O programa "De Lá Pra Cá", de Ancelmo Gois, que será reprisado hoje, na TV Brasil, focaliza os 60 de fundação da revista Manchete. Não perca: nesta sexta-feira, às 20h30. Entre os entrevistados, Roberto Muggiati, Zevi Ghivelder, Arnaldo Bloch e Arnaldo Dines.
A comemoração dos 60 da revista - que foi para as bancas pela primeira vez em abril de 1952 - seria uma boa oportunidade para lembrar duas lutas atuais dos ex-funcionários desde a falência da editora em 2000. O pagamento das indenizações trabalhistas (muitos ainda não receberam seus direitos) e a denúncia do espantoso sumiço do Arquivo Fotográfico da Manchete. O acervo foi leiloado pela Massa Falida da extinta Bloch. Fotógrafos que trabalharam nas revistas do Russell entraram com uma ação judicial, através do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, para localizar o arquivo que reune mais de 10 milhões de imagens e, ao mesmo, tempo, reivindicar a anulação do leilão. Mas até hoje a notificação judicial não foi entregue ao suposto proprietário, que apesar de ter adquirido um bem em leilão públuco -, onde seria obrigado a deixar endereço, CPF etc -, não foi localizado. Rumores infundados de que o acervo estaria interiamente desfigurado e desfalcado teriam afastado outros concorrentes e aviltado o valor (acabou vendido por meros 300 mil reais, bem abaixo da avaliação legal). Instituições oficiais, como o Ministério da Cultura, o Arquivo Nacional, Museu da Imagem e do Som e privadas, como a Associação Brasileira de Imprensa, embora procuradas pela Comissão de Ex-Empregados da Bloch Editores, jamais se manifestaram em defesa de um acervo histórico e de fundamental importância para pesquisadores, jornalistas, escritores e o público em geral. Nem tudo é festa. Que as gerações de fotógrafos que atuaram nas revistas da Bloch recuperem seus direitos autorais sobre seus trabalhos acumulados em anos de emprego e dedicação.
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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sexta-feira, 20 de abril de 2012
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Deu na Folha. "O bloco de Bloch: a Quarta-Feira de Cinzas não é a mesma sem a Manchete"
por Álvaro Costa e Silva (para a Folha de São Paulo)
Tradição carnavalesca na segunda metade do século 20, a edição da revista Manchete especial de Carnaval era um "tour de force" do publisher Adolpho Bloch e de sua equipe. Ex-editores e colaboradores como Ruy Castro, Carlos Heitor Cony e Roberto Muggiati relembram a operação de guerrilha para fechar a revista.
Era o sábado da semana anterior ao Carnaval. Renato Sérgio não via a hora de largar seu posto de redator da revista Manchete e ir confraternizar com a turma da Banda de Ipanema: o comandante Albino Pinheiro, com dragonas douradas; o escrivão juramentado Hugo Bidet e seu Corcel branco; o ator Joseph Guerreiro; o artesão Caio Mourão; Ronald de Chevalier, o encrenqueiro Roniquito.
Àquela altura -três da tarde- todos já deviam estar esquentando os motores na praça General Osório, e ele, ali, preso na redação. Foi quando o pior aconteceu: o diretor Justino Martins lhe entregou meia dúzia de leiautes, com fotos do baile Noite do Havaí, para que escrevesse o texto e as legendas.
Adeus, Banda de Ipanema -não fosse a intervenção do cronista José Carlos Oliveira, que se levantou da mesa ao lado, brandindo o leiaute feito uma arma apontada para o chefe. Carlinhos espalhou as fotografias, aos brados: "Eu faço essa bosta. Mas libera ele, pô!".
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Tradição carnavalesca na segunda metade do século 20, a edição da revista Manchete especial de Carnaval era um "tour de force" do publisher Adolpho Bloch e de sua equipe. Ex-editores e colaboradores como Ruy Castro, Carlos Heitor Cony e Roberto Muggiati relembram a operação de guerrilha para fechar a revista.
Era o sábado da semana anterior ao Carnaval. Renato Sérgio não via a hora de largar seu posto de redator da revista Manchete e ir confraternizar com a turma da Banda de Ipanema: o comandante Albino Pinheiro, com dragonas douradas; o escrivão juramentado Hugo Bidet e seu Corcel branco; o ator Joseph Guerreiro; o artesão Caio Mourão; Ronald de Chevalier, o encrenqueiro Roniquito.
Àquela altura -três da tarde- todos já deviam estar esquentando os motores na praça General Osório, e ele, ali, preso na redação. Foi quando o pior aconteceu: o diretor Justino Martins lhe entregou meia dúzia de leiautes, com fotos do baile Noite do Havaí, para que escrevesse o texto e as legendas.
Adeus, Banda de Ipanema -não fosse a intervenção do cronista José Carlos Oliveira, que se levantou da mesa ao lado, brandindo o leiaute feito uma arma apontada para o chefe. Carlinhos espalhou as fotografias, aos brados: "Eu faço essa bosta. Mas libera ele, pô!".
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domingo, 15 de janeiro de 2012
Elis Regina por Roberto Muggiati
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Artigo de Roberto Muggiati no Estadão. |
Ouvido Absoluto - Elis, Elis, por que nos abandonou?
por Roberto Muggiati (para o jornal Estado de São Paulo)
Foram dias mágicos, lembro cada momento. Diretor da revista Manchete, fechei mais uma edição e segui para o Aeroporto do Galeão. Ia cobrir a Noite Brasileira em Montreux a convite da WEA. No check-in, uma algazarra monumental, por conta, é claro, do Hermeto Pascoal. José Neto, responsável pela logística, despachava o arsenal de percussão do irmão famoso. De um arame esticado entre dois toscos postes de madeira pendiam panelas, caçarolas, frigideiras, especialmente "afinadas" pelo maestro - como se o palco dos festivais não oferecesse os mais sofisticados apetrechos profissionais... Ensaiei uma tímida conversa com o Bruxo, foi o começo de uma bela amizade. (Oito anos depois, no álbum Só não Toca Quem não Quer, Hermeto dedicou-me a faixa Viagem). Na primeira escala, em Dacar (calor senegalesco não é mera figura de retórica), bati um papo com o saxofonista Nivaldo Ornelas, gente finíssima. Sobrevoando o Mar da Cantábria, entre a França e a Espanha, conversei com a vocalista da banda, Zabelê, casada com o baterista, Nenê. Na escala de Paris, o crítico Armando Aflalo mostrou-me sua matéria sobre os 20 anos da morte de Billie Holiday. Comprei um International Herald Tribune em que o crítico Michael Zwerin exaltava o gênio de Hermeto e tocava fanfarras para sua estreia europeia. (Zwerin tocou trombone nas gravações da Tuba Band de Miles Davis, precursora do Birth of the Cool).
Depois de uma hora de estrada, entre montanhas verdejantes salpicadas de vaquinhas brancas, cheguei ao hotel em Montreux, joguei as malas no quarto e saí correndo para o Festival. Ainda atordoado pelo voo de 20 horas, eu me vi de repente em pleno ventre da baleia, debruçado sobre o palco onde o Weather Report tocava Birdland - Wayne, Zawinul, Pastorius, o resto é História...
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