Ruy Castro na Folha de São Paulo, hoje: futebol com nome e sobrenome |
Ruy Castro sacou o que estava na cara e ninguém via. Jogadores de futebol agora se identificam pelo nome e sobrenome. Até para diferenciar: são tantos os Diegos, Matheus, os Gabriel. Mas não só por isso. É preferência agora. Neymar, que não tem homônimos conhecidos, adotou a marca dobrada Neymar JR.
E quanto aos jogadores de nome e sobrenome na seleção brasileira? Em 1958 e 1962, o time bicampeão entrou em campo com apenas dois craques com nombre e apelido como dizem os hispânicos: Nilton Santos e Djalma Santos. No tri, em 1970, só Carlos Alberto esteve na final. Na final da Copa de 1994, apenas o duplo Márcio Santos entrou em campo. Em 2002, jogaram a decisiva os duplos Roque Júnior, Roberto Carlos, Juninho Paulista e Gilberto Silva.
Nas últimas quatro copas. a geração de nome e sobrenome não deu muita sorte. Desde 2006, foram convocados muitos duplos do tipo "Bond, James Bond": Silva, Thiago Silva; Jesus, Gabriel Jesus; Alves, Daniel Alves; Coutinho, Philippe Coutinho; Firmino, Roberto Firmino, Luiz, David Luiz etc.
O problema é que apreceram diante da seleção brasileiras uns sujeitos que atendiam pelos nomes simples de Zidane, Henry, Sneijder, Müller, Klose, Kroos, Khedira, Schürrle e a exceção, De Bruyne. Craques, respectivamente, da França (2006), Holanda (2010), Alemanha (2014) e Bélgica (2018), eles fizeram os gols que eliminaram o Brasil nas últimas quatro Copas do Mundo.
Cuidado no Catar: a seleção francesa vem aí com Benzema, Mbappé, Griezmann, Pogbá, Kanté...