Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
Mostrando postagens com marcador isenção ou omissão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador isenção ou omissão. Mostrar todas as postagens
sábado, 13 de junho de 2020
Jornalismo: a mídia deve sempre ouvir os "dois lados" mesmo quando um desses lados é o fascismo?
por Flávio Sépia
Em artigo do jornalista Eric Alterman, The Nation analisa a cobertura que a grande mídia americana faz do governo Trump. Basicamente, questiona o mantra de "ouvir os dois lados". E quando ouvir.
Um tema, a propósito, em debate lá e cá. Recentemente, a CNN Brasil que costuma promover debates entre democratas e radicais da direita, deu espaço ao indivíduo foragido que foi acusado de participar de ato terrorista contra a sede da produtora do humorístico Porta dos Fundos.
O pretexto? Ouvir os dois lados.
O jornalismo deveria ouvir os dois lados na Alemanha nazista dos anos 1930? No fascismo de Mussolini? Na cobertura das atrocidades do Estado Islâmico? Deve optar pela "isenção" ou pela omissão? É a pergunta que se faz.
Trump trabalha deliberadamente com a mentira. Ao mesmo tempo, usa as redes sociais e os seus apoiadores, os algorítimos de impulsionamento e uma tropa de robôs para lançar sobre o jornalismo profissional a pecha de produzir fake news contra seu governo. Alterman indica que a mídia "não tem experiência com uma situação como essa e não consegue descobrir como lidar com isso".
O artigo lembra que ao ser atacada por Nixon, nos anos 1970, idos do escândalo Watergate, a mídia virou o jogo. Hoje, diante de Trump, uma ameaça muitas vezes maior à democracia, não sabe como fazê-lo.
Alterman dá uma pista ao concluir que, na crise atual, o maior problema é que a mídia não consegue se decidir sobre uma questão fundamental ao cobrir o governo Trump: "De que lado está?"
Agora, se você trocar algumas poucas palavras e contextos, a mídia brasileira se encaixa no dilema descrito acima. E por um motivo claríssimo, basta ler editoriais e colunistas. Desde o começo dessa tragédia brasileira, ainda na campanha eleitoral, a mídia conservadora tenta um equação impossível: desconfiar de Bolsonaro e até lhe fazer oposição pontual, mas apoiar incondicionalmente a política econômica de Paulo Guedes. Apesar de externar ideias semelhantes às do chefe - inclusive aquelas antidemocráticas (já defendeu o AI-5, lembram?) e de admitir em reunião pública que já esta trabalhando pela sua reeleição, Guedes segue à margem das críticas nos jornalões apesar de não ter mostrado resultados na economia, mesmo antes da pandemia.
De que lado a mídia brasileira está?
Para ler a matéria do Nation, clique AQUI
Assinar:
Postagens (Atom)