. A revista diz, ainda, que "para Donald Trump, a desonestidade não é apenas uma força, é uma estratégia". Como exemplo, é citado o encontro dele com Angela Merkel. "Depois de uma reunião visivelmente embaraçosa, quando as câmeras o flagraram recusando-se a cumprimentar a visitante alemã, Trump tuitou: "Apesar do que você ouviu falar em 'fake news', eu tive uma grande reunião com a chanceler alemã Angela Merkel.".

A Time revela que, durante a campanha, 70% das declarações de Trump checadas pela PolitiFact eram falsas, 4% eram inteiramente verdadeiras, 11% na maior parte verdadeiras.

Conclusão: se Trump fosse presidente do país da "proteína" podre ele não vacilaria em declarar que a "carne não é fraca, é a melhor do mundo".