O vírus ebola assusta quem está em terra e, especialmente, quem viaja de avião. Antes que vire paranoia, o jornal USA Today tenta mostrar o que é ou não risco real. Diz-se, por exemplo, que o ar da cabine já é, em si, perigoso para a saúde. "Errado', contesta Michael Zimring, do Mercy Medical Center, em Baltimore, e autor de Viagem Saudável. "O ar da cabine é bom e as aeronaves são equipadas com filtros para limpá-lo". Só que, segundo outros especialistas, há problemas reais que não estão necessariamente no ar que os passageiros respiram. Estofamento, cintos de segurança, apoios de braço, controle remoto, bandeja, torneiras e maçanetas do banheiro podem guardar bactérias resistentes por até uma semana se não forem bem limpos. Uma bactéria E-coli pode permanecer ativa por até 96 horas sobre o braço de uma poltrona.
Os travesseiros e cobertores ensacados são seguros? Segundo a matéria do USA Today, não. "Eu não uso qualquer um deles", diz John Goebbels, vice-presidente e CEO da Medjet Assist. "Para um voo de longo curso, levo um,casaco. Se algum dia eu usar um cobertor, será um selado em plástico, mas, apenas para minhas pernas. E não vejo ninguém mudando as fronhas dos travesseiros". Goebbels aconselha cada um a levar sua almofada de pescoço. "Mas deve ser lavada porque também pode transmitir germes".
A limpeza feita no aviões entre um vôo e outro é pra valer? Depende, segundo a matéria. Remover lixo e revistas velhas é uma coisa. Higienizar, outra. As companhias aéreas costumam usar os serviços de limpeza terceirizados. Não há controle de como são limpos o canto dos assentos ou o alto da poltrona onde os passageiros costumam se apoiar ao voltar do banheiro. A eficácia do tipo de limpeza que eles fazem é uma incógnita. O USA Today diz que as companhias aéreas tomaram medidas para garantir que os passageiros não sejam exposto ao vírus Ebola na aeronave. Em princípio, restritas a triagem e identificação de passageiros que venham de países infectados. De fato, não houve quaisquer casos notificados de contaminação na cabine de um avião. O vírus não é transmitido pelo ar mas através do sangue e fluidos corporais. Mas os passageiros de companhias aéreas - alertam os especialistas ouvidos pelo jornal -, devem aderir a práticas de higiene rigorosas para limitar o risco. O ebola pode ser transmitido através de feridas abertas e membranas mucosas, como a boca e os olhos", diz Goebbels, Lavar as mãos frequentemente, usar produtos de limpeza à base de álcool, abster-se de qualquer contato com sangue ou fluidos corporais e não lidar com qualquer coisa que possa ter entrado em contato com fluidos contaminados são dicas para viagens aéreas válidas também para o dia a dia. O jornal dá outros conselhos úteis. Levar seu próprio pacote de toalhas desinfetantes para limpar apoios de braço e bandeja. Usar sempre toalha de papel para abrir maçanetas do banheiro, torneiras e botões de acionamento de descarga. Já são vistos em aviões passageiros que portam máscaras, luvas e jaquetas especiais. Segundo Goebbels, não há nada de exagerado no procedimento. "Nós vamos ver isso cada vez mais", diz.
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segunda-feira, 13 de outubro de 2014
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